O Preconceito Linguístico e os Problemas da Educação no Brasil



1. INTRODUÇÃO O presente artigo apresenta um fato que muito nos chama a atenção e que versa sobre a transição sócio-educacional em nosso país, e de que forma são tratados os assuntos atinentes à grande diversidade cultural existente, podendo ser percebida em sala de aula, no encontro direto de alunos oriundos das mais isoladas regiões do Brasil. Este trabalho refere-se especificamente às variações linguísticas que, em um passado não tão distante, eram vistas como formas irregulares do expressionismo verbal em relação ao que podemos chamar de Norma Culta de nossa Língua Portuguesa, e que hoje são estudadas cientificamente através da sociolinguística, visando uma adequação do referido fenômeno com a sociedade contemporânea, e isso, de forma a provocar no ser humano, atuante nas atividades escolares, um sentimento natural de aceitação e interação do meio, proporcionando a si, a busca do interesse histórico e cultural de nossas origens. Entretanto, a realidade é que, o propulsor de toda essa articulação educacional está centrado na figura do educador. Porém, constata-se ainda uma verdadeira falange destes nobres detentores do saber manifestando-se irracionalmente contra um fenômeno que muitos já defendem como “Valores da Terra”; a variação linguística. O fato tratado indaga uma situação veementemente imposta nos bancos escolares de nosso país, que atrasa o ensino e ceifa a sintonia do aluno em relação ao mundo em que vive; chamo atenção em particular para o Preconceito Linguístico e os problemas da Educação no Brasil. 2. JUSTIFICATIVA O referido trabalho abre um horizonte de indagações sobre as questões sócio-educacionais de nosso país, bem como as futuras perspectivas em relação a mudanças de comportamento por parte de nossos educadores, em relação à aceitação da diversidade cultural existente no Brasil que se manifesta de diferentes formas, dentre elas, pela expressão verbal, marco da comunicação entre os seres humanos. 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Incentivar mudanças nas atitudes dos profissionais educacionais, diante do acervo cultural pode fomentar mudanças positivas no que se refere aos procedimentos extra e intra-escolares, os quais se sobressairão a partir da atitude docente em relação às atitudes de linguagem do educando. 3.2 Objetivos Específicos Ø Esclarecer os profissionais da educação a deixarem de crer no erro de português e passarem a perceber sim, que na miscigenação das culturas existentes nas várias regiões do Brasil; Ø Possibilitar conhecimento aos educadores para que os mesmos reconheçam os fenômenos de variação e alteração linguística de maneira mais consistente; Ø Preconizar aos profissionais da educação que a nossa língua materna possui variações linguísticas a cada dia que passa e devido isso não tem como existir uma linguagem padrão entre os falantes das várias regiões do Brasil. 4. REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 O Preconceito Linguístico como Suscitador de Crises de Identidade Social e Cultural O preconceito linguístico existente em sala de aula afeta sensivelmente o crescimento da então criança-aluno, prejudicando o seu construto intelectual e erudito, em face de um comportamento introspectivo que a mesma passa a adquirir naturalmente no decorrer de sua existência como discente, provocando em seu bojo a perpetuação de uma característica social que o leva ao margeamento de sua vida como cidadão, frente à sociedade. Daí a aparecerem sintomas de fragilidade nos relacionamentos interpessoais na escola, até como bloqueador de crescimento intelectual. Porém, se utilizam inconscientemente de ações behavioristas ao corrigirem, sem quaisquer escrúpulos seus alunos, na mais tenra idade, quando, por induzido fruto de sua pequenina experiência de vida, e por estarem muitas vezes em situação etária em que expressam as primeiras reações psicopedagógicas, pronunciam frases ou palavras sem o formal contexto que exige a nossa “Norma Culta”, produzindo foneticamente uma ação dita incoerente, fruto muitas vezes da simplicidade de um seio familiar que não acesso à evolução educacional adequada, não se apercebendo também que, destes mesmos lares são muitas vezes oriundos. Educadores que já foram frágeis crianças, também sem respostas. Assim é que assevera o teórico da sociolinguística, Marcos Bagno: “tratar da língua é tratar de um tema político, já que também é tratar de seres humanos.” 