Avaliação do conhecimento sobre a doença e os cuidados necessários para uma melhor condição de vida dos pacientes portadores de diabetes mellitos




Jeanne Kelly Nascimento Souza

Luísa Oliveira Figueiredo

Tammy dos Santos Cruz MIguez

  

Apresentação

 

 O Diabetes Mellitos (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas. As conseqüências do DM, a longo prazo, incluem disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos (BRASIL, 2001).

Este projeto visa trabalhar com Diabetes Mellitos junto com Programa de Saúde da Família III Alda Barros de Lacerda, localizado no Bairro Santa Luzia da Cidade de Barreiras-BA, através de palestra que será realizada na sede da Pastoral da criança. E a seguir vamos verificar o nível de conhecimento adquirido por estes pacientes diabéticos.

            O diabetes Tipo I resulta primariamente da destruição das células beta pancreáticas e tem tendência à cetoacidose. Esse tipo ocorre em cerca de5 a10% dos diabéticos. Inclui casos decorrentes de doença auto-imune e aqueles nos quais a causa da destruição das células beta não é conhecida, dividindo-se em: imunomediado, idiopático (Brasil, 2001).

O diabetes Tipo II resulta, em geral, de graus variáveis de resistência à insulina e de deficiência relativa de secreção de insulina. O DM tipo 2 é, hoje, considerado parte da chamada síndrome plurimetabólica ou de resistência à insulina e ocorre em 90% dos pacientes diabéticos(Brasil, 2001).

A nossa finalidade e transmitir orientações necessárias, para os mesmos obterem uma vida mais saudável, especificamente com controle dos níveis glicêmicos, alimentação adequada e a pratica de exercício e o uso de medicações.

Este projeto de pesquisa se justifica pela importância de se entender alguns aspectos que caracterizam as co-morbidades e a necessidade de orientações concretas aos pacientes diabéticos, e então auxiliá-los a entender suas principais dificuldades com relação à doença e seu tratamento, atingindo assim, uma melhor condição de saúde.

Compreender o Diabetes Mellitos, as complicações habituais, identificando a importância do pâncreas, e da interação desse órgão com outros sistemas para o bom funcionamento do organismo é um fator importantíssimo, de modo à enfermagem poder vir a intervir nessa patologia e orientar os pacientes para uma melhor qualidade de vida.

 

Tema

 

DIABETES MELLITOS

 

Delimitação do tema

 

Avaliação do conhecimento sobre a doença e os cuidados necessários para uma melhor condição de vida dos pacientes portadores de Diabetes Mellitos.

 

Objetivos

 

Objetivo geral

 

Transmitir orientações necessárias aos pacientes diabéticos.

 

Objetivos específicos

 

Descrever a patologia;

Adequar às orientações fornecidas com a realidade e vivências dos participantes;

Avaliar a adesão dos pacientes ao tratamento;

Promover ação educativa;

 

Justificativa

 

O diabetes mellitus apresenta elevada prevalência na população mundial e, embora exista grande variação geográfica e racial, o acometimento maior na população idosa é uma constante (NETTO E BRITO, 2001).

Esta doença resulta em um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos (BRASIL, 2006).

O diabetes configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo (BRASIL, 2006).

Dessa forma, surge à necessidade de tentar esclarecer melhor sobre essa doença, seus sintomas e complicações. Nos acadêmicos de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras, iremos ministrar palestra educativa, com objetivo de mostrarmos a importância de se previr das complicações da doença, assim como, tomar as medicações, como fazer para controlar a glicemia capilar, como usar a insulina, orientações de como deve ser a alimentação do diabético, sinais de alarme para o diabético, a prática diária de exercícios físicos adequados às suas necessidades, para obterem uma melhor qualidade de vida.

Sensibilizaremos estes pacientes com uma linguagem clara e de fácil entendimento com objetivo dos mesmos terem realmente conhecimentos e saberem verdadeiramente como prevenir do diabetes.

