Terra que me criou



Por vezes sinto-me ignorado

pela terra que me criou

a pele da cara.

E como o pão nocturno

no coração estático da Primavera.

 

Estremeceria o silêncio

se a palavra ignorasse

um  rio espelhado

no ligeiro alto

de uma loucura profunda.

 

Há um espírito sem nome

na fantasmagórica claridade

dos antigos ignotos

que cegamente sonham

com a voz universal

possuida pelo ouro.

 

E levanta-se do alto

uma solidão tão pura

como o gelo criador.

 

A desconhecida noite

que se inapercebe

do mal, repousa

ao lado da forma

que domina a tristeza

e se desfaz em lágrimas

num desfiladeiro de carne.


Autor: Claudio Cordeiro


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