A importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil



 

Palavras chave: Jogos, Brincadeiras, Desenvolvimento Infantil, Atividades Lúdicas.

Abstract. This article aims to collaborate on the role of educator, showing the importance of games and games in kindergarten. It is known that the games and jokes were always present in man's life. Hunting, relate to nature, to dominate the talks, to invent the wheel, making fire, are acts that have emerged and play games that are part of human relationship. . These activities help to build knowledge, can be understood as situations in which children can express different feelings and may gradually accept the other's existence. For children play is not just a hobby. His plays are related to a fundamental learning, ie, through the games each child creates a series of questions about life. The child must have a good development throughout life, is that childhood experiences and demonstrates creativity. Through play and games that children develop not only learn, but also has fun, plays the living world. It is hoped that the issue raised can help the educator of early childhood education, working in an objective and concrete for better understanding. To this end, the nature of research is literature.

Keywords: Games, Play, Child Development, playful activities.

1 INTRODUÇÃO

            Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo deve ser o grande desafio da educação infantil. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia e sociologia possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características comuns de serem, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferença.

Os jogos e as brincadeiras estão sempre presentes no dia-a-dia das crianças, são atividades realizadas nas creches, escolas, na casa das crianças, enfim acontece onde quer que ela esteja basta estar em qualquer lugar e usar a criatividade, que a levará para o mundo da imaginação. Jogos e brincadeiras satisfazem à criança, seus interesses, necessidades e desejos, expressando como se organiza, é uma forma de descobrir o mundo que a cerca.

           Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;

            Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.

          Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua e cria. O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil, possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade, habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras crianças e com os adultos.                                        

       "As brincadeiras são linguagens não verbais, nas quais a criança expressa e passa mensagens, mostrando como ela interpreta e enxerga o mundo". Brincar é um direito de todas as crianças do mundo, garantido no Principio VII da Declaração Universal dos Direitos da Criança da UNICEF1.  É uma atividade de grande importância para a criança, pois a torna ativa, criativa, e lhe dá oportunidade de relacionar-se com os outros; também a faz feliz e, por isso, mais propensa a ser bondosa, a amar o próximo, a ser solidária.               

As atividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois permitem a formação do autoconceito positivo;

As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mental-mente.

           

2 OS JOGOS E BRINCADEIRAS NA CONCEPÇÃO DE ALGUNS AUTORES

              É preciso dizer que a brincadeira acontece onde quer que a criança se encontre, independente do local. Basta um pequeno estímulo para que sua imaginação a leve para um mundo repleto de criatividade e movimento, expressando o seu interior.

Celso Antunes (1998) 2 afirma que os falar de jogos que atribuam um estímulo ao crescimento, ao desenvolvimento cognitivo, aos desafios ao viver, e não de jogos que promovam competição entre pessoas, que levam somente a derrota e vitória: ”Em outras palavras, todo jogo pode ser usado para muitas crianças, mas sobre a inteligência será sempre pessoal e impossível de se generalizada”

É difícil estabelecer-se que uma determinada atividade é uma brincadeira, um pequeno jogo ou um grande jogo. Para podermos definir, temos que ver como esta atividade será desenvolvido no caso estudado e assim chegar a uma conclusão. O próprio professor pode utilizar uma mesma atividade em forma de brincadeira, pequeno jogo ou grande jogo, adaptando-a ao público a ser atingido. Para transformar uma brincadeira em jogo ou vice—versa, basta utilizar as regras de acordo com as características da atividade. (CAVALLARI e ZACHARIAS, 1994, p.57) 3.

Vygotsky (2003) considera que, ao afirmar que o brinquedo é uma atividade que proporciona prazer a criança, pode estar incorreta por algumas questões. Existem segundo ele, muitas outras atividades, como por exemplo, mamar, chupar chupeta, dentre outras atividades, que proporcionam muito mais prazer na criança que o próprio brincar. A idéia do autor retrata ainda, que se o jogo não condisser com as necessidades da criança, pode lhe causar algum tipo de frustração pela perda de jogo, não trazendo os resultados de prazer nesta criança. Sendo assim comenta Vygotsky (2003, p.12) 4:

“Existem jogos nos qual a própria atividade não é agradável, como por exemplo, predominantemente no fim da idade pré-escolar, jogos que só dão prazer à criança se ela considera o resultado interessante”.

          O jogo espontâneo infantil possui, portanto, dois aspectos bastante interessantes e simples de serem observados: o prazer e, ao mesmo tempo, a atitude de seriedade com que a criança se dedica à brincadeira.

