Consequências da sobrecarga de tarefas, para á saúde dos profissionais da enfermagem

Consequências da sobrecarga de tarefas, para á saúde dos profissionais da enfermagem

Consequences of heavy workloads, to the health of nursing professionals

Consecuencias de la sobrecarga de trabajo, a la salud de los profesionales de enfermería

*Josiel Sorva Pontes

RESUMO

Os profissionais da enfermagem, por serem obrigados a executarem tarefas que não são de sua competência concomitantemente aos cuidados diretos aos pacientes, durante todo o plantão. Correm risco de desenvolverem patologias procedentes do desgaste físico, emocional e psicológico, podendo levá-los á loucura e/ou ao suicídio. Este trabalho trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa e revisão de literatura. O objeto desta pesquisa é atribuído aos males causados aos profissionais da enfermagem, pela sobrecarga de trabalho e o objetivo discutir estratégias, para que algo urgente seja feito que possa ao menos minimizar esses problemas antigos, O resultado da pesquisa contribuiu positivamente apontando dados que mais acometem á saúde dos profissionais da enfermagem, expostos a sobrecarga excessiva de tarefas e apontou soluções, para que essas conseqüências sejam evitadas, com conclusão positiva, trazendo mais benefícios que conseqüências á enfermagem, evitando a insatisfação profissional e com isso garantindo segurança na execução da assistência aos pacientes.

DESCRITORES: Enfermagem, esgotamento profissional e estresse psicológico.

*ENFERMEIRO PELA UNIG-UNIVERSIDADE IGUAÇU-NOVA IGUAÇU-RJ-BRASIL. E-MAIL[email protected]

SUMMARY

Healthcare professionals, because they are required to perform tasks that are not within its jurisdiction concurrently with the direct care to patients throughout the shift. At risk of developing diseases originating from physical exhaustion, emotional and psychological, may drive them to madness and / or suicide. This work it is an exploratory qualitative approach and literature review. The object of this research is attributed to the harm caused to nursing professionals, the workload and the purpose of discussing strategies, so that something urgent is done which can at least minimize these problems early, the result of the research data that contributed positively pointing will most affect health of nursing professionals exposed to excessive overload of tasks and solutions pointed out, that these consequences are avoided, with positive conclusion, bringing more benefits to nursing consequences, preventing job dissatisfaction and thus ensuring safety in the execution of patient care .

KEYWORDS: Nursing burnout and psychological stress.

RESUMEN

Profesionales de la salud, debido a que están obligados a realizar tareas que no son de su competencia conjuntamente con la atención directa a los pacientes durante todo el turno. En riesgo de desarrollar enfermedades procedentes de agotamiento físico, emocional y psicológico, puede llevarlos a la locura y / o suicidio. Este trabajo es una aproximación exploratoria cualitativa y revisión de la literatura. El objeto de esta investigación se atribuye a los daños causados a los profesionales de enfermería, la carga de trabajo y el propósito de discutir las estrategias, de modo que algo urgente se hace lo que puede por lo menos minimizar estos problemas a tiempo, el resultado de los datos de investigación que han contribuido positivamente señalando que más afectan a salud de los profesionales de enfermería expuesto a una sobrecarga excesiva de las tareas y soluciones señaladas, que estas consecuencias pueden ser evitados, con la conclusión positiva, trayendo más beneficios a las consecuencias de enfermería, prevención de insatisfacción en el trabajo y así garantizar la seguridad en la ejecución de la atención al paciente .

PALABRAS CLAVE: Enfermería agotamiento y el estrés psicológico.

INTRODUÇÃO

Os profissionais da enfermagem, por participarem de tarefas relacionadas não somente aos cuidados diretos aos pacientes, durante todo o período do plantão. Correm risco de desenvolverem patologias procedentes do desgaste físico, emocional e psicológico, além de sentirem a sensação de estarem no pior lugar do mundo quando chegam ao local de trabalho a cada plantão, por conseqüência do estresse que irá novamente enfrentar. Fazendo com que muitos profissionais da enfermagem pensem em mudar de profissão por insatisfação no trabalho, por serem excessivamente explorados por sobrecargas de tarefas que muitas das vezes nem os competem (1).

