Pesquisa etnográfica de campo “São” Guabiraba “santo canonizado pelas comunidades”



Pesquisa etnográfica de campo “São” Guabiraba  “santo canonizado pelas Comunidades”.

Resumo: Este artigo tem como base um estudo Historiográfico e antropológico  desenvolvido na linha de pesquisa etnográficas e históricas da vida de João Guabiraba na Comunidade de Pimental conhecido pela comunidade Como “Santo” e vem trazer a tona os devotos e milagres atribuídos a Guabiraba e nesse sentido fazer com que a Igreja o reconheça como Santo. Esta pesquisa foi realizada pelos Acadêmicos do Curso de Licenciatura Plena em História do V período da Faculdade de Itaituba, na Disciplina Historiografia ministrado pelo Professor especialista Adailson dos santos sena. Trabalho da equipe: Monalisa, Jacilene, Joilma, Rosilene e Hélida. Equipe 2: Paulo, Alessandra, Geovanice, Gilvane e Gelsinete.

Palavras - chave: Comunidade- Pimental- Etnografia Historiografia-Guabiraba.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 dia 04 de janeiro de 2012, foi realizado um trabalho de pesquisa de campo na disciplina de Historiografia, sendo orientado pelo professor Adailson Sena, os acadêmicos se reuniram em frente à FAI, de onde os mesmos partiram em direção ao porto da balsa com destino a comunidade de Pimental. Exatamente às 11h03min realizamos a travessia na balsa, às 11h20min fizemos uma parada para o abastecimento do carro, logo demos continuidade na viagem, com uma breve parada às 12h06m no lanche do Codó, no decorrer da viagem foram registrados tais paradas e vários aspectos da natureza, onde uma delas foi a decida de todos do carro às 13h12m, para que o mesmo atravessasse uma ponte deteriorada, subindo todos às 13h15m a pé para o alcance do carro. Choveu em todo trajeto até chegar à comunidade de Pimental.

Chegamos à comunidade de Pimental às 13h30m, descemos do carro do srº Martins, onde todos se alojaram na residência da srª Josefina (irmã da acadêmica Joilma), e deram inicio ao almoço. Após a refeição o professor Adaílson Sena nos incumbiu às tarefas dividindo a turma em dois grupos onde o tema principal foi: “São” Guabiraba, um santo canonizado pelas comunidades. O primeiro grupo foi composto por Alessandra, Joilma, Gilvane e Paulo, os quais ficaram encarregados de pesquisar as seguintes questões propostas pelo professor:

ü  Biografia

ü  Quem foi?

ü  Como surgiu?

ü  Quem era?

ü  Onde morava?

ü  Onde morreu?

ü  Qual motivo de sua morte?

ü  Por que o agradecimento com óleo diesel ou querosene?

 

 

 

Breve histórico de Pimental

 

Uma comunidade de 120 anos a 60 km de Itaituba, localizada as margens esquerda do rio Tapajós com 180 famílias e aproximadamente 838 habitantes. Possui 03 templos; uma Assembléia de Deus, e duas capelas católicas. Uma escola, posto de saúde, telefone público e fixo, antiga casa de força e luz e um salão paroquial. O atual prefeito do município é Sr. Walmir Climaco. O comércio local é abastecido através de transporte terrestre como: carros D20 (pau de arara)e  caminhões, que também são utilizados para transportar cargas pessoais e lotações.

Com o relato de alguns moradores dos quais tivemos a oportunidade de entrevistar, adquirimos informações que serviram como base para nossas pesquisas. Seguem os nomes dos entrevistados:

Srº João Ferreira, 65 anos

Francisca Pereira, 75 anos

Ernesto Paes de Lima, 74 anos

Deniva Cerine Azevedo,

Ivanir Azevedo

Maria Ozileia

João Henrique

Maria Bibiana da Silva, conhecida como Gabriela, 104 anos

 

 

 

 

 

Biografia

João Guabiraba, cearense segundo relatos, não sendo identificada a data de nascimento. Viveu durante uma boa parte de sua vida em Francês comunidade ribeirinha do rio Tapajós, veio a falecer no ano de 1923.

 

 

 

Histórias inusitadas que o povo conta.

"Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de, súplicas, orações e intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens" (1 Tm. 2,1).

