Tanatologia: o profissional enfermeiro frente à representação da morte e o morrer



Tanatologia: o profissional enfermeiro frente à representação da morte e o morrer

Thanatology: The professional nurse facing the representation of death and dying

Tanatologia: o enfermeiro frente à morte e o morrer

1Dinamárcia Pereira Azevedo, 2Deborah Dias Gonçalves, 2Ingrid Braga de Oliveira, 2Roquenilda Pereira Lopes, 3Xisto Sena Passos, 4Leonardo Martins da Silva

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1 Acadêmica do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Paulista – UNIP Rua São José, qd 01 lt 10, Vila Santa Cruz, Goiânia-GO. Tel. (62) 3207-8894 / 8156-5488 [email protected]

2Acadêmica do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Paulista – UNIP

3Doutorem Medicina Tropical pela Universidade Federal de Goiás. Professor Titular do Curso de Biomedicina da Universidade Paulista - UNIP.

4Enfermeiro Especialista em Docência Universitária pela Faculdade Estácio de Sá. Professor Assistente do curso de graduação em enfermagem da Universidade Paulista – UNIP

 

 

 

 

 

 

 

Resumo

Introdução. O cuidar dispensado pelo profissional enfermeiro é caracterizado pela atenção, zelo e preocupação com o outro. Embora sejam preparados para a promoção da saúde e manutenção da vida, confrontam diariamente com o estado de doença e o evento de morte. Revisão de literatura: O homem é diferenciado dos demais animais pela consciência de sua finitude, o que faz com que ele lute durante toda a sua vida contra esse saber, agindo como se fosse imortal. Discussão: Muitas vezes, acostumados com a realidade de sofrimento não dimensionam adequadamente a importância dos sentimentos e medos sofridos pelo doente e pela sua família. Outras vezes, mecaniza as ações por não saber lidar com esse acontecimento, ao qual não se habitua, pois é sempre marcado por eventos solitários e individualizados. Conclusão: Trata-se de um assunto complexo que envolve muita sensibilidade e emoção o qual abre espaço para que cada pessoa reaja de uma forma diferente, portanto, não existe uma fórmula pré-estabelecida de comportamento.

Descritores: Morte, Ritos de Morte, Processo de Luto, Enfermagem, Tanatologia

 

Abstract

Introduction. The caring offered by the nurse is characterized by the attention, zeal and worry about another person. Although they are prepared to the rise of health and maintenance of life, they confront with the sickness event and death event daily. Literature review: The man is different from other animals because of his conscience of end, which makes him fight during his whole life against it, acting as he was immortal.  Discussion:  Many times, used to the reality of suffering, they don’t know the importance of feelings and fears by the sick person and his/her family. Other times, he mechanizes the actions because he doesn’t know how to deal with these events that he doesn’t get used, because he is always marked by lonely and individualized events. Conclusion: This is a complex theme which involves sensibility and emotion that makes space to each person react in a different way. Therefore, there is no pre established form of behavior.

Descriptors: Death Rites of Death, Mourning Process, Nursing, Thanatology

Introdução

A morte constitui um dos maiores enigmas da existência humana.¹ É considerada como um grande divisor das águas na plena constituição dos homens, é a mais universal das experiências e sua representatividade varia entre as culturas.² Ao nascer, o individuo está em constante estado de preparação, para assim então, multiplicar e morrer. Porém, o ultimo citado, é obscuro, a ponto de ser negado durante toda a sua existência. Fato que aponta para o seu enfrentamento ineficaz.3

Conhecemos a morte somente mediante o processo de morrer dos outros, cujas vivências jamais serão acessíveis em sua real dimensão, pois é um fenômeno individual: cada um morre sozinho, de um jeito determinado, com suas vivências personalíssimas. Mesmo se constituindo em um fenômeno da vida, sempre despertou grande temor no ser humano, e esse sentimento se expressa na dificuldade de se lidar com a finitude, estando presente nas crenças, valores e visão de mundo que cada um traz consigo. Trata-se de um acontecimento pavoroso, um medo universal.4

A Tanatologia ou ciência da vida e da morte é uma ciência interdisciplinar. É uma palavra de origem grega, derivada de duas palavras: Tanathos, o deus da morte e logia, ciência ou estudo. É, portanto, a ciência da morte e do morrer. O conhecimento e uma prática holística são as bases do cuidado interdisciplinar desta área.5 Inicialmente a tanatologia preocupava-se com o doente terminal, aquele hospitalizado, depois passou a preocupar-se também com a família deste doente, com os profissionais da área de saúde e com todos aqueles que, de uma maneira, ou de outra, estejam relacionados com ele. 6

