BBB e a indecência no horário nobre



“Fazer a crítica a esse perverso programa (BBB) deve ser obrigação de qualquer um que pensa o país. O show da Globo é uma violência explícita, cruel, nefanda, sinistra e miserável...” (Elaine Tavares)

 Há poucos dias tratamos da escória da televisão brasileira, não havendo, portanto, qualquer necessidade de novamente abordar essa temática. No entanto, pela décima segunda vez o fastígio da ignorância, o cume da excrescência e da boçalidade do País foi retomado. O supra-sumo da vulgarização da mulher ganha seus contornos mais significativos. É o Big Brother Brasil, programa que expõe o quanto imbecis ainda somos, já que o Reallity Show, atopetado de idiotices e banalidades, ajuda veementemente a retardar cada vez mais o processo, já vagaroso, de desenvolvimento mental da sociedade brasileira.

Conclui-se, em poucos minutos frente à televisão, que o preceito fundamental para ser telespectador do BBB é primar ininterruptamente pelo mau gosto extremo, demonstrando inequivocamente que a alienação e a insanidade são tamanhas que já fugiram por muito tempo do seu controle. Todavia, é de se constatar que a bronquice desse telespectador foi concebida durante séculos através de uma política de opressão e exploração das massas trabalhadoras. Ironicamente, esses atos tirânicos foram patrocinados pela mesma emissora que hoje exibe essas imoralidades em horário nobre.

Assistimos a um espetáculo de fofocas, intrigas forjadas, frivolidades e comentários da vida de pessoas desocupadas que, 24 horas por dia, exibem seus corpos moldados em academias. Corpos magníficos, irreprocháveis, inversamente proporcionais às suas capacidades de raciocínio. Há, a cada versão, sempre uma nova gíria infestando o ambiente. Pérolas da idiotice declarada.

Eles, os participantes de vocabulário limitado, são os “heróis” de Pedro Bial. Seria interessante indagar o senhor Pedro Bial sobre qual seria o seu conceito de “herói”. Por que uma corja de playboys idiotas, trancafiados em uma mansão e vivendo de luxúria, ostentação e desperdício são considerados heróis? E o brasileiro que sobrevive com um salário mínimo, que trabalha extenuantes 44 horas semanais, que enfrenta o trânsito, as enchentes e a violência? Eles não são heróis?

Assim a Rede Globo contribui decisivamente para a nossa miséria intelectual, despolitizando-nos e tornando-nos tão acéfalos que a cada dia mais somos reféns da nossa própria estupidez. A emissora é especialista em programas e novelas de conteúdo intelectual nulo que ajudaram e continuam a contribuir, em muito, para adoecer o País e promover o emburrecimento a nível coletivo. 

Não nos restam dúvidas que são essas aberrações da Rede Globo, bem como do SBT, Band, Record etc., que promovem o "sucesso" do pagode, axé, funk e outras imundícies que se ouvem em todos os bares, lanchonetes e lugares públicos do nosso País. A implicação disso é inevitavelmente uma futura geração bem pior se comparada a essa em que vivemos, onde os brasileiros estão enclausurados no seu conservadorismo antiquado e prejudicial à evolução moral, espiritual e cultural de nossa espécie. Não se enxerga que quanto mais se difunde a ignorância e a aculturação, maior será o distanciamento de efetivos valores sociais e cívicos. Não constatamos que esse programa é a morte da cultura, da ética, da dignidade e da vergonha. É assim que explicamos as razões pelas quais somos um País desigual, injusto e violento. A conquista de bens sociais só é concebível a uma população politicamente madura, fator que está bem longe da nossa realidade.

Lamentavelmente essa praga importada, vulgarmente conhecida por BBB, dissemina-se como um câncer em constante e eterna metástase, rechaçando a tese daqueles que ainda acreditam que podemos ter uma população educada, politizada, conscienciosa de seus direitos, deveres e da realidade cruel da péssima distribuição de renda que trava o desenvolvimento do País e é responsável direta pela violência diária a que assistimos.

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Autor: Fernando Grecco


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