Orientador educacional: profissional inserido na escola ou um “bombeiro” de plantão?



Orientador Educacional: Profissional inserido na escola ou um “bombeiro” de plantão? 

A realidade do profissional “orientador educacional” não se distância dos demais profissionais da educação. Ao analisar a teoria com a prática profissional, destaca-se um enorme distanciamento entre ambas. As questões de políticas públicas ou a falta delas, atinge a educação e sucessivamente os profissionais, a  qualidade da prática educativa e por fim o aprendizado dos educandos. As leis regulamentam a profissão, dão suporte ao Orientador, as pesquisas e produções científicas são ferramentas postas para dar suporte ao trabalho, mesmo assim, há enormes lacunas. Descrevo-as no decorrer deste pequeno texto o qual produzi a partir de um bate-papo informal com uma Professora Orientadora.

Os conceitos postos em relação ao orientador são percebidos no relato da professora X, ela se sente uma profissional que transita entre o que é posto quanto ao seu real papel e o que a realidade do seu  trabalho lhe impõe. No caso da professora orientadora “entrevistada”, um ajuste de “alunos problemas” no convívio escolar. Uma espécie de psicólogo/policial. Dessa forma devemos questionar a realidade, partindo dos conhecimentos já construídos e constituídos. O Orientador Educacional tem a função e o dever de contribuir com uma educação humanizadora, partindo da realidade concreta da escola e dos alunos, mas  principalmente da sua própria inserção, valores, convicções, desenvolvimento e conhecimento.

A realidade educacional permanece em muitos casos, com uma forma de “engavetamento” de funções, a professora “entrevistada” deixa claro esse fato quando diz. “Penso que é preciso uma maior articulação dos diversos setores da escola...”A colaboração e a articulação dos setores  na escola, contribui para um caminho mais seguro, no que tange a efetivação de um Plano Político Pedagógico consistente, com resultados palpáveis no processo do ensino e aprendizagem.

Na atual realidade educacional, não se fica isento das Políticas Públicas, o profissional do qual tratamos no texto, deve lançar mão de diversos programas da área educacional, mas também de outras áreas como: Saúde, Segurança, Assistência Social, Direitos Humanos. Enfim, o que o Estado, gestor público, oferece e que pode colaborar na formação dos educandos. Nesse processo de articulação também há, ás diversas instâncias de Conselhos e Fóruns bem como, as organizações da Sociedade Civil. Nesse caso o Orientador é um mediador do bem estar educacional e do bom aprendizado, não apenas um “bombeiro” de plantão. A legislação oferece suporte tanto para a escola como para o profissional efetivar sua ação. Assim pode-se romper com o vício do distanciamento entre Teoria e Prática, tão questionada pelo conjunto dos profissionais da educação.

O convívio educacional, a realidade social, a formação e o compromisso do Orientador, as propostas Políticas do Sistema Educacional devem convergir para uma formação de sujeitos comprometidos com a mudança nas relações humanas e na construção da Paz articulada com Justiça Social.

 

 

Clarice Fátima Dal Médico

Professora de História

Especialista em Administração Escolar, Supervisão e Orientação

 

 


Autor: Clarice Fatima Dal Médico


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