Hoje, a tanatologia estuda a representação da morte no psiquismo humano que envolve as reações ao luto, a rotina e as perdas diárias, isto é, as pequenas mortes, para que enfim, o homem entenda o que é chamado de “a perda maior”. Essa ciência é considerada tão antiga quanto a própria humanidade, pois o homem, destacando-se os filósofos antigos, sempre buscou desvendar os mistérios que envolvem o antes e o depois de sua existência.7

O estudo da tanatologia possibilitou um meio para resgatar o sentido da morte por meio da superação dos medos culturalmente instituídos propondo uma reflexão sobre o sentido da vida e o processo da morte e do morrer com dignidade. Para o ser humano, o ato de morrer, além de um fenômeno biológico natural, contém extrinsecamente uma dimensão simbólica, relacionada tanto a psicologia como as ciências sociais. Enquanto tal, a morte apresentou-se como uma manifestação impregnada de valores dependentes do contexto sócio-cultural e histórico em que se manifesta.

A morte como perda nos fala em primeiro lugar de um vínculo que se rompe, de forma irreversível.  Nesta representação de morte estão envolvidas duas pessoas: uma que é “perdida” e a outra que lamenta esta falta. Para a espécie humana, a morte está presente durante a vida toda e se faz acompanhar de ritos e desde o homem de Neanderthal são dadas sepulturas aos mortos. Não existe relato de praticamente nenhum grupo arcaico que abandone seus mortos ou que os abandone sem ritos.8,9

O luto é uma forma de purificar a impureza dos sobreviventes. Os rituais de morte buscam favorecer essa grande viagem, as orações facilitam a superação dos obstáculos, bem como servem de orientação aos mortos em sua peregrinação. Os rituais de luto sempre existiram, consistindo na manifestação mais aberta ou mais contida da tristeza. As interpretações atuais sobre a morte constituem parte da herança que as gerações anteriores, as antigas culturas nos legaram. Os rituais de morte eram cumpridos com manifestações de tristeza e dor, que eram aceitas pelos membros daquela comunidade. O maior temor era morrer repentinamente, anonimamente, sem as homenagens cabidas.8,10, 11

          Nos últimos anos, os modelos de cuidados da pessoa durante o processo de morrer mudaram drasticamente. A compreensão teórica do processo do luto trouxe mudanças fundamentais no paradigma de cuidar dessas pessoas.12

As pessoas morrem mais nos hospitais do que em casa, e nenhum outro profissional da saúde convive tão de perto e tão frequentemente com a morte do que o enfermeiro, pois é ele quem passa a maior parte do tempo com o indivíduo hospitalizado.13 No século atual, a maioria das pessoas não vêem seus parentes morrerem. A família fica afastada para não atrapalhar o trabalho dos enfermeiros, médicos e outros profissionais.

A morte não é mais considerada um fenômeno natural, muitas vezes é encarada como um fracasso ou imperícia, uma vez que a morte natural deu lugar à morte monitorada e às tentativas de reanimação. O triunfo da medicalização e o avanço tecnológico mantêm a doença e a morte com o seu tempo modificado, esse tempo se prolonga indefinidamente, servindo muitas vezes apenas para prolongar o sofrimento do paciente e da família. E pelo fato de o ser humano ser singular em um mundo plural, ele merece a atenção e o enfermeiro precisa estar alerta para não cair na ilusão de que o cuidado está atrelado apenas ao corpo, esquecendo que esse sujeito doente é possuidor de vontade, sentimentos e expectativas que não podem ser esquecidas.14 A morte fica despojada do caráter do processo vital, é sempre um assombro.

A relevância desse estudo se assenta em fornecer subsídios para um melhor preparo ao lidar com a questão da morte, proporcionando a valorização da humanização no cuidado de pessoas e pacientes com risco iminente de morte assim como também de seus familiares, através de ações de respeito e conforto.

