Um longo caminho a ser percorrido no âmbito educacional



NOME: SHEILA LUCINDA FERNANDES

RA:221747-3

Pós graduanda do Curso de Educação Especial: Deficiência Intelectual.

Disciplina: Políticas Públicas e Aspectos Legais na Educação Inclusiva  , ministrada pela Professora Drª Marli Vizim

 UNISA

2010

Texto

Políticas Públicas:

Educação, tecnologias e pessoas com deficiências

No âmbito escolar devemos educar a todos,acabando com as desigualdades.

Os professores se sentem ameaçados pela falta de espaço físico, de material e de apoio. E claro na formação pedagógica na área de educação especial.

E os estigmas/preconceitos impedem de ver as desigualdades/deficiência para o convívio social das pessoas com NEE( Necessidades Educacionais Especiais)

Na relação inclusão/exclusão a baixa qualidade social implica sim, na não democratização de ensino.

Desde 1990, vem sendo adotadas medidas para que não haja exclusão seja ela racial, social e pessoas com deficiências.

Na nossa realidade brasileira, na educação especial, estamos com avanços no aspecto legal, porém uma lentidão na implantação de políticas públicas para reverter à segregação, estereótipos e estigmas voltadas a pessoas com deficiência.

Para reverter esse quadro a abordagem de deficiência ganha visibilidade e passa a ser uma luta para muitos, em defesa da educação/igualdade. E sendo assim para nós revertermos isso, a injustiça na sociedade não é nada fácil, mas estamos no caminho para quebrar este estigma.

O destino das pessoas era definido pela sua classificação, os ditos “normais” ficavam em escolas normais e as pessoas com deficiência, ou com algum problema de aprendizado eram submetidas a escolas especiais.

Segundo o sociólogo Robert Castel, citado em Gentil (2001), existem três formas diferentes de exclusão para os deficientes, mecanismos de confinamento ou reclusão, como aconteceu muito à reclusão em asilos, hospícios e instituição especial. O mesmo pode acontecer no sistema público de ensino.

A instituição filantrópica tem essa imagem negativa, construída historicamente em torno das pessoas com NEE, pois essas pessoas ficavam em confinamento, eram excluídas da sociedade para não “contaminar os “normais”.

Temos que quebrar esse estigma, começando pela sociedade, onde vêem essas pessoas como rotuladas.

O medo que alguns professores têm vem contribuindo para aumentar a exclusão, ganhando formas mascaradas de inclusão. Do que adianta a pessoa ser incluída em um espaço físico na escola em que pode ser danosa quanto ao confinamento em espaços especiais, essa inclusão está só no nome, porque essas pessoas estão excluídas do contexto social/cultural.

A exclusão também esta na classe social, etnia, índios.

Do período da Grécia antiga ate a Idade média os deficientes eram excluídos da sociedade pela caridade/castigo, mesmo porque não podiam mais matar os deficientes, pois a igreja tinha que zelar pela vida, pois eram filhos de Deus.

O conjunto de crenças direcionadas a pessoas com deficiência não alterou só o contexto social, mas contribuiu para mitos que ouvimos até hoje.

A reabilitação marcada por um conteúdo de habilidades da vida diária e treino motor. Isso fortalece a imagem da pessoa com deficiência, como aquela incapaz, incompleta, imperfeita e coitadinha. Por isso é colocada em escolas especiais para não atrapalhar os “normais”.

Para construir uma sociedade e educação justa para todos e de qualidade, devemos rever os conceitos e posturas por vezes enraizados no contexto histórico, de como os deficientes eram vistos pela sociedade.

O termo inclusão se refere a todos, desde os “normais”, deficientes, analfabeto funcional, por evasão escolar, pois todos têm direitos independentes da nossa situação.

Precisamos garantir não somente o acesso de pessoas com NEE a escola, mas sua permanência com qualidade social de conhecimento.

A dificuldade de educar a todos com qualidade social de conhecimento é resíduo de todo processo histórico em que os deficientes foram estigmatizados pela sua condição.

A educação para todos da constituição de 1988, artigo 205, na prática exige forças públicas voltadas para o social.

Os professores não preparados para a inclusão de todos se resistem ao processo de inclusão, mesmo com as mudanças do currículo acadêmico,

Devemos rever a forma de como a educação é feita/tratada neste país. A escola não tem suporte necessário para atender a todos, seja deficiente ou não.

Combater a segregação e saber que deficientes tem direitos e deveres na cidadania e que todos tem direito a uma educação de qualidade.

Considerações

Estamos no desafio em propor uma escola inclusiva para todos, mas para isso temos que quebrar barreiras, estigmas, criados ao longo do tempo, pela sociedade.

Afinal todos temos direitos a educação e o que as pessoas não vêem é que todos nós somos diferentes, temos habilidades diferentes.

Só o fato de uma pessoa estar em uma condição, exemple NEE físico, não quer dizer que ele é incapaz.

Pois existem pessoas “normais” que não dão valor a vida e por outro lado as pessoas com NEE são batalhadoras dependendo do grau dela, estudam, fazem mestrado. Mas o que eu vejo é uma sociedade cruel, preconceituosa.

Mas nós vamos mudar esse contexto e fazer a sociedade ver os NEE com outros olhos, que são cidadãs desse país injusto.

Como a Grécia antiga ter feito isso com os NEE, ter matado, por não ter o porte do belo. E nós vemos que todos somos diferentes, temos habilidades diferentes, independente disso a sociedade nos cobra por isso, pois querem um padrão do belo/elegante.

Os estigmas que carregamos são difíceis de apagar, pois mexeu com uma vida.

O preconceito em que nós somos vistos pela sociedade é de tamanha crueldade.

E os professores precisam ser mais preparados, se atualizar para dar uma condição digna a todos os seus alunos, sem preconceito.

E inclusão não é incluir um NEE, mas sim incluir todos os alunos na escola e sociedade, independendo da sua condição.

Referências

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Autor: Sheila Lucinda Fernandes


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