A Família e suas vicissitudes



Por: Ueliton Santos de Andrade

É do conhecimento de muitos que a família tem sido nos últimos anos objeto de estudos dos cientistas, pois se entende que é neste espaço que acontece os maiores fatos que definem a personalidade dos sujeitos e a forma como a sociedade estará estruturada

Reis (2006, p. 99) “argumenta que ao mesmo tempo em que sob, alguns aspectos, a família, mantém inalterada, apresenta uma gama de mudanças”.  Algumas correntes ideológicas compreendem a família como um sistema fechado, e que assim deve permanecer, pois se entende que esta deve permanecer inalterável e que a sociedade que a corrompe. Outras pensam o contrário: “[...] a instituição familiar deve ser combatida, pois representa um entrave ao desenvolvimento social; é algo exclusivamente nocivo, é o local onde as neuroses são fabricadas e onde se exerce mais implacável dominação sobre as crianças e as mulheres (REIS, 2006, p. 99).

Destarte, percebe-se que a família tanto pode ser tornar agente que proporciona a formação de uma pessoa saudável como pode produzir o sujeito alienados e doentes. Ou seja, sabe-se que os padrões de comportamento nas famílias têm mudado ao longo dos anos de forma abrupta, pode se mencionar aqui, que a comunicação é um dos fatores que desencadeou este processo.

Sabe-se que antes da ascensão da televisão as famílias mantinham-se ligadas fraternalmente e de certa maneira isoladas de outros padrões de comportamento, predominava ali, a autoridade dos pais, todo afeto, aprendizado emanavam neste grupo fechado, e não era de forma alguma, contaminada por outros padrões de comportamento (TEIXEIRA; FROES e ZAGO, 2006).

No entanto, quando a televisão “entrou em cena’, a autoridade dos pais pouco a pouco vai sendo minada, pois o papel de educador passa e ser de responsabilidade dos meios de comunicação, que neste momento passa a ditar as regras do que é certo do que é considerado errado. Não demorou muito tempo e surge a internet, um a agente mais veloz que a televisão, onde se circula milhões de informações em tempo real, que produz mudanças bruscas na sociedade, pois além de seu poder de alcance não ter fronteiras, acabam alcançando todas as comunidades, classes e níveis de faixa etária,

Não se sabe dizer com segurança qual será o destino das famílias, pois os relacionamentos familiares têm sido muito fracos afetivamente, os papeis sociais tem sido invertida, a comunicação não flui de maneira normal, pois entre as pessoas agora existe a maquina, que passa a ditar as regras, os membros familiares não preocupam em manter o grupo coeso, passam a reproduzir a ideologia do capitalismo, ou seja, cada um responsável por si próprio, pela felicidade ou infelicidade, o vinculo afetivo não é mais constante.

Embora, por um lado as informações tenham ajudado o homem a dominar a natureza, produzir mais com menos esforço, se locomover sem grande perda de energia e de tempo, por outro lado a sai perdendo, pois o núcleo base da sociedade vem sofrendo com tamanhas mudanças, com as quais não tem tido tempo de se adaptarem, haja vista que se demoram gerações constituírem um grupo familiar saudável. Infelizmente a ver-se que a cada dia a sociedade tem ficado disfuncional, um desconexo; como se fosse um efeito dominó, perde a família, perdem os indivíduos que constituem esta família e perde a sociedade por inteiro.

Baseado no que foi exposto acima, espera-se que na mesma velocidade que o homem trabalhou para facilitar a sua comodidade, possa também desenvolver métodos que possam recuperar os danos causados a família, e ao criar novas tecnologias pensem por primeiro nas famílias, preservando assim de danos irreversíveis em sua estrutura.

 REFERÊNCIAS 

TEIXEIRA, Ana Tereza Jacinto; FROES, Rafael de Carvalho; ZAGO Elaine Cristina.  A comunicação e o relacionamento na família atual em virtude dos novos tempos. Disponível em: <http://www.facef.br/rec/ed01/ed01_art01.pdf>. Acesso em: 10 de out. de 2011

 REIS, José Roberto Tozoni. Família, emoção e ideologia. In: LANE, S. T. M & CODO, W. (Orgs). Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 2006. p. 99-124.


Autor: Ueliton Santos De Andrade


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