Uma China falando português.



 

O Brasil e a China são países geograficamente distantes, mas nos ultimos cem anos suas relações foram se desenvolvendo e hoje, ligados pela econômia, hoje temos fortes relações socio-econômicas e culturais com o “Dragão Asiático”.

Analizando a história da China e suas relações com o Brasil, podemos ver que boa parte do interesse dos chineses pelo país e vice-versa, tem haver com a atual Zona de Administração Especial chinesa, a cidade de Macau. Esta cidade que antes foi uma colonia de Portugal, e diferente da colonização portuguesa em solo tupiniquim, no sul da China os portugueses integraram sua cultura com a dos chineses da região criando uma ponte entre o mundo lusófono e o oriente.

Durante os séculos XVII e XVIII, muitas produtos de Macau chegava aos portos brasileiros, sendo elas, seda, leques, objetos artísticos, plantas medicinais e assim por diante. Além destes produtos, vieram alguns imigrantes chineses ao Brasil, que cultivavam chá na região que hoje, é o Estado do Rio de Janeiro, alguns historiadores entendendo esse momento histório como o início da imigração chinesa no Brasil.

Hoje existem milhares de chineses no país, sendo de etinias chinesas diferentes, como cantoneses, hakkaneses, taiwaneses, chineses da etinia han que contribuem para o aumento das relações sino-brasileiras tanto na economia quanto na cultura. Devido ao grande número de chineses em solo brasileiro negociando com seus conhecidos e familiares na China, a língua portuguesa deixou de ser apenas uma realidade de Macau e ganhou mais relevância em toda a China Continental.

Além deste intecambio cultural através de imigrantes e decendentes, na década de 1940, o governo chinês iniciou um processo de incentivo ao aprendizado de outros idiomas, além dos diferentes dialetos falados em sua extensão. No decorrer do crecimento de suas relações diplomáticas com a antiga União Soviética (URSS), a retomada das relações com o Japão, o idioma russo, japones e inglês passou a ser icentivado no país.

A China também manteve boas relações com os países de língua portuguesa, como o Brasil, Portugal, Angola entre outros países que hoje compões os Países de Lingua Portuguesa (CPLP). O português passou a ser mais uma das línguas “minoritárias” na China, até que em 1960 foi fundado o curso de português na Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing, atendendo uma das necessidades do governo para o melhor relacionamento dele com as suas nações amigas, esta iniciativa foi importante, pois na primeira visita do ex-presidente, João Goulart à China em 1960, não foi possível encontrar nenhum intéprete ou tradutor de língua portuguesa no país.

Este foi um dos fatos importantes que fez com que o estudo por este e outros idiomas na China se tornasse de média importancia, na época. Os incentivos vieram a beneficiar os estudantes de português no país, quando em 1961, foi criado a licenciatura de língua portuguesa na Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing, principal escola de idiomas no país. Segundo dados disponibilizados pela instutuição, nos últimos 50 anos, mais de 400 profissionais foram formados, sendo que estes, atuam em áreas da diplomacia, comercial, cultural e educacional.

Na atualidade, não é de se espantar ao encontrar chineses falando portugues no sul da China, principalmente em Macau, Shenzhen, Hong Kong e outras cidades da região. Nestas localidades tem muitos brasileiros e portugueses que vivem e trabalham a anos, contribuindo para a expenção da língua e de suas culturas na região, além do que, nestas regiões o comércio  com os países de língua portuguesa é uma grande fonte empregadora dos habitantes locais.

Nesta mesma região são realizados importantes eventos, como o Fórum de Ensino da Língua Portuguesa na China, Cúplulas de intercâmbio entre a China e a CPLP. No comércio local, é mais fácil encontrar filmes lusófonos, restaurantes típicos brasileiros e portugueses, literaturas famosas em bibliotecas de nativos da língua portuguesa, como “Conto Português Contemporâneo” (Portugal), “Iracema” e o “Vendedor de Sonhos” (Brasil).

 O Intercâmbio cultural e o interesse pelo conhecimento de outras línguas não é apenas dos ocidentais lusófonos com interesses na China, mas hoje se tornou um interesse mútuo contribuindo para que o sexto idioma mais falado no mundo, entende-se o português, se torne uma nova realidade no pais mais populoso do mundo, criando uma China em português. 


Autor: Fabricio Bomjardim


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