Relações raciais no cotidiano escolar: implicações para a subjetividade e a afetividade.



A sociedade brasileira caracteriza-se por uma pluralidade étnica, sendo este produto de um processo histórico que inseriu num mesmo cenário três grupos distintos: portugueses, índios e negros de origem africana. Esse contato favoreceu o intercurso dessas culturas, levando à construção de um país inegavelmente miscigenado.

Nós como professores temos o papel de formador de opiniões devemos passar essas informações as crianças, jovens e adultos de maneira sutil, mas que esteja sempre focado no objetivo principal que é a igualdade entre as relações sociais e nada melhor que a escola, e como ela contribui para a formação da identidade das crianças negras.

A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se estabelecem relações com crianças de diferentes núcleos familiares. Esse contato diversificado poderá fazer da escola o primeiro espaço de vivência das tensões raciais. A relação estabelecida entre crianças brancas e negras numa sala de aula pode acontecer de modo tenso, ou seja, segregando, excluindo, possibilitando que a criança negra adote em alguns momentos uma postura introvertida, por medo de ser rejeitada ou ridicularizada pelo seu grupo social. O discurso do opressor pode ser incorporado por algumas crianças de modo maciço, passando então a se reconhecer dentro dele: "feia, preta, fedorenta, cabelo duro", iniciando o processo de desvalorização de seus atributos individuais, que interferem na construção da sua identidade de criança.

São crianças em processo de desenvolvimento emocional, cognitivo e social, que podem incorporar mais facilmente as mensagens com conteúdos discriminatórios que permeiam as relações sociais, aos quais passam a atender os interesses da ideologia dominante, que objetiva consolidar a suposta inferioridade de determinados grupos. Dessa forma, compreendemos que a escola tanto pode ser um espaço de disseminação quanto um meio eficaz de prevenção e diminuição do preconceito.

Nesse sentido, o cotidiano escolar poderá revelar métodos e estratégias de interação dentro da escola, favorecendo o reconhecimento e a valorização em prol da reconstrução das relações raciais desgastadas pelas diferenças ou divergências étnicas.

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Autor: Karolyna Pereira Da Silva


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