A Revolta de Felipe dos Santos ou Vila Rica



 

A descoberta de regiões abundantes em ouro no centro-sul do Brasil levou a Coroa portuguesa a buscar o maior lucro possível com a exploração da atividade mineradora, criando impostos extremamente altos e tomando drásticas medidas que pretendiam reduzir ao máximo o contrabando. Diante desta reflexão entendemos que já são bem conhecidas as razões que levaram o governo português a implantar estrutura administrativa e judicial separada para a região das Minas Gerais, no início do século XVIII.

 A manutenção da ordem pública e a gestão rotineira da concessão de direitos de lavra e da cobrança de impostos sobre a extração do ouro revelaram-se insuficientes e ineficazes quando centralizadas, primeiro na jurisdição de autoridades sediadas no Rio de Janeiro, depois na de São Paulo, à medida que crescia a população na região das minas e aumentava o volume da produção de ouro.A insatisfação da população em relação à política tributária da Coroa era muito grande, o que criava um clima de hostilidade na região e levava as tropas portuguesas a adotarem posturas de controle bastante agressivas. Além do povo, comerciários e ricos donos de minas também não concordavam com tal política tributária.

A Revolta Felipe dos Santos foi uma reação à política econômica da metrópole. As razões desse levante foram os sucessivos aumentos da opressão fiscal e administrativa da Coroa portuguesa. A Revolta de Felipe dos Santos, ou Revolta de Vila Rica, que se registrou em 1720, na região das Minas Gerais, é considerada como um movimento nativista pela historiografia em História do Brasil. Este levante teve inicio na noite de São Pedro 29 de Junho de 1720.

 

Nesta região, a elevada carestia de vida, os tributos cobrados com rigor pela Coroa portuguesa e a perspectiva da criação da Casa da Fundição e da Moeda para recolher o quinto real, causaram a indignação da população local contra as autoridades metropolitanas. As razões deste levantamento foram os sucessivos aumentos da opressão fiscal e administrativa da Coroa. A criação da Casa de Fundição trouxe consigo a proibição de circular na colônia com ouro em pó ou em pepitas.

 

O líder da rebelião Felipe dos Santos, um abastado fazendeiro Durante 20 dias, alguns revoltados ocuparam Vila Rica e exigiram o fim das casas de fundição. Após negociações com o governador da Capitania, Felipe dos Santos retirou-se da vila com a promessa da redução dos impostos. Mas o governador não cumpriu a promessa e mandou prender os implicados e queimar as suas casas. Os líderes foram deportados e Felipe dos Santos foi condenado à morte. Segundo alguns historiadores, o seu corpo teve parte espalhadas por toda a parte e sua cabeça foi pendurada em um poste.

A revolta ganhou peso quando os revoltosos praticamente tomaram a cidade de Vila Rica. Logo, o governador da região, Conde de Assumar, tentou negociar com os mesmos, acalmando-os e prometendo respostas às suas indignações. Uma das principais conseqüências desta revolta foi à criação da capitania de Minas Gerais, uma vez que a Coroa viu a necessidade de um maior controle administrativo sobre a região. Felipe dos Santos foi o primeiro líder nativista do país, mais tarde, o Brasil escolhe Tiradentes como seu herói nacional.

 

 

Bibliografia:

Coelho, José João Teixeira. Instrução, capítulos 14 ao 24; Souza, Laura de Mello e. Desclassificados do ouro. A pobreza mineira no século XVIII. Rio de Janeiro: Graal, 1982, especialmente capítulos 2

Vasconcelos, Diogo de. História antiga de Minas Gerais. Belo Horizonte: Itatiaia, 1999, quarta parte.

 


Autor: Elizana Souza Andrade


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