Leitura e escrita nas classes de educação do campo



Leitura e escrita nas classes de educação do campo

                                                                                             

Ronildo Alves Porto

 

Faculdade Internacional de Curitiba, curso pedagogia, ead, polo presencial, Manoel Vitorino-Ba, Brasil.

 

 

RESUMO: Este estudo teve como objeto esperar o caminho para o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita formação do leitor necessário fazendo com que o educando construa novos conceitos e compreenda o uso social da leitura e da escrita. Partiu-se da problemática da melhoria do quadro e superação das dificuldades na leitura e escrita nas classes das escolas rurais do município de Manoel Vitorino-BA, observadas por meio de práticas didáticas fora do contexto cultural dos alunos. Para compreender o objeto foram estudas as teorias da psicogênese da língua escrita de Emilia Ferreiro, As Diretrizes pra Educação no Campo, Os Parâmetros Curriculares Nacionais de língua Portuguesa. Igualmente importantes foram os estudos bibliográficos sobre a leitura e escrita, trazendo suas definições, seus princípios norteadores. Seguindo com a análise dos mesmos no contexto educacional, enfocando nas classes da educação no campo, apontando-os como ferramentas eficientes para o processo de ensino-aprendizagem, bem como para o desenvolvimento integral e das habilidades da leitura e escrita. O estudo traz também uma pesquisa de campo, realizada com todas as professoras das escolas rurais, com o objetivo de analisar como elas avaliam o aprendizado e o ensino da leitura e da escrita na prática do ensino de tais habilidades. Os resultados foram satisfatórios em partes, quando as professoras mostram reconhecer a importância do processo de mudança da prática e o desejo de aprender a aprender e aprender a fazer no ato do planejamento e da pesquisa.

 

Palavras-chaves: Leitura, escrita, educação, Escolas do campo, habilidades, diversidades, textos.

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

A aprendizagem significativa e a qualidade da educação é um compromisso da escola que vive no meio das diversidades. O contexto educacional brasileiro é mercado pela diversidade cultural e a educação no campo é uma dessas realidades em que observamos a dificuldade do trabalho com a leitura e a escrita com essas crianças que possui realidades diferentes dos alunos da cidade.

Com a preocupação de desenvolver habilidades de leitura e escrita e prestar uma assistência especial à realidade da educação no campo, principalmente na aprendizagem da leitura, buscou-se desenvolver um trabalho com as classes multisseriadas do município de Manoel Vitorino-BA.

A contribuição da pesquisa para a formação do professor é necessário e importante, pois dessa maneira podemos foram desenvolvidas habilidades no trabalho em equipe, onde analisamos e discutimos o progresso das crianças quanto ao desenvolvimento durante as atividades do projeto feito juntamente com professores, além de observarmos os fracassos e sucessos dos alunos e utilizar e ação do replanejamento de acordo com as necessidades dos alunos.

Para elaboração deste trabalho forma utilizado à pesquisa bibliográfica, descritiva e exploratória, onde se analisou renomados teóricos, documentos que rege o sistema de ensino no país, com as Diretrizes Nacionais Para Educação no Campo, a LBRN 9394/96, os PCNs e relatos da experiência de guerreiros mestres que são atores e agentes transformadores na prática docente das escolas rurais.

A educação é uma prática de liberdade, sendo assim na pratica da educação no campo é necessário que seja respeitada as diversidades encontradas e o ritmo de cada aluno, pois cada um possui a sua particularidade e individualidade, além do tempo certo pra aprender. Na aquisição da leitura e escrita se observou que muitas crianças apresentam dificuldades devido à carência do currículo que em muitas das vezes não são levados em consideração à realidade local, desobedecendo assim as Diretrizes Nacionais que rege a educação.

 O que se pretende é que seja construída uma proposta pedagógica que respeite as diferenças culturais e que sejam aplicadas metodologias adequadas ao contexto de cada comunidade. Pois a realidade do campo é diferente da cidade, assim temos como exemplo: as diferenças das crianças da cidade que vêm arrumadinhas, limpinhas, calçadas sapatos, alimentadas, escolas próximas a sua casa. Enquanto as rurais ajudam os pais no trabalho do campo, andam de seis a sete quilômetros para chegarem à escola, chegam à escola com fome, pois não se alimentam direito, não tem tempo para os joguinhos na internet, nem si quer tem energia elétrica.