           

            Para o católicismo, são santos todos aqueles que foram convertidos e salvos por Jesus Cristo, ou ainda desempenharam uma obra admirável segundo os preceitos católicos. Em Igrejas como a Católica, a Ortodoxa e a Anglicana, pessoas reconhecidas por virtudes especiais podem receber oficialmente o título de Santo. Esse título denota que além de grande caráter a pessoa está na graça de Deus (no céu), mas a falta desse reconhecimento formal não significa necessariamente que o indivíduo não seja um santo. Em muitas Igrejas Protestantes, onde não há qualquer processo de canonização, a palavra é muitas vezes usada mais genericamente para designar qualquer pessoa que é cristã.

           

            O processo de reconhecimento oficial de um santo é chamado, na Igreja Católica, de canonização. Isto só pode ter lugar após a sua morte uma vez que, segundo os princípios do Catolicismo Romano, mesmo a mais santa pessoa viva pode cair em pecado mortal até o último momento.

           

           

 

Em conclusão, a santidade é uma vocação única e universal do Homem e consiste na "plenitude da vida cristã e [na] perfeição da caridade".

           

            Em separado se faz o exame do eventual martírio e o das virtudes, que o servo de Deus deverá ter praticado em grau heróico (, esperança e caridade; prudência, temperança, justiça, fortaleza e outras) e o exame dos milagres a ele atribuídos. Concluídos estes trabalhos tudo é enviado a Roma para a Sagrada Congregação da Causa dos Santos.

           

            Havendo apresentação de milagre este é examinado numa reunião de peritos e se se trata de curas pelo Conselho de médicos, depois é submetido a um Congresso especial de teólogos e por fim à Congregação dos cardeais e bispos. O parecer final destes é comunicado ao Papa, a quem compete o direito de decretar o culto público eclesiástico que se há de tributar aos Servos de Deus. A Beatificação portanto, só pode ocorrer após o decreto das virtudes heróicas e da verificação de um milagre atribuído à intercessão daquele Venerável.

           

            O milagre deve ser uma cura inexplicável à luz da ciência e da medicina, consultando inclusive médicos ou cientistas de outras religiões e ateus. Deve ser uma cura perfeita, duradoura e que ocorra rapidamente, em geral de um a dois dias. Comprovado o milagre é expedido um decreto, a partir do qual pode ser marcada a cerimônia de beatificação, que pode ser presidida pelo Papa ou por algum bispo ou cardeal delegado por ele.

           

            Caso a pessoa em causa já tenha o estatuto de beato e seja comprovado mais um milagre pela Igreja Católica, em missa solene o Santo Padre ou um Cardeal por ele delegado declarará aquela pessoa como Santa e digna de ser levada aos altares e receber a mesma veneração em todo o mundo, concluindo assim o processo de Canonização.

 

 

A primeira prece concebida segundo o morador João Ferreira que era contado pelos seus pais, Raimundo Ferreira e Raimunda Pereira, certo senhor que foi pescar e ao jogar seu anzol na água enganchou na faca que foi junto para o fundo do rio, e para que encontrasse sua faca de volta o mesmo fez uma oferenda de um galão de querosene, que logo foi atendido. O segundo relato do senhor João foi uma viagem do senhor Antônio Ferreira que ao passar pelas águas em frente o local onde encontrava-se enterrado “São” Guabiraba, a máquina de seu barco quebrou rogando que se o mesmo a concertasse  lhe ofertaria duas latas de querosene, e assim foi atendido,  seguindo sua viagem sendo que na volta entregaria a oferta da graça concebida, mas o senhor Antônio não quis realizar sua promessa e ainda rejeitando-o com palavrões, e não tardou muito para que ao passar pelo mesmo local fosse “castigado”  e sua máquina incendiou.

A prece realizada pelo senhor João Ferreira, foi pela doença que se encontrava em seu corpo (próstata).

“Eu tive essa doença, e fui até o Piauí a pedido do médico, foi quando ele me disse que eu tinha que me tratar o quanto antes e eu sentia muita dor então passei dois messes e quinze dias com uma sonda e no desespero para que eu ficasse bom, fiz uma prece para a alma de João Guabiraba, que se ele me curasse eu levaria querosene para clarear sua sepultura”.

