Será que amo os animais?



SERÁ QUE AMO OS ANIMAIS?
Amo o meu cachorro que fica preso dia após dia e ano após ano em uma corrente com pouco mais de um metro, sem nunca ter feito nenhum mal para mim. Amo meu passarinho predileto que o mantenho em cárcere numa minúscula gaiola, desde que o vi cair do seu ninho e se perder da proteção da sua mãe. Amo meu exemplar maravilhoso de borboleta que emoldurei num quadro espelhado para enfeitar minha sala. Amo meu pequeno peixe que limitei seu mergulho naquele pequeno aquário de vidro. Amo minha gatinha que tinha por natureza, tão asseadamente cavar para esconder as fezes, e a tranquei num apartamento todo concretado e cheio de pisos e sem nenhum vestígio de areia. Amo minhas baleias, meus golfinhos e minhas focas artistas que dão espetáculos lucrativos na ribalta azulejada dos parques aquáticos. Amo os cavalos e sem me preocupar com o cansaço deles uso como montaria e carro de carga. Amo os animais dos grandes zoológicos que me trazem a oportunidade de ver de perto o milagre da natureza. Amo aqueles touros maravilhosos que se ajoelham diante dos homens completamente perfurados produzindo orgasmos de felicidade para aqueles animais que assistem eufóricos. A quem será que estou enganando? Que tipo de amor pode ser esse? Não me causaria espanto nenhum sentir prazer em acorrentar também um ser humano e rotulá-lo de escravo. É chegada à hora de tentar compreender o que é amor e o que é posse. Se de alguma maneira se identificou estranhamente com algum desses conceitos, não se desespere ainda, a ideia de posse faz o homem aprisionar sua própria alma, mas tente você também ter apenas um pouco mais de respeito pelos animais, uma vez que o amor humano é tão limitado quanto sua certeza de ser dono do mundo.

 

     
Autor: Cesar Gonçalves


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