A Formação Humana Segundo A Pedagogia De Kant



INTRODUÇÃO

Neste trabalho estaremos analisando a proposta educacional kantiana que busca desenvolver predisposições naturais do homem e torna-lo capaz de um convívio social. No capítulo I trataremos de abordar os aspectos conceituais da filosofia kantiana e sua influência na formação humana. Já no capítulo II será exposta a proposta pedagógica de Kant, onde o filósofo apresenta os estágios e subdivisões da educação que tem por finalidade o aperfeiçoamento da raça humana. Por fim, no capítulo III, examinaremos a aplicação da filosofia moral de Kant ao processo pedagógico e sua implicação na formação do caráter humano.

Embora Kant seja bastante conhecido e citado, não é suficientemente lido. E, além disso, há um outro aspecto na vida de Kant, menos conhecido ainda, que é a questão da pedagogia. Ele acredita haver um modelo de educação ideal, capaz de ultrapassar as causas naturais e a as circunstâncias temporais chegando ao modo do homem pensar e na constituição de seu caráter moral. E ainda que o filósofo trate também de questões educacionais na Metafísica dos Costumes e na Crítica da Razão Pratica (Doutrina do Método), o conjunto de preleções intitulado Sobre a pedagogia compõe o maior trabalho de Kant em relação à educação, sendo selecionado como principal fonte para a abordagem do tema.

Na época em que escreve Sobre a Pedagogia, o filósofo estava muito preocupado com a educação de sua época, que estava longe de alcançar os ideais pregados pelo Iluminismo. Isto devido ao despotismo político e à falta de um sistema educacional fundado em uma moralidade apriorística, que ao ser implantado no processo educativo, levaria os homens à liberdade e à felicidade. Uma vez que Kant acreditava que os homens só poderiam ser felizes à medida que fossem morais e sábios. Porém, para o filósofo, somente com a educação presente, os homens não seriam capazes de alcançar plenamente a finalidade de sua existência. Era preciso que se estabelecesse um modelo de educação, o mais adequado, para que pudesse ser deixado às gerações futuras, sendo assim, aprimorado e colocado em prática aos poucos. Conforme nos ensina Kant (2006, p. 17):

Com a educação presente, o homem não atinge a finalidade de sua existência. Na verdade, quanta diversidade no modo de viver ocorre entre os homens! Entre eles não pode acontecer uma uniformidade de vida, a não ser na medida em que ajam segundo os mesmos princípios, e seria necessário que esses princípios se tornassem como que uma outra natureza para eles. Podemos trabalhar num esboço de uma educação mais conveniente e deixar indicações aos pósteros, os quais poderão pô-las em práticas pouco a pouco.

Embora tenham defendido teorias completamente diferentes, Kant foi muito influenciado por Rousseau. Ambos criaram teorias sobre a questão do dever moral do individuo em confronto com a sua liberdade, chegando à conclusão de que a liberdade e o dever moral são inseparáveis, ou seja, um homem somente é livre quando age moralmente. Daí surge uma das principais características comuns entre os dois filósofos, que é a interiorização das leis morais. Para eles, a lei moral não deve ser determinada e imposta por alguma força externa às pessoas, a exemplo de religião ou Deus.

Como Rousseau, Kant acredita haver uma exigência da existência de Deus, um ser supremo criador do mundo e suas leis, afirmando a imortalidade da alma como garantia da ordem moral para que tanto os bons quanto os maus possam ser recompensados.Nessa analogia entre suas concepções filosóficas, cabe ressaltar também que uma das provas da existência de Deus defendida por Kant de que a sua existência é necessária para a realização do sumo bem, sendo, assim, o criador da natureza, mediante o intelecto e a vontade, encontra no Livro IV do Emílio de Rousseau uma grande fonte de inspiração.

Em Sobre a Pedagogia pode-se encontrar várias situações que retomam as recomendações contidas no Emílio de Rousseau, a exemplo do desenvolvimento das potencialidades naturais da criança e seu afastamento dos males sociais: "Não se dê atenção aos gritos das crianças e não se condescenda com elas, quando querem obter alguma coisa por esse procedimento; mas, se pedem cordialmente, deve-se dar a elas o que é útil" (Kant, 2006, p.50). Encontramos semelhante recomendação no Emílio, onde Rousseau (1992, p. 73), diz que "vosso filho nada deve obter porque o pede e sim porque precisa, nada fazer por obediência e sim por necessidade."

