DORMINDO NO DOMINGO



   Domingo de manhã. Dia universal do descanso, onde todos os trabalhadores, homens e mulheres, podem relaxar, depois de uma semana repleta de ônibus lotado, prazos inalcançáveis, chefe mal-humorado, enfim, as agruras de sempre. Pensava eu, que me encaixava nestas condições, pois eu tinha sofrido tudo isso e mais um pouco, triste engano. Olho o relógio, com os olhos cobertos pela neblina do sono, de primeira não enxergo as horas, os esfrego e contemplo o pequeno relógio de pulso, ainda são 8h! Me esparramo na cama, para curtir aquele restinho de manhã. Estava quase retornando ao mundo dos sonhos, foi quando, senti a cama tremer, seria apenas um sonho, ou pesadelo? Um ruído ensurdecedor entrava pela janela, era como a voz do demônio(nunca ouvi a voz do capeta, mas a voz que eu ouvia era tão assustadoramente horrível, que certamente não deixava nada a desejar ao Belzebu), o fim do mundo se abateu sobre a minha casa, a besta fera tinha chegado, pô, o mundo tinha que acabar justamente no domingo, melhor seria  acabar na segunda! Pulei da cama feito um veado (eu disse V E A D O, aquele animalzinho saltitante, e não viado), com o coração saindo pelas orelhas, corri para pegar o terço e fazer minhas últimas orações, porém percebi conforme fui ficando mais desperto, que não era o fim do mundo, nem tampouco aquela voz era do coisa-ruim, olhei pela janela e desejei que o mundo acabasse! Em frente a minha humilde maloca, um filho d$ #@¨!, havia ligado o som do carro na maior altura, ouvindo funk e outras músicas do gênero pornocarioquista. Aquele homem tinha me tirado o que eu tinha de mais sagrado, poder descansar no Domingo, puxei uma cadeira, e da janela do quarto, fiquei contemplando aquela, cena: o dono do carro e mais 4 amigos, tomando cerveja e dançando, estavam se divertindo as minhas custas, (se é que se pode chamar aquilo de divertimento), fiquei ali voyerizando, espiando, sem saber o que fazer, dormir não conseguiria, peguei o telefone, a polícia poderia me devolver um sono tranquilo, mas não, espere, olhei pela janela e vi uma viatura se aproximando, graças a Deus!!! Qual não foi a minha decepção quando percebi que os policiais eram amigos dos dançarinos! O que fazer, os meliantes tinha a escolta das autoridades,quem escoltaria meu sono? Não poderia agir com minhas próprias mãos, pois certamente apanharia feito o Maguila, decidi tomar um banho e me juntar aos festeiros, já que não poderia vencê-los, resolvi aprender a dançar, e tirando a música ruim, a cerveja até que tava bem gelada. CRÉU! CRÉU! CRÉU! CRÉU!!!!!!!!!!


Autor: Thiago Santos Guerreiro


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