Assistência de enfermagem a pacientes com complicações do trato respiratório, internados em unidade de terapia intensiva



ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM COMPLICAÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA¹

 

                                                                                    Cínara Farias Bastos²

 

RESUMO

 

A insuficiência respiratória aguda é definida como uma incapacidade do sistema respiratório, em realizar a troca gasosa de forma adequada, afetando com isso o processo de ventilação e consequentemente perfusão. A respiração é essencial para a vida, qualquer distúrbio que aconteça no sistema respiratório pode vir a afetar todo o organismo, por tanto esse individuo é um paciente classificado com grave, necessitando de cuidados intensivos, sendo a UTI o local mais apropriado para a sua internação. O presente estudo foi elaborado com o objetivo de verificar a importância da assistência de enfermagem em unidade de terapia intensiva voltadas para pacientes com insuficiências respiratórias, mais especificamente averiguar as principais complicações resultantes de problemas respiratórios dos pacientes internados na UTI e os benefícios que a equipe de enfermagem pode ocasionar. A pesquisa baseou-se em um estudo de revisão bibliográfica com análise qualitativa Para o alcance dos objetivos deste estudo, o levantamento e revisão das publicações relacionadas ao tema, foram buscado em bancos de dados artigos indexados no Lilacs, Bireme,Scielo . Os objetivos traçados anteriormente foram alcançados.

 

Palavras chave: Assistência de Enfermagem; Unidade de Terapia Intensiva; Sistema Respiratório.

 

 

ABSTRAT

 

Acute respiratory failure is defined as an inability of the respiratory gas exchange to perform properly, thus affecting the process of ventilation and perfusion accordingly. Breathing is essential for life, any disorder that occurs in the respiratory system may eventually affect the whole body, therefore this individual is classified a patient with severe, requiring intensive care, the ICU is the most appropriate place for your stay . This study was undertaken in order to verify the importance of nursing care in the intensive care unit focused on patients with respiratory insufficiency, more specifically determine the major complications of respiratory patients in the ICU and the benefits that the team nursing can cause. The research was based on a literature review study of qualitative analysis to achieve the goals of this study, a survey and review of publications on the theme, were searched in databases articles indexed in LILACS, BIREME, SciELO. The objectives outlined above have been achieved.

 

Keywords: Nursing Care, Intensive Care Unit, Respiratory System.

 

_______________

¹ Artigo apresentado ao curso de pós graduação em Unidade de Terapia Intensiva.

² Enfermeira da Unidade de Terapia Intensiva neonatal do Hospital do Oeste.

 

 

INTRODUÇÃO

 

O processo de respiração é uma função básica dos seres humanos. Basicamente consiste na absorção pelo organismo de oxigênio, e eliminação do gás carbônico resultante. O sistema respiratório pode ser dividido em dois, onde diferencia de acordo com sua função: a parte da condução, que realiza o transporte dos gases, leva o oxigênio para a parte interior e extrai o gás carbônico, levando-o para a parte externa do sistema e a parte da respiração que é responsável pela troca gasosa (DANGÊLO; FATTINI apud GOMES, 2008).

O pulmão é um órgão responsável pelas trocas gasosas, onde é formada m cerca de 300 milhôes de alvéolos, onde ficam divididos em grupos de 15 a 20, ficando responsáveis pela hematose (BRUNNER; SUDDARTH apud GOMES, 2008).

A insuficiência respiratória aguda (IRpA)  não é uma doença, mas um distúrbios que pode ser provocado por vários motivos, um deles é o internamento em unidade de terapia intensiva, onde ocorre vários distúrbios de CO2 e O2 no sangue (WYNGAARD;SMITH apud GOMES, 2008).

A UTI é um ambiente destinado a receber pacientes graves, muitos deles necessitam de um suporte de vida avançado, a maioria possui mais de uma disfunção dos sistemas orgânicos, os tipo mais comuns de insuficiência orgânica em uma UTI, são as disfunções do aparelho cardíaco e respiratório (WYNGAARDEN e SMITH apud GOMES, 2008).

A assistência de enfermagem é baseada no cuidado, visando a recuperação do paciente, sendo preciso realizar investigações diagnosticas de enfermagem, de acordo com o estado clinico de saúde do cliente, evitando com isso complicações futuras (GOMES, 2008).