Uma outra marca da pedagogia rousseauniana é a valorização da infância por si mesma, situada no contexto de relação entre a natureza e a sociedade. No Emílio o filósofo nos apresenta o cidadão ideal e os meios de treinar a criança para o Estado de acordo com a natureza, inclusive para um sentido de Deus, afirmando que:

Conhecer o bem e o mal, sentir as razões dos deveres do homem não é da alçada de uma criança. A natureza quer que as crianças sejam crianças antes de ser homens. Se quisermos perturbara essa ordem, produziremos frutos precoces, que não terão maturação nem sabor e não tardarão em corromper-se; teremos jovens doutores e crianças velhas (Rousseau, 1992, p. 75).

Em Kant (2006, p. 83), encontramos:

As crianças devem ser instruídas apenas naquelas coisas adaptadas à sua idade. Muitos pais se alegram vendo os filhos proferirem discursos de velhos; tais crianças a nada chegam (...). Ora, uma criança que apresenta as máximas do senso próprio de homens feitos está fora do caminho traçado para a sua idade e não faz senão imitar.

As obras rousseaunianas Contrato Social, bem como o Emílio, mais precisamente no livro IV, mostram que o autor insiste na concepção de que não se pode tratar separadamente a política e a moral, porque quem o fizer jamais nada entenderá de nenhuma delas. A diversidade entre Rousseau e Kant surge então quando o primeiro afirma que os seres humanos originariamente são bons, justos, tendo a consciência moral gravada em seus corações e, portanto, é a sociedade que oscorrompe. Kant por sua vez, não defende uma bondade original do homem como Rousseau o faz nos discursos sobre a origem e os fundamentos da desigualdade social, onde exalta a inocência e bondade das tribos primitivas. Segundo a concepção kantiana, o homem não já nasce com essas predisposições para o bem. Ao contrário, pelo fato de naturalmente sermos egoístas, maus, corruptos é que necessitamos de uma consciência moral para nos aperfeiçoarmos, que é determinada pela razão.

O que o filósofo de Konigsberg postula então é a possibilidade que cada indivíduo possui de dominar seus instintos naturais, dominar a liberdade de seu livre arbítrio, afirmando-se como um sujeito moral. A moralidade constitui o princípio e fim da pedagogia kantiana que acredita na educação moral como geradora da confiabilidade entre os homens. Para Kant (2006, p.77): "se prometi algo a alguém, devo manter minha promessa, mesmo que isso acarrete algum dano. Porque um homem que toma uma decisão, e não a cumpre, não pode ter confiança em si mesmo". Com base então, nessa perspectiva kantiana, analisaremos os estágios e subdivisões da educação, bem como o papel dos pais e educadores nesse processo pedagógico, que tem por finalidade um patamar de moralidade autônoma.


CAPÍTULO I – ASPÉCTOS BÁSICOS DA FILOSOFIA KANTIANA

Immanuel Kant abordava o estudo da religião de forma bastante diferente daquela ensinada e aceita na época. Seus ensinamentos eram baseados no racionalismo e não na revelação, ou seja, ele baseava suas crenças religiosas principalmente na lógica, e não na simples fé. Seu livro A Religião nos Limites da Simples Razão colocou-o em conflito com o governo da Prússia, sendo em 1792proibido pelo rei Frederico Guilherme II de ensinar ou escrever sobre temas religiosos. Após cinco anos, com a morte do rei, Kant pode então retornar a apresentar seus escritos religiosos, vindo a falecer aos 79 anos de idade, em 1804.Suas obras são bastante diversificadas e entre as principais estão a Crítica da Razão Pura, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Crítica da Razão Prática e Crítica da Faculdade de Julgar. A primeira delas criou as bases para a "teoria do conhecimento" como disciplina filosófica. Seus estudos e ensinamentos nos campos da Metafísica, Epistemologia, Ética e Estética tiveram grande impacto sobre a maioria dos movimentos filosóficos posteriores, obtendo grande reconhecimento internacional.

A filosofia kantiana é uma reação crítica contra o dogmatismo metafísico que pretendia afirmar verdades absolutas e inquestionáveis no âmbito do conhecimento humano, através da intuição intelectual, indo além dos limites da natureza da razão humana. Kant então provoca um rompimento epistemológico com a tradição do pensamento filosófico. As faculdades da mente humana são concebidas de acordo com princípios e atividades específicas no funcionamento da consciência do sujeito, sendo que:

A capacidade de obter representações mediante o modo como somos afetados por objetos denomina-se sensibilidade. Portanto, pela sensibilidade nos são dados os objetos e apenas ela nos fornece intuições; pelo entendimento, ao invés os objetos são pensados e dele se originam conceitos (...). Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas (Kant, 1980, p. 39, 37).

