Da memória à esperança



Presentificar a história lança a pessoa humana na esperança. Pressuposto que, a esperança já é uma antecipação do futuro, o ser humano é autêntico quando consciente de si e de suas possibilidades e, fazer memória é trazer à luz no presente a interpretação sobre o fato pretérito. Para tanto embasamo-nos nos pensadores: Aurélio Agostinho, Martin Heidegger e Karol Wojtyla.

Na esteira de Agostinho, quando este dá relevância a questão do tempo nas suas Confissões, verificamos que não há o tempo futuro, no entanto existe o presente do futuro que é a esperança. De fato, é somente na esperança que o ser humano se lança presencialmente no futuro, o qual é sempre obscuro, porque advêm ao presente.

Elucida-se no pensamento de Heidegger, a autenticidade do dasein - para nós: ser humano presente, dá-se quando este é consciente de si, como um ser temporal e, de possibilidades. Para ser pessoa humana autêntica, faz-se necessário o estar consciente de si, de seu ser que se manifesta nos seus atos pessoais, tendo presente o pensamento, conforme Wojtyla, que “são os atos da pessoa que mostram o ser humano”. Ser autêntico é atuar em cada momento presente, com consciência de sua personalidade humana, na liberdade.

Ressaltando a tradição judaica, fazer memória, consiste em fazer presente um fato ou personalidade importante do pretérito e, para Agostinho, há o presente do pretérito como recordação, ao invés do pretérito em si, dado que este já passou. Neste sentido, fazer memória é lançar luz, ou mesmo glorificar, uma interpretação sobre uma personalidade ou, um acontecimento compreendida num presente que não mais está sendo.

Então, a pessoa humana que elucida sua história, projeta-se autenticamente na esperança, dado que ao elucidar sua história, traz-la novamente como presença; se consciente de si, atua autenticamente enquanto pessoa humana e lança-se na esperança que é possibilidade de seu futuro. Dessa maneira, sempre que a pessoa humana traz à luz sua memória histórica, essa se lança verdadeiramente, na esperança, para o seu futuro adventício.

                                                         


Autor: Frei Jonas Matheus


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