Fala-se numa didática intercultural porque a sala de aula é um espaço de múltiplas narrativas que se confrontam em múltiplas relações continentes, assim é necessário assumir uma perspectiva dialógica não apenas na metodologia, mas também nos níveis epistemológico e pedagógico. A sala de aula é entendida, portanto como um espaço privilegiado de cruzamento de culturas, segundo Pérez Gómez (2011. P.1):

 

“O responsável definitivo da natureza, do sentido e da consistência do que os alunos e as alunas aprendem em sua vida escolar é este vivo, fluido e complexo cruzamento de culturas que se produz na escola, entre as propostas da cultura crítica, alojada nas disciplinas científicas, artísticas e filosóficas; as determinações da cultura acadêmica, refletida nas definições que constituem o currículo; os influxos da cultura social, constituída pelos valores hegemônicos do cenário social; as pressões do cotidiano, da cultura institucional, presente nos papéis, nas normas, nas rotinas e nos ritos próprios da escola como instituição específica; e as características da cultura experiencial, adquirida individualmente pelo aluno através da experiência nos intercâmbios espontâneos com seu meio.”

 

Nas várias discussões realizadas de acordo com as análises e necessidades das crianças viram-se a necessidade de envolver os pressupostos teóricos referentes à leitura e escrita, também os estudos feitos com a psicanálise da língua escrita de EMILIA FERREIRA.  Assim podemos fazer uma análise dos níveis de leitura dos alunos e da sua realidade.

 

Ao se estabelecer uma relação dialética entre a própria cultura e a cultura alheia é possível perceber aspectos da própria cultura, que, até então, nem sempre eram questionados ou se quer percebidos. Emitir valores ou questionar sobre comportamentos de outra cultura, tendo como pano de fundo a própria cultura, pode ser um exercício gratificante e enriquecedor. Pois, JANZEN (1994, p. 140). 

 

Um pressuposto (quase) unânime nas mais diversas correntes de investigação da área é o reconhecimento de que cada pessoa, a partir do seu próprio sistema de orientação, partindo de um  diferenciado background cultural, procurará interagir com idéias e valores que são utilizados na cultura estranha. Observamos uma tendência ao etnocentrismo, partindo da própria atitude/percepção em relação ao outro que levará a um movimento de rejeição/aproximação.

 

Se o professor das séries iniciais por meio da mediação pedagógica apontar caminhos para a compreensão ativa da realidade dos alunos, certamente eles estarão mais aptos para estabelecer ligações entre a sua própria realidade e a do outro, o que gera maior autoconhecimento e um posicionamento crítico ante a sua própria existência, o contrário de muitas práticas pedagógicas que não levam em consideração a realidade de cada local, a seguir discutiremos estas questões na prática e aprendizagem da leitura e escrita em algumas classes de educação no campo do município de Manoel Vitorino-BA.

  

 

2. Adaptação da proposta pedagógica e a identidade das escolas rurais

 

Esse trabalho foi o resultado de observações e pesquisas teóricas e práticas em relação à aprendizagem da leitura e escrita em duas classes de educação no campo, anos iniciais do ensino fundamental. Levando-se em consideração que para a realização deste trabalho foi pesquisado o ambiente e o contexto de algumas escolas rurais no município de Manoel Vitorino-BA, além de ser explorados conceitos e concepções ou fundamentação teórica relacionada à temática. 

A educação de qualidade é um direito de todos os filhos dos trabalhadores, portanto a educação no campo merece destaque e preocupação quanto a propostas didáticas metodológicas bem elaboradas, principalmente quando se fala no ensino da leitura e da escrita que é um dos maiores problemas enfrentada pelos professores rurais desse município. Através de reuniões feitas pela equipe pedagógica das escolas rurais do município de Manoel Vitorino-Ba durante o ano de 2010, o maior problema docente da aprendizagem de leitura e escrita.

O artigo 28 da LDB 9394/96 trata da questão da educação no campo e merece destaque nessa discussão:

 

  Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;

II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;

III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.

  

Dentro dessas questões foi discutida a questão de adaptação do currículo para atender as devidas necessidades dos alunos, pois o problema ali era grave, a unanimidade na pesquisa e entrevista feita respondeu que a maior dificuldade estava no aprendizado da leitura e da escrita. Normalmente os sujeitos atendidos pelas escolas rurais são filhos de agricultores, beneficiados pelos programas do governo federal e membros de pequenas associações de trabalhadores rurais, sendo assim é preciso que seja respeitada a diversidade e a identidade desses alunos, pois cada ritmo de aprendizagem se diferencia do outro.   É preciso que se respeite e procure a verdadeira definição e propósito da escola no campo, essa concepção está expressa no parecer das Diretrizes e tem sua identidade definida no art. 2°, § único das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, ao afirmar que:

 

"a identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes a sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país".

 

  Quando definido a identidade da escola e dos alunos, posteriormente falamos em objetivos do ensino fundamental e das habilidades que os alunos deveriam desenvolver durante os anos de escolaridade, tais como os PCNs destacam:

 

 

Utilizar as diferentes linguagens – verbais, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo as diferentes intenções se situação de comunicação (BRASIL, 1996, p. 9). 