1.1. A relação entre as três críticas

Segundo os intérpretes das obras kantianas, trata-se de uma grande obra dividida em três partes compostas de várias obras. Kant dedicou cada uma dessas obras para responder a questões que parecem nortear toda a sua filosofia. De fato, toda a filosofia kantiana procura a resposta para três questões: O que eu posso saber? O que eu devo fazer? E o que eu posso esperar? E para responder a cada uma dessas questões o filósofo dedica um livro.

Na Crítica da Razão Pura são examinados os juízos teóricos, obra cujo tema é o conhecimento humano e a possibilidade de uma metafísica da natureza. O autorestabelece a origem e os limites do conhecimento, atribuindo a nossa capacidade de conhecer às estruturas fundamentais que nossa mente possui, que são as categorias a priori do entendimento (quantidade, qualidade, relação e modalidade),e os conceitos fundamentais da intuição (espaço e tempo). Ele vai dizer que não podemos imaginar alguma coisa que exista fora do tempo e que não tenha extenção no espaço, embora a mente humana possa produzir tal idéia.

Espaço e tempo são condições indispensáveis para a construção do conhecimento. Sendo o espaço a forma da experiência ou prcepções externas, e o tempo a forma ou experiência das percepções internas. Ambos são portanto formas de intuição sensível, constituindo um pré-requisito absoluto para a representação de objetos sensíveis, pois todo qualquer objeto sensível precisa ser representado em espaço e tempo. Parece-nos então que na concepção kantiana a questão do conhecimento resume-se em uma pergunta fundamental: Como é possível um conhecimento sintético a priori? E a esta questão ele responde afirmando que uma vez considerado sintético a priori o conhecimento que pautado no mundo sensível , é universal e generalizado, a formulação de tal juízo somente é possível porque há intuições puras ou faculdades da mente que permitem processar a priori a informação. Essa estrutura mental, exterior aos dados fenomênicos consiste nas intuições de espaço e tempo e as categorias. Assim sendo, convém-nos dizer que o conhecimento se origina na experiência, mas se aprofunda no pensamento.

Para responder à segunda questão Kant escreve a Crítica da Razão Prática, ondetratado agir humano em uma metafísica dos costumes. Diz respeito aos juízos morais,onde Kant se ocupa da questão prática para explicar o que não poderia ser explicado pelos juízos teóricos, abordando, portanto a razão na sua explicação prática, enquanto determinação da vontade de agir.Tratando na Crítica da Faculdade de Julgar do sentir humano, integrando a vontade e o conhecimento, respondendo à terceira questão, embora o tema esperança também seja tratada em seus escritos sobre história e religião.

Na integração entre razão teórica (tratada na Crítica da Razão Pura) e a razão prática (tratada na Teoria da Razão Prática), surge uma hierarquia entre elas, ou seja, um querer sobrepor-se ao conhecer, o mundo da liberdade (autonomia) sobrepor-se ao mundo da natureza (heteronomia). Essa integração é feita pela faculdade do juízo, retirando-se a idéia de hierarquia, e sim integrando as duas formas, para que se aja de maneira moralmente correta, visando reestruturar a sociedade de acordo com o imperativo categórico, ou seja, com a moral racional e inata aos homens. Nessa crítica do juízo, surge então, uma ligação de forma a dizer que nem o mundo da natureza é totalmente heterônomo, quando o homem procura conhecê-lo, nem o mundo dos costumes é incondicionalmente autônomo, já que a liberdade da razão prática deve ser orientada no sentido da emancipação do homem como esforço para aperfeiçoar-se pelo uso da razão. Para Kant, como os homens, além de fazerem parte do mundo dos costumes, também fazem parte do mundo da natureza, possuem um impulso cego determinado pela causalidade natural e a razão prática é que deve controlar essa parte natural e mostrar a lei moral.

1.2. Os imperativos categóricos como norteadores do caráter humano

De acordo com a filosofia kantiana, são denominados imperativos categóricos os princípios a priori (universais e necessários) comuns a todo sujeito racional, constituindo-se na base da moralidade.Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes Kant descreve o agir humano dizendo que:

(...) nada mais resta do que a conformidade a uma lei universal das ações em geral que possa servir de único princípio à vontade, isto é: devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal. (...) O imperativo categórico é um único, que é este; Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal (1986, p.33, 59).

