Política da saúde no brasil: período colonial, império e república velha



POLÍTICA DA SAÚDE NO BRASIL: PERÍODO COLONIAL, IMPÉRIO E REPÚBLICA VELHA







José Rômulo Machado Diogo  








    Desde o “descobrimento” o Brasil passou a ser utilizados pelos portugueses como mero “instrumento” de seus próprios interesses. A princípio como relata a história, o Brasil era considerado o “paraíso terreno”, onde se encontrava apenas beleza, riqueza e os habitantes os “Índios” eram robustos e ágeis e que eram desconhecedores das graves doenças que atacavam todo o continente europeu.
    Percebe-se que o processo da raiz histórica da doença no Brasil esta marcada pela exclusão das camadas populares da sociedade, a “saúde” é hegemônica. Embora como a contínua intervenção o Estado que lança o projeto “política social”, ainda é menos valorizado pelo poder público republicano, que visa apenas os investimentos da expansão da produção, deixando as promessas de melhorar a qualidade de vida da população para depois, em segundo plano. A população que era a parte que produzia as riquezas brasileiras é pouco assistida e torna-se mais doente com facilidade, deixando sua alimentação e deixando assim o pais sempre no ranque da pobreza.
    Os últimos anos do império foram marcados por uma serie de fatores de ordem econômica, social e política. Esse período de crise, assinalado pelo desenvolvimento de diversas questões foi a época em que importantes personagens como os cientistas e sanitaristas surgiram com novos tratamentos que poderia libertar o Brasil do rótulo das doenças da pobreza. Muitos movimentos foram derrubados onde, o Estado e a Medicina uniram-se para buscar forma de relacionamento com a sociedade, testando nos anos seguintes nos formas de organização das ações em favor da saúde coletiva  
    


POLÍTICA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL COLÔNIA

    No começo de tudo, quando o Brasil foi “descoberto” por Pedro Alves Cabral no ano de 1500. O Brasil era tido como uma terra de riqueza grandiosa era um lugar onde seus moradores eram livres de todas e quaisquer enfermidades.
    As primeiras imagens do Brasil “paraíso” duraram pouco, pois após a chegada dos Europeus que tinham a intenção de explorar toda a riqueza da terra chamada Brasil ficou mais difícil, depois dos conflitos com os indígenas, as freqüentes enfermidades se tornaram um dos principais obstáculos para os colonizados.
    Após, lutas, isolamentos, enfermidades, os nativos do lugar chamado Brasil, enfrentavam agora o medo do método cura trazido pelos Europeus com muitas dificuldades, pois passavam longos períodos aqui, baixos salários e ainda amedrontados com os perigos que enfrentariam por aqui.
    Além do mais os métodos trazidos pelos poucos médicos que aqui estavam eram rejeitados de acordo com: FILHO, 2003. P.6.

“Os poucos médicos e cirurgiões que se instalaram  no Brasil encontraram todo tipo de dificuldades para exercer a profissão. Além do imenso território  e da pobreza da maior parte dos habitantes, que não podiam pagar uma consulta, o povo tinha medo de  submeter aos tratamentos. Baseados em purgantes e sangrias. Em vez de recorrer aos médicos formados na Europa, a população colonial  rica ou pobre, preferia utilizar os remédios recomendados  pelos curandeiros negros ou indígenas”.


    Além, dos negros e os indígenas não seguissem as orientações médicas nesse período, somente período de surto da varíola foi que fizesse que a orientação médica fosse aceita. Pois de acordo com: ARAGUAIA, 2002. A varíola em conceitos atuais.


