Igualdade de gêneros: direitos humanos e a fundamentação da valorização do trabalho humano



Igualdade de gêneros: Direitos Humanos e a fundamentação da valorização do trabalho humano
Luiz Eduardo Soares


No mundo atual há uma intensa diversidade cultural, o que provoca uma grande variação nas comunicações, habilidades e experiências em todos os setores da sociedade. Outro diferencial do mundo moderno é o avanço tecnológico. A realidade vivida nos dias de hoje é sem dúvida muito diferente da qual já se presenciou um dia. Em conseqüência, surgiram várias maneiras de inclusões que antes não tínhamos. Um exemplo disso é a presença da mulher no mercado de trabalho, ou seja, sua atuação mais forte. As propostas vividas num âmbito profissional trazem às mulheres melhores condições de mostrarem sua participação. Dentro de diversos aspectos a presença da mulher é imprescindível em qualquer cenário da vida, seja na casa, na empresa, na sociedade em si. As características presentes nas mulheres são sem dúvida, o seu cuidado (por ser minuciosa), a habilidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo, a atenção e o carinho. Características essas que a própria sociedade impôs sobre ela, pois, como de praxe, desde crianças as mulheres são influenciadas a permanecerem em suas casas, e já os homens, a serem mais dinâmicos em termos de espaço.
Hoje até mesmo cargos que só eram ocupados por homens, têm a participação feminina, denotando assim um crescimento de sua contribuição no mercado.
A verdade por trás de tudo que se vê quanto à mulher no mercado de trabalho, é que isso realmente não acontece de forma a proporcionar igualdade em relação aos homens, como em questões salariais. A sociedade machista faz com que não se dê o valor merecido à mulher. Se compararmos o futebol, um esporte praticado por ambos os sexos, em que os aspectos cognitivos necessários para sua prática devem estar presentes tanto nos homens quanto nas mulheres. Entre diversos outros fatores, comparamos então o salário dos jogadores de futebol masculino com o feminino, é nítida a presença da desigualdade.
Num contexto geral, a máscara capitalista aliena as pessoas de modo a conformar-se com o que acontece em sua sociedade, sem contar que as mulheres de modo geral merecem respeito e valorização dentro e fora de suas casas.
O contexto sociológico de tudo isso é basicamente a imprescindível importância da valorização do trabalho humano, contando com a necessidade que temos uns dos outros.
A mulher vem se desenvolvendo socialmente, ocupando cargos, administrando empresas, mas isso não é nada comparado com a desvalorização que elas sofrem. O reconhecimento é a conquista e os resultados são as recompensas, recompensas essas que todos teremos com a igualdade dos gêneros. Contudo, a realidade pela qual passamos mostra que, o caminho para a igualdade pode ser um caminho utópico, pois, a sociedade é capitalista e dominada por homens, são eles quem ditam as regras, e um representante feminino em grandes cargos da sociedade é muitas vezes deixado levar pelo capitalismo. A solução deste problema é sem duvida promover uma ação de conscientização na sociedade, pois, não há como conhecermos o problema sem que alguém nos mostre, pelo fato de muitas vezes ser algo subjacente.
        A igualdade dos gêneros é sem duvida um objetivo a ser alcançado, um grande desafio, que geraria uma grande revolução, basta que alguém se mova em favor da situação. Cabe a nós os jovens, lutar por isso, reivindicar o que é nosso de direito, pois como rege a constituição federal de 1988: “Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;”.
        Diante do que nos é exposto, é óbvia a desvalorização e o não cumprimento do que rege a constituição nos seus termos em relação à igualdade em si. Pois como podemos ver no artigo 461 da Consolidação das leis do trabalho: “Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. (Redação dada pela Lei n.º 1.723, de 08-11-52, DOU 12-11-52)” – O não cumprimento do que a lei impõe tratando-se de equiparação salarial. A declaração Universal dos Direitos Humanos em seu Artigo 6º fala: “Art. 6º - Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.”. E realmente não é isso que acontece, não só no Brasil, mas em muitos outros lugares, a mulher é pouco reconhecida pelo que faz, sendo que esse artigo cabe a todos.
        Através disto, a sociedade vem se destruindo, por mais que haja sempre o crescimento da participação feminina, as mudanças diretas não aparecerão tão cedo, pois, não há reconhecimento nem tão pouco respeito pelas mulheres, de acordo com o explicitado em relação aos direitos de cada um dentro da sociedade, estes “direitos” estão sendo violados, sendo um desrespeito de forma geral para com todos. “Art. 30º ‘Declaração Universal dos Direitos Humanos’ - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.”. No caso que vivemos, não ocorre a má interpretação dos diretos de cada individuo, mas sim o descumprimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos de forma explicita, mas desconhecida pela sociedade por falta de politização dos indivíduos.
            A sociedade atual encontra-se em total desarmonia, num processo de caos e litígios sociais perante às inclusões necessárias para que possa se tornar mais justa e igualitária. Não podemos trabalhar com base no que ainda não temos, mas temos que nos basear na necessidade de desnaturalizar conceitos impostos pela sociedade, pois, a ética e a moral, bem como a liberdade de expressão, devem estar relacionados aos Direitos Humanos para que os mesmos sejam aplicados.
            Em síntese, podemos dizer que: Ha um desacato aos direitos humanos e uma inutilidade do conceito de igualdade que o mesmo idealiza. Homens e mulheres são seres, que, como a própria Teoria Evolucionista fala – estão evoluindo! Isso é inevitável e necessário, tanto para o homem quanto para a mulher, seja na área psicológica ou social principalmente para as mulheres, que estão no caminho da “igualdade” de gênero. As divergências existentes podem estar relacionadas ao capitalismo, mas como? O capitalismo tem por objetivo a rotatividade monetária em prol do sistema de forma individualista, criando assim camadas sociais, a divisão do capitalismo é feita em fases, que em alguns países estão nas primeiras fases, e em outros estão mais avançadas. Então podemos observar que ha intensa desigualdade de um pais para o outro, por mais que o sistema seja o mesmo.
Então isso torna o mundo desigual em todos os aspectos, temos países diferentes, que dentro temos estados diferentes, cidades diferentes e o mais complexo de se lidar: seres humanos diferentes, com pontos de vista diferentes, personalidades, atitudes e opiniões que retratam o contexto em que ele se encontra. Através disto tudo se pode dizer que, a igualdade pode sim ser utópica dentro do capitalismo (numa visão geral), ainda mais se tratando de gêneros. Uma solução começaria pelo próprio homem, para que se atinja a sua sociedade, sua cidade, seu estado, seu pais, o continente e assim o mundo, com uma idéia de evolução em aspectos fraternais e de solidariedade com mudanças em favor de todos para que se chegue um dia a uma equiparação da aplicação dos direitos humanos, tanto para homens como para as mulheres.
           Por mais que estejamos evoluindo, para que ocorram as verdadeiras mudanças, ainda precisamos perceber que o mundo somente será um lugar bom de viver, quando compreendermos que não estamos sozinhos. É importante saber conviver e para isso, respeitar as diferenças.



Referências bibliográficas

http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm(Acessado em: 15/09/2011)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452compilado.htm (Acessado em: 15/09/2011)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm(Acessado em 15/09/2011)
http://www.esmpu.gov.br/dicionario/tiki-index.php?page=Igualdade (Acessado em 15/09/11)
http://www.suapesquisa.com/cienciastecnologia/evolucao.htm (Acessado em 15/09/2011)

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Autor: Luiz Eduardo Soares


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