 

Para enfrentar todas as dificuldades no mundo do trabalho e fazer diferentes leituras do mundo, segundo os PCNs:

 

O domínio da língua, oral e escrita, é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Por isso, ao ensiná-la, a escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes lingüísticos, necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos (BRASIL, 1996, p.15).

 

 O letramento é um processo continuo, que por sinal não se trata apenas de decodificação de letras, sons, sinais, e sim de algo que estar sempre em movimento e acontece ao longo da vida. A leitura e a escrita foi um ponto de discutição como causa do fracasso escolar, tudo isso pode acontecer devido à dificuldade e a carência de recursos e a formação teórica dos professores enfrentados pela escola pública, isso afeta no processo de alfabetização a na garantia do desenvolvimento das habilidades necessárias para se formar um bom leitor.

Por conseguinte, para garantir o sucesso dos alunos na aquisição da leitura e da escrita nas séries iniciais da educação no campo foi preciso a discussão da prática pedagógica dos professores no exercício do planejamento, registro e avaliação dentro do respeito a diversidades encontradas e a identidade individual. Observou-se que para a promoção de um ensino de qualidade é preciso o atendimento personalizado para tais alunos, pois as salas são multisseriadas e em muitas das vezes suas necessidades não eram atendidas devido à superlotação das salas, por isso uma das metas foi à ação do planejamento feito pelos docentes de forma coletiva e individual.

Outro estudo interessante feito durante o período do trabalho com os professores e alunos foi o estudo da psicogênese da língua escrita, que desde a década de 80 vem-se discutindo escrita que segundo os PCNs (BRASIL, 1996, p.21), esses trabalhos ajudaram a compreender aspectos importantes da aprendizagem da leitura e da escrita.

 

A compreensão da linguagem é um fator essencial na aprendizagem da leitura, dessa forma foram confirmadas as observações feitas durante realizações de testes de leitura aplicados para as crianças, segundo os PCNs:

 

Os resultados dessas investigações também permitiram compreender que a alfabetização não é um processo baseado em perceber e memorizar, e, para aprender a ler e a escrever, o aluno precisa construir um conhecimento de natureza conceitual: ele precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem (BRASIL, 1996, p.21).

 

 

Durante todo o processo de visitas foi mostrado aos alunos e também aos professores que para o convívio em sociedade é necessário o domínio da leitura e da escrita, porque é através de tais habilidades que nos comunicamos e temos acesso a diversos tipos de informações, expressão e argumentação de nossas idéias, temos visões de mundo e produzimos conhecimento.

A responsabilidade irá depender no grau de letramento das comunidades em que vivem os alunos, deve se considerar o nível do aluno, ou o que eles já sabem. Portanto, a escola pôde desenvolver competências técnicas nos alunos, como, por exemplo, interpretar diferentes gêneros textuais, que circulam socialmente, de assumir a palavra, e, como membro de uma sociedade letrada produzir textos variados e eficientes nas várias situações do cotidiano, também e censo de pesquisa e estudo nos professores, que iria desenvolveu habilidades para avaliar o nível do aluno.

Para entender melhor o processo de leitura e escrita juntamente com a equipe pedagógica, professores e até em analise da minha própria pratica numa escola rural, segundo os PCNs foram conceituados linguagem, língua e texto:

 

A linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por uma finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história.

 

 A língua é um sistema de signos histórico e social que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade. Assim, aprendê-la é aprender não só as palavras, mas também os seus significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu meio social entendem e interpretam a realidade e a si mesmas (BRASIL, 1996, p.24).

 

Um texto só é um texto quando pode ser compreendido como unidade significativa global, quando possui textualidade. Caso contrário, não passa de um amontoado aleatório de enunciados (BRASIL, 1996, p.25).

 

Para se construir um texto é necessário o uso de signos (letras) que se transformam em palavras, portanto sabemos que a relação pensamento e linguagem é um processo em movimento continuo de vai-e-vem do pensamento para a palavra e vice-versa. O pensamento passa por muitas transformações ate se tornar fala. Não é só a expressão que ele encontra na fala, encontra a sua realidade e a sua forma.

Na concepção interacionista é no meio que o sujeito recebe os requisitos necessários para construção do conhecimento e o desenvolvimento psicológico. Ficou comprovado que a interação é um processo continuo no qual cada participante do grupo social recria e faz a sua própria leitura das informações, conceitos e significados. Sendo assim, podemos dizer que a língua não é apenas uma característica que define o homem dos outros animais, e, sim, que ela é constituída não dela mesma, mas também dos sujeitos. No nosso cotidiano agimos de diferentes formas com a linguagem, pela linguagem e através da linguagem. E diferentes linguagens são seguidas por diferentes ações e formas de pensamentos (linguagem oral, corporal, gestual, audiovisual, tátil, escrita), sendo que é a linguagem escrita que estabelece a ponte entre o sujeito e os outros conhecimentos e linguagens.