O rigorismo moral de Kant o leva a conceber imperativos categóricos que se apresentam como mandamentos morais aos quais se deve respeito absoluto, na medida em que determina uma ação como obrigatoriamente necessária, sem referência a nenhuma condição e sem subordinar-se a nenhum outro fim. O respeito pelo dever e a opção racional e deliberada pela boa vontade constituem, no pensamento kantiano, verdadeira moralidade.

A filosofia prática de Kant afirma que a base para toda razão moral é a capacidade do homem de agir racionalmente e o fundamento para esta capacidade é o princípio, denominado imperativo categórico, segundo o qual uma pessoa deve agir de tal forma que possa ao mesmo tempo querer que a máxima de sua ação possa valer como lei universal. Com essa afirmação, o filósofo mostra que uma pessoa não deve obedecer à lei moral somente por medo de ser punido ou por recear a desaprovação de outras pessoas, mas sim, por estar ciente de que não poderia agir de outra forma, por ter a consciência de ser um sujeito moral.

Com efeito, nem sempre o respeito pelo dever implica na moralidade podendo, portanto, expressar-se num simples cumprimento da lei, como também expressar a moralidade. Então será um mero cumprimento da lei quando uma pessoa se limitar a agir de acordo com a lei e as normas, as quais são exteriores à sua consciência moral, como é o caso da criança que obedece apenas por medo da autoridade, do comerciante que vende por um preço justo somente para não perder os clientes, ou do homem que não comete atos ilícitos, como roubar, matar, simplesmente para não ser punido.

A moralidade exige muito mais do que essa dependência a uma autoridade externa a nossa consciência. Kant afirma que o homem que se limita a cumprir a lei e a agir para evitar a reprovação ou a punição ainda não adquiriu uma consciência moral, a qual exige que uma pessoa seja capaz de contrariar as suas inclinações naturais e de orientar-se apenas pelo respeito pelo dever, sem que o motivo que o tenha levado a determinada ação tenha sua dependência em outro. E somente por meio da educação o homem é capaz de alcançar esse patamar de moralidade autônoma.

CAPÍTULO II – A PEDAGOGIA KANTIANA

A educação do homem faz parte das grandes preocupações de Kant, pois segundo ele, os homens só poderiam ser felizes na medida em que se tornassem morais e sábios, o que somente seria possível por meio da educação. Sendo que a felicidade aqui deve ser entendida como um máximo de bem estar no nosso estado presente e em toda a nossa condição futura. Contudo, Kant discorda que a felicidade seja associada à satisfação de todos os nossos desejos e inclinações, pois a vida moral torna-nos dignos de ser felizes, mas não constitui a felicidade em si, sendo felicidade e bondade coisas bem distintas. Todo o ser humano tem o desejo da felicidade, porém não deve sobrepor esse desejo ao cumprimento do dever, de forma que se o dever fosse subordinado à felicidade, a atitude moral estaria transformando-se num ato interesseiro. Nem sempre o bem estar está relacionado ao bem fazer. Com efeito, uma pessoa moral é aquela que faz uso continuado da boa vontade para dar prioridade ao sumo bem. A noção de boa vontade apresenta-se como centro da filosofia moral kantiana, porque é a única coisa que pode ser considerada boa, sem quaisquer restrições, ela quem distingue um ato virtuoso de um ato mau.

Ora, Kant uma distinção entre a boa vontade da felicidade, mas não as opõe. A boa vontade conduz sempre à virtude, mas o bem estar pode conduzir ao vício. A primeira torna-nos dignos da felicidade esta última deve estar sempre associada à virtude. Quando isso acontece, estamos diante do supremo bem. A moral kantiana entende que não basta ser virtuoso para alcançar a felicidade nem tão pouco basta procurar a felicidade para se ser virtuoso. A prática da virtude gera um contentamento de si, que se assemelha à felicidade e que é muito superior àquilo que sentimos quando nos limitamos a ser escravos das nossas inclinações e das nossas paixões, que podem dar-nos um prazer momentâneo, mas deixam, muitas vezes, um vazio ainda maior do que aquele que se julgou preencher. Essencialmente, a lei moral tende a afastar o homem dos seus instintos e das suas inclinações naturais. O verdadeiro bem consiste então na união da virtude e da felicidade, mas é sempre a virtude que constitui o elemento principal. Para se ser digno da felicidade é necessário ser-se virtuoso e a virtude baseia-se na autonomia da razão. Terá de ser, portanto, desinteressada e não pode depender de nenhuma autoridade externa, tão pouco se condicionada pelo medo ou pelo interesse.

