Cidade em movimento: por uma mobilidade socialmente sustentável e realmente livre em Fortaleza - CE



Cerca de 850 mil passageiros por dia utilizam o transporte público na capital, através de 218 linhas de ônibus regulares (157 ligadas aos terminais integrados e 61 não integradas). São 24 empresas operantes e uma frota de 1.776 ônibus. Em verdade, os números legitimam a importância do sistema no ritmo da urbe. Portanto, objetivamos com este trabalho questionar como o SITFOR e os terminais se fazem presentes no modo de vida da população de Fortaleza-CE, em seus cotidianos e como, com o incremento, deveras necessário na atual conjuntura da temática, de novas políticas de mobilidade, equitativas e qualitativas para o beneficiamento de todos, podem desenvolver e transformar o transporte público em nossa cidade em possibilidade de sociabilização real no deslocamento espacial, afin de repensarmos o transporte e a mobilidade urbana como serviços que verdadeiramente potencializam, na necessidade de ir e vir dignamente livre, os sentimentos de respeito e pertencimento a coletividade social e ao Estado. Tal justificativa está diretamente relacionada com a necessidade de alcançarmos uma mobilidade mais sustentável, ou seja, com a tentativa de ruptura com os valores de individualização dos modos e estilos de vida marcadamente centrados no automóvel, nesse sentido, símbolo máximo da lógica capitalista. No desafio de compor este artigo dividimos nossa metodologia em três etapas principais: a primeira correspondeu à revisão de documentos que ressaltassem aspectos peculiares da mobilidade urbana em nossa capital e das questões referentes à geografia da circulação; na segunda ocorreu a organização e análise de reportagens, artigos ou publicações que tratassem das condições da mobilidade urbana em Fortaleza-CE, da sua demanda, da qualidade dos serviços oferecidos, do comportamento e da agressividade no transito, dos congestionamentos, poluição do ar, etc; e a terceira foi da análise e interpretação dos dados coletados. Quando, por fim, da conclusão, percebemos que Fortaleza-CE ainda reproduz em seu “movimento” toda segregação de seus espaços, ou seja, na lógica do sistema vigente, quem depende de transporte coletivo fica preso e limitado no tempo e no espaço em virtude do “tempo corrido” encurtado e justificado pela busca desenfreada das taxas de lucro na lógica do racional capitalismo. Fortaleza-CE, em meio ao caos estabelecido carece de mudanças, de ruptura urgente com essa matriz modal de consumo do automóvel desenvolvendo novas alternativas para a mobilidade, uma vez que, a mobilidade é ambivalente, mas assume as formas das relações sociais; ser móvel não quer dizer necessariamente se mover rapidamente.

Palavras chaves: mobilidade urbana, sustentabilidade, urbanidade, sociabilidade.

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Autor: Ledervan Vieira Cazé


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