A linguagem escrita fez e fazem parte da nossa realidade como seres sociais. Através das atividades escritas e expressas de forma oral pelos alunos pôde se analisar que vivemos cercados de materiais gráficos, que tem o objetivo de informar, convencer, comunicar, idéias e sentimentos. Observa se que mesmo os que não sabem ler e escrever estão cercados de textos impressos. Os contatos com o mundo letrado os fizeram perceber características e funções dos textos alem de tudo, as características lingüísticas e visuais (tipos de letras, organização especial, presença de imagens e números).

  A comunicação aconteceu através da linguagem oral e verbal, mas isso só pôde acontecer quando um falou e outro ouviu ou vice-versa. Portanto, o trabalho com língua foi um processo dialógico entre locutor/ autor, ouvinte/leitor, em que a compreensão foi também um processo ativo e produtivo. Essa interlocução vem sendo constituída tanto da própria linguagem, e das línguas em particular, quanto dos sujeitos. A língua estar em processo permanente de construção seu estudo e ensino não pode deixar de considerar esse processo histórico e inacabado. Ficou compreendido que o trabalho com a linguagem na escola deve levar em consideração a realidade do aluno e seu conhecimento de mundo, pois assim será possível que os alunos encarem o espaço como de comunicação e interlocução.

Durante o processo e realização e observação da prática dos professores do campo no município de Manoel Vitorino-Ba foi posto os alunos diante de variedades de textos orais e escritos, que tinham característicos lingüísticos únicos ricos em muitos aspectos diferentes daqueles já conhecidos. A aprendizagem da língua escrita, embora, se inicie fora da escola, lugar de sistematização e ampliação. Entre outras funções, cabe à escola, a tarefa de ensinar a ler e escrever aos seus participantes, mas ler e escrever como interlocução, onde significa apropriação e produção de uma linguagem em que o sujeito possa estabelecer pontes entre os outros, dialogando e produzindo sentidos.

 

No entanto, ler e escrever são processos distintos e complementares que exigem diferentes habilidades, competências, ações que, por sua vez, varia de acordo com cada tipo de texto, dos mais simples aos mais elaborados, que os tornará leitores e escritores competentes (salto pra o futuro. 1999 p.37).  

 

Neste período ficou claro a todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem que o alfabetismo é o conhecimento de variedades de textos importantes para a pessoa circular.  Portanto, não basta que a pessoa leia apenas um bilhete, o preço e o nome do produto no supermercado, é necessário que através da leitura o sujeito tenha contato com os diversos tipos de informação, pois crescer em conhecimento é poder aproveitar o lado criativo e expressivo da literatura. É preciso também que ele use a linguagem escrita como mais um espaço de interlocução e mais uma ferramenta do pensamento, fazendo uso de todas as possibilidades e ações que essa ferramenta possibilite.

Também vimos à necessidade de estudarmos os níveis de leitura e escrita do aluno, varias pesquisa vem sendo feitas, onde vem sendo provado que, antes do sujeito ler e escrever de maneira convencional são levantada várias hipóteses ao pensar a língua escrita. Foi observado por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky que, em diferentes lugares e grupos sociais, os sujeitos passam, por três grandes momentos até chegar à alfabetização propriamente dita.

Ferreiro (1986) defende que “esse processo de construção cognitiva da linguagem e aprendizagem da leitura se caracteriza por estruturações e sucessivas reestruturações, geradas pelos desequilíbrios originários nas contradições entre esquemas diferentes”, afirmando, ainda que, é possível destingir três grandes períodos:

 

a) O primeiro período caracteriza-se pela distinção entre o modo de representação figurativo e o não-figurativo, ou seja, o sujeito é capaz de fazer a distinção entre "desenhar" e "escrever"; começa a utilizar sinais gráficos diversos (linhas, bolinhas, letras e números) com determinada repetição para representar a escrita. Ou seja, nesse período sujeito consegue diferenciar o sistema de representação da escrita de outros sistemas de representação: fundamentalmente diferencia o desenho da escrita. Os sujeitos começam a utilizar marcas figurativas quando desenham e não figurativas quando escrevem.

b) No segundo período, verifica-se a construção de formas de diferenciação entre os sinais gráficos que se manifestam pelo controle progressivo das variações, tanto sobre o eixo quantitativo (o sujeito estabelece quantidades diferentes de grafias para representar diferentes palavras), como sob o eixo qualitativo (o sujeito varia o repertório e a posição das grafias para obter escritas diferentes). Essas variações realizadas nesse período correspondem à fase pré-silábica, sendo que uma das características da escrita é a correspondência da quantidade de sinais gráficos ao tamanho do objeto e não ainda, aos sons da fala.

c) No terceiro período, verifica-se a fonetização da escrita pela atenção que o sujeito começa a dar às propriedades sonoras dos significantes, ou seja, dá-se à descoberta de que as partes da escrita (letras) podem corresponder a outras tantas partes da palavra. Nesse período a pessoa chega a diferenciar as escrituras, relacionando-as com a pauta sonora da fala.