O filósofo então define o homem filosoficamente pela necessidade da educação, ou seja, para que o homem se distinga das demais criaturas, é preciso que adquira aquilo que moralmente o torna homem, a educação. A formação e

transformação do homem são atribuídas à educação, que tem a incumbência de proporcionar os meios adequados para o exercício de sua liberdade, autonomia e humanidade. Pela capacidade que sua condição humana lhe permite de vir a ser muitas coisas, a tendência do ser humano é estar sempre transpondo limites e desfrutando de todas as qualidades naturais que por excelência pertencem à humanidade e, por isso têm necessidade de utilizar-se de sua razão, sua liberdade. Uma vez que o homem só age moralmente porque é livre, porque a razão é quem vai determinar a conduta, não havendo forças exteriores, mas sim uma consciência moral indicando que o indivíduo tem que agir de tal maneira para garantir a ordem universal na convivência humana.

A educação é o motor propulsor para o progresso histórico e o desenvolvimento histórico-social, na medida em que a destinação natural do homem não decide a sua essência, e por isso se faz necessário que seja educado não um indivíduo de forma isolada, mas tendo em vista a humanidade de maneira global, educando-se a espécie e não um homem no singular, realizando-se um processo contínuo, a logo prazo, que deve ser transmitido de geração a geração.

Educar implica em civilizar, atividade imprescindível à condição humana e, somente dispondo de um sistema educacional adequado é que se pode pensar em progresso universal, pois a educação é que livra os homens do espírito servil, uma vez que a ignorância é companheira da escravidão. Através desse processo emancipatório, homem então se torna o autor de seu destino, sendo o único responsável por sua história, não devendo atribuir a qualquer outra fonte, a sua destinação. Daí a necessidade de instruir-se o homem para que este seja capaz de um convívio social, conduzido à maioridade por meio da educação, tornando-o capaz de pensar e decidir sozinho, agindo agora não por inclinações externas, mas por sua razão que adquiriu uma formação moral no decorrer do processo educativo.

2.1. Estágios e subdivisões da Educação

Kant (2006, p. 11), inicia a obra Sobre a Pedagogia afirmando que "o ser humano é a única criatura que precisa ser educada". Segundo ele, o homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação, sendo o indivíduo aquilo que a educação o torna.Ao contrário do animal que, pelo seu instinto, desde que nasce já é tudo o que pode vir a ser, o homem originariamente não é nada, embora tenha sempre a possibilidade de vir a ser múltiplas coisas, e por ser detentor exclusivo da liberdade tem uma multiplicidade infinita de caminhos para seguir. Isso significa dizer que o homem em si mesmo não é nada, mas pela sua liberdade pode tornar-se infinitas coisas. Por não ser capaz de desenvolver sozinho suas potencialidades, o ser humano necessita ser moldado pela educação para que possa vir a utilizar as suas possibilidades infinitas.

A educação sob a perspectiva kantiana implica fundamentalmente em dois momentos, que são a disciplina, o que ele vai chamar de parte negativa e, a instrução, parte positiva da educação. Diferente dos demais animais, cuja finalidade da existência está pré-estabelecida pela natureza, o  homem deve estabelecer por si mesmo o projeto de sua existência e, para isso ele não pode abrir mão da racionalidade. Por não conseguir fazer isso por conta própria e de modo imediato, torna-se indispensável a presença do outro que tenha sido educado e o eduque. A saber, uma geração educa a outra no intuito de desenvolver as disposições naturais existentes no ser humano, o qual ainda não possui a noção de moralidade. Estas disposições, entretanto, só podem ser desenvolvidas em seu pleno sentido visando à espécie humana como um todo, de forma que "A espécie humana é obrigada a extrair de si mesma pouco a pouco, com suas próprias forças, todas as qualidades naturais, que pertencem à humanidade. Uma geração educa outra" (Kant, 2006, pág.12).

Conforme nos afirma o autor, a educação pode ser entendida sob duas perspectivas fundamentais: Educação Físicae Educação Prática ou moral. Com efeito, a física é aquela que se preocupa com a formação de hábitos de higiene, cuidados com a saúde e conservação do corpo. A educação prática ou moral é aquela em que a formação do caráter se torna a preocupação fundamental. Ele atribui à educação o papel de desenvolver a racionalidade da natureza humana, já que o ser humano é uma criatura indeterminada, passiva tanto de desenvolver e aperfeiçoar as suas potencialidades naturais, como de adquirir novas habilidades, determinando-se a si mesmo ao longo e sua existência. Entretanto, não há como falar-se em educação kantiana sem falar-se em moralidade, visto que para o filósofo, a condição para uma vida em sociedade está em derivar da razão as leis morais que determinam as ações humanas. Então Kant introduz os princípios de sua filosofia moral à sua proposta educacional, a qual possui como princípio e fim uma moralidade autônoma. Mas adverte que para alcançar essa autonomia de pensamento é necessário que o homem se habitue a desde criança, agir segundo máximas e para isso descreve em Sobre a Pedagogia os estágios e divisões do processo educativo.