O estresse é o maior causador de doenças na população, sendo nos profissionais da enfermagem quanto qualquer de outra área ou população em geral. Quando o indivíduo é submetido ao estresse seja por forte emoção proveniente de alegria, tristeza ou ódio procedente de injustiças entre outras formas. O organismo como forma de defesa libera hormônios para esse fim (lutar ou fugir) denominados catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Esses hormônios causam sobrecarga no sistema límbico e acomete o hipotálamo, causando baixa do sistema imunológico submetendo a pessoa á doenças infecciosas e doenças crônicas não transmissíveis (diabete melito,infarto agudo do miocárdio, desidratação etc.)(1,2,3).

A insatisfação no trabalho, por profissionais da enfermagem e o surgimento de patologias, causadas pelo estresse, por esses profissionais submetidos á sobrecarga de tarefas, inclusive as que não os competem. Pode levar á pessoa ao suicídio ou á problemas psiquiátricos, pelo fato da baixa auto-estima, déficit de atenção e baixa produção nas suas verdadeiras tarefas, que além de por sua vida em risco com acidentes físicos e biológicos proporcionado pela estafa, pode por á vida do cliente em risco (3,4).

Embasado nestas informações tem-se como problema de pesquisa á questão norteadora: Quais providências a chefia de enfermagem, juntamente com os órgãos fiscalizadores do exercício da enfermagem, devem tomar á fim de ao menos minimizar á sobrecarga de trabalho da enfermagem? Baseado nestas perspectivas o objeto desta pesquisa trata dos males causados aos profissionais da enfermagem, pela sobrecarga de trabalho á eles atribuídos e o objetivo é discutir estratégias, para que algo urgente seja feito que possa ao menos minimizar esse problema antigo, que acomete os profissionais da enfermagem. O motivo pela confecção deste artigo é por ser um problema já considerado de saúde pública e poucas são as providências tomadas, pelas autoridades de classe. Para tanto foi necessário dedicação na busca de conhecimentos específicos sobre o assunto pelo autor, para melhor abordar o tema. Há esperança que á produção em questão trará benefícios, de ampla relevância para o aumento de informações sobre o assunto, enriquecendo o conteúdo de abordagens, á fim de despertar maiores interesses por parte dos pesquisadores sobre o assunto, contribuindo para suas buscas e consolidando seus projetos. Acredita-se que á referida produção científica trará fortes contribuições para que, ao menos parte dos problemas abordados, á respeito da sobrecarga de trabalho dos que militam na enfermagem sejam resolvidos. Garantindo qualidade assistencial aos clientes e sua tão sonhada satisfação profissional.

METODOLOGIA

Visando atender o objetivo proposto, este artigo trata-se de um estudo exploratório de abordagem qualitativa e técnica de pesquisa bibliográfica e revisão de literatura. Os estudos exploratórios encarregam-se das descobertas de práticas que supostamente precisam ser remodeladas frente ao conhecimento científico atual ou remoto (5). Optou-se pela abordagem qualitativa, a fim da possibilidade de captar produções científicas que abordem melhor o tema em tela. Não indo além da verdade com o que é certo ou errado, preocupando-se apenas com o nível de qualidade em relação á quantidade. Trabalhando com o universo de significados, motivos, crenças, valores e correspondendo a um espaço mais profundo das relações como parte da realidade (5). Pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, com contribuições teóricas de determinados temas, sendo indispensáveis á qualquer tipo de pesquisa sendo eles livros e artigos científicos preferencialmente.

O cenário do estudo foi à biblioteca virtual da saúde (BVS). Onde foram consultados dados das bases LÍLACS e IBECS, em busca de produções científicas contemplando o objeto da pesquisa. Para coleta de dados, foram usados os descritores: enfermagem, esgotamento profissional e estresse psicológico. A busca foi realizada associando todos os descritores juntos resultando em 29 produções científicas no LÍLACS e 09 no IBECS. Após foi realizado a leitura de cada uma das produções científicas, sendo selecionadas 08 produções somente do LÍLACS, para a busca de informações a fim de atender o ponto de vista conclusivo. Cumprem ressaltar que como critérios de inclusão foram usados produções científicas em língua portuguesa, espanhola e inglesa e como critério de exclusão, 30 produções científicas entre LÍLACS e IBECS, que pouco abordavam o objetivo da pesquisa. Após a leitura e analise das 08 produções científicas escolhidas no LÍLACS, emergiu os resultados, análise dos dados, discussão e conclusão.