Revisão de Literatura

Há algo que caracteriza o ser humano como tal e o diferencia dos animais, é a consciência da sua morte e finitude. Ele tem um nome, uma história, tem status de um pequeno deus em relação à natureza. Por outro lado, possui um corpo que sente dor, adoece, envelhece e morre.  O homem está bipartido: ao mesmo tempo em que sabe de sua originalidade e poder de criação, reconhece sua finitude de forma racional e consciente.8

Vive toda a sua existência com a morte presente em seus sonhos e fantasias. Durante toda a sua existência, o ser humano tenta driblar esse saber e age como se fosse imortal. Na verdade, o ser humano possui dois grandes medos: o medo da vida e o medo da morte. O medo da vida se vincula ao medo da realização, da individualização e, portanto, está propenso à destruição.8

Há muitas razões para se fugir de encarar a morte calmamente. Uma das mais importantes é que hoje em dia, morrer é triste demais sob vários aspectos, sobretudo é muito solitário, muito mecânico e desumano. A finitude refere-se aos aspectos clínicos da morte, o que denota o fim da vida, pela interrupção completa e definitiva das funções vitais.8

Estágios sobre a morte

Negação e isolamento: este estágio ocorre quando é dada a notícia e é influenciado pela forma como esta foi dada. Este mecanismo é mais no início do processo, e pode ser seguido de choque e torpor. Vem acompanhado da frase célebre: “Não pode ser comigo”.4 A ideia do isolamento das emoções é um fator que, além de exercer uma interferência negativa no tratamento do paciente, não alivia a angústia sentida pelo profissional que se defronta com uma pessoa prestes a morrer.14 A negação da morte é perceptível em todos os setores da sociedade, até mesmo entre os profissionais da saúde, que, na linguagem do dia-a-dia, comumente referem-se à mesma como óbito.16

Raiva: quando não é mais possível manter firme o primeiro estágio de negação, ele é substituído por sentimentos de raiva, revolta, ressentimento e inveja, acompanhados da frase: ”Por que eu?” Nesse momento, pode ser muito difícil o contato com o paciente, tornando as visitas penosas, despertando sentimentos de culpa na equipe e nos familiares.4

Barganha: é uma tentativa de adiamento da morte; tem de incluir um prêmio oferecido por bom comportamento. O paciente imita de certa forma a criança pequena que promete se comportar bem para ganhar um brinquedo. Psicologicamente, as promessas podem estar associadas a uma culpa recôndita.4

Depressão: ocorre quando o paciente em fase terminal não pode mais negar a sua doença, pode sobrevir um sentimento de perda, perda do corpo, das finanças, da família, do emprego, da capacidade de realizar certas atividades profissionais e de lazer. Trata-se de uma aflição inicial em que um paciente em fase terminal é obrigado a se submeter para se preparar para quando tiver que deixar esse mundo.4

Aceitação: estágio em que não sentirá depressão nem raiva quanto ao seu “destino”. Acontece com um paciente que teve tempo necessário, isto é, que não teve uma morte súbita e inesperada. Estará cansado e bastante fraco, na maioria dos casos. Não se pode confundir aceitação com um estágio de felicidade. É quase uma fuga de sentimentos. É como se tivesse cessado a luta. É o período em que a família também carece de ajuda, compreensão e apoio.4

Processo de Luto

O processo de luto por definição é um conjunto de reações de uma perda7. Refere-se a quatro fases:

Fase de choque: tem duração de algumas horas ou semanas e pode vir vinculada de manifestações de desespero ou de raiva. O indivíduo pode parecer desligado, ele não acredita no que está acontecendo, fica tenso e cheio de emoções intensas. A companhia de outras pessoas é muito importante nesse período.7

Fase de desejo e busca da figura perdida: pode durar também meses ou anos. Há um desejo da presença e busca pela pessoa que se foi. A pessoa fica atenta a quaisquer sinais ou ruídos, que podem confirmar esta fantasia de possível retorno. Procura relembrar momentos vividos, ver fotografias, reviver histórias que envolva a pessoa perdida.7

Fase de desorganização e desespero: uma profunda tristeza é sentida quando ocorre a constatação da perda definitiva. Pode haver a sensação de que nada mais tem valor, muitas vezes acompanhados do desejo de morte, pois a vida sem o outro não vale a pena. Nestes momentos o enlutado quer se desfazer de todos os pertences do morto, e ao mesmo tempo há uma tentativa de guardar todos os objetos que lembrem momentos felizes.7

Fase de alguma organização: se processa uma aceitação da perda definitiva e a constatação de que uma nova vida precisa ser começada. Embora se configure uma fase de novas buscas, a saudade e a tristeza podem retornar, retornando o processo de luto gradual e nunca totalmente concluído.7

Durante o processo de elaboração do luto pode ocorrer distúrbios na alimentação, no sono, nas atividades rotineiras. Um número grande de enlutados apresenta quadros somáticos e doenças depois do luto.

