Crônica de uma viagem anunciada



CRÔNICA DE UMA VIAGEM ANUNCIADA

 

Por: E.O.P.A

 Basicamente, tudo se resume da seguinte maneira.....

 

DA VIAGEM À CHEGADA AO DESTINO DOS SONHOS

Passada a tensão dos preparativos, as viagens de ida são, em via de regra, maravilhosas! A expectativa da chegada (por mais que se diga que não se crie, se cria sim!) é deslumbrante! Um novo lugar, pessoas novas! Tudo muito feliz! Descanso!... Afinal, são FÉRIAS!!!!!

 A CHEGADA E OS TRÊS PRIMEIROS DIAS

Tudo se confirma! É maravilhoso! As pessoas parecem estar só por nossa conta! O lugar realmente é lindo! Tudo é perfeito! Muito assunto pra conversar (parece que nunca vai acabar), as coisas que levamos são apreciadas como especiarias orientais chegando à Europa mercantilista!

Vocês comem e fazem isso todos os dias? Hummm, que delícia! Nossa! Lá é assim? Que lindo! Até as pessoas que estão de certa forma acostumadas com seu próprio ambiente, parecem apreciá-lo com um olhar diferente e mais otimista.

Passeios, novos lugares, pessoas novas querendo te ver, te conhecer, novas experiências..... Ah, como eu queria que a vida fosse sempre assim! Dá vontade de ficar por aqui e não voltar nunca mais para o lugar de onde eu vim!

No meio do terceiro dia, já caminhando para o quarto, os pensamentos de saudade da nossa vida no lugar aonde temos raiz (nossas coisas, nossa casa, as pessoas com as quais construímos amor e cumplicidade (irmãos, mãe, pai, filhos, esposo (a) /companheiro (a), amigos, trabalho, etc.) já começam a apertar com a sua ausência incômoda o nosso coração!

 O QUARTO DIA

Percebemos que aquelas mesmas pessoas que nos receberam maravilhosamente muito bem, tem vida, rotina, atividades e obrigações a cumprir diariamente como todos nós! Os assuntos já se tornam mais escassos. Já estamos incomodados, nos sentindo como visitas indesejadas na casa dos outros e, por mais que tentemos disfarçar, não parece que somos só nós que queremos ir embora, pois elas também já começam a desejar o mesmo, mesmo que nunca digam isso! ... e isso é normal, pois não é somente conosco que isso acontece.... São com todos!

 QUINTO DIA EM DIANTE (...e até quando durar!)

Meu Deus! Quero ir embora! Não agüento mais! O que eu estou fazendo aqui ainda!.... São frases que, inevitavelmente vêm, pelo menos, em nossa cabeça. É um misto de Saudade do que tenho vivido aqui, com o que eu deixei lá de onde eu vim! Filtramos os momentos maravilhosos que já vivenciamos nesses dias, sejam com filhos, companheiro, parentes, amigos que nos receberam com muita receptividade, lugares maravilhosos, paisagens deslumbrantes, experiências inesquecíveis, mas... a ficha cai! Preciso ir embora!

Na verdade, Desejo ir embora para minha casa! Aqui já deu o que tinha pra dar! É lá que tenho minha base, meu porto seguro! Damo-nos conta do quanto sentimos falta de uma referência para nossas vidas e, nesse momento, essa referencia se resume naquilo que é sólido e real, ao qual desprendemos anos de dedicação e amor para construir com muito sacrifício e deixar como e onde desejamos que tudo isso esteja agora.

  RESUMO DA ÓPERA:

Vamos deixar de viajar, conhecer novos lugares, experimentar novas experiências? NUNCA! JAMAIS! Esse é o nosso desejo sempre! Há que se lembrar que, viagens nos enriquecem, nos recarregam, nos fazem extremamente felizes!

Mas como a arte imita a vida, assim como a vida imita a arte, todos nós temos o nosso Kansas e, por mais árido e cinzento que ele seja, a Dorothy que existe dentro de cada um de nós, só tem um único desejo agora: Bater seus sapatinhos de rubi três vezes, tomarmos o caminho de volta e se dar conta de que....

....There is no better place than our home!

(.....NÃO HÁ LUGAR MELHOR DO QUE A NOSSA CASA!)


Autor: Evandro Oliveira Parreiras


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