Cultura - Arma De Inserção Ao Mercado Japonês
Toda empresa que deseja atuar no mercado internacional deve estar atenta à cultura e à história do país onde se pretende inserir. Esses aspectos são a base do comportamento local, que influi diretamente em seu modo de compra e em sua mentalidade consumidora.
De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria e Keidanren, no mês de maio de 2002, a diferença cultural é o principal fator que impede o aumento das exportações brasileiras para o Japão. Para melhorar a relação comercial Brasil-Japão, é necessário compreender o funcionamento do mercado japonês e adaptar seus produtos ou serviços de forma satisfatória às exigências do mesmo.
O consumidor japonês é extremamente exigente. Ele tem consciência de que os produtos devem ter uma qualidade elevada. Além disso, o país tem se preocupado muito com as questões ambientais. Se o produto não está de acordo com a legislação em relação aos lixos e poluentes, o mercado japonês não o aceita.
O Japão é um país ainda mistificado pela cultura ocidental. Mesmo após as grandes mudanças ocorridas no país, por conseqüência da Segunda Guerra Mundial, os nipônicos ainda são vistos como uma sociedade rígida e conservadora.
A sociedade japonesa é dotada de particularidades que, aos olhos da cultura ocidental, podem parecer estranhas e desnecessárias. Seus valores são baseados em tradições, crenças e momentos históricos únicos, que afetam o seu discernimento e, conseqüentemente, sua visão enquanto mercado consumidor.
De fato há, atualmente, uma ramificação dessa sociedade que preza valores milenares como guias para o seu modo e estilo de vida. Mas o que os empreendedores devem notar é que o conceito de modernidade no Japão já ultrapassou, há muito, as barreiras da indústria e tecnologia. Os japoneses da nova geração possuem tantas qualidades e vícios quanto os jovens americanos ou brasileiros. Possuem os mesmos dilemas e preocupações relativos aos problemas da vida comum.
O povo japonês nem sempre se porta de maneira clara e objetiva, quando o observador não está habituado ao comportamento local. A correta interpretação destes hábitos e costumes pode, portanto, significar grande vantagem competitiva para o empreendedor brasileiro que visa o mercado japonês para iniciar ou expandir suas exportações.
Autor: Gustavo Guirlanda Ferrari
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