De que vale ...?



                                           DE QUE VALE...?

 

Que satisfação tem o pássaro de belo canto, se não atrai a fêmea que está no cio? Seria esta a razão do canto triste do uirapuru?

 Que satisfação tem a cachoeira, se não atrai o olhar daquele a quem está a respingar?      

Que satisfação tem a frondosa árvore, se seu sombrear não areja a quem está a fadigar?

Que satisfação tem a mais alta montanha, se lá do topo, seu olhar é solitário?

Que satisfação tem a boa música, se não comove quem a inspirou?

Que satisfação tem a flor, se antes de murchar, não atrai um polinizador?

Que satisfação tem a bela mulher, se, com seus apetrechos, não consegue canalizar a admiração e o desejo daquele a quem pretende imanizar?

Que satisfação tem o tempo, se o pular das horas não impulsiona nem vincula ninguém ao verbo amar?

Que satisfação tem aquele que, ao se recolher no seu ninho, não tem a quem se aconchegar?

Que satisfação tem aquele que, ao ter por perto o que lhe acende a chama, é coibido sorver o que lhe inflama?

Que satisfação tem aquela que, na seqüência do “estradão”, inaugura o romper do “véu” sem fiar a pureza do sentimento recíproco?         

Que satisfação tem o poeta, se sua flecha não crava a maçã almejada, nem sua saliva prova o sabor da sua imaginação?

Que satisfação tem  aquele que flui a letra e o canto, quase sacro, se não frui da relíquia que o inspirou a compor a canção?

   

                 

 


Autor: Josué Firmino Dos Santos


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