Mais que a peste negra, tuberculose ou mesmo a AIDS, a varíola afetou a humanidade de forma significativa, por mais de 10000 anos. Múmias, como a de Ramsés V, que data o período de 1157 a.C, apresentam sinais típicos da varíola - esta que é tida como a principal causa de mortes em nosso país, desde o seu descobrimento.
Desconhecidos até pouco tempo atrás, pouco se sabia quanto à transmissão de doenças causadas por vírus. No caso da varíola, esta se dá pelo contato com pessoas doentes ou objetos que entraram em contato com a saliva ou secreções destes indivíduos.
Penetrando no corpo, o patógeno se espalha pela corrente sanguínea e se instala, principalmente, na região cutânea, provocando febre alta, mal estar, dores no corpo e problemas gástricos. Logo depois destas manifestações surgem, em todo o corpo, numerosas protuberâncias cheias de pus, que dificilmente cessam sem deixar cicatrizes, e conferem coceira intensa e dor.
O risco de cegueira pelo acometimento da córnea, e morte por broncopneumonia ou doenças oportunistas, já que tais manifestações comprometem o sistema imunitário, são riscos que o indivíduo infectado está sujeito.




POLÍTICA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL IMPÉRIO

Em 1808 no Rio de Janeiro a família Real aporta seus navios, embora a Família Real tenha vindo fugida para o Brasil, deu inicio a um grande marco na história do Brasil, pois só em 1815, o Brasil foi elevado à categoria de reino, de modo que todas as terras portuguesas passaram a chamar-se Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves.Com isso, o pais esse chamado Brasil deixa de ser colônia e ganho um novo status político.
Pois foi devido à vinda da Família real para o Brasil que rapidamente foi organizado em suas questões sanitárias. E assim por ordem da Família Real foi fundado escolas de medicinas, daí por diante em função da corte real foi surgindo vários outros órgão com a tentativa de cuidar da saúde pública.
O aparecimento da febre amarela, que de acordo com Secretaria de Saúde do Distrito Federal e Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde:


É uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus e transmitida por mosquito (Haemagogus, Sabethes e Aedes aegypti). Possui dois ciclos epidemiológicos distintos (silvestre e urbano). A febre amarela silvestre é uma doença típica de macacos que vivem nas florestas tropicais e equatoriais. Ela ocorre de forma cíclica, com maior intensidade a cada cinco ou sete anos. O aparecimento de casos humanos da doença é precedido de epizootias (morte de macacos). A febre amarela urbana não ocorre no Brasil desde 1942, entretanto com a ampla disseminação do mosquito Aedes aegypti no país há risco de reurbanização do vírus da febre amarela.

Então o Rio de Janeiro exportava a febre amarela e a população fragilizada lutava contra a morte, pois os doentes que eram ricos procuravam tratamento na Europa, enquanto os doentes mais pobres eram cuidados por negros curandeiros.
Então, nasce a política de saúde brasileira com idéias e planos para tentar combater as enfermidades que reduziam a vida da população...

POLÍTICA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL REPÚBLICA VELHA


No começo do Brasil Republicam o Brasil foi comandado pelas oligarquias, ou seja, os estados mais ricos. As oligarquias eram ricas por causa da produção de café e a parte desses lucros foi aplicada nas cidades, assim fazendo com que aconteça um crescimento urbano.
No entanto, as oligarquias da republica velha buscavam o apoio da ciência para examinar os ambientes em termos físicos e sociais das populações urbanas. Por tanto, começa as fortes intervenções higienista, em especial em São Paulo, pois é uma das mais ricas oligarquias, que decidiu destinar grandes verbas para a área da saúde publica, foram as maiores quantias até hoje investida na saúde, em relação ao total de recursos anuais aplicados por um estado brasileiro.
Depois de todo esse investimento as fiscalizações ficaram muito mais rígidas. E tornou-se obrigatório a notificações oficial de todos os casos de doenças infecto-contagiosa. Além disso, as autoridades determinaram que somente médico com diploma pudesse cuidar dos enfermos.
De acordo com FILHO, 2003, p19, as evoluções das pesquisas começaram:

Na fase heróica dos institutos pesquisas, muitos médicos atuavam ao mesmo tempo como cientistas e como sanitaristas. Seguindo o exemplo de Oswaldo cruz, Emilio Ribas e Vital Brasil, seus discípulos realizavam pesquisas laboratoriais e, paralelamente, empreendiam arriscadas viagens pelo interior do Brasil, dando continuidade e seus estudos e oferecendo soluções práticas para os problemas sanitários das regiões visitadas (...)


