Não temas, ó pequeno rebanho!



NÃO TEMAS, Ó PEQUENO REBANHO!

 

As Escrituras Sagradas revelam-nos Jesus Cristo como o Pastor (Sl.23:1), o Pastor Amado (Ct.6:3), o Bom Pastor (Jo.10:14), o Grande Pastor (Hb.13:20), o Pastor e Bispo (1Pd.2:25), o Sumo Pastor (1Pd.5:4).

E como todo pastor secular que possui um rebanho, Jesus Cristo também possui o seu rebanho.

Qual será o tamanho desse rebanho? Pequeno? Médio? Grande?

Quando pensamos num rebanho atinente ao Senhor Jesus, pensamos, obviamente, em algo muito grande. Mas Ele diz em sua prédica: “Não temas, ó PEQUENO REBANHO! Porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino” (Lc.12:32)

No artigo SENHOR, SÃO POUCOS OS QUE SE SALVAM?, de minha lavra, publicado aqui mesmo, na Webartigos.com, eu provo biblicamente, e de forma incontestável, que são muitos os que se salvam. Mas neste texto em análise, Jesus chama ao seu rebanho de PEQUENO...

Contradição bíblica? Má interpretação de minha parte?

Não é nenhuma nem outra coisa. São colocações feitas pelo Divino Mestre, sobre um mesmo assunto, porém de formas distintas.

Realmente, são muitos os que se salvam, mas esses muitos, em comparação às multidões descomunais de Ap.17:15, constituem-se um Pequeno Rebanho.

A constante multidão em torno de Jesus nunca significou a totalidade dos discípulos. Ele vivia cercado de “muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros” (Lc.12:1), mas, quando Ele proferiu um dos seus mais belos sermões, dizendo à multidão ser Ele o Pão da Vida, “Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? (...) Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com Ele.” (Jo.6:60,66)

Muitos dos seus discípulos o abandonaram...

Quantos foram os discípulos remanescentes?

A multidão de outrora ficou reduzida a uma dúzia de discípulos. E mesmo assim, tendo Ele olhado à sua volta e visto somente os seus Apóstolos, “Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?” (id.v.67)

Pedro, o intrépido líder dos Doze, dá ao Mestre uma resposta que revela a natureza de um verdadeiro Discípulo de Jesus: “Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? TU TENS AS PALAVRAS DA VIDA ETERNA” (id.v.68)

Eis a abismal diferença: Enquanto a multidão buscava a Jesus tão-somente para receber dEle bênçãos materiais: “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a Vida Eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo.” (id.vv.26,27); enquanto a multidão buscava a Jesus tão-somente para receber dEle bênçãos materiais, os verdadeiros discípulos o buscavam para ouvir as Palavras da Vida Eterna. Eis a abismal diferença!

Acaso não é assim nos nossos dias?

Os megatemplos religiosos não estão apinhados de gente tão-somente em busca de milagres e bênçãos materiais?

Ora, sem o selo da lídima conversão evangélica, essas multidões milagrentas e sequiosas de prosperidade material escorregam no tobogã do ensino fermentado de seus gurus mercenários, perdem-se nos labirintos do tesouro corruptível e acabam no poço da riqueza fútil.

Enquanto isso os gurus mercenários, mestres na arte de ludibriar a fé dos ignaros, estão em suas mansões arrotando caviar e rindo à bandeira despregada, comemorando amiúde a engorda de suas já gordas contas bancárias; mas, inevitavelmente, hão de prestar contas no Juízo Final (Jo.10:12,13; At.15:24; Rm.16:18; 2Co.2:17; 11:13-15; Gl.1:7; 2:4; Fl.3:18,19; 1Tm.6:5; Tt.1:10; 2Pd.2:1-3,14; Jd.12; Ap.22:15).

Então, duas são as multidões, deveras distintas, que trilham os caminhos deste mundo das peregrinações: A multidão que compõe o PEQUENO REBANHO, e as multidões condenadas à perdição eterna, de Ap.17:15.

E é fácil distinguir as duas multidões. É só lermos esta Palavra de Jesus e observarmos onde estão congregadas as pessoas: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à Vida, e poucos são os que a encontram” (Mt.7:13,14)

Alguém já deve estar concatenando: Mas os templos colossais, superlotados com suas multidões estupefatas, estão bombando! Lá se diz em alto e bom som o Nome do Senhor; lá as profecias abundam; o capeta e sua horda são esconjurados; e os milagres acontecem a rodo...

Sim, é verdade. Verdade inquestionável!

Mas vejamos a mensagem do Senhor Jesus Cristo sobre o que lhes acontecerá no Juízo Final: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em tem Nome? E em teu Nome não expulsamos demônios? E em teu Nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: NUNCA VOS CONHECI; APARTAI-VOS DE MIM, VÓS QUE PRATICAIS A INIQUIDADE” (id.vv.21-23)

Duríssimas Palavras de Jesus aos mercenários-curandeiros-milagrentos!

