A importância de promover a aprendizagem significativa



Atualmente, vivemos transformações sociais e produtivas decorrentes, especialmente, dos avanços da ciência e da tecnologia que coloca a serviço do homem recursos e possibilidades até então considerados utópicos e que exigem das pessoas formação acadêmica e habilidades para novas competências. O mercado de trabalho tornou-se mais competitivo, exigindo cada vez mais o conhecimento instrumental.

Desse modo, a instituição escolar torna-se mais importante garantindo o acesso às informações e promovendo a capacidade de selecioná-las e transformá-las em conhecimento.

Delors (2000), afirma:

“Dado que oferecerá meios, nunca antes disponíveis, para a circulação e armazenamento de informações e para a comunicação, o próximo século submeterá a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória. A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efêmeras, que invadem os espaços públicos e privados e as levem a orientar-se para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele” (p.89).

 Frente a este contexto de mudanças, torna-se extremamente necessário assegurar uma educação para todos que possibilite a diminuição do fracasso e insucesso escolar, que crie possibilidades para os alunos prosseguir nos estudos e fazer as escolhas para a sua vida.

Nesse contexto, o conhecimento tem que fazer sentido para a criança, cabe ao professor idealizar e trilhar os caminhos para a sua produção ou a sua construção, de maneira que o educando participe ativamente desse processo de ensino significativo e se desenvolva. Afinal, para que a aprendizagem se efetive é preciso que o aluno perceba a relação entre o conteúdo ensinado, o seu universo de significações e o mundo em que vive.

Dessa forma, os conceitos aprendidos irão relacionar-se com os conhecimentos prévios que a criança possui e dará condições para ela avançar na sistematização e organização das informações. Enquanto educadores, a nossa principal função neste processo de promoção de uma aprendizagem significativa, é exatamente desafiar os conceitos que os alunos dispõem, para que eles sejam reconstruídos de maneira mais ampliada e consistente, uma vez que, quanto mais elaborado e complexo for um conceito, maior é a possibilidade de utilizá-lo como parâmetro para a construção de novos conhecimentos.

Assim, o papel docente de desafiar deve ser constante e aperfeiçoado, o que aponta a necessidade de refletirmos sobre o planejamento das nossas aulas e a nossa prática de ensino, buscando possibilidades criativas e estimuladoras para os alunos, em que os conteúdos não sejam tidos como fins em si mesmos, mas como meios essenciais na problematização das ideias, investigação das respostas, resoluções dos problemas e conclusão dos resultados. Desse modo, o aluno compreenderá o significado do estudo, relacionando o conteúdo escolar com aprendizagens anteriores e experiências pessoais, o que o levará ao avanço do conhecimento.

Nesse sentido, vale destacar as observações realizadas por Edwards (1997). A autora faz menção a alguns aspectos que devem ser considerados na prática docente, o primeiro é que os alunos transformam e elaboram o conhecimento que lhes é ensinado, a partir de seu universo de significações. No entanto, os conhecimentos podem se tornar alheios aos estudantes dependendo da forma como eles são abordados e caso o professor não considere que esta forma de transmissão não ocorre sem alterações por parte dos alunos em cada situação.

Edwards (1997) indica que “o conteúdo se transforma na forma. Ou seja, a forma também é conteúdo no contexto escolar, a apresentação do conhecimento em formas diferentes lhe dá significações diferentes e o altera como tal” ( p.69).

 

Referências Bibliográficas:

 DELORS, J. OS quatro pilares da educação. In: Delors, J Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, Brasília, DF: UNESCO, 200, p. 89-101. (Relatório para UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI).

EDWARDS, V. Relação dos sujeitos com o conhecimento. In: Os sujeitos no universo da escola: um estudo etnográfico no ensino primário. São Paulo: Ática, 1997, p. 67-136.

 

 


Autor: Fernanda Simony Previero Ciarlo


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