O erro na construção do conhecimento



Atualmente, vivemos transformações sociais e produtivas que coloca a serviço do homem recursos e possibilidades até então considerados utópicos. O mundo está cada vez mais dinâmico e, nesse contexto, re-pensar conceitos se torna inevitável e necessário em relação às nossas escolhas e postura enquanto educadores.

O ambiente escolar não está alheio às mudanças, ao contrário, é impossível pensar a educação nos moldes de antigamente, em que o professor era a figura de autoridade como detentor dos conhecimentos e o ato de ensinar era transferido aos estudantes como se fosse um depósito.

Assim, a escola não pode estar atrelada a um modelo de aluno, de tempo e de aprendizagem, tão pouco os professores devem estar conectados a concepções “engessadas” de ensino, incapazes de suscitar experiências expressivas e, ainda, de estabelecer uma ponte entre o conhecimento formal que deseja transmitir e o conhecimento prático que a criança dispõe.

Mello (1998) adverte que “ser professor” significa estar em contínua formação, implica escolher uma forma de conduzir a aula e saber lidar com os alunos e com os saberes a ensinar, fazendo a mediação entre o conhecimento tácito (aquele saber que o aluno já possui de maneira espontânea e experimental) e o conhecimento escolar (trata-se do saber que envolve as referências fixas e as representações formais).

Do mesmo modo, para que a aprendizagem se efetive é necessário que todos os alunos percebam a relação entre o que ele aprende e o mundo em que vive, ou seja, os conhecimentos têm que ser significativos. Cabe ao professor criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção, de modo que o educando participe ativamente do processo de ensino e se desenvolva.

Vale ressaltar que ao longo deste caminho os estudantes podem cometer erros, que devem ser avaliados sob a perspectiva de uma forma construtiva do saber e uma fonte de crescimento.    Não podemos perder a oportunidade de aproveitar os erros como uma possibilidade de trabalho inicial, que dirá as diretrizes para futuras intervenções junto às crianças comuns e especiais e servirá de instrumento para orientar as ações e objetivos a serem alcançados. Trata-se de um ponto de partida para o avanço em direção à aprendizagem do aluno, que revelará a natureza das suas representações lógicas e a elaboração de suas estratégias.

Abrahão (2000) indica que:

“E como o conhecimento está sempre em processo, a avaliação precisa ser contínua, diária no sentido de permitir a (re) construção permanente de conceitos, sendo uma espécie de mapeamento que vai identificando as conquistas e os problemas dos alunos em seu desenvolvimento. (p. 47).”

 Afinal, na prática educativa com todas as crianças não basta assinalar o erro, é necessário identificar as suas causas. Apenas desta maneira o educador poderá adequar o processo de ensino e aprendizagem às necessidades dos alunos.

  

Referências Bibliográficas:

 ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (Org). Avaliação e Erro Construtivo Libertador: uma teoria-prática includenteem educação. PortoAlegre: EDIPURS, 2000.

 MELLO, R. R de. Tornar-se ao ser professor: as contribuições da literatura. In: MELLO, R. R. Os saberes docentes e a formação cotidiana nas séries iniciais do ensino fundamental: um estudo de caso múltiplos de tipo etnográfico, 1998, Tese (Doutorado em Educação), Centro de Educação e Ciências Humanas, UFSCar, São Carlos.


Autor: Fernanda Simony Previero Ciarlo


Artigos Relacionados


O Processo Avaliativo Do Ensino E Aprendiz EducaÇÃo Infantil

Avaliar Para Incluir E Produzir Conhecimentos

O Processo De Ensino E Aprendizagem Na Prática Educativa

Resumo Do Texto A RelaÇÃo Escola/sociedade Como Eixo Estruturador Do CurrÍculo

Ensinando E Aprendendo

A Busca Pela ExcelÊncia No Ensino AtravÉs Da Pedagogia Da Autonomia

Os Saberes Docentes E Sua Prática