O processo de ensino e aprendizagem na prática educativa



Podemos definir o ser humano como um ser extremamente complexo, dotado de inúmeras capacidades e habilidades, mas único e distinto, devido aos aspectos biológico, cultural e individual que marcam a vida de cada um. Somos bem diferentes uns dos outros: nascemos, crescemos e vivemos em contextos socioculturais variados, com experiências de vida singular.

Dessa forma, nosso processo de aprendizagem – seja de conteúdos escolares ou práticas do dia a dia – acontece de maneira diferente, de acordo ainda com os nossos conhecimentos prévios e interesses. Não é possível ensinar pessoas tão divergentes por meio de uma única proposta metodológica, ao contrário, numa situação de ensino e aprendizagem, especialmente em sala de aula, os educadores devem utilizar uma diversidade de métodos e técnicas para possibilitar que todos os seus alunos aprendam e sejam atingidos e sensibilizados, dos diversos modos, para àquilo que se propõe ensinar.

Isto não significa que o professor não possa preferir uma metodologia à outra ou até mesmo seguir uma linha metodológica, mas dificilmente todos os alunos aprenderão da mesma maneira. Quando ampliamos esse leque para os alunos portadores de necessidades especiais, a questão da metodologia se torna ainda mais específica e deve ser adequada às peculiaridades de cada indivíduo. Afinal, como ensinar um aluno cego utilizando-se de uma metodologia “comum”, principalmente quando os conteúdos são abstratos e sem significado para a criança.

Nesse sentido vale destacar as observações realizadas por Edwards (1997). A autora faz menção a alguns aspectos que devem ser considerados na prática docente, o primeiro é que os alunos transformam e elaboram o conhecimento que lhes é ensinado, a partir de seu universo de significações. No entanto, os conhecimentos podem se tornar alheios aos estudantes dependendo da forma como eles são abordados e caso o professor não considere que esta forma de transmissão não ocorre sem alterações por parte dos professores e dos alunos em cada situação.

Edwards (1997) indica que “o conteúdo se transforma na forma. Ou seja, a forma também é conteúdo no contexto escolar, a apresentação do conhecimento em formas diferentes lhe dá significações diferentes e o altera como tal” ( p.69).

Referência Bibliográfica:

EDWARDS, V. Relação dos sujeitos com o conhecimento. In: Os sujeitos no universo da escola: um estudo etnográfico no ensino primário. São Paulo: Ática, 1997, p. 67-136.


Autor: Fernanda Simony Previero Ciarlo


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