2010, p. 24 Sendo um tema político, deve ser tratado com as versões possíveis das chamadas políticas públicas que, neste caso específico, serão as de Educação. Desse modo, então, veremos que seus resultados perpassam o caráter de informação e de formação de professores e de alunos. Não se devendo, no entanto, deixar de considerar as importantes facetas da atuação familiar. Marcos Bagno ainda considera que: "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre a língua e gramática normativa.” 2010, p. 32 O dinamismo da língua como expressividade idiomática, foi posto à margem do que se considera como vernáculo ou norma culta, elevada acima de todas as possibilidades de compreensão. A História das Vertentes Linguísticas se apresenta como redimidora dos valores que a população, pelos seus diversos falares, imprime ao idioma, à língua. A ideia é mostrar um estudo minucioso sobre os males da má interpretação de nossa cultura e da enorme influência que esta produziu, e ainda produz, como efeito retardatário do crescimento educacional. A própria cultura que originou no decorrer dos anais da história, tantas variações linguísticas, hoje, alicerça o preconceito em pobres e mal interpretadas tradições que desfazem a socialização comum, entres os jovens educandos. Uma cultura que se torna muitas vezes uma tradicional filosofia de vida, carregada de ideologias sem qualquer desenvolvimento, a partir de suas nobres, porém, flageladas raízes, o que fere linguisticamente falando, o entendimento de nossas variações de expressões que, devem ser tratadas e explicadas sem macular a sua fonte de origem. Originam-se do princípio de que o entendimento da diversidade linguística, bem como a sua aceitação desde a infância fortalecem o jovem cidadão dando a ele a impetuosidade do conhecimento de outros idiomas, o que gera comunicação saudável e sem complicações, além do bem estar social, sem a sua típica exclusão. A educação é o alicerce para a edificação intelectual e erudita do homem. Analisando as raízes culturais de nosso país e traçar um parâmetro entre as suas diversificações desde o “Achamento” até a ontemporaneidade, como profundos pensadores das relações atuais do ambiente escolar. A feitura deste material abre um horizonte de indagações sobre as questões sócio-educacionais de nosso país, bem como as futuras perspectivas em relação a mudanças de comportamento por parte de nossos educadores, em relação à aceitação da diversidade cultural existente no Brasil que se manifesta de diferentes formas, dentre elas, pela expressão verbal, marco da comunicação entre os seres humanos. 4.2 Mudanças Significativas na Realidade Educacional Por vezes se vê refletida na vida profissional do educador, as sequelas e traumas nele presentes pelas suas experiências enquanto educando. Assim, por uma atitude de reflexo sobre seus então comandados, faz-se evidente a transferência, para os seus alunos, de atos que ele sofrera. Os projetos de formação continuada, implantados e efetivados pelo governo, buscam dirimir ou solucionar problemas de ordem relacional, haja visto que o mais recente deles, visando à extinção do Bullying, trata sem maquiagens os fatos de coação e traumatização de jovens e adultos no âmbito escolar. Certamente, tais mudanças não se darão de imediato, mas já se pode perceber que há repúdio a certas atitudes que outrora eram vistas somente como casos de humor ou simples gozação por parte de quem se considera superior, inclusive linguisticamente, aos demais seres humanos. Há riquezas inumeráveis a serem descobertas, redescobertas e até divulgadas como a possibilidade de integração das diferenças para a formação de uma unidade mais real da cultura brasileira. O Brasil é, certamente, o país com maior variedade étnica e linguística das Américas. Isto não o torna pobre ou fraco, mas sim riquíssimo em nuances de ordem linguística e literária, pois as raízes da formação teórica tupiniquim são essencialmente orais. Nas universidades, não somente nos cursos de Letras, mas nos demais cursos da área pedagógica, já se tem trabalhado com mais ênfase essa questão da pluralidade cultural, tão importante desde sempre. Haverá uma unidade de ideologia, mas unidade linguística se faz somente de modo parcial, pois o contrário seria impossível, visto que há dezenas de contribuições de caráter étnico e, portanto, morfológico e fonético-fonológico para a formação da identidade linguística de nosso país. Segundo Lopes, (2002) um dos preconceitos mais forte numa sociedade de classes, é o que se instaura nos usos da linguagem, se o falante é um camponês, ou mora numa favela, se é analfabeto ou