Código da Vinci - por que um "talvez" precisa ter valor de verdade?



 

Acabei de assistir ao “Código da Vinci” pela TV. Indignei-me. Por favor, considere aqui a minha humilde reflexão e desabafo, ao mesmo tempo, sobre uma das mais significativas formas de hipocrisia vista em um documentário em relação à Bíblia.

 

Já ouvi muitas opiniões científicas no meu meio acadêmico. Observei, criteriosamente, dados e estatísticas que me levaram a conclusões até inesperadas, fazendo-me reconhecer que precisava reavaliar minhas percepções de mundo sobre algum tema. Apesar disso, fui, várias vezes, vítima da impaciência e arrogância de pseudo-intelectuais que mal me interpretavam sem realmente considerarem as minhas ideias. Mas não guardo mágoas, apenas preocupações.

 

Diante dos temas a serem discutidos, muitas vezes eu me empolgava, outras, simplesmente os reconsiderava em minhas constantes observações. Assim, tenho que confessar, e não sou exclusivo nisto: a partir do momento em que dei valor ao real sentido do senso crítico, nunca desprezei uma opinião sequer, mesmo que não fosse científica; mesmo que nela não houvesse base de observação, classificação e comprovação; mesmo que fosse algo que tivesse como idéia a opinião surreal, evidenciada por um “talvez” e reforçada pela hipocrisia de que a verdade seja vista de forma vaga, como por exemplo, a que encontramos muitas vezes num bar da esquina, em uma conversa jogada fora, e também atualmente naquilo que se costumou chamar de “Código da Vinci”.

 

 

 

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Enquanto damos valor a hipóteses vagas e imprecisas, parece que nos autorizamos a gostar de opiniões sem base concreta e aí é que mora o perigo.”

 

 

or que “talvez”? Certa noite, sentado no sofá, nada de interessante passava na TV. Por acaso, sintonizei o canal 51, Discovery. Lá estava mais um documentário do Código da Vinci afirmando que Maria Madalena era uma “possível” prostituta. E se você pensa que essa afirmação veio por meio de fatos, se enganou. Comentaristas do documentário diziam:

 

“TALVEZ a falta de marido levasse Maria a ter uma conduta independente para poder sobreviver. E para não ser mais desvalorizada, muita gente PROVAVELMENTE tenha acreditado que mulheres como ela tinham desmaios freqüentes e assim era POSSÍVEL o povo entender essa reação como um ato demoníaco que deveria ser exorcizado. Vinham os religiosos e as curavam, e elas ficavam bem vistas no lugarejo. Diziam que isso era uma questão biológica e não religiosa. E assim os pesquisadores terminaram o discurso: sentenciando um relato bíblico por meio de hipóteses vagas.

 

 

Não sei se você percebeu, mas o que prevaleceu nesse documentário foram falas como: “provavelmente”, “possivelmente”, “acredita-se” e “talvez”. Essas palavras credenciam a presença de fatos? Dão autoridade para enxergarmos claramente os acontecimentos que eles tentaram reinterpretar? Veja: um rapaz beija no rosto de uma garota; eles TALVEZ sejam namorados! Mas são amantes, de fato? Dois garotos se abraçam; TALVEZ sejam homossexuais. Mas são? Tirou zero na prova de matemática; TALVEZ não seja inteligente. Mas será que posso afirmar isso?

 

Enquanto damos valor a hipóteses vagas e imprecisas, parece que nos autorizamos a gostar de opiniões sem base concreta e aí é que mora o perigo, pois nos acostumamos mal. Damo-nos autorização para pensar de forma vulgar e sem sentido,

 

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Ser inteligente não é querer ser do contra para mostrar que é diferente. Ser esperto é conhecer as duas faces da moeda com, no mínimo, interesse para ouvir.”

 

 

u seja, não baseados em fatos. O alarme do perigo está no ar: destruímos amizades com isso, além de nos destruir com a infelicidade de achar que ser intelectual é ser ficcional, um “Matrix” da vida!

