O melhor natal de nossas vidas



O melhor Natal de nossas vidas

 

            É 25 de dezembro de 2008, Natal! A família toda saiu para assistir a Missa do Galo. Ela não quis sair. Preferiu ficar em casa e acessar a Internet para encontrar o namorado virtual.

            Logo em seguida, ele acessa o Messenger e ficam a conversar. A família dele, mãe, tia e primos saíram também para ir ao culto. Ele conta que a ceia dele é uma lingüiça que ele mesmo preparou e uma garrafa de vinho. Ela fica meio sem graça com a mesa posta atrás dela e as guloseimas natalinas. Ele se desculpa por não ter enviado presente, bem gostaria de tê-la presenteado, mas, desempregado e sem dinheiro, o que pode fazer foi um poema, na verdade, um acróstico com o nome dela.

            Ela se emociona, diz que tanto faz, presentes não dizem nada. Adorou a poesia. Ele reforça que não faz poemas de amor, que aquele é uma exceção. Ela ri, enternecida.

            Conversam e ele diz para ela olhar o Orkut dele. Lá estão fotos da cidade onde ele mora. Uma a uma, ele ciceroneia. Vai falando como um guia turístico. Para cada uma, há sempre algum fato pitoresco, uma história para contar. Ela está feliz demais. Passam a noite até à madrugada num diálogo íntimo, cheio de cumplicidade, de trocas de palavras amorosas.

            Ele pergunta se ela não está arrependida de não ter saído com a família, de estar em outro lugar. Ela, apaixonada, garante mais uma vez que o melhor lugar do mundo é aquele onde se encontram.

            Os anos correram. Hoje ele tem emprego, carro e dinheiro. A mesa de Natal se encontra posta, árvore enfeitada, velas, luzes, cheiro de pinheiro no ar. Os presentes sob a árvore dizem que os anos de contenção de despesas já passaram.

            Ela está sozinha relembrando daquela noite anos atrás. Ele saiu para ir a uma festa com colegas de trabalho.

            Enquanto folheia as páginas do livro, ouve o barulho do carro chegando. Nem levanta a cabeça para esconder a lágrima teimosa que insiste em rolar pela face.

            - Já voltou... A festa não estava boa?

            - A festa? Ah, sim, a festa estava até bem boa.

            Levanta-lhe o queixo, com os olhos escuros mergulhando nos olhos verdes dela, acesos pelas lágrimas contidas.

            - O melhor lugar do mundo, é este: Onde estamos nós dois.

            Ela sorri, aliviada.

            Papai Noel existe!


Autor: Lucia Czer


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