Teologia Natura em Santo Tomás de Aquino



SANTO TOMÁS DE AQUINO

 

Período histórico a Idade Média, segunda corrente de pensamento a escolástica.

Tomás de Aquino nasceu no castelo de Roccasecca em 1225. Apesar da hostilidade de sua família, entrou na ordem dos dominicanos. De 1240 a 1256 foi discípulo de Alberto Magno. A seguir ensinou em Paris, na França e depois nas principais universidades da Europa (Colônia, Bolonha, Roma e Nápoles), como era costumeiro para os dominicanos. Escreveu muitas obras entre elas podemos citar dois ensaios filosóficos de grande valor: o De ente et essentia (sobre o ente e a essência) e o De regimine principum (sobre o governo dos príncipes). E a sua obra prima a Summa theologica (Suma teológica) entre os anos 1267 e 1273. Morreu em 1274 no mosteiro de Fossanova.

 

TEORIA DO CONHECIMENTO

TEOLOGIA NATURAL (DEUS)

 

Em Deus a essência e a existência coincidem; Deus tem o Ser de forma originária.

O Conhecimento da existência de Deus se dá de forma “a posteriori”, isto é, partindo dos efeitos do mundo. Este conhecimento não é “id cuius maius cogitari nequit” (“aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado”), mas sim “id quod superai omnes cogitationes nos trás” (“aquilo que supera todos os nossos pensamentos”).

Na ordem ontológica Deus é o primeiro, não na gnosiológica; isso significa que não se capta imediatamente, mas por via de interferência, a partir de seus efeitos no mundo. Como vimos acima para demonstrar a existência de Deus, partimos de entes do mundo para remontar a seu principio que é Deus.  

 

“De efeitos não proporcionais à causa não se pode ter desta uma cognição perfeita; todavia, de qualquer efeito podemos ter manifestamente a demonstração que a causa existe, conforme dissemos. E assim, dos efeitos de Deus se pode demonstrar que Deus existe. Embora, não se possa ter por meio deles um conhecimento perfeito da essência dele.” (REALE, p. 246)

 

Tomás prova a existência de Deus por cinco vias, a primeira demonstra Deus como Motor Imóvel, a segunda como Causa Primeira, a terceira como Ser Necessário, a quarta como Sumo Bem o maior grau de Perfeição, a quinta como Inteligência Providencial. Deus existe e pode ser provado por cinco vias:

  • Primeira via, do Motor Imóvel ou via do movimento

Tudo o que se move é movido é movido por algo ou por outro e que, portanto, para não terminar num regresso infinito que nada explicaria, é preciso admitir um Primum Movens (o Primeiro Motor ou Motor Imóvel), que não é movido por nada: A este dizemos que é Deus.

  • Segunda via, da Causa Primeira ou via da causalidade eficiente

Nenhuma coisa pode ser causa de si mesma, isso é muito provável, sendo assim deduz que deve existir uma Causa Primeira e não-causada, que produz e não é produzida, que é causa, mas não é causada. “Portanto,é preciso admitir uma primeira causa eficiente, que todos chamam de Deus”.

  • Terceira via, do Ser Necessário ou via da contingência

Partindo do principio de que o que pode não ser, um tempo não existia. Se, portanto, todas as coisas podem não ser (são contingentes), em dado momento nada existia na realidade. Porém, se isso for verdadeiro, também agora não existiria nada, a menos que exista alguma coisa de necessariamente existente. Portanto, nem tudo pode ser contingente, mas é preciso que haja algo necessário, a isso chamamos de Ser Necessário: Deus.

  • Quarta via, do Sumo Bem ou via dos graus de perfeição

É fato que nas coisas se encontra o bem, o verdadeiro, o nobre e outras perfeições em grau maior ou menor. Este grau maior ou menor se atribui pela aproximação daquilo que se tem com sumamente bom ou absoluto do grau de perfeição. Desta constatação empírica se deduz que existe uma suma perfeição, a partir das perfeições, existe algo que é absolutamente perfeito do qual os entes participam, sem que este seja partícipe, porque é fonte de tudo o que de algum modo existe. “Portanto, há algo que para todos os entes é causa do ser, da bondade, e de qualquer perfeição. E este chamamos Deus”.

  • Quinta via, do Supremo Ordenador ou via do finalismo

É perceptível que algumas coisas carecem de conhecimento, como os corpos naturais, agem em função de um fim. Estes alcançam seu fim por uma predisposição. Isso implica uma causa inteligente e finalizante. “Portanto, existe algum ser inteligente, a partir do qual todas as coisas naturais são ordenadas para um fim: e a este ser chamamos de Deus”.

 

 

REFERÊNCIAS

 

REALE, Giovanni & ANTISERI, Dario. História da filosofia: Patrística e Escolástica. 3ª ed. São Paulo: Paulinas, 2007.(Coleção filosofia, vol 2).

MONDIN, Battista. Curso de filosofia: [tradução do italiano, Benôni Lemos; revisãode João Bosco Lavor Medeiro]. 14ª ed. São Paulo: Paulinas, 2007.


Autor: Emanuel Anchieta Lacerda De Andrade


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