A partir por diante o governo começou a empregar mais dinheiro em pesquisas e começou a contratar mais pessoas especializadas afim de que a termo de saúde o Brasil não tivesse o que falar, mas mesmo assim não foi o suficiente, pois sabemos até hoje que embora a situação do Brasil tenha melhorado muito em relação aos tempos passados, ainda temos muito do que melhorar.
Contudo foram criados mais laboratórios de pesquisa a beneficio da saúde coletiva. E alguns desses laboratórios começaram a ser criados em outras oligarquias.
Mais enquanto isso, pelo menos ficava estável a propagação de varias doenças, no entanto no restante do pais os índices das enfermidades mantinham-se alto, com tendência a elevar.
Conseqüentemente teve o surgimento do Dr. Chagas, que de acordo com: FILHO, 2003, p20.

Tudo começou no verão de 1909, quando Carlos Chagas trabalhava na organização de uma campanha contra a malária na cidade mineira de Lassance (hoje Carlos Chagas). Preocupado em conhecer os insetos locais, o pesquisador percebei a existência de um grande número de insetos hematófagos (que se alimentam de sangue humano), conhecidos como barbeiros.
Procurando esclarecer suas características o Dr. Chagas analisou o conteúdo dos intestinos dos barbeiros, descobrindo ai um protozoário até então desconhecido, a que chamou tripanossomo cruzi. Para saber se tal micróbio causava alguma doença, ele realizou exames de sangue nos moradores da região (...)
(...) A partir desse achado, o médico descreveu o quadro clinico apresentado contaminados, estudado também as características da doença e seu modo de propagação. Soube-se então que os barbeiros infestavam as casa d pau-a-pique, atacando os moradores enquanto dormiam. Como o intestino do inseto PE pequeno, ao mesmo tempo que o barbeiro ingere o sangue humano, expele fezes com o protozoário chagásico. Importunada pela picada, a vitima tende a coçar o locar do pequeno ferimento e com isso o material contaminado cai na corrente sanguínea, permitindo a infecção.


Essas enfermidades se estendiam para o campo, ou seja, para a população mais pobre e quando o quadro de enfermidade aumentou debilitou toda a parte da população pobre, que não tinha dinheiro para comprar remédio alguma das pessoas chegavam a trocar seus pertences pela medicação.
O grande foco de doença infecto- contagiosa não se estendia somente no interior, acreditava-se que grande cidade do Rio de Janeiro havia grande “ninhos” de proliferação de doenças, por esse motivo os governantes que ali comandavam, deram ordem para que fosse destruídos prédios antigos em forma de cortiços que estavam localizados no centro do Rio de janeiro.
 Em seguida, após a derrubada desses prédios iniciou-se um grande trabalho de higienização da área, pois a cidade começaria a ganhar novos modelos arquitetônicos, pois muito acreditavam que o Rio dessa vez de “Civiliza-se”.
A cidade de São Paulo também não acontece muito diferente a cidade do Rio de Janeiro, pois São Paulo também passou por demolições de Prédios e outras transformações, mas só que de maneira bem gradual.
O crescimento da interdependência humana trouxe a extensão e a intensificação dos efeitos externos da ação, ou da própria existência, de uns, pobres, sobre outros, ricos. A transição para uma sociedade urbana e industrial, que evidencia os problemas da dependência mútua, significou o abandono gradual tanto, devido à sua impossibilidade, de soluções individuais como fugir do contato com os destituídos e/ou deixá-los ao sabor da sorte ou do mercado, quanto, devido à sua ineficácia frente ao tamanho do problema, de soluções voluntárias como as organizações filantrópicas, de caridade e auxílio-mútuo. As políticas de bem-estar contemporâneas, como o próprio Estado que as produz, seriam resultados históricos não antecipados dos esforços das elites, e dos conflitos intra-elites, para explorar, administrar, controlar e remediar os crescentes efeitos externos da destituição, diante do crescente insucesso das soluções individuais e da precariedade das soluções voluntárias.
Neste processo temos a gênese da chamada consciência social, fundamental na formação de uma identidade coletiva e nacional, definida como "consciência do crescimento intensivo e extensivo dos laços de interdependência, junto com a disposição de contribuir com os remédios para as adversidades e deficiências que afetam os outros" (De Swaan, idem:10).
Esse senso de responsabilidade, que não eliminou a ação filantrópica, requer cada vez mais cuidados estatais e recursos que serão extraídos compulsoriamente da sociedade e beneficiarão a todos, contribuintes ou não. O Estado se constituiu como organização legítima, devido à formação dessa consciência social, e capaz, devido às suas características específicas, de regular os efeitos negativos das interdependências sociais, que, ao longo do tempo, tendem a ser reduzidas a soluções legais e administrativas sob a responsabilidade de uma burocracia.
Uma crescente intervenção médicas aos centro urbanos, estavam gerando grandes medos em todas as populações, pois nas derrubadas dos edifícios quando foram saneados, toda a vigilância foi acompanhada por defesa policial.
    Por tanto no dia 31 de outubro foi aprovado a lei que estabelecia a obrigatoriedade da vacina, então grandes agitações ganharam as ruas, pois ninguém mais queria se submeter a “torturas” nome esse dado a medidas sanitárias.
    Portanto dar-se inicio a revolta contra a vacina, pois começa a aparecer manifestações depois de várias morte a firme resistência dos manifestante as forças do governo e a medicina começaram a reinventar outras maneiras de tornar ações como essas favoráveis a saúde coletiva.
CONCLUSÃO