2.2. Educação Física

A Educação física consiste propriamente nos tratos maternais prestados às crianças pelos pais ou babás. Ela não denomina simplesmente nosso físico, como nosso corpo, por exemplo, mais ainda com referência physis dos gregos, que diz respeito à totalidade da natureza.

O cuidado consiste no primeiro estágio da educação, abrangendo o primeiro estágio da vida humana. A maior parte dos animais requer nutrição, mas não necessita de cuidados que implica em não deixar que faça uso nocivo de suas forças. Mas o homem, no entanto, precisa de ambos. Aqui Kant refere-se ao cuidado que os pais devem ter com os filhos para que estes não venham a fazer qualquer uso prejudicial de suas forças. Ele descreve a maneira correta de lidar com os bebês incluindo a alimentação, a forma de vestir e até de ninar a criança. Já o segundo estágio da educação é a disciplina ou treinamento, que vai transformar a animalidade em humanidade. Não que se vá extinguir a animalidade natural do ser humano, mas disciplinar significa aqui evitar que a animalidade venha causar danos à humanidade. O autor chama à atenção para que a disciplina não seja entendida como uma forma de tornar as crianças escravas, mas sim faça com que elas se sintam livres, porém com a noção de que sua liberdade não deve ultrapassar à dos outros.

Ressalta ainda o autor o fato de alguns pais se irritarem com perguntas que frequentemente as crianças fazem e as repelem ou ainda, negam tudo aos filhos a fim de disciplina-los. E isso é totalmente negativo para a sua formação, tendo em vista que crianças não têm nenhuma noção de vergonha ou conveniência. Então essas repressões só servirão para tornar a criança tímida, com receio em conversar com os pais ou responsáveis e insegura. Ao invés de querer estar sempre próximo dos pais, elas vão buscar auxílio com outras pessoas e acabam aprendendo as coisas de maneira errada. Ao contrário, os pais têm que mostrar à criança que ela não irá conseguir nada por meio de gritos ou chantagens emocionais. O que significa dizer que se ela for "educada de modo que nada possa conseguir gritando, ela se torna livre, sem ficar sem vergonha e, modesta, sem ser tímida" (Kant, 2006, p. 51).Não se deve negar tudo aos filhos, exigindo um exercício de paciência, antes convém orienta-los para que eles se acostumem a agir sempre de modo socialmente aceito. Trata-se de fazer com que a vontade da criança aprenda a curvar-se diante dos obstáculos naturais, devendo desde cedo incentiva-la a agir sob máximas de ação, a princípio na família, na escola e, posteriormente na sociedade na qual está inserida.

2.3. Educação Prática

A Educação prática é aquela pela qual o homem deve ser formado a fim de que possa viver como um ser que age livremente, abrangendo o que Kant chama de cultura positiva, que inclui a habilidade, prudência e moralidade.

A cultura compõe o terceiro estágio da educação. É através da cultura que o homem se distingue dos demais animais. A cultura é também denominada por Kant como a obtenção de habilidades, sendo estas consideradas obtidas quando as pessoas alcançam com sucesso todos os seus fins escolhidos. Entretanto, o autor ressalta que para o desenvolvimento da habilidade a primeira e principal regra é dispensar ao máximo o uso de instrumentos pela criança, pois o uso de instrumentos causa danos à habilidade natural.

Então Kant recomenda que se dispensem os carrinhos ou "andadeiras" para a criança, deixando assim que ela exercite sua própria habilidade de andar. Deve-se evitar também que sejam utilizados instrumentos para calcular, medir distâncias, espaço ou tempo. Até mesmo nas práticas lúdicas, devem ser introduzidas atividades que desenvolvam as potencialidades da criança, permitindo assim que esta exercite seu raciocínio, bem como desenvolva o uso voluntário dos órgãos dos sentidos.

É preciso que desde o início se utilize poucos instrumentos para permitir que a criança desenvolva sua habilidade natural, aprendendo as coisas por si mesmas, pois quanto mais são utilizados os meios artificiais, tanto mais o homem ficará dependente deles. Ainda em relação à cultura, é feita uma distinção entre cultura geral e um outro tipo de cultura que o autor chama de civilização, forma de cultura tem como finalidade, não somente a habilitação, mas também a prudência.

