Documentário fotógrafos - nationalgeographic



Análise do Documentário Fotógrafos

* Heráclito Ney Suiter

* Cláudio Aparecido Zunta

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* Acadêmico do 2º período de Comunicação Social-Jornalismo do centro Universitário UnirG;

** Professor da disciplina Elementos de Fotojornalismo da UnirG.

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            Este trabalho tem por objetivo servir de avaliação complementar da P1 relativa a disciplina Elementos de Fotojornalismo do curso de Comunicação Social – Jornalismo do centro Universitário UnirG, ministrada pelo Professor mestrando Cláudio Aparecido Zunta.

            A abordagem apresentada no presente trabalho trata-se de apontamentos sobre o vídeo-documentário de 56 minutos produzido pela National Geographic em 1995, denominado Fotógrafos (título original em inglês, The Photographers).

            Os protagonistas do documentário são os principais fotógrafos da National Geographic Society com sede em Washington, D.C, E.U.A.. Alguns aspectos ficam evidenciados no documentário como a liberdade dada a visão dos profissionais de fotografia, os desafios enfrentados para captar boas e expressivas imagens que abrange desde os desafios naturais que os fotógrafos tem de passar para registrar uma boa imagem, curto espaço de tempo para cumprimento de pauta e/ou projeto e entraves burocráticos.

            O vídeo não esclarece muito sobre técnicas fotográficas e pelo ano de sua produção, os equipamentos eram analógicos, o que embora dificultasse bastante o trabalho, necessitava de profissionais extremamente qualificados nas técnicas básicas de fotografia. O que me agradou bastante no vídeo foram as definições dadas ao que se denomina uma boa fotografia e o ato de fotografar:

- Os momentos fotográficos são únicos;

- Fotografia é conhecimento transmitido através de fotos, pois a mente precisa ver para crer;

- Fotografia é um misto entre realidade e sonho;

- Os momentos de dificuldades podem se tornar grandes oportunidades para os fotógrafos;

- Uma boa foto tem que ter precisão e clareza, dizer algo, passar uma mensagem;

- O foto-documentarista deve penetrar na vida do elemento fotografado, ele deve conhecer o objeto a ser fotografado, ter uma certa intimidade com o que se vai fotografar;

- Os observadores devem se envolver com o registro fotográfico e cada fotografia deve contar uma história única, tudo ao gosto do fotografo;

- Uma foto pode fazer diferença na vida das pessoas, quebrar barreiras culturais, é a eternização de momentos únicos devendo ser honesta e precisa.

            Dos trabalhos apresentados no documentário dou destaque a três em particular: A Menina Afegã de Steve McCurry, a foto oceânica do cardume de barracudas registrada por David Doubilet e a não menos famoso registro do encontro de Jane Goodall com o chimpanzé feito por Michael Nichols.

            Todas as três fotos contaram com uma percepção muito acurada dos seus autores, e se vê presente todas às definições que elencamos acima. A foto oceânica de Doubilet me despertou atenção pela habilidade do fotógrafo em um ambiente que oferecia grandes dificuldades, um registro debaixo das profundas águas oceânicas com equipamentos considerados rudimentares para nossa atualidade.

            A foto de Nichols denota uma sensibilidade impar do profissional, ele de fato mergulhou de cabeça no momento em que registrou o encontro entre a renomada antropóloga britânica e o chimpanzé; já sobre o trabalho de McCurry, achei bastante oportunista, ele soube aproveitar um momento em que o tema se tratava de uma polêmica mundial, os campos de refugiados no Afeganistão, e a imagem de uma menina com um olhar belo e expressivo acabou movimentando a temática em âmbito internacional.

            Com relação à premiada foto da menina afegã, tenho uma observação que talvez tenha passado despercebido por muitos, achei a postura de McCurry, oportunista em excesso, talvez até mesmo antiética. Imagine o risco de vida que a personagem passou ao ser fotografada sem a burca, um tabu na comunidade Islâmica passível de pena de morte por apedrejamento. Talvez a busca desesperada por anos da menina, tenha sido uma dor na consciência do fotógrafo e no desespero de se ter a consciência limpa de que a mesma ainda estava viva.      

 

    

 

 

  

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Autor: Heráclito Ney Suiter


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