O Psicopata e o Crime



O portador de transtornos mentais existe - isto é um fato. E o que fazer com esta realidade? A sociedade convive anos com o psicopata e não percebe sua conduta delituosa, até o dia em que, após a prática, às vezes de vários crimes, ele é finalmente surpreendido e isso vai arremeter a todos os atos ilícitos por ele praticados e que passaram despercebidos.

E por que esta sociedade não o reconhece? Por que este tipo fascinante jamais é considerado suspeito? Não seria o normal suspeitar-se de alguém que parece perfeito demais? Não para a sociedade brasileira. Para esta, no perfil do criminoso, ainda se enquadra o jovem negro, oriundo das favelas ou da periferia, não alfabetizado ou com ensino fundamental incompleto, que apresenta comportamento agressivo ou as vezes simplesmente “ousado”.

A sociedade, seja no âmbito familiar, escolar ou social, surpreendida pelo fato de haver abrigado em seu meio um psicopata, exige do Estado urgência nas sanções legais. Para ela não interessam estudos a respeito da personalidade deste criminoso, saber se ele pode ou não ser recuperado – basta apenas que seja afastado de seu meio – definitivamente.

Vivemos hoje uma grande polêmica onde os hospitais psiquiátricos foram reduzidos apenas ao âmbito do judiciário, sendo substituídos pelas casas de convivência, e a saúde pública construiu sua "fábrica de zumbis” conhecida pela singela sigla CAPS (Centro de Apoio Psicossocial), para onde os portadores de doenças psicopatógicas, são levados quando chegam ao limite no convívio social, para serem carinhosamente “dopados” com altas doses de antidepressivos e similares.

Todos os dias deparamos com estes zumbis pelas ruas, moradia de muitos que não acham vagas nas casas de convivência ou não são aceitos nos abrigos e assim, vagando pelas ruas encontram muitas vezes oportunidades para a prática de crimes, sendo daí, tardiamente, remetidos ao sistema carcerário, o mesmo acontecendo aos que são medicados e retornam a família e que, em questão de segundos podem praticar violências contra um de seus membros.

No sistema carcerário nem todos os portadores de transtornos mentais se adaptam, muitos voltando a praticar crimes contra os próprios presos. Nos poucos manicômios judiciários, não apenas no Brasil, mas no mundo, eles vivem em condições subumanas que em nada se identificam com os tratamentos prescritos.

Enquanto não houver seriedade no trato com as políticas públicas, cessando o inegável desvio de verbas destinadas à saúde, não apenas os psicopatas, mas todos os portadores de transtornos psíquicos ou psicológicos permanecerão como “zumbis” assolando as ruas, as casas de convivência, os manicômios e as penitenciárias.

Este artigo é de autoria e responsabilidade de

Maria Aparecida Pinto Vasconcelos e Silva

(Cida vasconcelos para todos os amigos).


Autor: Maria Aparecida Pinto Vasconcelos E Silva


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