O tempo de luto é variável e em alguns casos podem durar anos. Pode-se dizer que em alguns casos o processo de luto nunca termina. Quanto maior o vínculo maior a energia necessária para o desligamento. Mortes inesperadas são bastante complicadas, pela sua característica de ruptura brusca, sem que pudesse haver nenhum preparo. 

A mutilação do corpo costuma ser um fator agravante, acarretando frequentemente revolta e desespero, esse fato torna a perda ainda mais dolorosa. No caso de doenças graves, em que houve um período longo de cuidados com o morto, é provável ocorrer outros sentimentos. Nestes casos pode ocorrer o que se chama de “luto antecipatório”.7

O processo de luto ocorre com a pessoa ainda viva e as pessoas envolvidas já esperam pelo acontecimento. O suicídio é uma das mortes mais difíceis de elaborar, pela forte culpa que desperta. Ativa a sensação de abandono e impotência em que fica. O enlutado além de lidar com a sua própria culpa, é frequentemente alvo de suspeita da sociedade como sendo o responsável pela morte do outro.7

Discussões

O amor pela vida resulta muitas vezes na negação e no medo daquilo que é certo – a morte. O fato de que todos nós vamos morrer é tão natural quanto o nascer e o crescer, porém a idéia de finitude provoca no ser humano a não aceitação desse episódio e o leva a lutar pelo sonho da imortalidade. Existe uma grande dificuldade do ser humano em geral, e particularmente do profissional de enfermagem em lidar com a morte. O medo é a resposta mais comum diante da morte. Nenhum ser humano está livre deste medo, e todos os outros medos que temos estão de alguma forma relacionada a ele.10,7

É sempre muito difícil a tarefa de comunicar a família ou ao paciente o seu real prognóstico quando se sabe que este não é o esperado. Principalmente quando o doente foi acometido “subitamente” por uma patologia sem perspectiva de cura e alta hospitalar.

Ao receber um paciente sob sua responsabilidade o enfermeiro faz de tudo para que este tenha seu estado de saúde recuperado. Quando se trata de alguma doença crônica principalmente em fase terminal, torna-se mais fácil para encarar e aceitar o processo de morte, porém quando a pessoa acometida levava seu curso de vida normal e de repente a surpresa, todos se surpreendem juntos. Tornando mais difícil o papel do enfermeiro que busca sempre se apoiar em fundamentos religiosos para melhor confortar o doente e a família.

Elizabeth Kübler-Ross4 em seu livro Sobre a Morte e o Morrer ressalta as fases vivenciadas por uma pessoa em seu processo de morte. Sendo que esses estágios podem ou não aparecer em ordem cronológica, e alguns indivíduos não os vivenciam todos, ou vivenciam o mesmo estágio por mais de uma vez.

A diferença básica entre as pessoas em geral e os profissionais da área de saúde, enfermeiros, médicos, psicólogos, é que na vida destes, a morte faz parte do cotidiano e pode se tornar sua companheira de trabalho diária7.

Segundo Kovács8, em seu livro Morte e desenvolvimento Humano o relacionamento do sobrevivente com o morto influencia no processo de luto. Relacionamentos carregados de hostilidade, ressentimento e mágoa são mais difíceis de serem elaborados.

O enfermeiro que luta sempre pela preservação da vida às vezes sente-se incapaz e frustrado quando não obtêm êxitos em suas tentativas.16 Portanto, deve se preparar para lidar com tudo isso, pois se trata de ocorrência muito comum no dia-a-dia do seu trabalho, para ajudar os outros ele precisa conhecer a reação psicológica da perda, saber identificar o luto normal e o patológico e entender a individualidade de cada um em reagir a esse acontecimento.

