Bullying no Cotidiano Escolar



         Na escola as torturas físicas e psicológicas sofridas pelo aluno que acaba se recolhendo e se intimidando pelos colegas que o tiram a paz por alguma diferença, seja física ou comportamental ( gordinhos, magrinhos,  muito comportados.) são chamadas pelo termo em inglês “bullying” que basicamente quer dizer amedrontar. O estudante é agredido de alguma forma por estar “fora dos padrões” dos grupos escolares,  seja verbalmente ou até fisicamente, causando verdadeiros transtornos ao agredido na maioria dos casos,para o resto de suas vidas, com marcas que levam a uma auto-imagem negativa, levando a depressão ou revolta. Geralmente as vítimas não se abrem buscando ajuda, e os sinais do sofrimento devem ser observados por pais e professores.

          O problema se agrava ainda mais com o uso da internet, que serve de continuação para o tormento através das redes sociais com ofensas anônimas ou não, aumentando ainda mais os constrangimentos em plena fase de desenvolvimento onde a criança e adolescente buscam ser aceitos para formação de sua auto-imagem e identidade. Com o bullying , este desenvolvimento fica seriamente prejudicado a quem o sofre, por outro lado quem o causa, busca justamente uma posição de “poder” para alimentar sua auto-imagem  visto que  este torna-se mais chamativo e engraçado.

           Passa-se por despercebido que este tipo de atitude é um tipo de violência, visto que afeta aspectos emocionais e físicos ao alvo das ofensas, geralmente acontece de  tudo passar por brincadeiras transitórias para os responsáveis que deveriam proteger suas crianças desta violência emocional.   Cada dia cresce mais em todo o mundo este  tipo de ``brincadeira``, causando quedas no rendimento escolar e futuras doenças causadas pelo estado emocional; dependendo da gravidade dos traumas, o futuro  suicídio pode ser encontrado como solução para o fim do sofrimento.

             Crianças e adolescentes, a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), são juridicamente considerados sujeitos de direitos e qualquer forma de violência viola esses direitos, como podemos observar o artigo 5º do ECA que dispõe: "Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais".  Esses direitos fundamentais estão definidos no artigo 227 da Constituição Federal de 1988 e regulamentados, como vimos, no ECA. Portanto Bullying pode gerar problemas para o agressor que poderá responder judicialmente sendo penalizado conforme determina o Estatuto, bem como a escola que não tomar providências também poderá ser processada.

         Sabemos que as escolas não vêm cumprindo com o dever de respeito aos direitos dos estudantes no que diz respeito a este artigo, seja por descaso ou falta de esclarecimento, pois é crescente o bullying nas escolas, crescente os traumas e problemas, por isso, mais do que nunca os pais devem atentar-se e basear-se nas leis para defesa dos seus filhos, é preciso reconhecer os sinais,reconhecendo e levando o caso para a escola  intervir quando não percebido pelos educadores, evitando o sofrimento de crianças e adolescentes que geralmente sofrem calados.

         Segundo especialistas sinais como resistência em ir a escola,quedas no rendimento escolar, perca de apetite e insônia, dores ao ir a escola,crises de choro ao voltar, são sinais que ajudam a identificar vítimas de bullying,  os pais devem estimular seus filhos a falarem do problema abertamente.Em alguns casos devem buscar ajuda profissional para melhor lidar com possíveis danos já causados à personalidade.

         Enquanto educadores, além da observação dos alunos é preciso a observação da própria conduta, visto que o professor torna-se espelho dos alunos que precisam reconhecer primeiramente nele as atitudes de respeito. O professor precisa observar brincadeiras desrespeitosas e intervir imediatamente evitando a expansão, o que caracteriza a situação abordada que acaba caracterizando violência com o outro, por se tratar de estar afetando o desenvolvimento natural da personalidade do outro marcada pela afetação do estado emocional. Atividades que abordem abertamente o tema como dinâmicas e vídeos devem ser executadas na sala de aula sempre promovendo o diálogo, pois apontar o culpado e vítima nunca será a solução, o que é preciso ser feito é um trabalho de esclarecimento através de diálogos e exposição de idéias.

            Os alunos devem ser bem informados quanto ao assunto, e a escola deve sempre deixar claro que tais comportamentos são inadmissíveis e passíveis de punições.Devendo contribuir na proteção de crianças e adolescentes como explicita o Estatuto da Criança e do Adolescente.Comportamentos de perseguição  não podem mais ser vistos pelos responsáveis destes estudantes como simples brincadeiras, Bullying é uma forma de violência que em caráter de urgência necessita ser combatida, muitas destas vítimas até conseguem se superar com o tempo, com apoio, força interior, porém, nem todos possuem as mesmas condições emocionais e físicas. Neste sentido, muitas destas vítimas alimentam em si, sentimentos de ódio por si e pelos outros.

            Proteger é garantir a liberdade,o respeito, a dignidade deste estudante que necessita de aceitação própria para desenvolver-se plenamente e tornar-se um cidadão de bem; a violência emocional deve ser combatida nas formas da lei, e nós educadores devemos fazer nosso papel de intervir quando necessário,de informar aos pais sobre o problema, visto que o mesmo ocorre também fora da escola, na internet, no bairro etc. Além de incluir o assunto como um tema transversal de ética nos conteúdos escolares, pois o aluno deve ir a escola para desenvolver-se plenamente.

          O Bullying fere a alma, e nós podemos e devemos ajudar a evitar que isso aconteça diante de nossos olhos, ajudando a proteger  nossos alunos para uma  sociedade futura com mais amor e respeito mútuo.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente. São Paulo: Cortez, 1990. CARRELI, Gabriela- BULLYING – Dor, solidão e medo, Matéria publicada na Revista Veja -16º Edição, 20 de abril de 2011 NOVA ESCOLA,  O que é Bullying? Criança e adolescente. Disponível em :http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/escola-o-que-e-bullying-610441.shtml acesso em 28 de abril de 11.


Autor: Priscila Lorang


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