 

 

No universo da leitura e da escrita podemos mergulhar nos múltiplos significados e valores de acordo com nossa cultura e visão de mundo. Ler pode significar desde atribuir sentidos, numa acepção mais ampla, até a simples decodificação, podemos falar de leitura de mundo, registrando as várias produções culturais, vale ressaltar que há vários tipos de escrita, que irá depender do grupo social, do seu contexto histórico e cultural. Portanto o ler e o escrever são chaves para entrar em outros mundos: reais, imaginários, possíveis e impossíveis.

O domínio efetivo da leitura e da escrita de variedades de texto é uma exigência do ensino atual de leitura e escrita que englobe nos três componentes do alfabetismo: cientifico (jornal, revista, dicionário, enciclopédia) literário (fabula, contos, poemas), prático (carta, bilhete e receita). Dessa forma, é importante que o professor conheça o tipo de texto que faz parte da realidade do aluno, não apenas para trabalharem sala, mas também par trabalhar com a turma o desconhecido.

Para desenvolver práticas eficazes de leitura e escrita foi preciso que a produção juntamente aos alunos temáticos que faziam parte do seu cotidiano. Mas, em primeiro lugar é importante saber que a leitura do texto não começa pelas palavras. Muitas vezes as pessoas lêem um determinado tipo de texto pelas características visuais. Observa-se uma receita ver que nela tem o nome do prato e logo abaixo da folha são apresentados os ingredientes.

 

Toda a leitura da palavra pressupõe uma leitura anterior do mundo, e toda a leitura da palavra implica as voltas sobre a leitura do mundo. De tal maneira que “ler o mundo” e “ler palavras” se constituam num movimento em que não há rupturas, em que você vai e volta. E “ler mundo” “é” ler palavras” no fundo, para mim, implicam reescrever o mundo. “Reescrever” com aspas, quer dizer, transformar (FREIRE. 1996).

 

Para o bom desempenho da leitura e da escrita observou-se que desde cedo é importante que o aluno tenha contato com textos variados: ler poemas, uma historia aconchegante, contos de fadas, princesa e castelos, noticias de jornal, trovas populares, adivinhações e parlendas. Essas práticas são experiências fundamentais para a formação do leitor proficiente.

Mesmo não sabendo ou as que já sabiam ler as crianças mergulharam no maravilhoso universo da leitura, apreciando universo dos livros e diferentes possibilidades que ele nos propicia. Possibilidades essas oferecidas durante as sugestões de atividades que foram realizadas e pode ser adaptadas a qualquer realidade cultural (roda de leitura, cartazes com letras e ilustrações, transformação de um gênero em outro).

Para o ensino eficaz da linguagem, segundo os PCNs (1996) é preciso que satisfaça a necessidade do aluno e que se ensine a língua como algo que é vivo e dinâmico que faz parte da realidade do sujeito.

 

Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pessoais — que podem estar relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informação, ao exercício da reflexão. De modo geral, os textos são produzidos, lidos e ouvidos em razão de finalidades desse tipo. Sem negar a importância dos que respondem a exigências práticas da vida diária, são os textos que favorecem a reflexão crítica e imaginativa, o exercício de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas, os mais vitais para a plena participação numa sociedade letrada (BRASIL, 1996, p.37).

 

A responsabilidade da escola, portanto, é facilitar o acesso dos alunos aos textos que os circulam, socialmente, ensinar a produzir-los e interpretá-los.  E para que o aprendizado ocorra de forma sucessiva e significativa, sendo necessário o planejamento por parte de toda a equipe da escola que esteja comprometido com o compromisso de ensinar e mediar à leitura e a escrita.

 

3.  METODOLOGIA

 

Com o objetivo de explorar caminhos para a formação de leitores necessários e contribuir para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita nas turmas da zona rural do município de Manoel Vitorino-BA, faz uma pesquisa bibliográfica, buscando em alguns teóricos entendimentos sobre o assunto: Leitura e escrita.

Através da pesquisa bibliográfica pretendeu-se explicitar e construir hipóteses acerca da leitura e escrita, aprimorando as idéias, fundamentando o assunto em questão abordado na pesquisa. Para tanto, esse tipo de pesquisa envolveu um levantamento bibliográfico, o qual teve de ser feito em diversas fontes, buscando consultar obras respeitáveis e atualizadas. Também da pesquisa qualitativa por meio da observação em três escolas rurais da rede municipal de ensino.

