A inútil luta contra os galhos



Há quase 40 anos, o roqueiro Raul Seixas, falecido em 1989, com sua filosofia musical ou músicas filosóficas, como queiram, dizia: “... tem gente que passa vida inteira travando a inútil luta com os galhos, sem saber que é lá no tronco que está o coringa do baralho...” E não é verdade? Comumente notamos algumas pessoas que resmungam, reclamam de determinada situação, na qual estão até inseridas e poderiam ajudar mudar e melhorar, mas agem como se não fizessem parte do contexto, criticando de maneira feroz, como se também não fossem um pouco culpadas pelo que se passa. Isso ocorre em todos os setores da vida.

 Na vontade indomável de criticar, os “guerreiros de  moinhos” contra os galhos não medem consequências, acabam prejudicando outras pessoas, nem sempre a que pretendia diretamente atingir, e, em última análise, prejudicam a si próprios, afinal, criticar sem apontar solução é como levar um barco para os rochedos onde certamente todos podem sair feridos, numa situação inútil, com muitos vencidos e nenhum vencedor.

 Há quem chame de auto-ajuda, mas é preciso sempre ler, se atualizar para continuar avaliando coisas que passam ao nosso redor e assim jamais se omitir e sim participar, fazer acontecer, fazer a diferença. Não adianta ficar falando aos quatro ventos que esta ou aquela situação não esta certa ou que determinada pessoa não está te valorizando. Busque mais, faça mais, realize o que ache bom e certo sem esperar reconhecimento imediato ou afagos no ego, mas sim por proporcionar alguma coisa melhor para o próximo.

 Escrituras Sagradas falam do dever de amar ao próximo como a nós mesmos. Isso é uma excelente mensagem sobre que fazer o bem gera mais bem, mais realização, maior satisfação. Quem sabe este ensinamento não é o tronco, o coringa do baralho para resoluções definitivas e não a inútil luta contra os galhos?  Somos humanos, sabemos que tem hora que dá vontade de jogar tudo para o alto, principalmente se não conseguimos com a rapidez desejada mudar situações que julgamos erradas.

 Mas voltando aos ensinamentos sagrados constantes em tantas as religiões, nosso tempo não é o tempo do Criador e debaixo do céu há tempo determinado para todo propósito, tempo para plantar e para colher, isso é incontestável. Não devemos nunca desistir de nossos sonhos, dos nossos ideais em busca de um mundo mais fraterno e igualitário para toda a humanidade.

 Infelizmente( mas graças a Deus acredito que seja uma minoria) ditos seres humanos insistem em atitudes difíceis de se compreender. Sites e jornais trazem toda hora noticias de maus tratos contra crianças e animais indefesos; crimes por motivos dos mais fúteis; estupidez como soldados norte-americanos urinando sobre cadáveres inimigos, enfim, coisas que nos fazem pensar que acreditar na redenção humana é luta contra galhos que voltam a crescer e dar trabalho... Otimista que sou e que acredito todos precisam ser, sugiro sempre bater a poeira e sempre continuar na luta e quem sabe, indo ao tronco, ao coringa do baralho?

 


Autor: Edson Terto Da Silva


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