de baixo nível de escolaridade, é lógico que sua maneira de falar não será a mesma que das pessoas que se situam no ápice da pirâmide social. Sabemos que falar de preconceito linguístico e, apontar o preconceito social nas entre linhas do preconceito linguístico não é tarefa fácil, até porque o preconceito linguístico está arraigado na cultura desse país, e principalmente nas classes privilegiadas. Isso se deu por conta de herdamos o resultado de um drástico processo colonial, e que ainda não fomos capazes de nos libertar, ainda acreditamos que a língua “certa” e “bonita” é falada na Europa, ou melhor, em Portugal. E assim tratamos o português brasileiro, o português do engraxate, do vendedor de Apolo, da lavadeira e da cozinheira. Tratamos o português falado pela maioria da população de “atrasado”, “indecente” e “assassino”, adjetivos que mais tendem a subestimar e menosprezar a língua de uma nação inteira, e acima de tudo, revela um profundo preconceito social. Em geral, o preconceito linguístico é exercido pelas pessoas que ocupam as classes sociais dominantes, que tiveram acesso à educação formal e, portanto, à norma-padrão de prestígio. Assim, acreditam que seu modo de falar é mais “correto”, mais “formoso” que o das pessoas sem instrução formal ou com pouca escolarização. Na verdade, o preconceito linguístico é somente uma camuflagem para um intenso preconceito social: não é a língua da pessoa que é discriminada, mas a própria pessoa em sua identidade individual e social. Seguindo esse raciocínio, Bagno, (2005) diz, quanto menos prestigiado socialmente é um individuo, quanto mais baixo ele tiver na pirâmide das classes sociais, mais erros (e erros mais crassos) os membros das classes privilegiadas encontram na língua dele.” Quando falamos do preconceito linguístico e, sobretudo social, é porque percebemos o quanto o povo brasileiro é menosprezado acerca de sua fala, e alguns gramáticos fazem isso sem um mínimo de responsabilidade, e pior, sem conhecimento de causa, tratando a língua na maioria de suas gramáticas como homogênea e instrumento de uso apenas para pessoas cultas. (LIMA, 2002) Soares, (2005) relata que a escrita é um processo diferente da fala, embora essas duas habilidades humanas estejam estritamente articuladas. Fala, leitura e escrita são domínios do ser humano o qual conseguiu desenvolver uma linguagem mais sofisticada do que outros animais. Apesar de apresentarem-se vinculadas, o ato de escrever exige habilidades mais complexas do que o ato de ler e falar. mais uma vez se nega à cultura operária, desvalorizada em face de uma cultura letrada em função da qual se põe o processo de educação escolar. O que está por trás é mais do que um desconhecimento da cultura do adulto trabalhador. É sua desvalorização. O conjunto assimilado da experiência de vida e de trabalho de homens e mulheres adultos e excluídos da cultura letrada não é valorizada socialmente. (SOARES, 1995) Segundo Cagliari (2000), em nossa sociedade há uma tendência de se privilegiar o que conhecemos por “norma culta” ou “norma-padrão” da língua portuguesa com o intuito de discriminação social. Tal atitude leva a crer para a maioria da população, que somente poucos privilegiados que possuem profundo conhecimento da gramática e ortografia dominam efetivamente nossa língua, fazendo-lhes acreditar que, de modo geral, o brasileiro não sabe português. Esta crença ideológica faz com que as pessoas se sintam intimidadas e muitas vezes desmotivadas para a efetiva utilização da língua escrita desde o início de sua vida escolar e a acreditar muitas vezes que não sabem falar. Ainda para Cagliari, a mídia, os intelectuais, os gramáticos e até os mesmo professores de português contribuem para a continuidade do preconceito linguístico, uma vez que supervalorizam as regras gramaticais e menosprezam as falas espontâneas que nascem da comunicação entre as pessoas e está ligada à influência geográfica, social, cultural, etc. A gramática e ortografia são apenas uma tentativa de padronização da língua falada, e não ela em si mesma. A língua é viva e falada por seres humanos vivos; portanto, totalmente propensa e necessária a mudanças constantes, uma vez que estes seres também mudam. Não podemos afirmar que um brasileiro não sabe português simplesmente porque ele desconhece tais regras, uma vez que em sua própria fala ele já atribui às palavras a uma estrutura lógica e é por isso que ele entende o que outros falam e é entendido por estes. “Todo falante nativo de uma língua é um falante plenamente competente dessa língua, capaz de discernir intuitivamente gramaticalmente ou agramaticalmente de um enunciado, isto é, se um enunciado obedece ou não às regras de funcionamento da língua. Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna, assim como ninguém comete erros ao andar ou ao respirar. Só se erra naquilo que é aprendido, naquilo que constitui um saber secundário. A língua materna não é um saber desse tipo: ela é adquirida pela criança desde o útero, é absorvida junto com o leite materno”. (CAGLIARI, 2000) Se analisarmos a trajetória da língua portuguesa podemos observar que durante os tempos a gramática e a ortografia foram mudando e se adequando à população que delas fazem uso. A língua falada está em movimento constante mas a gramática é revista de tempos em tempos. Portanto, não é difícil que alguns de seus aspectos se tornem obsoletos em um determinado momento, e aceitos somente por convenção. O que hoje é considerado “erro” pode ser o “acerto” de amanhã, como já aconteceu no passado, haja visto o ciclo natural da língua. (LARAIA, 2006) Em um país de território continental como o Brasil com uma única língua oficial, seria praticamente impossível a padronização pelo menos do ponto de vista sonoro da linguagem. Um nordestino tem um sotaque diferente de um habitante da região Sul. Para eles, algumas letras têm diferentes fonemas, o que torna totalmente inviável a ideia de que em português se escreve como se fala. Isto se agrava do ponto de vista ortográfico pelo fato de possuirmos letras diferentes para fonemas iguais e vice-versa. Ainda para Laraia, nosso sistema ortográfico é ao mesmo tempo, um sistema de representação fonêmica, um sistema de representação morfofonêmica, um sistema com memória etimológica e um sistema que privilegia uma variedade dialetal em detrimento de outra. Para Bortoni-Ricardo (2006) se torna urgente uma atitude dos educadores na tentativa de se diminuir o preconceito linguístico. A população necessita sim, conhecer nossa gramática e ortografia, mas partindo de sua linguagem própria e conhecida com direção à “padronizada” e não esta como imposição e intimidação da linguagem verbal e usual muitas vezes distante destas regras e muito mais acessível aos brasileiros. Segundo Orlandi (1986) atualmente é indubitável a imbricada relação entre linguagem e sociedade, de tal forma que é inconcebível tratar da primeira sem se reportar à segunda. Entretanto, é oportuno consignar que esse entendimento é relativamente novo, haja vista ser um posicionamento dos linguístas atuais, os quais conferiram à Linguística um cunho transdisciplinar. Isso porque, cada pesquisador é produto do seu tempo, revelando as tendências e influências do seu meio social. O século XIX, por seu turno, é marcado pela Linguística Histórica, em que se procura mostrar que a mudança das línguas não depende da vontade dos homens, mas segue uma necessidade da própria língua, e tem uma regularidade, isto é, não se faz de qualquer jeito. Nesse período, não se fala mais em língua ideal, mas objetiva-se buscar a origem, em outros termos, o que há em comum entre as línguas. (Preti, 2003) O preconceito, qualquer que seja ele, é de um verdadeiro mau gosto. Mas não há, neste mundo, quem não tenha alguma ideia ou atitude preconceituosa. Porém, é uma virtude tentar se afastar o mais longe possível dessa praga, que, em alguns casos, é resultante da manipulação ideológica. Tenta desfazer a ideia preconceituosa de que somente quem fala de acordo com a Norma Culta é que fala a nossa língua. Afirma que o preconceito linguístico se baseia na crença de que só existe uma única língua portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogadas nos dicionários. (Bagno, 1999) 4.3 Constatações de Efeitos do Preconceito Linguístico Como observador das frequentes variações linguísticas e autoridade no que se refere aos ricos atributos da linguagem, Marcos Bagno considera: "A língua portuguesa apresenta uma unidade surpreendente" - o maior e mais sério dentre os outros mitos, por ser prejudicial à educação é não reconhecer que o português falado no Brasil é bem diversificado, mesmo a escola tentando impor a norma linguística como se ela fosse de fato comum a todos os brasileiros.” 2010, p. 47 As diferenças de status social em nosso país, explicam a existência do verdadeiro abismo linguístico entre os falantes das variedades não-padrão do português brasileiro que compõe a maior parte da população e os falantes da suposta variedade culta, em geral não muito bem definida, que é a língua ensinada na escola. Essa língua ganha dimensões que extrapolam os limites da casa e da escola. Entretanto, em contrapartida reduz-se aos dois limites citados. 