Faz-se necessário as orientações no Programa de Saúde da Família III do bairro Santa Luzia para que os pacientes sejam beneficiados em todos os aspectos, como a prevenção da doença e melhor qualidade de vida.

Este projeto de pesquisa se justifica pela importância de transmitir informações sobre a patologia e a necessidade de orientações concretas aos pacientes diabéticos, e então auxiliá-los a entender suas principais dificuldades com relação à doença e seu tratamento, atingindo assim, uma melhor qualidade de vida. Desenvolvendo assim, um espaço para conversação, reflexão, conscientização sobre os conhecimentos dos pacientes diabéticos.

 

Revisão Bibliográfica

                                   

Guyton e Hall (2002) descrevem que diabetes Mellitos (DM) resulta na incapacidade do pâncreas em secretar insulina. É causada por degeneração ou inativação das células beta das ilhotas de Langherans. Em algumas pessoas diabéticas, em especial naqueles que apresentam os diabetes quando ainda muito jovem, a doença e causada por um dos genitores de células beta com tendência acentuada á degeneração. Em outras pessoas, aparecem anticorpos contra as células beta, causando sua destruição, o que representa exemplo de uma doença auto-imune. Em outras ainda, algumas vezes, podem aparecer anticorpo contra a própria insulina que a destroem antes que possa atuar em outras partes do corpo: a quantidade de insulina secretada pode esta inteiramente normal, mas ela nunca atinge o seu destino.

Netto e Brito (2001), relatam que:

 

As alterações decorrem principalmente, de predisposição hereditária, além dos fatores ambientais e hormonais, estilo de vida e das mudanças na composição corpórea. O envelhecimento, portanto, é um fator importante no desenvolvimento do (DM) e, com o aumento evidenciado na expectativa de vida do brasileiro, esta doença se tornara cada vez mais freqüente na pratica clinica diária.

 

Para Filho e Netto (2006), pacientes diabéticos têm risco para doença aterosclerótica duas a três vezes maiores do que não diabéticos. Estudos mostram que indivíduos com mais de 70 anos, as mulheres diabéticas tiveram risco 5,3 vezes maiores do que as não diabéticas a desenvolver Doença Arterial Coronariana DAC. Nos homem, esse risco foi somente 1,9 vezes maior. Como se pode apreciar por esse outro lado, as mulheres são mais suscetíveis as conseqüências dos diabetes mellitus do que os homens, podendo- se inferir que essa moléstia elimina as diferenças entre os sexos em relação à DAC.

           Freitas e Cançado (2006) relata que incidência do diabetes (DM) vem crescendo como conseqüência do aumento da população idosa, da urbanização e da industrialização, do aumento da obesidade e da inatividade física e do aumento de sobrevida dos diabéticos, principalmente. O termo DM se refere a um espectro de síndromes de distúrbios metabólico de carboidratos que são caracterizadas por hiperglicemia. As duas principais formas em importância clínica e em prevalência são de origem genética e são os DM do tipo 1 (DM 1) e do tipo 2 (DM 2 ).

O DM 1 é caracterizado pela destruição auto-imune celular das células das ilhotas pancreáticas, determinando deficiência de insulina. Em cerca de 90% dos pacientes são encontrados um ou mais anticorpos circulantes contra a insulina, marcadores dessa destruição, è a forma diagnosticada na infância e na adolescência, habitualmente devido a destruição auto-imune de células beta do tipo 1. Quando diagnosticado já apresenta cerca de 85% das células beta destruídas, com o controle lábil e tendência ao desenvolvimento de cetoacidose e coma. Requer doses diária de insulina para o seu tratamento. Embora possa ocorrer em qualquer idade é mais comum na infância e na adolescência, com diagnostico firmado, em geral, antes dos trinta anos. Constitui cerca de 15% de todos os casos de DM, mostrando tendência à cetoacidose (FREITAS E CANÇADO, 2006).         

Para Freitas e Cançado (2006), Frequentemente o DM 2 está associado à obesidade, especialmente víscero/abdominal, surgindo muitas vezes após o ganho de peso associado ao envelhecimento, caracterizado por menor tolerância à glicose.

