Gordon - o besouro rola-bosta - continuação



 SEGUNDA PARTE

 

O Louva-a-Deus

 

 

Durante um bom tempo caminharam por uma pequena estrada cheia de curva. No final da estrada perto de um grupo de pedras ovais, os aventureiros, dobraram a esquerda e seguiram em frente por um terreno cheio de intemperismos.  Tinham caminhado um bom tempo, até que, em certo ponto o mato começou a se apresentar mais alto dos dois lados da estrada e grandes raízes pareciam saltarem de dentro da terra. Para complicar mais a caminhada os besouros tinham que, de vez em quando, se esconder de frutos que caiam das árvores, com o balançar de suas galhas pelo vento, os quais se espedaçavam no solo e serviam de comidas para grandes fileiras de formigas pretas que formavam um exercito de cortadeiras transformando em minúsculos pedaços para serem carregados por suas fortes mandíbulas para dentro dos formigueiros.

 

 De vez em quando, um pequeno pernilongo voava, em voo rasante, por cima da cabeça de Antenor, que irritado gritava com o pequeno inseto. No entanto, ele dava uma risadinha e voltava aos seus voos rasantes. Por um bom tempo, o inseto ficou perturbando Antenor.

 

__ É bom que um sapo o devore.

 

Gordon só fazia ri. Até o momento em que o inseto desviou seu alvo e mergulhou na cabeça dele. Irritado pegou um pedaço de galho e arremessou no pernilongo acertando-lhe a asa, com a pancada o pernilongo caiu no meio do mato e não foi mais visto.

 

__ Pronto, agora ele nos deixa em paz.

 

O sol, neste dia, não estava forte e as árvores formavam com suas folhagens grandes lonas que protegiam os viajantes. De tempo em tempo, eles tinham que para e deixar passar um animal que cruzava a estrada.

 

No final da manhã Antenor já mostrava cansaço e começou a diminuir a velocidade. Gordon, no entanto, todo empolgado, já estava lá na frente. Mas, quando olhou para trás viu seu primo se arrastando e, então, resolveu dar uma paradinha.

 

Os viajantes viram ao longe um buraco em um tronco de uma árvore e resolveram ir para lá. Na entrada sentaram em uma pedra, tiraram suas mochilas das costas e retiraram de dentro comida e água. Em quando se alimentavam Antenor sentiu algo bater em sua cabeça. Ao virá para ver o que era, teve um susto e se levantou rápido, pois viu uma figura estranha, pousada em um pequeno galho.

 

__ O que é você? __ Perguntou Antenor.

 

__ Bom dia senhores. Eu sou um Louva-a-deus. Mais estava aqui vendo vocês chegarem pela estrada e fiquei meio curioso. Responda-me uma coisinha: Para onde vocês estão indo? __ Perguntou o louva-a-deus.

 

Gordon, que não tinha se mexido, olhou para o louva-a-deus e com um ar sério foi longo respondendo.

 

__ Para aonde vamos ou deixamos de ir não lhe diz respeito.

 

__ Calma! Estou apenas curioso, não costumo ver besouros como vocês por aqui.

 

__ Tudo bem! O problema é que não gosto de curiosos. Entretanto, pela sua cara, não vai se contentar em matar a curiosidade e só para você nos deixar em paz eu vou lhe responder. Estamos indo para os Campos das Flores, se isso lhe interessa.

 

__ Campo das Flores!! Conheço este lugar. Para chegar lá vocês passaram por um caminho muito perigoso, principalmente para insetos que nunca andaram por lá. Terão que atravessar o Pântano Negro, e, para o seu conhecimento, você vai encontra os grandes sapos, as aranhas negras e muitos pássaros estranhos. Todos adoram comer insetos. Se eu fosse vocês voltaria para casa enquanto estão vivos. Não vão, voltem em quanto podem. Conheci muitos insetos que escaparam de lá por pouco e muitos que nunca voltaram.

 

__ Eu sei dos perigos que iremos enfrentar, mesmo assim, não vou voltar, tenho um objetivo e vou segui-lo. Vou conhecer o Campo das Flores.

 

__ Certo! Não vou discutir. Boa sorte para vocês.

 

Quando o louva-a-deus já ia indo embora, Gordon o deteve e perguntou.

 

__ Só mais uma coisinha. Você disse que conhece o lugar, então, me diga qual o melhor caminho que devo seguir.

 

__ Sim, vou dizer. Siga a estrada que fica de trás desta árvore, sempre em frente, sem desvio. No final, olhando para direita vocês verão a entrada para o pântano. Lá encontraram dois caminhos: um que vai para o norte e outro que vai para o sul. Peguem o caminho do sul. Não pegue o caminho para o norte, pois se fizerem isso, terão que atravessar um tronco oco de uma árvore coberto por muitas plantas, fungos e cogumelos. Lá é a casa da Negroteca, uma aranha negra, caçadora implacável. Seguindo pela estrada do sul, cerca de uns cem metros, existe um pequeno riacho, a correnteza e forte, impossível de atravessar. No entanto, virem para o oeste e sigam por uma estrada de areia alguns metros e encontraram o grande salgueiro. Ao chegar ao salgueiro virem de novo para o sul e sigam em linha reta pelos grandes capinzais até o cajueiro. Este cajueiro forma uma ponte com seu tronco e galhos, por ele poderão atravessar o riacho. Quando Atravessar siga em linha reta, sempre em linha reta, só assim encontram o Campo das Flores. Espero que vocês tenham sorte. Até qualquer dia.

 

Logo após, o louva-a-deus pegou voo e sumiu dentro do mato. Alguns minutos depois, após um descanso, Gordon levantou-se e pegou sua sacola, seguido por Antenor deram a volta na árvore e seguiram o caminho. Em quanto caminhavam, Antenor viu muitos insetos e pássaros sobrevoarem as grandes árvores. De vez em quando, uma ave pousava no galho e fixava seu olhar nos besouros. Antenor não tirava os olhos dela. O caminho era tortuoso, cheio de altos e baixos. No meio da tarde Antenor e Gordon chegaram ao pântano.

 


Continua...........................


Autor: Vicente Ivo


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