    Concluímos que numa sociedade onde a saúde democrática e participativa nos fica centralizada, podemos rever o que é “conseqüência”. Na nossa saúde, Segundo (OLIVEIRA, 1986) “ganhar e perder fez parte da vida”, devemos sempre refletir dentro de uma visão que se engajam a participação organizada. E socializando discussões e sistematizando proposta que propiciem avanços significativos, para que mudanças necessárias aconteçam e se consolidem.
    Não devemos nos apressar em tomar com orgulho o fato de vivermos outros tempos da saúde epidemiológica, pois o presente está longe de ser radiante que se pensa por oposições a um suposto passado obscuro e selvagem.
    A epidemiologia surgiu para trilhar junto a sociedade caminhos que possam levá-los as suas próprias descobertas nas mudanças desse novo olhar humanístico da saúde.

    




























REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS



ARAGUAIA, M. varíola, 2002, http://www.brasilescola.com/doencas/variola.htm, acessado no dia 04 de outubro de 2009 às 19h38mim.
.
DE SWAAN, A. 1990. Nos cuidados do Estado. London, Polity Press.

ELIAS, N. 1982. Estado-formação e civilização: o processo civilizatório. Oxford, Basil-Blackwell.

FILHO, C.B. História da Saúde no Brasil. São Paulo, Atíca, 2003.

O.M.S Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde - http://www.saude.gov.br/svs, acessado no dia 05 de outubro de 2009 às 23h38mim.

OLIVEIRA, J.A.A.T ; FLEURY, S.M. (im) previdência social. Patrópolis, Vozes, 1986.

OLSON, M. 1965. A lógica da ação coletiva: bens públicos e a teoria dos grupos. Cambridge, Harvard University Press

REY, L. Dicionário de medicina e saúde, editora Guanabara Koogan.

S.S.D.F. Secretaria de Saúde do Distrito Federal, http://www.saude.df.gov.br, acessado no dia 05 de outubro de 2009 às 19h38mim.

Download do artigo
Autor: José Rômulo Machado Diogo


Artigos Relacionados


A Enfermagem Em Saúde Mental No Brasil

O Processo De Enfermagem Na Vigilância Epidemiológica

Os Agravos à Saúde Resultantes Da Febre Reumática

Tracoma, Doença Oftalmológica Altamente Contagiosa

Resenha Do Artigo: Os Sentidos Da Integralidade

Ambiente: Local Das Práticas Dos Barbeiros No Rio De Janeiro

Eutanásia