Existe uma grande falta de preparo das equipes de saúde no ambiente hospitalar, isso permite e explica o ambiente solitário e frio nas Unidades de Terapia Intensiva, onde muitas vezes os doentes terminais morrem sem a chance de dizerem uma palavra aos que amam e sem que estes lhes ofereçam qualquer conforto emocional, pois estão preparados para cuidar do corpo físico, procedimentos técnicos que são essenciais aos cuidados e prolongamento da vida. O homem desafia e tenta vencer a morte.10,7

A principal função do enfermeiro é de assistir o doente, promover a sua recuperação e ajudá-lo a fazer o que não tem condições de realizar só. Torna-se de fundamental importância a boa relação entre enfermeiro/paciente, pois muitas vezes esse profissional é a pessoa mais próxima do doente, que cuida de suas necessidades básicas e também simboliza o ele entre este e a família, tendo que lidar com os sentimentos dos parentes, as dúvidas e temores.

Promover o cuidado a pacientes terminais mantendo-os limpos, confortáveis e sem dor é uma das tarefas mais difíceis. Manter o equilíbrio próprio e promover o apoio emocional a outros constitui uma tarefa árdua. No curso de enfermagem são enfatizados esses aspectos técnicos e práticos, mas há pouca ênfase em questões ligadas à emoção.7

O enfermeiro é o primeiro profissional a lidar com a morte, a sentir a morte, uma vez que presta desde os mais simples aos mais complexos cuidados, principalmente quando o paciente se encontra em estágio final. Apesar da morte fazer parte das rotinas, todos desejam sempre que aconteça em outros plantões que não os seus. O sofrimento das pessoas da equipe de enfermagem se mascara pelo cumprimento de rotinas, a morte é uma evidência do nosso limite, da nossa mortalidade, da nossa condição humana.18

A luta contra a doença e a morte marca a carreira dos profissionais que se dedicam ao cuidar, e somam para sua experiência profissional e de vida, mas, é quase sempre encarado como algo novo que caracteriza um novo desafio. Paira sempre a dúvida se está ou não a cumprir o seu papel com qualidade e respeito, princípios que conferem significado à sua formação e atuação profissional.

Considerações finais

Durante o percurso de elaboração desse trabalho buscou-se compreender o comportamento dispensado pelos profissionais de enfermagem perante o processo de morte dos pacientes sob seus cuidados, baseados em análise de literaturas. Existe uma dificuldade presente em cada episódio relacionada ao despreparo para lidarem com esta situação, outrora pela sobrecarga de trabalho vivenciado por esses profissionais ou pela insegurança manifestada pela ansiedade em referir apoio e conforto a esses pacientes.

Trata-se de um assunto complexo que envolve muita sensibilidade e emoção o qual abre espaço para que cada pessoa reaja de uma forma diferente, portanto, não existe uma fórmula pré-estabelecida de comportamento. Ressaltamos então, não somente a importância do conhecimento teórico a respeito do assunto como a necessidade do envolvimento prático e a familiarização do profissional de enfermagem com o processo de morte. A esse, uma proximidade física e emocional. 

Referências

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2. Martins EL, Alves RN, GODOY SAF. Reações e sentimentos do profissional de enfermagem diante da morte. Rev Bras Enferm 1999; 52(1): 105-17.

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6. Sociedade de Tanatologia de Minas Gerais (SOTAMIG). O que é Tanatologia? Disponível em: Fonte: http://www.webartigosos.com/articles/33802/1/aspectos-historicos-e-culturais-da-morte-e-do-morrer/pagina1.html#ixzz1jdazafor.

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8. Kovács, MJ. (Org.). Morte e desenvolvimento humano. 3ª ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.

9. Morin, E. O homem e a morte. Lisboa, Publicações Europa-América, 1970.

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13. Oliveira EC et al. Percepções e sentimentos de acadêmicos de enfermagem sobre a morte e o processo de morrer. Rev Científica da FAMINAS. Caratinga. [2006]. Disponível em: < http://bibliotecadigital.unec.edu.br/ojs/index.php/unec01

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14. Monteiro ARM. Saúde mental como tema transversal no currículo de enfermagem. Rev Bras de Enferm, 2003, 56(4):420-423.

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16. Spíndola T, Macedo MCS. A morte no hospital e seu significado para os profissionais. Rev Bras Enferm. 1994 Dez; 47(2):108-17.

17. Costa JC, Lima RAG. Luto da equipe: revelações dos profissionais de enfermagem sobre o cuidado à criança/ adolescente no processo de morte e morrer. Rev Latino-am Enfermagem. 2005 Mar-Abril; 13(2):151-57.

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Autor: Dinamárcia Pereira Azevedo


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