O presente estudo foi elaborado com o objetivo de verificar a importância da assistência de enfermagem em unidade de terapia intensiva voltadas para pacientes com insuficiências respiratórias, mais especificamente averiguar as principais complicações resultantes de problemas respiratórios dos pacientes internados na UTI e os benefícios que a equipe de enfermagem pode ocasionar.

 

DESENVOLVIMENTO

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

 

Principais complicações resultantes de problemas do sistema respiratório em pacientes internados em UTI

 Segundo Knobel apud Gomes (2008) a insuficiência respiratória aguda é definida como uma incapacidade do sistema respiratório, em realizar a troca gasosa de forma adequada, afetando com isso o processo de ventilação e consequentemente perfusão. 

Segundo Gomes (2008) a respiração é essencial para a vida, qualquer distúrbio que aconteça no sistema respiratório pode vir a afetar todo o organismo, por tanto esse individuo é um paciente classificado com grave, necessitando de cuidados intensivos, sendo a UTI o local mais apropriado para a sua internação

A internação de cliente na UTI precisa do estabelecimento de tratamento intensivo para sua pronta recuperação. O alcance desse objetivo só será atingido na vigência de uma assistencia adequado, sem falhas no decorrer do cuidado ao paciente, o que também se aplica ao atendimento de pacientes com problemas respiratórios (SILVA; PADILHA, 2001).

Cintra e Nishide apud Gomes (2008) a ventilação mecânica é um dos suportes de vida utilizados em unidades de terapia intensiva, essa ventilação pode ser invasiva ou não invasiva, podendo substituir de forma total ou parcialmente a atividade ventilatória do paciente.

A ventilação mecânica é uma forma de tratamento ventilatório artificial usadas em unidades de cuidados intensivos para promover a oxigenação e a ventilação do cliente que possui insuficiência respiratória de qualquer etiologia, podendo ser utilizada ate a melhora do quadro clinico (BARRETO et al. apud GOMES et al., 2010).

A ventilação mecânica é um suporte utilizado para os clientes durante uma doença respiratória aguda, não sendo considerado, nunca, como uma terapia curativa. A utilização da ventilação mecânica implica riscos próprios, devendo sua indicação ser criteriosa e prudente e sua aplicação cercada por cuidados especiais (CRESPO et al., 2000).

A ventilação mecânica é um método muito eficaz quando usada em paciente com insuficiência respiratória, desde que seja aplicada com técnica e recursos adequados. Entretanto quando utilizada de forma inadequada, com altos valores de suporte ventilatório sem real necessidade, ou uso de métodos não apropriados no momento, pode ocasionar vários efeitos adversos e complicações, podendo lesar ainda mais os pulmões com insuficiencia e aumentar com isso a morbimortlidade (DAVID et al. apud GOMES et al., 2010).

A utilização adequada da ventilação mecânica, por tempo adequado e o menos invasiva possível reduz bastante as complicações aos pacientes (DAVID et al. apud GOMES et al., 2010).

 

 

Benefícios da assistência de enfermagem para pacientes com complicações respiratórias

 

 

Quando uma pessoa possui um problema de saúde grave, doença que debilite seu organismo a ponto de deixá-lo sem condições mínimas para garantir sua sobrevivência a não ser com suporte intensivo que o ajude a recuperar seu estado de saúde, ou necessita realizar uma cirurgia de grande porte, este cliente deve ser internado em uma unidade de terapia intensiva (ARAÚJO et al., 2008).

Isso nos faz perceber a grande responsabilidade que se tem ao trabalhar numa UTI, uma vez que os serviços de terapia intensiva ocupam áreas hospitalares destinadas ao cuidado de clientes críticos, que precisam de cuidados complexos e especializados. Esses serviços têm o intuito de: concentrar recursos humanos e materiais para o atendimento de pacientes graves que exigem assistência constante, além da utilização de recursos tecnológicos adequados para a observação e monitorização contínua dos sinais vitais do paciente e para a intervenção em situações de descompensações (LEITE; VILA apud ARAÚJO et al., 2008).

A permanência em UTI é uma experiência assustadora e desumanizada, pois impede o cliente de perceber os limites de seu próprio corpo devido ao uso de vários equipamentos (HUDAK; GALLO apud ARAÚJO et al., 2008).

