Os desequilíbrios psicossociais frente ao mundo moderno capitalista e uma possível mudança de paradigmas



OS DESEQUILÍBRIOS PSICOSSOCIAIS FRENTE AO MUNDO MODERNO CAPITALISTA E UMA POSSÍVEL MUDANÇA DE PARADIGMAS

 José Carlos de oliveira Ribeiro

Discente (UESB), professor de geografia na rede pública municipal de Poções -  Bahia;  Pós-graduando em Gestão da Inovação no Setor Público

Email: [email protected]

 

Resumo: Os paradigmas que permeiam a sociedade atual e, sobretudo a maneira que o homem pode enxergar o outro, sendo solidário e capaz de amar, reconhecendo os valores e as particularidades dos outros indivíduos, dessa forma, procuro explicar a condição humana numa visão psicológica de vê a existência do ser como humano.

 

Palavras-chave: amor, paradigmas, sociedade, solidariedade.

 

1 Sociedade e humanidade

 

Como que numa sociedade em conflitos diversos, tais como violência, desemprego, falta de escolas, saúde de boa qualidade para todos, dente outros problemas de origem social e ambiental, eu posso dizer que qualquer nação se sentirá segura? Na verdade, a humanidade vai de certa forma, se angustiando ao deparar com tantos problemas e poucas soluções, ou mesmo nenhuma. Chegando ao nível da gente não se dá conta de nossa própria existência e pergunto: de onde eu vir? Para onde vou? E porque estou aqui? São perguntas subjetivas e sem respostas, diante das circunstancias da vida, que leva ao cumulo da impotência, tornando assim, num mundo cada vez mais escuro e difícil de entendê-lo. Para Goya:

Na origem de sua existência, o homem se viu como um estranho no mundo; sentiu-se solitário e temeroso. Compelido para fora da Natureza, ele rompeu com as determinações biológicas do puro instinto, permitindo que a vida tomasse consciência de si mesma através da possibilidade de desenvolvimento da razão.

Segundo Erich Fromm, num momento qualquer da Natureza, por um “capricho do universo”, essa nova espécie animal, o homem, perdeu

sua aloplástica capacidade de adaptar-se ao ambiente selvagem e tornou-se biologicamente o ser mais inerme e desamparado do gênero. Se, em princípio, o homem se encontrava na totalidade com a Natureza, tornou-se fragmentado [...] (1999, p.1).

 

Para tanto, a sociedade de certa forma, deve ter consciência de que a vida de um ser humano existe, porque outros seres humanos fazem algo importante para garantir a sobrevivência dela, dessa forma, não há a meu modo de dizer, que todos nós estamos vivendo numa sociedade independente, onde cada indivíduo tem sua vida própria, porque não precisa de outro, não é assim, ao contrario estamos numa corrente da sobrevivência humana, como por exemplo: o médico que precisa do serviço do gari e o gari que precisa do serviço do médico; o professor que compartilha seus conhecimentos com o aluno e que o professor precisa deste aluno para continuar a ciência e a construção do conhecimento e o aluno precisa do professor para orientar o caminho para descobrir as coisas reais e irreais, e, que preciso do meio ambiente para sobreviver, portanto, construir o conhecimento levando em consideração a sustentabilidade em geral do Planeta é algo muitas vezes incertas, diante de todos contratempos da humanidade e, sobretudo, da interferência no meio ambiente, e as relações humanas mais difíceis de serem entendidas .

 

2 O olhar para o outro

 

De fato, a solidariedade é algo fantástico que o indivíduo deve valorizar em sua vida, para criar na consciência de que o outro existe e ninguém a meu ver está sozinho, sempre pode contar com a ajuda do outro. Assim tecemos uma rede onde cada fibra se uniu para formar um todo. O ser solidário é cheio de amor, pois consegue enxergar o seu próximo e dá o melhor, bem como, desejar coisas boas ao outro. Quem consegue descobrir este valor, é possível amar de fato com sabedoria e verdade, não tem falsidade, mas se alegra com a alegria do outro, eu tenho a mais firme certeza. Segundo Goya, (1999), o homem precisa descobrir a condição humana que ele tem e que diferencia dos demais animais, afirma que:

 

[...] como pode o homem ser livre e feliz se

ele não consegue satisfazer-se? Segundo Erich Fromm, nem mesmo a mais absoluta satisfação das necessidades instintivas resolve o problema da ausência da felicidade humana, pois que o homem é algo mais que puro instinto. Para que o homem se realize em todas as suas potencialidades ele precisa, portanto, ir além de sua condição meramente biológica; ele precisa caminhar no sentido de desenvolver aquelas faculdades especificamente humanas e que lhe diferenciam dos animais [...] ( GOYA,1999, p.5).

 

Evidente que no mundo atual os problemas são muitos, em todas as áreas, que seja na saúde, na segurança, na educação, no meio ambiente. Mas precisa buscar meios para continuar a vida no Planeta, e de maneira que seja de qualidade, com sustentabilidade social e ambiental.  Um mundo sustentável em todas as áreas do desenvolvimento científico e tecnológico, onde a vida é um valor imprescindível, intocável, tratada com amor e preservando-a. Assim, cada indivíduo descobrir a essência do amor e cultivá-lo na sua vida, transmitindo o perfume para os outros, compartilhando os bons valores humanísticos, procurando de certa forma, conhecer melhor o outro.

Pensar no outro, numa dimensão global é algo capaz de mudar paradigmas na sociedade, tornando-a mais humana e valorizada, esta nova maneira de pensar socialmente respeitando as particularidades dos povos no que se refere à cultura, condição social, nível de instrução, nacionalidade, regionalismo, tradições etc. estas são exemplos dos paradigmas que trato aqui e que podem serem mudados compreendendo as particularidades dos povos e que devem ser respeitadas para pleitear uma sociedade com harmonia, onde os valores humanos estejam preservados e intocados, para então, permear o equilíbrio dos indivíduos nos estados psicológico e social. 

À medida que, eu e você busquemos algo que valorize o outro com solidariedade pura, é possível, paulatinamente mudar os conceitos antigos de práticas injustas, digamos assim, que pode valorizar a coisa mais bela do mundo à vida, mas por conta de uma falha de sabedoria e conhecimento insuficiente para dá conta de que à vida é muito importante, é que ocorre a destruição da mesma ou que seja física ou psicológica como Goya,(1999) descreve, é algo bastante cruel, para aquele indivíduo que pratica o bem e vê algo tão valioso sendo ceifado e muitas vezes sem explicação.

A partir dessa mudança de paradigmas na sociedade, creio que será possível pensar e transformar a vida com base solida calcado nos valores humanos e,                                                                                                                           

sobretudo, respeitando o outro.  Dessa forma, surge uma pergunta: Como mudar os paradigmas de uma sociedade ou nação ou mundo tão plural? Isso será possível se o homem conseguir entender e formar valores que priorizem tais conceitos relacionados às mudanças de paradigmas que são observar o outro; se colocar no lugar do outro; ter solidariedade; ser capaz de amar em verdade.

Paolo, (2008), trata dessa questão, baseando nos pensamentos e ideias de Bauman, analisa o estado psicológico como resultado de um mundo pós-moderno, segundo o autor a sociedade por conta de muitas informações compartilhadas com o avanço tecnológico, muitos valores humanísticos vem se perdendo, as pessoas já conseguem ficar fechada, isolada sem o contato humano, para ele isso é perigoso, uma vez que perde parte da afetividade entre as pessoas. Para tanto, os paradigmas de que trato, precisam ser resgatados.

 

Referências

 

 CUGINI, Paolo. Identidade, Afetividade e as Mudanças Relacionais na Modernidade Liquida na Teoria de Zygmunt Bauman. Feira de Santana -  Bahia, Faculdade Arquidiocesana, 2008.

 

 GOYA, Will. O Conceito de Homem no Pensamento Ético de Erich Fromm. Mestre (UFG) e Filósofo Clínico (Instituto Packter/POA), Goiânia, Universidade Federal de Goiânia, 1999.


Autor: José Carlos De Oliveira Ribeiro


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