O tema em questão é particularmente motivador uma vez que, estando envolvido no trabalho da leitura e escrita da educação no campo em classes multisseriadas, exercendo o cargo de professor em uma das escolas da rede municipal de ensino de Manoel Vitorino-BA, sinto-me comprometido, não apenas com a melhoria da qualidade do ensino, mas também com a melhoria do atendimento das crianças da educação no campo, mas em buscar melhor compreensão do processo do desenvolvimento infantil e a sua relação com o mundo fazendo leituras e interpretando as diferentes visões de mundo e do universo dos textos estudados. 

  Através das pesquisas sobre leitura e escrita, observei que até pouco tempo era dada importância apenas leitura e escrita, mas hoje é compreendido que a leitura do mundo antecede a leitura da palavra, por isso mediante a realização de estudos que foram desenvolvidos por renomados teóricos neste campo é entendido que o ato de ler todas as informações à vida em sociedade é necessário e passou a ser valorizado como algo essencial ao desenvolvimento e formação da autonomia do ser humano.

Os estudos destacavam a importância da leitura e da escrita para o desenvolvimento integral e formação da identidade do homem em sociedade.

Espera-se que, com este trabalho, possibilite-se deixar contribuições, abrir ou até mesmo ampliar caminhos já percorridos, porém agora vistos com a intenção de quantificar novos acréscimos de idéias e sugestões, resultando em futuras ações, almejando a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

 

 

 

4. CONSIRERAÇÕES FINAIS

      

A leitura e a escrita são habilidades a serem desenvolvidas nas primeiras séries do ensino fundamental. Diante das dificuldades encontradas nas escolas rurais do município de Manoel Vitorino-BA na aquisição da leitura e da escrita viu-se a necessidade de estudar a temática leitura e escrita com o objetivo de formar leitores competentes e conhecer a realidade das comunidades rurais para encontrar a metodologia adequada para o desenvolvimento e o sucesso dos alunos de três escolas rurais do município escolas rurais do município.

No ano de 2008, quando iniciou o curso de pedagogia, pela FACINTER, comecei a lecionar numa escola municipal do município de Manoel Vitorino-BA, o que encontrei foi uma cena comum nos municípios brasileiros, mas triste: uma classe multisseriada, com dezessete alunos, que por sinal não sabia ler nem escrever direito, através dessa situação encontrada na turma sentir a necessidade do trabalho de um projeto voltado para leitura e a escrita, onde pude contar com o apoio de colegas professores, assim através de entrevista e conversas observei que o problema não estava apenas na minha turma, mas era comum. 

Uma problemática foi levantada, que pode ser usada para reflexão do querido leitor: quais as possíveis soluções e alternativas metodológicas para o ensino da leitura e da escrita?

Despertei pela causa, sendo que logo quando entrei na sala de aula, conhecendo os alunos observei a carência na leitura e na escrita, causa essa que vem trazendo a preocupação dos educadores de todo o mundo, pois juntamente com ela fracasso escolar e a evasão. Foram encontrados alunos de dez anos que mal escrevia o nome e traçava apenas letras de forma.

Logo apos sentir o desejo de ajudar aquelas crianças a ler o mundo pôde sentir um novo desafio a ser alcançado e com esse empenho, também poderia ajudar a outras turmas na mesma situação, as dificuldades de ler e escrever.  Refletiu-se a situação numa leitura dos PCNs diz que no final das primeiras séries do ensino fundamental os alunos têm que ter adquirido as habilidades da leitura e da escrita, pois as outras habilidades e os outros conhecimentos são complementares.

Minha inquietação foi enorme com o desafio de entregar os pequenos lendo e escrevendo. Para o desafio na prática precisaria e precisei de pesquisa teórica, ou seja, o conhecimento de renomados teóricos que contribui para o sucesso e entende o desenvolvimento do aluno: FREIRE, FERREIRO, TEBEROSKY, PIAGET, VIGOTSKY, as Diretrizes Curriculares para Educação no Campo, a LDB 9394/96, os PCNs. Hoje posso dizer de forma satisfeita que foi um amparo legal, através da pesquisa que a teoria e a prática foram unidas na elaboração de melhores estratégias metodológicas para a prática do ensino da leitura e da escrita.

O artigo 28 da LDB 9394/96 trata da adaptação do currículo das escolas rurais levando em consideração as especificidades e necessidades dos alunos da zona rural. Durante de tudo o que estar sendo discutido foi sublinhado a questão do currículo para entender as devidas necessidades dos alunos através das observações das suas devidas necessidades e da sua identidade. As Diretrizes Operacionais pra Educação no Campo no artigo 2º, fala do respeito aos alunos e do verdadeiro propósito das escolas rurais.  