             Por envolverem extrema dedicação e entusiasmo, os jogos das crianças são fundamentais para o desenvolvimento de diferentes condutas e também para a aprendizagem de diversos tipos de conhecimentos. Podemos, então, definir o espaço do jogo como um espaço de experiência e liberdade de criação no quais as crianças expressam suas emoções, sensações e pensamentos sobre o mundo e também um espaço de interação consigo mesmo e com os outros. (SANTOS, 2001, p.89) 5.

O jogo ao ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera de familiaridade, segurança emocional e ausência de tensão ou perigo proporciona condições para a aprendizagem das normas sociais em situações de menor risco. A conduta lúdica oferece oportunidades para experimentar comportamento que, em situações normais, jamais seriam tentados pelo medo do erro ou punição. (KISHIMOTO, 1998, p.140) 6.

Com relação ao jogo, Piaget (1998) 7 acredita que ele é essencial na vida da criança.  De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em torno dos 2-3  e 5-6 anos nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem à necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar a representação.

Vygotsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.

A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz. (VYGOTSKY, 1984, P.97) 8.

De acordo com SANTOS (2002, p.13) 9, para entender a brincadeira deve se

entender a criança, assim, ele afirma que:

Para ajudar a criança no seu desenvolvimento buscamos compreender sua natureza, e nessa busca encontramos o brincar como uma necessidade básica que surge muito cedo nela. A brincadeira é considerada a primeira conduta inteligente do ser humano; ela aparece logo que a criança nasce e é de natureza sensório-motora. Isso significa que o primeiro brinquedo são os dedos e seus movimentos, que observados pela criança constituem-se a origem mais remota do jogo. Para cada etapa do desenvolvimento infantil existem tipos de brincadeiras correspondentes. Por isso a brincadeira tem uma função essencial na vida da criança, embora muitos educadores digam que a criança muito pequena não brinca ou não gosta de brincar. A verdade é que ela brinca de maneira diferente das maiores, envolve-se em brincadeiras sucessivas e por um curto período de tempo.

O valor da brincadeira dá-se em três aspectos: desenvolvimento, socialização e aprendizagem.

Brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou intelectuais. Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e ate mesmo de desenvolver as capacidades inatas, podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já quando brinca a vontade, tem maiores possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e afetuoso. (VELASCO, 1996, p.78) 10.

Figueiredo afirma que:

A brincadeira é para a criança, a mais valiosa oportunidade de aprender a conviver com as pessoas muito diferentes entre si; de compartilhar idéias, regras, objetos e brinquedos, superando progressivamente o seu egocentrismo característico, de solucionar os conflitos que surgem, tornando-se autônoma, de experimentar papeis desenvolvendo as bases da sua personalidade. (FIGUEIREDO, 2004, p.7) 11.

Portanto, o brincar, como forma de atividade humana que tem grande predomínio na infância, encontra, assim, seu lugar no processo educativo. Sua utilização promove o desenvolvimento dos processos psíquicos, dos movimentos, acarretando o conhecimento do próprio corpo, da linguagem e da narrativa e a aprendizagem de conteúdos de áreas específicas, como as ciências humanas e exatas.

3 O PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL

 A brincadeira, portanto, não é o brinquedo, o objeto, e também não é a técnica, mas o

conjunto de procedimentos e habilidades. A brincadeira possibilita, sempre uma

Experiência original, reveladora, única, mesmo que as crianças estejam repetindo a

Brincadeira pela milésima vez. A brincadeira é a plena realização da

Imprevisibilidade e isso vêm realçar, ainda mais, o papel do educador como um “adulto que

“Brinca” e, brincando, promove interações, investigações, aproxima leituras, observa

e ensina.

Nos tempos de mudanças, os professores têm que ser multifuncional, não só educador, mas psicólogos, pedagogos e muito mais, para desenvolver a confiança e habilidades necessárias das crianças, para terem sucesso de aprendizagem no futuro.

Educar na Educação Infantil significa proporcionar situações de cuidado, de brincadeiras, de interação educador-criança e criança-criança. Situação estas que possam garantir a aprendizagem das crianças, como enfatiza o Referencial Curricular para Educação Infantil (1998) 12. O educador, nessa etapa se caracteriza como mediador do processo de ensino-aprendizagem: precisa ouvir e sentir as crianças, o que pensam,

observar do que brincam e como brincam, as suas concepções, o seu desenvolvimento,

pois nessa fase inicia-se a formação do ser humano sensível, de uma base de valores,

que proporcionarão às mesmas a busca e a vontade de aprender, mas também ser.