 

 Não liga não, o Brasil está hoje no rank dos países cujo povo não sabe pensar de forma criteriosa. Quero fazer um convite sério para darmos fim a essa falsa aparência intelectual. Ser inteligente não é querer ser do contra para mostrar que é diferente. Ser esperto é conhecer as duas faces da moeda com, no mínimo, interesse para ouvir. Vimos que para estar no senso comum não é preciso muito esforço, não é? Mas ser realmente um crítico pensante é, em primeiríssimo lugar, ter um espírito de respeito ao que observamos; ter um espírito, acima de tudo, de investigação e experiência! Quanto ao Código da Vinci, questiono: por que o TALVEZ precisa ter valor de verdade? Convoco todos os que se dizem idealistas a fazerem uma reconsideração de valores para que a troca de conhecimento concreto, fruto de uma boa observação, tome o lugar da arrogância de acharmos que somos donos dos “fatos”.

 

Se por um lado alguém afirma que “Talvez” deva ter acontecido, por outro temos que reforçar a idéia de que o “talvez” é uma hipótese e não uma determinação. Nesse contexto, o “Código da Vinci” é apenas uma ilusão e não tem caráter científico. Terá? Por quê? Se isso for científico, onde estará a verdade dos fatos? Não gastam tempo no documentário em apresentar fatos, e sim, ilusões surreais. Aprendi em redação que “talvez” é hipotético e, sendo assim, a margem de interpretação é absurdamente grande! Isso deixa um raciocínio fechado? Só na cabeça de quem tem intenções de querer justificar-se na pobre convicção de que a Bíblia, por exemplo, não tenha valor algum. Terá sucesso alguém assim? Claro que não, e ao contrário deles, dê-me licença, eu justifico: Isso não é científico, para não dizer que seria uma atitude vulgar. No jogo das intenções, falar o contrário dá, geralmente, uma aparência de ser especial. E quem disse que “especial” terá sempre um significado positivo?! Se esse é o objetivo de quem admira esse código, alcançou-o, mas não me convenceu nas suas propostas!

 

 

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Se por um lado alguém afirma que ‘Talvez’ deva ter acontecido, por outro temos que reforçar a idéia de que o “talvez” é uma hipótese e não uma determinação.”

 

 

ntendamos uma coisa sem teimosia: a Bíblia é um livro de fé. E assim deve ser entendida, pois senão ela não seria a bíblia. Leiam a proposta dela pelo menos! Podem considerá-la até como um livro de história, mas saibam que não é o objetivo dela ser limitada a essa função. Se a Bíblia foi criada por homens, por anjos, pelos profetas, por historiadores etc., não podemos ao certo afirmar; o fato é que eu procuro usar aqui a prudência, pois não sou do time do “TALVEZ”. Mas convenhamos: nela, o critério da fé é o que deve prevalecer. E isso será então uma alienação? Só se limitarmos o ato de fé a uma religião. Mas fé e religião não são as mesmas coisas. Isso é fato! Não vou entregar o ouro do que é fé, contudo, mais do que conhecida, a fé deve ser praticada, sentida instantaneamente. Por isso, aos ateus vai uma palavra de consolo: li pelo menos três vezes a bíblia (quero ler muito mais ainda) e estudei-a de ponta a ponta para conhecê-la um pouco melhor dentro do critério de fé. Vi algo! Senti algo! Mas, caro ateu, tu que te julgas o maior dentre as evidências, leste ao menos uma vez a Bíblia nesse critério? Não?! E como queres julgar o que não conheces? Ou pensas que apenas a razão é suficiente para entendê-la? Pensas equivocadamente, pois a própria Bíblia diz como ela deve ser lida. Esqueceste de ler, portanto, o “manual”. Isso é o mínimo, para não dizer, o básico. E tu não admites que caíste no senso comum por fazer uma avaliação sem critério, limitando-se apenas a uma face da moeda: a tua!