Segundo os PCNs (Brasil, 1996, p.9) no ensino da leitura e da escrita pode-se utilizar das diferentes linguagens (matemática, verbais, gráficas, plásticas, música) adaptada a realidade de cada comunidade escolar, sendo que é através do domínio da leitura e da escrita que o nosso aluno pode entender as diferentes visões de mundo.

  Vê-se que a leitura e a escrita são processos distintos, mas complementares, como afirma o mestre, imortal Paulo freire. Adaptar o currículo a realidade e a linguagem própria do aluno ou ao seu mundo, suas palavras respeitando o seu ritmo de aprendizagem próprio podemos chegar a uma aprendizagem significativa e ao sucesso da escola.

Descobriu-se que é através da leitura que múltiplos significados e valores culturais e visões de mundo. Portanto, podemos dizer que ler pode significar desde atribuição de sentidos até a decodificação, sendo assim, entendo que ler e escrever são a chave para entrar em mundos e fantasia diferentes: o real, o imaginário, o que pode ser possível ou impossível.

Através do trabalho com variedades de textos puderam-se fazer diferentes leituras dentro da realidade dos alunos. Tipologias, como textos de jornais, parlendas, adivinhações, cantigas de roda, trovas ou versos, receitas, rótulos e imagens, fotografias fábulas, musicas. Foram desenvolvidas atividades de leitura e desenvolvimento da escrita, onde cada participante pôde produzir seus próprios textos dentro do seu nível de escrita.

No primeiro semestre do ano de 2008, observou-se que é preciso que as necessidades dos alunos sejam analisadas e que o ensino de língua é vivo e dinâmico, sobretudo é importante que a realidade e o mundo do aluno se envolvam no processo da aprendizagem da leitura e da escrita.

A escola tem uma grande responsabilidade, alem do ensino da leitura e da escrita. É nossa a total responsabilidade, como profissionais da educação, facilitar o acesso dos alunos as diversidades de textos que circulam socialmente fazer com que os nossos alunos saibam o uso social da leitura e da escrita.

 Através do estudo da psicanálise da língua escrita pode-se verificar que não há erro ou acerto quando falamos em construção da escrita. Durante os primeiros testes com os alunos alguns utilizavam rabiscos, misturavam letras, escrevia apenas sílabas ou escrevia palavras faltando letras. Através do julgamento de certo ou do errado, os estudos provaram que os rabiscos, as primeiras letras, escrita silábicas se tratavam dos níveis da escrita: pré-silábico um, pré-silábico dói, silábico, silábico alfabético e alfabético   

Através da contribuição de FERREIRO e TEBEROSKY mudaram-se os conceitos de avaliação da escrita, as formas de escrita diferentes da convencional, eram consideradas erradas, ou seja, ao escrever os alunos consentiam erros na tentativa de acertar. A psicanálise da língua escrita nos mostra a importante função do erro na tentativa de acertar a escrita convencional.  

Parte dos conhecimentos mais importantes são a leitura e a escrita de textos escritos. A escrita se trata de um sistema, quer dizer um saber organizado com padrões, regras e estruturas. Através da aquisição da escrita o aluno aprende as diversas árias do conhecimento, entretanto o aprendizado da leitura e da escrita vem além de tudo isso, faz parte da cidadania, é um direito de todos, pelo menos foi assim que pensei quando presenciei alunos de 3ª e 4ª série que não sabiam ler nem escrever direito, que quando solicitado a ler e escrever uma letra si quer, viam-se lágrimas e choro. Considera-se que poder ler escrever, entrar em comunicação com o outro são essenciais para estudantes de qualquer faixa etária (crianças, jovens, adultos).

A questão dos procedimentos metodológicos utilizados na pratica do ensino de leitura e escrita pode falar dos métodos mais utilizados, que são: analítico, sintético, mistos que é uma mistura do método sintético com o analítico e baseia no ensino da leitura e da escrita a partir das unidades menores (letras, sílabas, palavras, frases, textos) ou maiores (texto, frases, palavras, sílabas, letras).

Foi analisada a maneira a qual os alunos haviam iniciado o processo de alfabetização, ou seja, qual método havia sido usado nos primeiros anos de escolaridades, assim ficou provado que os métodos mais utilizados formam o analítico e o sintético. As dificuldades encontradas ficaram claras, pois era consequências da prática de ensino por tais métodos que baseava apenas na decodificação de letras e atribuição grafema-fonema.

Para que a aprendizagem de leitura e escrita alcance os seus verdadeiros objetivos é importante que o professor tome consciência da necessidade de valorizar a cultura de cada aluno e a diversidade encontrada em cada comunidade escolar, dessa forma podem-se descobrir instrumentos eficazes para a sistematização. Percebe-se que a maioria dos métodos utilizados para alfabetizar desconhece o papel da lingüística e acaba gerando o fracasso escolar.