5. METODOLOGIA O procedimento técnico que auxiliou na atividade de pesquisa bibliográfica foi uma pesquisa elucidando ao educador que as misturas culturais existentes em nosso país pode ser mostrada como um novo caminho de aprendizagem de nossa língua materna, isso se os educadores colaborarem para esse crescimento. Num segundo momento, tornou-se possível perceber que houve fomento de uma qualificação mais abrangente aos profissionais da educação para o reconhecimento das variações dialetais existentes em nosso país de maneira mais coerente. Assim, devem ser divulgados por meios de palestras, simpósios, televisão e outros meios de comunicação as variações linguísticas existentes a cada dia que passa aos nossos educadores de maneira que se torne menos confuso a eles o entendimento das variações linguísticas. Na sequência, as informações contidas nesta pesquisa bibliográfica servirá de ajuda para que possa emitir um parecer mais concreto referente ao assunto. Enquanto o método será de abordagem dedutiva, ou seja uma abordagem em que o tema pesquisado vai retratar as variações linguísticas em alguns países, mas principalmente no Brasil. 6. CONCLUSÃO Em face das considerações discorridas no transcurso desse trabalho pode-se concluir que a relação entre linguagem e sociedade está cada vez mais estreita, de maneira que uma interfere diretamente sobre a outra, notadamente no que concerne à variação linguística, fenômeno ínsito à linguagem humana, sujeito às transformações sociais, históricas e econômicas. Cumpre advertir que esse posicionamento é relativamente novo, já que teorias linguísticas de outrora consideravam a língua como uma entidade abstrata, dissociada de fatores externos, sendo estudada como um fim em si mesma, uma visão imanentista da língua. A Sociolinguística, ciência de cunho transdisciplinar, surgiu com o intuito de investigar a diversidade linguística, a partir da interferência de fatores externos à língua, tendo como objetivo precípuo desmitificar a ideia de homogeneidade da língua. Malgrado os avanços nas pesquisas linguísticas constata-se que a escola ainda insiste em priorizar o ensino da variedade tida como padrão, sem considerar as demais variedades, tampouco as situações reais de uso. O que necessitamos na educação brasileira é estabelecer um domínio de nossa própria cultura e tradição, entendê-la em sua diversidade, aceitá-la e estudá-la e por último, desenvolver o respeito mútuo por aqueles que iniciam as suas atividades escolares, mas que já estabelecem contato com a educação no seio familiar, trazendo de lá tantos e vícios e variações na língua. O referido trabalho possa ser mais uma parcela de auxílio na compreensão de todos os valores aqui mencionado. Portanto, conclui-se que o movimento de aprimoramento ético e moral de nossa sociedade tem que ter embasamento tão somente na educação, desde o seio familiar aos bancos escolares, com a valorização o ser humano, indivíduo etnicamente brasileiro, em plena etapa de sua jornada educacional. AGRADECIMENTOS Agradeço ao Msc. Ricardo Felipe de Souza Caramês professor da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, como também ao Msc. Raimundo Nonato de França Fonseca professor orientador da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso por ter me auxiliado na elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso. REFERÊNCIAS BAGNO, Marcos A., A Língua de Eulália, São Paulo: Contexto, 2005. BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1999. BORTONI-Ricardo, Stella Maris, Educação em Língua Materna – “a Sociolinguística em Sala de Aula”, São Paulo: Parábola, 2006. CAGLIARI, Luiz Carlos.,Alfabetização e Lingüística. 10.ed., São Paulo: Scipione, 2000. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 7.ed; São Paulo: Atlas, 2010. LARAIA, Roque de B., Cultura, Um Conceito Antropológico, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006. LIMA, E. S. Quando a criança não aprende a ler e a escrever. São Paulo: Sobradinho, 2002. LOPES, Fabio da Silva., Direito à Fala: a Questão do Preconceito Lingüístico. 2.ed., São Paulo: Insular, 2002. ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Linguística. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986. PRETI, Dino Fioravante, Sociolinguística – Os Níveis da Fala. SÃO PAULO: Editora Loyola, 2003. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1995.
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