Fatores e condições de trabalho que influenciam a tomada de decisão do gestor escolar de uma unidade de ensino.



AUTORA: RAILDA SILVIA REGINA DO CARMO SILVA 

BARRETOS/SP

2011

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar como uma Gestão Escolar Participativa pode ser um instrumento eficaz e eficiente na garantia de uma educação de Qualidade. Descreve o que é uma gestão participativa; quais os fatores que irão influenciar as tomadas de decisões; como a gestão escolar implica na criação de um ambiente participativo. Através do desenvolvimento do presente estudo, será possível observar como ocorreram mudanças significativas no modelo de gestão escolar no Brasil e como essas reformas influenciaram o movimento de democratizar a gestão escolar e aprimorar a qualidade educacional.

Introdução

O contexto educacional e a formação de gestores têm sido objeto de constante questionamento e estudos no campo educacional. De modo geral estes estudos abordam questões teórico pedagógicas, de interação entre gestores, docentes, alunos e funcionários. Trata-se de conceituar como a gestão participativa corrobora para o bom desempenho da unidade escolar no cumprimento de seus índices e metas.

A ênfase no modelo de gestão escolar democrática observada atualmente no Brasil, é coerente com as tendências mundiais em educação. É norteado pela preocupação quanto á eficácia escolar, ou seja, com a aprendizagem significativa dos alunos, de modo que conheçam o seu mundo, a si mesmos e tenham instrumentos adequados para enfrentarem os desafios da vida.

Maximiano (1995) destaca o Modelo de Gestão como uma ferramenta que se baseia em análises e experiências anteriores para elaborar métodos de como administrar, aplicando-os na organização mediante sua necessidade e adaptando-os à sua cultura e processos.

Ferreira (2006) situa a escola como uma "sociedade global", em que "o mundo do trabalho e das relações sociais exige novos conteúdos de formação, novas formas de organização e gestão da educação ressignificando o valor da formação e do trabalho dos profissionais da educação".

Diante dos fatos elencados, a proposta do nosso trabalho é demonstrar como o papel do gestor poderá fazer a diferença no contexto escolar, utilizando o modelo de gestão participativa como ferramenta de interação.

1.1Justificativa

Diante da necessidade de atualização e capacitação permanente de gestores face às transformações educacionais, políticas e sociais decorrentes do desenvolvimento e crescimento do país nas últimas décadas, tornou-se primordial fazer um estudo sobre o papel do Gestor no cotidiano escolar. . Diante desses fatores o nosso estudo será focado na figura do Diretor – Gestor, que é o líder do processo educativo desenvolvido na escola e que têm a sua organização subordinada às suas decisões, tanto as atividades administrativas, burocrática e pedagógica que certamente refletirá no aproveitamento dos alunos, no desempenho dos professores e funcionários.

1.2 Objetivos

A. Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo analisar e comparar as práticas de gestão democrática e participativa no âmbito de uma unidade escolar na cidade Barretos SP, no ano de 2011, identificando quais os elementos técnicos, pedagógicos e motivacionais que são utilizados para o alcance dos índices e metas da unidade escolar.

B. Objetivo específico

• Demonstrar que a capacitação e formação do gestor estão ligadas ao aprimoramento e constante acompanhamento do desempenho da unidade escolar.

• Demonstrar como uma gestão participativa traz benefícios a todos os envolvidos no contexto escolar, isto é, do ponto de vista pedagógico, organizacional e motivacional.

• Analisar as políticas organizacionais quanto à promoção de uma gestão democrática e participativa.

2. Gestão Participativa

A gestão participativa pode ser entendida como uma forma regular e significativa de envolvimento dos funcionários, de uma organização no seu processo decisório. Nas organizações democraticamente administradas – inclusive nas escolas – os funcionários são envolvidos no estabelecimento de metas e objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões no estabelecimento e manutenção de padrões de desempenho e na garantia de que sua organização está atendendo adequadamente ás necessidades do cliente.