A insulina e um hormônio peptídico secretado pelo pâncreas como respostas ao níveis de glicose na circulação. Após ser secretada a insulina vai para o fígado, onde promove o armazenamento da glicose como glicogênio e reduz a neoglicogênese, reduzindo a produção hepática de glicose. Na circulação geral a insulina se liga a receptores específicos, resultando no transporte de glicose na célula. Na insulino-resistência à diminuição da ação da insulina endógena em seus tecidos-alvo particularmente o fígado, músculos e tecido adiposo. Apesar de poder de origem genética, na maioria das vezes e decorrente de causas adquiridas como, por exemplo, adiposidade abdominal, obesidade e sedentarismo. Os idosos apresentam ao acúmulo de gordura abdominal, á obesidade, alem de reduzirem a sua atividade física, tendo em muitos casos história de maus hábitos alimentares por muitos anos. Essa insulino-resistência é compensada pelo o aumento de secreção de insulina fundamental para a manutenção dos níveis de glicoses normais. A evolução da doença leva à deficiência da produção de insulina, com conseqüente intolerância à glicose levando á hiperglicemia de jejum e ao estabelecimento do diagnostico de DM  FILHO E NETTO, 2006; FREITAS E CANÇADO, 2006).

          A síndrome de resistência insulínica afeta de forma adversa o metabolismo das lipoproteínas. Os portadores de SRI tem HDL-colesterol mais baixo, maiores níveis de triglicérides e partículas de LDL menores e mais densas. Essas LDL têm maior poder aterogênico, mesmo quando em presença de controle glicêmico,

determinando maior risco para o desenvolvimento de DCV. A hipertensão arterial e a obesidade são freqüentes acompanhantes do DM, podendo caracterizar a síndrome metabólica(FREITAS E CANÇADO, 2006).

Com o aumento da idade, mais insulina e requerida para manter a glicose normal, considerando-se a presença de adiposidade central, vida sedentária e, caracteristicamente, a presença de comorbidades que frequentemente exigem grande variedade de medicamentos, como, por exemplo, os corticóides. Idosos DM têm altas taxas de morte prematuras, incapacidade funcional e presentes de comorbidades como HA, doença arterial coronariana (DAC) e acidente vascular encefálico (AVE). Além disso, idosos com DM têm risco maior para o desenvolvimento de diversas síndromes geriátricas, tais como depressão, distúrbios cognitivos, incontinência urinária, quedas e dor persistente (FREITAS E CANÇADO, 2006).

Quando os níveis de glicose plasmática se tornam muito elevados ocorre diurese osmótica, podendo levar a desidratação, com poliúria, polidipsia e perda de peso. Com freqüência nos idosos há queixa de visão borrada, nem sempre valorizada, por conta das alterações visuais com nessa faixa etária. Infecções fúngicas e bacterianas podem ocorrer (FREITAS E CANÇADO, 2006).         

O DM exerce efeitos deletérios sob a circulação, levando ao longo do tempo ao aparecimento de complicações microvasculares, como retinopatia, nefropatia e neuropatia, e macrovasculares como doença arterial coronária, doença cerebrovascular e doença arterial periférica. A mortalidade determinada por essas complicações crônicas do DM representa o mais importante problema de saúde publica ligada à síndrome. A macroangiopatia e a nefropatia constituem os principais determinantes de morte entre os diabéticos. Ainda mais as complicações crônicas do DM como as lesões oftalmológicas e neurológicas, são causas de acentuada piora de qualidade de vida, gerando graus variáveis de incapacidade e invalidez (GOLDMAN E AUSIELO, 2005; FREITAS E CANÇADO, 2006 ).

Freitas e Cançado (2006) relata ainda que maioria das complicações microvasculares podem ser evitada, retardada e até mesmo revertida por meio de rígido controle glicêmico, com valores próximos a normalidade tanto em jejum como pós-prandial espelhados pela hemoglobina glicosilada também praticamente normal.         