Para os profissionais da área de saúde, principalmente os enfermeiros, a comunicação com o cliente é considerada como um processo essencial para identificar os sinais, sintomas, problemas físicos que o paciente possa adquirir. Caso haja a impossibilidade deste profissional de comunicar-se com seu paciente dificulta o diagnóstico e a implementação de cuidados, podendo com isso identificar problemas equivocados, por todos os membros da equipe multidisciplinar, portanto, as ações desenvolvidas não alcançarão o resultado esperado (ARAÚJO et al., 2008).

Segundo Araújo et al. (2008) é extremamente importante a comunicação com o cliente e as formas com que ocorrem este processo fazem parte do cuidado integral prestados ao paciente pela equipe intensivista, uma vez que a internação na UTI de certa forma resulta em várias mudanças na qualidade de vida do cliente, principalmente se ele tiver que fazer uso de prótese respiratória, pois além dos medos que ele desenvolve frente à necessidade de submeter-se a tal procedimento, a impossibilidade da comunicação verbal é um aspecto que, em dúvida, aumenta o estresse do paciente e da equipe de saúde.

Quando a comunicação não ocorre de fato, a situação é mobilizadora de sentimentos que envolvem sensações de incapacidade, angústia, mecanismos de defesa, chegando ao ponto da equipe não se importarem mais com o que os clientes têm a dizer, fato este que afeta a assistência que deve ser prestada aos mesmos (ARAÚJO et al., 2008).

Segundo Araújo et al. (2008) é necessário que a equipe intensivista reduza o sofrimento causado ao paciente e para a família, para isso é fundamental que ocorra uma boa interação na comunicação entre os intensivistas e o paciente, tendo como objetivo final uma recuperação mais rápido do paciente.

Portanto, o pleno êxito da assistência na UTI dependerá da presença de recursos humanos, financeiros, de materiais e equipamentos, bem como da consignação de papéis de cada profissional envolvidos na assistência. Ressalta-se ainda a importância técnico científica dos profissionais e a necessidade de protocolos de atendimento, visando a padronização das ações a serem seguidas, como forma de facilitar a abordagem terapêutica. Estas características no seu conjunto é que possibilitarão um atendimento eficaz nas várias situações, dentre ela as complicações respiratórias (SILVA; PADILHA, 2001).

Tomar alguma decisão significa decidir, escolher, entre uma ou várias alternativas ou opções, com o intuito de conseguir o melhor resultado. Como definido por CIAMPONE (1991), o processo de tomada de decisão “envolve fenômenos tanto individuais como sociais, baseado em premissas de fatos e de valores, que inclui a escolha de um comportamento, dentre uma ou mais alternativas, com o intuito de aproximar se de algum objetivo almejado”. Já na área da enfermagem, observa se que o processo decisório não somente envolve a análise e escolha de alternativas disponíveis, como a do curso de ação que a pessoa deverá seguir de acordo com a estrutura em que se está inserido, que poderá modificar o percurso de tal decisão (SILVA; SANNA; NUNES, 2001).

Segundo Gomes (2008) a assistência de enfermagem abrange cuidados físicos, emocionais, psicológicos e espirituais, porem para que a equipe de enfermagem possa atender as esses requisitos é necessário ter subsídios práticos e teóricos, para uma assistência de qualidade.

A responsabilidade da monitorização ou vigília continua do cliente nas 24 horas é da equipe de enfermagem, pois é essa equipe que possui um contato maior com o paciente, principalmente quando estão submetidos a ventilação mecânica, com isso  é necessário que o enfermeiro tenha conhecimentos sobre as insuficiências respiratórios, ajudando no tratamento e consequentemente colaborando para a recuperação do cliente (GOMES, 2008).

A finalidade da assistência de enfermagem com pacientes portadores de insuficiências respiratórias é reduzir os índices de complicações, para que os objetivos traçados pelo enfermeiro sejam alcançados é necessário um bom desempenho de toda equipe, desenvolvendo ações com a intenção de prevenir danos (GOMES apud GOMES, 2008).

 

 

METODOLOGIA

 A pesquisa baseou-se em um estudo de revisão bibliográfica com análise qualitativa elaborada sobre: as principais complicações resultantes de problemas respiratórios dos pacientes internados na UTI e os benefícios que a equipe de enfermagem pode ocasionar. A pesquisa bibliográfica não é considerada apenas uma cópia de trabalhos já realizados, mas é uma nova interface ou abordagem que leva a várias conclusões ou vem a apoiar o que já foi elaborado (LAKATOS e MARCONI apud GOMES, 2010).