 

 

 Um dos argumentos do “Código”, por exemplo, era que no quadro de Leonardo Da Vinci (“A Ceia”), aquele que estava com a cabeça reclinada sobre o peito de Jesus, não era João, e sim, Maria Madalena. Com isso, a acusação de que Jesus até mesmo teria tido um caso amoroso com ela foi exposto em um desses documentários. Nossa!!! Quanta convicção sobre o nada! A Bíblia não diz isso. Eles não devem ter lido nada! Mas se conhecem a história e não a aceitam, não têm autoridade para isso. Repito: não têm critérios embasados na própria Bíblia. Achei uma passagem interessante da Bíblia no livro de João, capítulo 13, versículo 25: “Então, aquele discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: Senhor, quem é?”(quem iria traí-lo). Com isso, o que você, caro leitor, entende por “AQUELE”? Isso se refere a uma mulher ou a um homem? Homem, não é? Ou você acha que esse “homem” era uma “Maria” disfarçada? Ridículo!! Mas há quem goste dessas análises não-científicas...

 

 

 

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Alienados são os que buscam a resposta do que aconteceu na Bíblia apenas pelo critério hipotético, apresentado num filme de um diretor que simplesmente achou que isso era a verdade e, assim, conquistou muitos “ingênuos”.

 

 

spere, não terminou. Vamos à cena do quadro do Leonardo da Vinci: o momento da ceia. Quem estava lá? Os discípulos de Jesus, incluindo João, certo? Vejamos o capítulo 21, versículos 20 e 24 do mesmo livro: “

 

Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus.(...). Este [João] é o discípulo que dá testemunho a respeito dessas coisas...”. O pronome “ESTE” indica a fala do próprio escritor (que era João). É uma questão de lógica! Portanto, de acordo com a Bíblia, a pessoa que estava reclinada sobre o peito de Jesus, na ceia, não era Maria, e sim João. O que esse “Código” pretende inventar mais? E já que todos nós sabemos agora quem estava reclinado no peito de Jesus, daqui a pouco vão sugerir que João era um... bom, deixa pra lá!

 

 

Ora, meu caro leitor, ao contrário de um “código” que restringe a verdade na miséria intelectual de um “talvez”, a Bíblia, por si mesma, no critério da fé­­­ - que não é racional - dá muito mais opção lógica para entendermos como ela funciona. Experimente! Mas alguém se preocupou em investigá-la assim? Para mim estão em falta com a Bíblia, e muito. Alienados são os que buscam a resposta do que aconteceu na Bíblia apenas pelo critério hipotético, apresentado num filme de um diretor que simplesmente achou que isso era a verdade e, assim, conquistou muitos “ingênuos”. Querem apenas uma oportunidade para colocar em dúvida o que se fala na Bíblia a fim de aumentar o seu próprio IBOPE, apenas isso. São aventureiros, não são pesquisadores. Desculpe-me, não curto ficar “viajando na maionese!” Qual o discurso que justifica a falta de conhecimento nesse grau, por parte desses pseudointelectuais? Pelo que entendo, conhecer é experimentar! Isso é maravilhoso! Mas foi isso que fizeram? Ou estão pelo menos dispostos a fazer isso? Não?! E por que diabos será que temos que dar tanto crédito quando um “talvez” é falado entre nós? Convençam-me do contrário, e então abdicarei do que é até mesmo racionalmente lógico na discussão até aqui proposta!!

 

Deixo claro aqui que sou um conhecedor da Bíblia, sim, creio em Deus e não sou burro - não preciso dizer que sou ateu para tentar me diferenciar das pessoas. Agora, basta eu gostar de um documentário vazio como esse “Código” que, naturalmente, serei classificado como um inocente de primeira qualidade no mundo cultural, porque os verdadeiros sábios têm pelo menos um bom conhecimento daquilo que mais criticam! Isso deveria ser o “abc” de quem se dispõe a argumentar sobre fatos e evidências. Atentai... a verdade não dependerá de um simples e básico “talvez”. Graças a Deus, e amém!

 

(SOUZA, wallas cabral de. 31.12.2007, 1h46 madrugada)

 


Autor: Wallas Cabral De Souza


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