O infarto do miocárdio e mais comum e tem pior prognostico no paciente diabético, devido a maior incidência de insuficiência cardíaca, infarto recorrente e arritmias (FREITAS E CANÇADO, 2006).

O DM também esta associado com maior risco de doença arterial periférica, podendo se manifestar como aneurisma aórtico, isquemia aguda dos membros ou gangrena de membros inferiores, levando a amputação (FREITAS E CANÇADO, 2006).

Freitas e Cançado (2006), fala que os pacientes diabéticos podem se beneficiar grandemente por meios de medidas preventivas. As recomendações consideram a avaliação e o manuseio dos fatores de risco e agressiva investigação para DAC oculta ou silenciosa, ocorrências mais freqüente entre os idosos.

A investigação de complicações microvasculares deve ser realizada anualmente e nos pacientes de alto risco o acompanhamento deve ser realizado com maior freqüência. A detenção e a instituição terapêutica precoce reduzem a morbidade e a mortalidade; inclusive com repercussões positivas na redução dos custos com a doença (FREITAS E CANÇADO, 2006).  

 

Metodologia

 

Este projeto será desenvolvido visando proporcionar no Programa de Saúde da Família III um espaço de informação e orientação do tema, no qual os pacientes diabéticos se situem pessoalmente, expressando suas dificuldades, resistências, dúvidas, anseios e opiniões, favorecendo a construção de um saber compartilhado.

Dessa forma, os pacientes serão convidados a participar de uma ação educativa, com o intuito de prestar esclarecimentos a respeito da diabetes.

A pesquisa é de cunho bibliográfico, exploratório que visa analisar a importância do conhecimento, enfocando o que é como ocorre à doença, a sua prevenção e alimentação. A execução do projeto contará com equipe de três acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras.

No entanto, faremos o uso de uma linguagem clara e objetiva, sem perder de vista o caráter científico.

Dentre as orientações serão abordados os seguintes questionamentos (o que é diabetes, como tomar as medicações, como se faz o controle da glicemia, como usar a insulina, como deve ser a alimentação do diabético, sinais de alarme para o diabético).

 

Resultados Esperados

 

Proporcionar aos pacientes diabéticos maior familiaridade com o tema descrito, utilizando a abordagem qualitativa. Com a finalidade de melhorar o nível de conhecimento desses, transmitindo-lhes orientações necessárias, com uma linguagem simples de fácil entendimento, para os mesmos obterem uma vida mais saudável, especificamente com controle dos níveis glicêmicos, alimentação adequada e a pratica de exercício e o uso de medicações.

Possibilitando também a concepção desses pacientes diabéticos como multiplicadores na forma de ampliar e apresentar o tema Diabetes Mellitos em outros ambientes.

 

Referências Bibliográficas

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Ações. Programáticas Estratégicas. Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitos: hipertensão arterial e diabetes mellitus / Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitos / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006.

 

FILHO, C. T. Eurico, NETTO P. Matheus. Geriatria fundamentos, clínica e terapêutica. 2º ed. São Paulo Atheneu, 2006.

 

FREITAS, V. Elizabete, CANÇADO, X. A. Flávio, DOLL, Johannes, GORZONI L. Milton. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro – RJ, 2006.

 

GOLDMAN, MD.Lee, AUSIELO, MD.Dennis Tratado de Medicina Interna. 22ª ed. Elsevier  Editora LTDA , Rio de Janeiro – RJ, 2005.

 

GUYTON, Artur C.; HALL, John E.: Tratado de Farmacologia Médica. 10ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro – RJ, 2002.

 

NETTINA, Sandra M.: Prática de Enfermagem. 7ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro – RJ, 2003.

 

NETTO, P. Matheus, BRITO, C. Frâncico. Urgências em Geriatria, epidemiologia, fisiopatologia, quadro clinico, controle terapêutico. 1º ed. São Paulo Atheneu, 2001.

          


Autor: Tammy Miguez


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