Segundo Severino (1991) 13 os profissionais das escolas infantis precisam manter um comportamento ético para com as crianças, não permitindo que estas sejam expostas ao ridículo ou que passem por situações constrangedoras. Alguns adultos, na tentativa de fazer com que as crianças lhes sejam obedientes, deflagram nelas sentimentos de insegurança e desamparo, fazendo-as se sentirem temerosas de perder o afeto, a proteção e a confiança dos adultos.

Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vi da. (KAMI, 1991, p. 125) 14.

NEGRINE (1994) 15,em estudos realizados sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil, afirma que "quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade lúdica".  Segundo esse autor, é fundamental que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua proposta pedagógica.

A docência, apresentada como complexa, requer, que o professor saiba atuar na

gestão da classe, demonstrando “autoridade e confiança” nas relações estabelecidas na e

com sua turma/crianças, com os conteúdos e as formas de ensiná-los em cada etapa da

educação básica. Traduzindo as atribuições de gestão para o contexto específico da

educação infantil, sugere-se no Documento/2000 que o professor desse nível educativo

saiba “eleger conteúdos a ensinar e suas didáticas” (MEC/SEMTEC, 2000, p. 73)16.

As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu  nível básico de ação real  e moralidade. (Vygotsky, 1989) 17. Piaget (1998) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo,  por isso, indispensável à prática educativa.

  CONSIDERAÇOES FINAIS

No decorrer deste artigo procurei mostrar como são importantes as atividades lúdicas nas escolas e a importância dos professores trabalharem com a ludicidade, que é de extrema relevância para o desenvolvimento da criança, saber ouvi-la, realizar brincadeiras que possam se tornar prazerosa e significativa. Proporcionar experiências diversificadas e desenvolver capacidades, assim estará ajudando a criança na construção da auto-estima, fornecendo a elas uma imagem positiva de si mesma.

Brincar na escola, é diferente do brincar em outras ocasiões, na escola tem as normas que devem ser seguidas, que estão presentes nas atividades das crianças.

Portanto, os jogos e brincadeiras têm um grande predomínio na infância e no processo educativo, promovendo o desenvolvimento da criança enquanto individuo.

Penso que o educador deve se soltar e trabalhar mais os conteúdos, perceber as situações de vivencia em sala de aula. Os jogos estão sendo utilizados apenas como um instrumento pedagógico e não como uma linguagem usada pelo professor para obter informações da criança.

Cabe ao professor organizar os tempos e espaços, permitindo as diferentes formas de brincadeiras, valorizando a socialização e a recriação de experiências.

No “Referencial Curricular de Educação Infantil” 18 está incluída na lei a importância de brincar e levar a arte para dentro da educação infantil. “Há o movimento pela formação dos professores, que precisam ser capacitados e se soltar dentro do lúdico”. 

 

REFERÊNCIAS

1. Brasil, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica: Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, volumes 1 e 2. Brasília: MEC/SEB, 2006.

2. ANTUNES, Celso. Jogos para a Estimulação das Inteligências Múltiplas. Petrópolis: Vozes, 1998.

3 CAVALLARI & ZACACHARIAS. Trabalhando com Recreação. São Paulo: Ícone, 1994.

4. VYGOTSKY, L. S. superiores. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6ª tiragem. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

5. SANTOS, V.L. B. dos. Promovendo o desenvolvimento do faz-de-conta na Educação

Infantil. In: CRAIDY, C. M.; KAERCHER, G.E. P.da S. Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

6. KISHIMOTO, T.M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998.

7. Piaget, Jean. A psicologia da criança. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

8. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

9. SANTOS, S.M.P.dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores em creche. 4. ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2002.

10. VELASCO, Cacilda Gonçalves. Brincar, o Despertar Psicomotor. Editora Sprint, Rio de Janeiro, 1996.

11. . FIGUEIREDO, T.A.de. Organização do espaço pedagógico favorece realização de atividades. Revista do professor, Porto Alegre-RS: CPOEC LTDA, n.77, p.4-7, jan. /mar.2004.

12. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília. MEC, 1998.

13. SEVERINO, A. J. A formação profissional do educador: pressupostos filosóficos e implicações curriculares. ANDE Ano 10, n° 17, 1991.

14. KAMI, Constance. DEURIES, Rheta. Piaget para educação pré-escolar. Porto

Alegre: Artes Médicas, 1991.

15. NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil, 1994.

16. . _____ MEC/SEMTEC. Proposta de Diretrizes para a Formação inicial de Professores da Educação Básica, em Nível Superior. Brasília, 2000.

17. . VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo. Martins Fontes, 1989.

18. Brasil, Ministério da Educação, Secretaria de Ensino Fundamental: Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, volumes I, II, III. Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

 

 

 

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