Constatou que leitura e a escrita devem ser praticadas de forma relevante pelo professor, ou seja, o ensino prático de leitura deve possuir como características principais a produção de um sentido escolar para o ato de ler e escrever. Jornais, revistas, rótulos, livros de história, bulas de medicamentos, livros didáticos são instrumentos a serem trabalhados cuidadosamente como instrumentos para o ensino da leitura e da escrita. Nessa perspectiva foi considerado durante todo o processo ensino-aprendizagem, principalmente com os meus alunos o caráter interativo da leitura e da escrita, sua relação com a vida e a história pessoal do leitor-escritor. Portanto, toda a prática de ensino forma incentivadas e motivadas através de atividades como leitura de imagens, comentários de textos lidos, também se observou o esforço das crianças para resgatarem o caráter dinâmico e intersubjetivo da leitura e da escrita. 

Foram muito relevantes os estudos e pesquisas realizados na prática pedagógica durante ao longo do processo, isto é, o período, abril/2008 a novembro/2010, onde através de tais pesquisas reavaliei a minha prática e aprendi a avaliar o desempenho da aprendizagem dos alunos quanto à aquisição da leitura e da escrita.

Numa perspectiva sociocultural pode se dizer que a aprendizagem deve ser construída de acordo com a vivência da criança, pois devemos levar em consideração o conhecimento de mundo e a realidade dos nossos alunos para que se construa um aprendizado significativo.

Durante todo esse tempo foram muitas dificuldades enfrentadas, pois sabe que não é fácil estar com a bomba nas mãos, mas com muita fé e determinação através da pesquisa de renomados teóricos e dos documentos oficiais, venci, no final entreguei para a gloria de Deus, alunos leitores e escritores de textos. Alunos (as), tais que quando lhes entregavam atividades choravam, por não conhecer nenhuma letra, foi exatamente isso que me sensibilizou a elaborar a temática, leitura e escrita.

Se houvesse possibilidade de receber outro título, este trabalho seria o nome de uma aluna que chorava na hora das atividades de leitura e escrita, e que por sinal um dia me fez chorar também ao descobrir que não fazia as atividades porque não queria, mas porque não estava alfabetizada.  A partir de então passei a trabalhar de acordo com a realidade e alcancei os objetivos de alfabetizar letrando.

A proposta de alfabetização e letramento através da ação do planejamento e estratégias bem sucedidas foi um sucesso, pois se pode passar a função social da leitura e da escrita, não apenas o ato de decodificar palavras ou signos lingüísticos de maneira a formar analfabetos funcionais, ao contrário disso pretendia-se valorizar o conhecimento prévio do aluno e incentivá-lo a fazer as diferentes leituras do mundo e das palavras, ou seja, é mostrar que é preciso ler o mundo, primeiramente, para depois ler a palavra.  

Sabe-se que o aluno vem pra escola com uma porção de saberes, saberes esses que envolve a sua realidade, por exemplo, no campo há período de seca, chuvosos, plantio, colheita, como isso pode ser deixado de lado? Não pode mesmo, pois é o universo vocabular, o convívio, a realidade. Portanto, não há método ou estratégia de alfabetização melhor que a observação da realidade do aluno.

São muitos os estudos realizados com a temática leitura e escrita, mas o campo de estudo estar aberto para as classes das escolas rurais, são poucos os trabalhos realizados para esse público. O que se sabe é que nesse imenso Brasil estar cheio de anônimos, guerreiros professores, mestres que só deseja o melhor para os seus discípulos.    

       

        

 

REFERÊNCIAS

 

  BRASIL. Ministério de Educação e Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa. Brasília, DF, 1998.

 

_________________________________________. Salto Para o Futuro. Ensino Fundamental. V. 1. Brasília-DF. MEC/ SEAD.1999.

 

BRASIL. Referências para uma política nacional de Educação do Campo: Caderno de Subsídios. Secretaria de Educação Média e Tecnológica, Grupo de Trabalho de Educação do Campo, Brasília: 2004.

 

FERREIRO, Emilia. Reflexões sobre alfabetização/Emilia Ferreiro: tradução Horacio Gonzalez... (et.al.) – São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1985.

 

FREIRE. Paulo & BETO. Frei. Essa escola Chama Vida: depoimento ao repórter Ricardo Kotscho. São Paulo. Ática, 1996.

 

JANZEN, H.E. Mediação Cultural, Abordagem Comunicativa e Ensino de Língua Estrangeira: o Conceito Lingüístico de Bakhtin e os pressupostos da interculturalidade. São Paulo: USP, 1998. Dissertação (Mestrado em Língua Alemã).

 

PÉREZ GÓMEZ, A. I. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: ArtMed, 2001.

 

SOARES. José Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico: www.jjsoares.com/media/.../Pesquisa%20_Científica_novo.do; acesso: 03/12/2010       

 

 

        

             

  

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Autor: Ronildo Alves Porto


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