Diferenciação entre agricultura camponesa e agricultura familiar



Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, 2007

                                                  Por: José Carlos Oliveira Ribeiro

 

 

Diferenciação entre agricultura camponesa e agricultura familiar

 

Ao longo do tempo, a história do homem trabalhador da agricultura, baseado numa exploração ferrenha, o mesmo tem mudado o pensamento desses trabalhadores, buscando de certa forma conquistar a liberdade e um espaço dentro da sociedade, porém querendo resistir as forças daqueles que estão dominando. A partir desses paradigmas foi que nasceu vários movimentos de luta em defesa da apropriação e, sobretudo, da territorialização de um pedaço de terra para dele sobreviverem livres da dominação.

O texto "Futuro do MPA" deixou bastante claro que a história dos camponeses não foi uma história formada apenas no século XX, mas sim uma construção histórica desde sistema feudal em que os sevos já começavam a repudiar as imposições dos senhores e procuravam a viverem livres. Dessa forma os camponeses iniciava suas pequenas lavouras em outras terras , para viverem livres da dominação dos senhores feudais .

Com o fim do sistema feudal e a chegada do capitalismo, a mão- de- obra deixou de ser explorada por sevos para a escravização do índio e dos negros africanos após a resistência dos índios, isso principalmente no Brasil país que mais explorou a mão-de-obra escrava. Da mesma forma que os servos no sistema feudal não aceitavam as imposições de maneira geral. No sistema capitalista desde o período da escravidão do negro, os mesmos já se organizavam em quilombos no sentido de tentar a vida livrem plantar em terras bem longe dos senhores e produzir para a sua própria subsistência. E mesmo em terras próximas dos senhores os negros aproveitavam alguns espaços de terras devolutas e cultivavam pequenas lavouras, produção essa que muitas vezes serviam até para abastecer a população que viviam na cidade, já que quase tudo que se consumia era importado, tomando assim o produto muito caro até mesmo para alguns da nobreza da época. A pequena produção agrícola feita pelos escravos era uma saída para aqueles que não conseguia comprar os produtos importados.

A agricultura camponesa como foi relatada nos parágrafos anteriores, foi surgir a partir da resistência às imposições da dominação do sistema feudal e do sistema capitalista de produção. Assim os camponeses que se tornassem livres produzia em pequenas quantidades, porém viam-se livres. Sob esses paradigmas a agricultura camponesa se organizou para que

suas lutas se consolidassem e que as reinvindicações por terras fossem atendidas. Esses pressupostos da história dos camponeses na luta pelo trabalho livre de especulação capitalista, embora por outro lado surge as ideologias tentando camuflar o passado histórico da construção do modo de produção da agricultura camponesa, mudando o nome para agricultura familiar, faz esquecer o surgimento da luta desses trabalhadores ao longo da história e de certa forma procura adequar ao modo capitalista, porém esses trabalhadores não sobreviveram no modo capitalista , porque eles surgiram exatamente para resistir este sistema.

As imposições do capitalismo toma o camponês em operário de indústrias ou trabalhador na agricultura assalariada. Dessa forma, produz a mais valia, trabalho não pago, causando assim a insatisfação dos trabalhadores.

Mudar o nome de agricultura camponesa nunca vai acabar com esse modo de produção, senão implementar no campo e na cidade todas as condições de sobrevivência , tais como; emprego dignos, infraestrutura, escola , saúde e segurança de maneira que todos possam ter as necessidades supridas. Somente assim pode de fato ser possível pensar no futuro do MPA, com o fim da agricultura camponesa.

Bibliografia

FERNANDES, Bernardo.Caderno de Estudos do MPA:O Futuro do MPA, caderno n°l.2000.

 


Autor: José Carlos De Oliveira Ribeiro


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