Há uma coisa que me deixa bastante pensativo: Essas multidões, orientadas pelos gurus-mercenários, buscam desenfreadamente o vil metal; elas fazem das tripas coração para alcançá-lo... Elas fazem das riquezas materiais o seu próprio deus, como diz o Apóstolo Paulo: “Porque MUITOS HÁ, dos quais repetidas vezes vos disse, e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo; cujo fim é a perdição; cujo deus é o ventre; e cuja glória assenta no que é vergonhoso; os quais só cuidam das coisas terrenas.” (Fl.3:18,19)

Então, há uma coisa que me deixa bastante pensativo, e me faz perguntar: Essas multidões buscam riquezas materiais para quê?

No versículo 32, Jesus diz: “Não temas, ó pequeno rebanho! porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino.”

É belo demais, não?

Quem não se desmancha de gozo ao ouvir: “A vosso Pai agradou dar-vos o Reino?”.

Todos nós, não é mesmo?

Mas vejamos o que Jesus diz no versículo seguinte, o v.33, que complementa o v.32: “VENDEI O QUE POSSUÍS, E DAI ESMOLAS. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouros nos céus que jamais acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói”.

“VENDEI O QUE POSSUÍS, E DAI ESMOLAS”.

Fácil entender, não?

Difícil é executar?

Sim, para as multidões é difícil, mas para o Pequeno Rebanho, não.

O Pequeno Rebanho, ao qual o Pai agradou dar o Reino, pela Graça de Deus já cumpriu cabalmente este imperativo do Senhor Jesus Cristo, despojando-se de tudo e entregando-o como esmolas; e vive agora “para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus.” (1Pd.1:4), pois sabemos que “a nossa Pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Fl.3:20); e, com os olhos da fé fitos na Pátria Celestial, de onde aguarda o Salvador e Senhor Jesus Cristo, o Pequeno Rebanho entoa alegremente este belo Hino: “Quando vires outros com seu ouro e bens, / Lembra que tesouros prometidos tens; / Nunca os bens da terra poderão comprar / A mansão celeste em que tu vais morar.” (Hino CONTA AS BÊNÇÃOS, nº 329, do Cantor Cristão, Hinário das Igrejas Batistas da Convenção Batista Brasileira).

“A vosso Pai agradou DAR-VOS o Reino”.

É do agrado do Pai dar-nos o Reino. É relevante observarmos que Ele não vai vender-nos, não vai alugar-nos, ou emprestar-nos, ou permitir-nos o uso do Reino; Ele vai DAR-NOS o Reino, pois essa dádiva o agrada.

Da mesma forma, devemos ter o AGRADO DE DAR os nossos bens aos que nada possuem.

Acaso você se apega àquilo que possui? Ainda não o vendeu e deu esmolas?

Caso positivo essa sua atitude covarde tem um nome: AVAREZA.

E, quanto aos AVARENTOS, eis o que diz a Palavra de Deus: “Não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não vos enganeis; nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, NEM OS AVARENTOS, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores HERDARÃO O REINO DE DEUS” (1Co.6:9,10)

Neste capítulo 12 de Lucas, Jesus ordena-nos não temer: “NÃO TEMAS, ó pequeno rebanho!”.

E a quem é que não devemos temer?

“Digo-vos, amigos meus: NÃO TEMAIS OS QUE MATAM O CORPO, e depois disso nada mais podem fazer. Mas eu vos mostrarei a quem é que deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei. Não se vendem cinco passarinhos por dois asses? E nenhum deles está esquecido diante de Deus. Mas até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. NÃO TEMAIS, POIS MAIS VALEIS VÓS DO QUE MUITOS PASSARINHOS” (id.vv.4-7)

Portanto, não devemos temer ao homem mau, homicida, filho das trevas, que só pode matar o nosso corpo; e, igualmente, não devemos temer o amanhã, demonstrando a nossa ansiosa solicitude pela vida material. Se Deus alimenta diariamente os passarinhos e veste os lírios, de modo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles, quanto mais não cuidará de nós, pois que valemos muito mais que os passarinhos e os lírios do campo!

Devemos temer somente a Deus.

E graças a Deus que em Cristo Jesus nos fez seu Pequeno Rebanho, e lhe agrada dar-nos o Reino!

Eis o nosso incomensurável consolo: Enquanto aguardamos com indelével esperança o grande Dia do Senhor, quando Ele fará a solene entrega do Reino ao seu Pequeno e Bem-Aventurado Rebanho, aqui no mundo das peregrinações Jesus Cristo, o nosso Pastor Amado, conduz-nos incessantemente aos pastos verdejantes e às águas tranquilas (Sl.23:2), pois nós somos dEle, e Ele é nosso: “Eu sou do meu Amado, e o meu Amado é meu; Ele apascenta o rebanho entre os lírios” (Ct.6:3). Aleluia!

 

Lázaro Justo Jacinto


Autor: Lázaro Justo Jacinto


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