Fones de ouvido, o medo da sociedade



Tem algo que é muito comum, principalmente para aqueles que precisam pegar ônibus, trem ou metro para se locomoverem. Empiricamente percebi que há o medo, a desconfiança do outro em cada pessoa, que surgiu há pouco tempo, e não tem melhor lugar para se observar do que num trem. É sempre a mesma coisa. Se não tem aquele senhor de idade que fala de toda sua vida, do quanto os jovens de hoje mudaram, é aquela dona falando de dor nas costas, aposentadoria etc.

Uma vez ou outra entram aqueles colegas de firma “metendo o pau” no chefe, se não aquela família com um número grande de filhos gritando e comendo biscoito de polvilho, tribos urbanas, torcidas e não podemos esquecer os dorminhocos que de tão alienados, acordam exatamente em suas estações, tem também os vendedores de bugigangas, ou pidões de esmola, destaco um que faz vinte anos que pede ajuda para sua filha recém-nascida.

Mas a nossa conversa é em torno daqueles que estão ali em pé ou sentados, de olhos bem abertos, olhando você pelo canto dos olhos, são os escutadores de MP3, ou seria melhor, colocadores de fone de ouvido na orelha? Antes de explicar esse fenômeno vou chegar na conclusão, pois quando perguntei para uma pessoa o motivo pela qual as pessoas têm essa característica ela me disse: “Não se pode confiar em mais ninguém”.

É simples, ou complexo? Mas a pessoa tem em si o bem e o mal, na qual o bem é sua essência, porém o mal pode habitar em nossos pensamentos. Quando temos consciência da nossa capacidade, imaginamo-la nos outros. O que faz com que nos refugiemos em nós mesmos, evitando a intervenção do outro. Temos medo do que possam falar de nós, ou até mesmo pensar, nós achamos louco aquele que cumprimenta a todos, que conversa com qualquer um, e por achar tal pessoa estranha pelos seus atos, a nossa tendência é evitar algo que se assemelhe a essas pessoas. A melhor maneira de fazer isso é ficando cada um na sua usando o fone de ouvido, não porque você é um apaixonado pela música, mas é um aviso que diz: “não fale comigo”. Agora podemos nos lembrar da conclusão que já foi citada no 3° parágrafo.

 

 

 


Autor: Juliano Feitoza Da Silva


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