Crianças "Tarzan"



Para aqueles que não conhecem, Tarzan é a história criada por Edgar R.Burroughs, que fala de um menino que é criado por macacos, depois que seus pais morrem, visitando uma floresta africana. Embora a história seja bonita e recontada a quase um século, creio que nenhum pai, em sã consciência, gostaria que tal destino acontecesse com um de seus filhos.

Imaginando um mundo hipotético, onde as crianças não recebessem influências, quer sociais, políticas, esportivas, musicais, econômicas, religiosas, culturais, lingüísticas de seus pais, como seriam tais crianças ? Vamos imaginar dois pais brasileiros, recusando conversarem perto de seu filho, para que este escolhesse o único idioma que iria falar no futuro; ou então, um pai que torça por um time de futebol, sendo bem consciente, dizendo: “Vou deixar que meu filho escolha, ao crescer, o time que quiser.” Eu não fiz isto e creio que a maioria esmagadora não o faz.

Mas o pensamento pós-moderno, que é contra toda crença e convicção, argumenta que é proibido estarmos convictos de alguma coisa. É proibido, para pais cristãos ou mulçumanos, achar que a sua crença seja a melhor escolha para seus filhos. Se isto é verdade, então, de igual forma, será proibido escolhermos para os nossos filhos a escola que estudarão; o idioma que aprenderão; ou o time que torcerão; a cidadania que terão. Como está certo que isto seria bom para eles?

A agenda pós-moderna-liberalista-ateísta é partidária que todas as crenças e convicções, especialmente as religiosas, não sejam passadas de pais para filhos. Os ateus se levantam contra a idéia que uma criança seja cristã, ou mulçumana, ou budista, só pelo fato de seus pais serem.

Creio que os ateus que defendem que crianças não sejam rotuladas de cristãs ou budistas, também deveriam adotar o mesmo critério para dizer que seus filhos não são ingleses, mas sim, filhos de ingleses e mais, deveriam deixar que seus filhos ficassem sem escolas, sem regras, sem aprenderem a língua materna, sem ouvirem as mesmas musicas que ouvem, sem torcerem pelo mesmo time que torcem. Simplesmente para cortarem a influência que poderiam exercer no futuro de seus filhos.

Por que será que é ofensivo passar ensinos cristãos aos nossos filhos e não é ofensivo fazê-los brasileiros ou ingleses ?

Eduquei meus filhos como brasileiros, cristãos, torcedores do mesmo time que torço, dei-lhes conceitos de política, de sociedade, de cultura, de música, pois nunca quis que eles se tornassem crianças “Tarzan”, embora ache a ficção bonita. Sei que quando crescerem, serão aptos para mudarem o que quiserem.

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Autor: Josenildo Soares Dos Santos


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