O conceito de gestão participativa está associado ao trabalho de pessoas que agem em conjunto, isto é, porque o êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta dos seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um "todo" orientado por uma vontade coletiva. Nesse contexto a gestão participativa vai além dos murros da escola, pois envolve pais, alunos e representantes da comunidade.

Nesse sentido cabe ressaltar que a velha gestão tradicional, onde as decisões ocorriam somente na vertical já não tem mais espaço, ou seja, a gestão autoritária é uma prática que não cabe mais, pois não satisfaz as exigências de uma sociedade que almeja a igualdade e a justiça social.

Segundo Maranaldo (1989, p. 60), a Administração Participativa é o conjunto harmônico de sistemas, condições organizacionais e comportamentos gerenciais que provocam e incentivam a participação de todos no processo de administrar. Visando através dessa participação, o comprometimento com os resultados (eficiência, eficácia e qualidade) não deixando a organização apresentar desqualificação.

2.1 Gestão escolar e ambiente participativo

Não é uma prática comum nas escolas à participação no sentido dinâmico de Inter apoio e integração entre gestores e docentes. Cada um com suas responsabilidades distintas, o que acarreta trabalhos isolados. Se de um lado os gestores reclamam da não participação dos docentes, do outro lado à reclamação é a mesma e não será do dia para a noite que isso irá mudar. Quando isso ocorre fica evidente que a compreensão do significado de participação não está clara nem mesmo para o dirigente.

Segundo Luck (2000, cap.1e2), uma cultura não é mudada apenas por desejo: "faz se necessário o alargamento da consciência e da competência técnica".

Cabe aos responsáveis pela gestão escolar, promover a criação e sustentação de um ambiente propício à participação plena, no processo social escolar, dos seus profissionais, d alunos e de seus pais, uma vez que se entende que é essa participação que os mesmos desenvolvem consciência social crítica e sentido de cidadania.

Algumas ações especiais podem ser elaboradas para estimular a participação de todos, tais como:

• Criação de uma visão de conjunto associada à cooperação.

• Promoção de um clima de confiança.

• Valorização das capacidades e aptidões dos participantes.

• Associação de esforços, quebra de arestas, eliminação de divisões e integração de esforços.

• estabelecimento de demanda de trabalho centrada nas ideias e não nas pessoas.

•Assumir responsabilidades em conjunto.

3.. Conclusão

Diante dos dados citados verifica-se que o gestor escolar desenvolve uma função de "líder" administrativo e pedagógico da escola, ou seja, é o articulador, o agente propulsor do processo de organização e transformação escolar.

É importante destacar, o papel e a visão estratégica que o gestor deve desempenhar na administração escolar, além do senso ético, político e do entendimento da autonomia centrada na diversidade e nas diferentes culturas, na busca da superação e da diminuição das desigualdades sociais.

Assim a administração escolar precisa buscar um novo perfil, fugindo dos velhos paradigmas, propondo uma atuação descentralizada, autônoma e democrática, onde o trabalho em conjunto seja um referencial na busca da qualidade da aprendizagem e no alcance das metas, de forma participativa e envolvendo a comunidade escolar.

4. Referências Bibliográficas

MARANALDO, D. Estratégia para a competitividade. São Paulo: Produtivismo, 1989.

MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Além da Hierarquia – Como implantar estratégias participativas para administrar a empresa enxuta. São Paulo: Atlas, 1995.

Disponível em: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-gestao-participativa-como-modelo-de-gestao/44006/. Acesso: 11 sete 2011

LUCK, Heloisa, FREITAS, Katia Siqueira. A Escola Participativa. O Trabalho do Gestor Escolar, 4ªe. DP&A, Rio de Janeiro, 2000.

Secretaria de educação. A escola que faz a diferença, São Paulo: SE, 1997.

Disponível em: http://www.webartigosos.com/articles/5895/1/Gestao-Participativa/pagina1.html#ixzz1XfsScwiuidade. Acesso: 11sete 2011

LUCK, Heloísa. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto a Formação de seus Gestores. In: Em Aberto, Brasília, v. 17, n 72, fevereiro-junho 2000.


Autor: Railda Silvia Regina Do Carmo Silva


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