RESULTADOS

Procedimentos constantes e diários, ligados á minimizar a dor alheia entre outros sofrimentos, já é o bastante para desgastar emocionalmente e abalar o psicológico do profissional que labuta na área da enfermagem, tornando-o ansioso e angustiado, dessa forma pondo-o em risco de desenvolver doença ocupacional proveniente do estresse (6). Isso ocorre pelo fato da enfermagem na maioria das vezes trabalhar em situações adversas, que requer grande acúmulo de atividades, sendo algumas fora de sua atribuição, que com o passar dos anos o profissional desenvolve distúrbios mentais, gastrointestinais, neurológicos e psiquiátricos, causando prejuízo tanto para o profissional quanto ao empregador (6,7).

Quando a pessoa é submetida á algo excessivamente estressante. A fisiologia do organismo muda rápida e bruscamente, pois é ativado o eixo hipotálamo-hipófise-supra-renais, com isso desorganizando o sistema límbico, sendo liberada grande quantidade de hormônios denominados catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) levando a pessoa ao risco de desenvolver diabete por ativar á gliconeogênise e doenças cardiovasculares pela ação vasoconstritora da adrenalina (IAM, HAS) e desenvolver doenças infecciosas caso o hipotálamo seja acometido, danificando o sistema imunológico (6,7,8).

O estresse excessivo e contínuo do profissional da enfermagem submetido á sobrecarga de trabalho, coloca-o no grupo de risco de desenvolvimento da maior conseqüência proveniente desse indicador de anormalidades na saúde do trabalhador em geral. Trata-se da síndrome de burnaut. Á síndrome de burnaut (bur=queima, naut=exterior) é o desgaste físico e emocional que acomete os trabalhadores que lidam com cargos que requer responsabilidades diretas com o público (médicos, enfermeiros, rodoviários, recepcionistas, policiais, operadoras de caixa de supermercados...). O profissional acometido pela síndrome de burnaut reage a momentos de fúria com a chefia, clientes e outros colegas, mas não por querer, pois age por impulso do sistema nervoso como defesa inconscientemente e por estar física e emocionalmente desgastado por sobrecarga de tarefas, podendo ser acometido seriamente por doenças graves inclusive pensar em suicidar-se, cabendo o empregador tratá-lo e não puni-lo pois são amparados por lei (7,8,9,11).

A sobrecarga de trabalho na enfermagem gera ao profissional desmotivação, fadiga, dor muscular, precordialgia, pirose, anorexia, hiperfagia, taquicardia, dor frontal, cólica, revolta a ponto do profissional querer abandonar tudo ir embora e nunca mais voltar, resultado da insatisfação tanto no trabalho quanto na profissão. Esses indicadores são provenientes de outros sofrimentos moral desde a falta de valorização (baixo salário) a chefia arbitrária, insensível, implacável, injusta, que só cobram e não reconhecem a carga de funções que são realizadas, muitas das vezes da competência de outros profissionais, médicos que nem comparecem para assistir o paciente todos os dias tendo que repetir as mesmas medicações prescritas (12), falta de consideração com os funcionários que deram de tudo quando eram saudáveis e nem á assistência médica digna tem direito, pacientes clínicos que pioram o quadro clinico por perceberem que estão sendo abandonados por seus familiares e esses quando aparecem ainda querem ditar normas e muitas das vezes à chefia não toma providências e até tira a razão do profissional, tudo é indicador de insatisfação no trabalho, expondo o profissional e ao próprio paciente a riscos de saúde (9,10,11,12,13).

DISCUSSÃO

O conteúdo do qual emergiu o resultado da pesquisa, contribui positivamente apontando dados que mais acometem á saúde dos profissionais da enfermagem, caso esses sejam expostos a sobrecarga excessiva de tarefas. A conseqüência inicial apontada é o sofrimento moral, que desencadeia quadro de depressão e sintomas psicossomáticos de doenças, diminuindo a auto-estima do profissional em questão, tornando-o improdutivo, podendo levá-lo a desistir da profissão, cometer erros pondo a vida do cliente em perigo e á própria vida, por estarem trabalhando com estafa e na pior das hipóteses cometerem suicídio por conta dos efeitos maléficos do estresse gerado por essas situações (14).

Realmente é atribuído á sobrecarga de tarefas ao desenvolvimento da síndrome de burnaut nos profissionais da enfermagem, por esses serem submetidos á constantes situações profissionais estressantes e muitas cobranças, sem contar com os baixos salários, condições precárias de trabalho e estarem sempre de uma forma ou outra realizando tarefas que competem á outros profissionais concomitantemente e dessa forma, pondo o registro profissional em risco de cassação pelo cofen (14 15,16).