O estudo bibliográfico qualitativo é uma revisão organizada e crítica das literaturas especializadas mais interessantes publicadas a respeito de um determinado tema. (LOBIONDO e HABER apud GOMES, 2010).

A principal finalidade de uma revisão de literatura é criar a base sólida de um estudo. Sendo assim, é preciso proceder ao levantamento e revisão das fontes bibliográficas ou documentais que já foram publicados, para permitir maior aproximação com o tema (LOBIONDO e HABER apud GOMES, 2010).

Para o alcance dos objetivos deste estudo, o levantamento e revisão das publicações relacionadas ao tema, foram buscado em bancos de dados artigos indexados no Lilacs, Bireme,Scielo .Logo após, foi feita as leituras, releituras e de anotações pessoais daqueles conteúdos mais relacionado à temática, bem como artigos contendo os descritores: Assistência de enfermagem, unidade de terapia intensiva e sistema respiratório. Construindo assim o relatório final da pesquisa.

 

 

CONCLUSÃO

 A necessidade de melhorias na assistência de enfermagem é visível, visto que as mudanças tecnológicas na área da saúde vem aumentando, forçando com isso a busca por novos conhecimentos, com a finalidade de prestar uma assistência mais qualificada e evitado com isso risco de iatrogênias com o cliente.

O profissional que busca aperfeiçoamentos atua de forma mais segura e possui maior competência na sua atuação, pois esse despreparo teórico prático pode ocasionar erros, afetando todo tratamento do cliente.

Os objetivos traçados anteriormente foram alcançados, onde pode expor as principais conseqüências sofridas pelo pacientes com comprometimento do sistema respiratório, bem como os benefícios que a equipe de enfermagem pode provocar na recuperação do paciente.

Certamente que a implantação de protocolos, para guiar os profissionais na suas atividades diárias facilita a assistência prestada ao paciente, não podendo esquecer também que cada cliente possui suas particularidades, é necessário que haja também treinamentos de toda equipe para que melhores resultados na recuperação desse paciente internado em uma unidade de terapia intensiva.

 

 

REFERÊNCIAS

 ARAÚJO, F. G.; PINHEIRO, S. C.; RIBEIRO, F. P.; SANTOS, C. R. M.; TAVARES, R. S. 2008 Comunicação com paciente consciente usando prótese respiratória: uma interlocução na unidade de terapia. Disponível em: <http://189.75.118.67/CBCENF/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/I10403.E3.T2322.D3AP.pdf>. Acessado: 12 de dez. de 2011.

 

CRESPO, A. S.; GÓES, A.; VIANNA, A.; CARVALHO, A.;

FERNANDES, E. O.; VERAS, J.; CASTRO J. E.; FILGUEIRAS, N.; CARVALHO, P. R. A.; PLOTINIK, R.; VIEIRA, S. R. R. Indicações de Ventilação Mecânica Invasiva com pressão positiva, 2000. Disponível em: . Acessado: 13 de dez. de 2011.         

 

GOMES, T. R.V. Insuficiência Respiratória Aguda: uma proposta para assistência de enfermagem na UTI, 2008. Disponível em: . Acessado: 29 de nov. de 2011.

 

GOMES, A. R.; FREITAS, E. R.; ÁGUIA, T. P.; BRASILEIRO, M. E. Complicações no trato respiratório desenvolvidas por pacientes submetidos à Ventilação Mecânica na Unidade de Terapia Intensiva. Revista Eletrônica de enfermagem, 2010. Disponível em:

. Acessado: 12 de dez. de 2011.

 

SILVA, S. C.; PADILHA, K. G. Parada cardiorrespiratória na unidade de terapia intensiva: Considerações teóricas sobre os fatores relacionados às

Ocorrências iatrogênicas, 2001. Disponível em: <06http://189.75.118.67/CBCENF/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/I10403.E3.T2322.D3AP.pdf>. Acessado; 30 de nov. de 2011.

 

SILVA F. E.; SANNA M. C.; NUNES B. Tomada de decisão do enfermeiro frente a uma para cardiorrespiratória. Rev. Enf. UNISA 2001. Disponível em: . Acessado: 25 de nov. de 2011.

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Autor: Cinara Farias Bastos


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