A prudência forma o quarto estágio da educação, consistindo na faculdade de uma pessoa utilizar-se de suas habilidades de um modo socialmente aceito para alcançar seus objetivos. O filósofo define que os pré-requisitos de uma pessoa civilizada são os comportamentos socialmente aceito e a capacidade de ser pragmático, isto é, a prudência através da qual o homem utiliza-se das habilidades de ouros seres humanos para o seu propósito final. Refere-se à capacidade do homem de interagir com outros da mesma espécie.

Por fim, o autor trata da moralização. Na verdade, para Kant todas as etapas da educação visam basicamente à moralização, que implica na formação de caráter. E caráter na perspectiva kantiana implica na aptidão que o ser humano possui de agir em consonância com máximas que inicialmente são estabelecidas na família e na escola e em seguida na sociedade. Isso porque Kant (2006, p. 77), acredita na educação moral como pressuposto da confiabilidade entre as relações que os indivíduos da mesma espécie mantêm entre si, onde "os homens que não se pospuseram certas regras não podem inspirar confiança; não se sabe como se comportar com eles". Entretanto, para que o homem tenha essa inclinação para agir de acordo com máximas, é necessário que desde cedo a criança seja incentivada a obedecer leis, estabelecendo-se a princípio horários para brincar, trabalhar, dormir, estudar, etc. De maneira que as determinações apresentadas à criança, jamais sejam revogadas

Nosso filósofo concorda com alguns docentes quando estes afirmam que as orientações devem ser apresentadas ás crianças de maneira que elas as cumpram por inclinação. Porém, ele adverte que muitas orientações devem ser apresentadas a elas como dever. Embora o filósofo admita que o entendimento absoluto do discente sobre o agir como dever somente será possível ao longo do tempo. A obediência cega da criança deve, desde que possível, ceder lugar à obediência voluntária do adolescente, que reconhece o dever de obedecer à lei moral.


CAPÍTULO III - A APLICAÇÃO DA FILOSOFIA PRÁTICA DE KANTE AO PROCESSO EDUCACIONAL

Kant aplica exatamente a problemática originária da filosofia prática à educação, atribuindo a esta a responsabilidade da perfeição da raça humana. Em Sobre a Pedagogia o autor apresenta um projeto de educação moral. Isto porque acredita que há uma espécie de educação capaz de ultrapassar as causas naturais e as circunstâncias temporais e chegar ao modo do homem pensar e na constituição do seu caráter moral. Ele afirma que o homem não pode tornar-se um verdadeiro homem senão por meio da educação. Ou seja, o ser humano é aquilo o que a educação dele faz. E todas as etapas da educação das quais o filósofo trata na obra examinada são norteadas pelo princípio da moralização. A moralização visa à formação de caráter e, essa formação deve ser trabalhada ao longo do tempo no ser humano. O homem deve desde a infância ser incentivado a curvar-se diante dos obstáculos naturais e a agir de acordo com máximas que devem nortear toda a sua vida.

Caráter para Kant consiste no hábito de agir segundo certas máximas. Em Sobre a Pedagogia Kant mostra que desde o princípio a criança obedece às leis. Desse modo quando se quer formar o caráter da criança, é preciso mostrar-lhe que há certas leis que ela deverá seguir e, para isso é necessário que "a criança seja completamente impregnada não pelo sentimento, mas pela idéia do dever!" (Kant, 2006, p).

A arte da educação é, de fato, necessária, na medida em que as disposições naturais do homem não se desenvolvem espontaneamente, uma vez que o homem não consegue traçar por si mesmo as regras que deverão orientar a sua própria conduta. Torna-se indispensável à existência de alguma aprendizagem que, embora suponha a autonomia e a liberdade, requer de uma forma inevitável à orientação de outro. Embora devamos permitir que o educando tenha certa liberdade de escolha importa, contudo, conscientizá-lo para a necessidade de seguir, desde o início, o que é estabelecido de uma vez por todas pela norma.A regularidade imposta pelas leis afirma-se como a disposição favoravelmente indispensável para a formação do caráter. Ao adquirir tal consciência, a criança saberá agir em conformidade com as máximas que a sua própria razão promove e, então, a disciplina se tornará interior.O discente passará então a ser o seu próprio mestre, um ser moralmente autônomo que não tem necessidade de depender da vontade de outro quando escolhe realizar voluntariamente determinada ação. Contudo, é somente no decorrer deste processo educativo é possível alcançar um interesse moral puro, a força impulsionadora da pura representação da virtude, cabendo à educação moral a tarefa de concluir a formação do ser humano.