A pesquisa aponta as classes da enfermagem, mais acometidas pela síndrome de burnout sendo os técnicos e auxiliares de enfermagem os mais prevalentes, nos setores CTI. Emergências, UTI NÉO-NATAL e centro cirúrgico (16), esses profissionais são alvos fáceis de serem acometidos de diabetes, hipertensão, infecções entre outras doenças por desequilíbrio fisiológico proveniente do estresse e dessa forma evoluindo á êxito letal na pior das hipóteses (15,16).

As autoridades de classe da enfermagem brasileira contribuem com a diminuição da carga de trabalho ou tarefas dos trabalhadores da enfermagem, com a aplicação da resolução COFEN-Nº 293/2004 que define o quantitativo de funcionários de cada setor, baseando-se no nº de pacientes e nas condições dos mesmos, sendo o CTI os mais beneficiados por sua carga de tarefas serem maiores (17,9HP/24H). Outro recurso da resolução COFEN-Nº 293/2004 é a parte que diz respeito do quantitativo de no mínimo 15% do número dos funcionários serem reservas, para o caso de alguns adoecerem ou entrarem de férias, para que os setores não ficarem sobrecarregados, denominado índice técnico de segurança, cabendo as instituições e as chefias de enfermagem desfrutar desses santos recursos, associado á implantação da carga horária de 30 horas semanais (17,18).

A primeira providência de alguns empregadores implacáveis, ao vivenciarem em suas empresas algo parecido como um funcionário da enfermagem, com sintomas e atitudes hostis, provenientes do estresse e muitas das vezes já acometidos pela síndrome de burnaut, não o julga como uma pessoa que precisa de cuidados, e sim com punições ao invés de encaminhá-lo para tratamento clinico e psicológico (18). Quando uma pessoa é submetida ao estresse, a primeira coisa que acontece é o bloqueio da capacidade de pensar e agir como um ser, lúcido e racional e por defesa o sistema nervoso o faz agir irracionalmente com uma única finalidade defender-se a qualquer custo, isso se dá pela abertura das janelas killers (zonas de conflitos existentes na mente que tem como objetivo atacar sem pensar e são ativadas quando á pessoa é submetida ao estresse doentio) (19).

CONCLUSÃO

Embasado no conteúdo do desenvolvimento e da discussão dessa produção científica, permite-me concluir que a consequência que mais acomete os profissionais da enfermagem por sobrecarga de trabalho e/ou tarefas, é á síndrome de burnout e os mais acometidos são os auxiliares e técnicos de enfermagem principalmente os que atuam nos setores CTI, UTI-NEONATAL, seguido dos setores centro cirúrgico e emergências. Podendo ser alvos de doenças cardiovasculares, problemas psiquiátricos e etc. A causa que desencadeia essa situação patológica inicialmente é atribuído ao sofrimento moral, pelo fato da desvalorização do pessoal da enfermagem pelo empregador e muitas das vezes por perseguição ou descaso da chefia de enfermagem, associado a vantagens que os demais profissionais possuem e muitas das vezes delegam suas funções ao pessoal da enfermagem gerando uma situação gravemente discriminatória.

Partindo do pensamento de que cada caso é um caso, não se pode generalizar, pois algumas instituições fazem o que podem pela enfermagem e algumas até já aderiram à carga horária de 30 horas semanais e a própria resolução cofen nº293/2004, permite que as instituições de saúde adéquem-se a sua realidade financeira, permitindo um menor número de funcionários até que normalize sua crise. O fato é que na maioria das vezes ao final da crise, dificilmente é cumprido o que diz a referida resolução, pelo fato da enfermagem ter maior poder de resiliência mantendo todas as tarefas tanto dela quanto as dos outros profissionais e com isso correndo risco de serem acometidos pela síndrome de burnout.

A melhor maneira de amenizar esse antigo e cruel problema seria a mobilização de forma pacífica dos que militam na enfermagem, mas para que obtenha sucesso a chefia de enfermagem poderia agir a favor de toda equipe, organizando o que é ou não da atribuição de seus componentes de equipe, assim tarefas que competem a outros profissionais sairão das atribuições da enfermagem sendo um bom, pacífico e eficiente ponto de partida para que mesmo sobrecarregados de serviços, mas os que os competem, diminuirá o risco do desenvolvimento do sofrimento moral e consequentemente o adoecimento. Podendo deixar as outras conquistas para serem cobradas posteriormente.

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Autor: Josiel Sorva Pontes

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