 

Ao realizarmos as entrevistas com o senhor João Ferreira, saímos em busca de outros moradores, no qual encontramos a senhora Francisca Pereira  que nos relatou que também fez uma prece a alma de Guabiraba onde pediu sua aposentadoria em troca daria uma esmola e assim faz até hoje, sempre que pode visitar a capela de “São Guabiraba”. Seguimos então em busca de novas entrevistas e assim sendo, encontramos a casa de D. Maria Severino Azevedo, que pediu interseção pela sua mãe que tinha uma doença que fazia com que seu coração ficasse muito grande, pediu a João Guabiraba que sua mãe fosse curada e que em troca levaria um pacote de vela até sua sepultura, por isso tem fé que pela sua existência seus milagres sejam concebidos. Também conversamos com o seu esposo o senhor Ivanir Leite Azevedo, conta que trabalhava no garimpo Marupá, e um dia no rio em que ele trabalhava passaram seis canos e em uma delas havia um senhor que perdeu seu relógio dourado (pois, naquela época relógio de ouro era muito valioso) e assim fez sua prece a João Guabiraba, levando como pagamento querosene, esse fato aconteceu em meados do ano de 1964. Ao nos dirigirmos a uma pequena mercearia, soubemos pelo Senhor João Ferreira que ali havia um senhor chamado Luís, que poderia nos relatar alguns fatos que seus pais contavam. Segundo Srº Luís Matos de Lima, após sua morte João Guabiraba  foi levado até um morro do outro lado da comunidade em que morava pelo rio onde foi enterrado. E algum tempo depois a neta (sem identificação) do senhor Viana (comerciante da borracha) adoeceu, e pelos fatos ocorridos na região acreditaram assim que a alma de João Guabiraba poderia curá-la, então clamaram a prece pela sua cura, que em troca lhe ofertariam querosene. Ao concebimento da prece a oferta foi atendida.

 

 

Após 6 horas de viagens pelo rio Tapajós enfrentando fortes correntezas, chegamos à residência do senhor Careca, antiga fazenda “Santana” hoje pertence ao senhor Careca, onde podemos registrar uma cantiga no estilo colonial e vestígios de flutuantes (tambores de ferro), provavelmente de um flutuante de balsa que, segundo o senhor João Ferreira, era utilizado na extração do ouro. Com a chegada das três embarcações, almoçamos e fizemos o reconhecimento do local nos deslocando até a capela onde está enterrado “São Guabiraba” que fica a mais ou menos uns 250mt da margem do rio. Um fator importante dessa pesquisa é registrar os dados bibliográficos do “São Guabiraba”.

Exemplo disso foi o pagamento da promessa do senhor João Ferreira e da senhora Francisca Pereira. A capela esta situada com a frente para o rio Tapajós do lado poente. Encontramos vários recipientes de querosene, porém não acesos, várias roupas e objetos de madeira indicando pagamento de promessas. Ao entrar na capela localizamos o túmulo do João Guabiraba à direita e à esquerda o túmulo do seu amigo Vicente, junto ao seu túmulo há uma estátua em sua referência que muitos confundem sendo de João Guabiraba promessa paga pelos seus devotos que fizeram uma estatua pegando as fisionomias de seu amigo Vicente que era muito parecido com Guabiraba.

Ao lado esquerdo da capela encontramos um cruzeiro simples e a direita dois túmulos desconhecidos. Isso nos remete a pensar que ali seria supostamente um cemitério da comunidade local. Concluímos a pesquisa etnográfica com registros, fotografias, filmagens e a oração do pai-nosso.

Por volta das 14h45m, retornamos para a comunidade de Pimental e foi decidido pela Drª Djalmira de Sá Almeida que passássemos mais uma noite na comunidade de Pimental e só retornássemos no dia seguinte logo ao amanhecer.

Logo ao amanhecer do dia 06 de janeiro de 2012, mais precisamente às 07h00min, a turma do V período do curso de licenciatura plena em História, retornou a cidade de Itaituba em um carro mais conhecido por “pau -de –arara”, a viagem durou cerca de 2h45min. E do porto da balsa cada acadêmico se dirigiu a sua residência para assim finalizar o trabalho.

 

 

 

 

       

 

 

 

 

 

 

 

Considerações Finais: Este Trabalho foi de grande valia para a Historiografia local da Comunidade de Pimental e especialmente para o setor acadêmico de História da Faculdade de Itaituba que terão mais uma fonte de pesquisa e produção de conhecimento acerca da historiografia.

 

Referências:

 

Srº João Ferreira, 65 anos

Francisca Pereira, 75 anos

Ernesto Paes de Lima, 74 anos

Deniva Cerine Azevedo,

Ivanir Azevedo

Maria Ozileia

João Henrique

Maria Bibiana da Silva, conhecida como Gabriela, 104 anos

 

  1. CONCÍLIO VATICANO II (1964). Lumen Gentium (n. 40) (em português). Santa Sé. Página visitada em 6 de Junho de 2009.
  2. Vatican Informatio Service, 17.12.2007 - AñoXVII - Num. 217

http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo

 

www://pt.wikipedia.org/wiki/Canonização%C3%A7%

 

 


Autor: Adailson Sena


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