3.1. Educação e Liberdade

Embora possa nos parecer que confuso quando a pedagogia kantiana postula uma educação voltada para a liberdade ao mesmo tempo em afirma a necessidade do homem ser habituado a agir sob máximas, não estamos diante de uma contradição. A educação em Kant de fato é voltada para a autonomia, proporcionando aos indivíduos a possibilidade de serem sujeitos normativos de seu pensar e agir. Porém, essa consciência prática não é uma conseqüência natural ao ser humano sendo, portanto, o exercício da razão (que pressupõe liberdade), responsável por habilitar o homem ao convívio em sociedade ao longo de um processo gerado a partir da intervenção pedagógica.

O filósofo acredita que o ato de pensar exige do sujeito uma determinação voluntária, representante do caráter emancipatório, prescrevendo a liberdade como princípio fundamental de sua razão crítica para restituir a autonomia ao pensar e ao agir, afirmando que:

À liberdade de pensar opõe-se em primeiro lugar a coação civil (...) Em segundo lugar, a liberdade de pensar é também tomada no sentido de que se opõe a toda coação à consciência moral (...) Em terceiro lugar, a liberdade de pensamento significa que a razão não se submete a qualquer outra lei senão àquela que dá a si própria (Kant, 1974, p. 92, 94).

É a liberdade que constitui a razão no homem. E as leis morais derivadas da razão, por sua vez, legitimam as ações e relações entre os homens, tornando possível a convivência em sociedade. O ser humano só deixa de ser um sujeito natural para integrar-se à vida em sociedade quando se deixa guiar pelas forças internas da razão. Assim sendo, aprender a pensar por si próprio equivale a aprender a ser racional, desenvolvendo uma capacidade e disposição preexistentes no homem.De acordo com a filosofia kantiana podemos dizer então que autonomia é a capacidade de autodeterminação de todo ser racional inserido a uma sociedade. Significa dizer que ter autonomia implica em utilizar a razão na determinação da vontade. Desse modo a vontade autônoma vai se caracterizar por suas ações não serem determinadas por instâncias externas, mas sim pela obediência às leis morais internas ao sujeito racional que passa a ser ao mesmo tempo legislador e executor de suas leis.

Kant credita à educação o aperfeiçoamento da raça humana, desenvolvendo a racionalidade do sujeito. Segundo ele, o homem por natureza pode vir a ser múltiplas coisas, porém não é capaz de desenvolver sozinho suas potencialidades naturais. Somente a educação é capaz de restaurar a autonomia do pensamento, definindo a nova condição do homem frente aquilo que ele pode ser. A formação do pensamento autônomo não emana de um processo espontâneo da natureza humana, mas sim de um aprendizado social, que possibilita a experiência da razão, capacitando o homem a projetar-se a si mesmo ao na sua existência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao realizarmos este trabalho, verificamos as implicações da concepção kantiana na formação do caráter humano, buscando elucidar de que forma a filosofia moral de Kant aponta a educação como responsável pelo aperfeiçoamento da raça humana, indicando-a como única forma possível de gerar a felicidade entre os homens.

A pedagogia kantiana é uma introdução ao pensamento autônomo, na medida em que busca uma educação de liberdade, levando o homem a pensar agir de maneira independente, sem que o motivo que o levou a praticar uma ação moral tenha sua dependência em qualquer outro. Apesar de aparentar estar entrando em uma contradição quando visa uma educação de liberdade ao mesmo tempo em que afirma que o indivíduo deve agir sob determinações, Kant nos mostra que a formação do caráter se dá quando o homem é capaz de agir segundo máximas, pois o exercício da razão pressupõe a liberdade, tornando os homens hábeis a conviverem em sociedade. Pensar com autonomia é, portanto, utilizar-se da razão na determinação da vontade, sendo a vontade autônoma caracterizada pelo fato das ações do indivíduo não serem determinadas por fatores alheios a sua consciência moral.

A intervenção pedagógica se faz necessária uma vez que o homem, apesar de nascer com a possibilidade de dominar seus instintos naturais e afirmar-se como um sujeito moral, não é capaz de desenvolver sozinho suas potencialidades. Sendo necessário um processo educacional que o leve a uma autonomia de pensamento, tornando-o sujeito legislador e executor de suas próprias leis.

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Autor: Bárbara Aguiar


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