As Rasteiras Que A Vida Me Deu



A vida pode ser cruel às vezes, mas serve para nos ensinar a sermos mais fortes, partirmos para outra e mudar de atitude perante a nossa vida e principalmente não deixar que ninguém nos deite a baixo ou nos diga o que devemos ou não devemos fazer.

 

Muitas vezes fazemo-nos de fortes e, no entanto somos mais fracos do que parecemos e ninguém nota a nossa fraqueza apenas nota aquilo que mostramos ser por fora a nossa suposta força e se for preciso por dentro estamos desfeitos em pedacinhos. Pois é... e muitas vezes só queríamos alguém que estivesse ali do nosso lado para nos ajudar, apoiar, ouvir, nem que fosse só estar ali e não dizer nada, mas com a qual nos sentíssemos conforto e apoio. Pois é nem todo mundo tem essa sorte.

 

Já sentiram que um dia vão explodir e não podem fazer nada? Sentirmos que não somos nada e sentirmo-nos impotentes perante uma situação sem saber o que fazer, dizer ou agir? Estarem sempre a mudar de humor como se tivéssemos numa peça de teatro? Pois é assim que muitos seres humanos se sentem hoje.

 

Acredito também muitas vezes que temos de passar por certas coisas para aprendermos certas lições de vida e para nunca mais cair em certas rasteiras que a vida nos prega e apesar de dizermos estarmos sempre preparados para tudo, mas nunca o estamos de verdade.

 

Sentimos que é nestas alturas que vamos buscar forças inimagináveis muitas vezes para ultrapassarmos tudo e conseguirmos erguer-nos novamente.

 

Na vida é assim, somos cegos até mesmo na situação que vivemos. Gosto muito da maneira que alguns orientais representam o futuro. A pessoa fica virada de costas, olhando o passado de frente, sem saber o que tem pela frente. Estar focado significa ganhar atenção em poucas coisas e perder em muitas outras coisas. Seria ótimo que a gente conseguisse misturam as duas coisas ao mesmo tempo, vivendo a vida das duas formas. Olhar a linha e o plano, olhar a natureza e cheirar a flor.

 

 

As Somatizações

 

Muitos dos livros holísticos e sites que navego trazem ligações entre doenças e sentimentos. Isto me intriga bastante. Pelo que eu entendo hoje, cada ser humano tem pontos de acumulação de energia, desviando para alguns órgãos o que seria somente pensamento. Somatizações. Alguns se dão conta da sua doença crônica: garganta, estômago, etc. Outros podem inclusive se dar conta da transferência da patologia psíquica para a física:

  1. Preocupação = garganta,
  2. Frustração = estômago, etc...

 

A grande questão é que os remédios alopáticos e homeopáticos existentes hoje não trocam comportamentos. Impossibilitado de extravasar pelo canal principal, o organismo acha outros focos.


Como superar as rasteiras?

 

Todos estamos sujeitos a golpes na carreira e na vida, mas é preciso reagir. Levantar a cabeça e seguir como se nada tivesse acontecido

Quando pensamos que nada de novo vamos observar no comportamento das pessoas, aparece alguém e nos surpreende, para o bem ou para o mal. Você já foi alguma vez prejudicado por alguém? Talvez um sócio que o enganou nos negócios? Ou, um colega de trabalho que parecia tão amigo até que ambos disputaram à mesma promoção e o tal amigo jogou a amizade e a ética pela janela para sair-se melhor na disputa? Se a resposta for sim, saiba que você não foi o único.

 

E a competição do dia-a-dia?

 

Empresas com administrações modernas usam expedientes de colaboração, como atrelar os bônus ao resultado geral da organização, entre outras práticas. Entretanto, ainda existem companhias que estimulam a concorrência entre seus executivos, pois partem do princípio que assim eles melhoram e se aprimoram, visando não apenas produzir mais e melhor que o outro, mas também merecer os bônus e os prêmios. A competição que deveria ser travada no campo de batalha do mercado acaba sendo transferida para dentro das empresas.

 

O que fazer diante de rasteiras inesperadas? Levantar a guarda e preparar o ataque? Desistir e tomar o caminho de casa? Não mesmo: pesquisas têm demonstrado que, nas empresas, o altruísmo ainda ganha do egoísmo. O egoísmo reside no fato de que seu objetivo individual se opõe ao objetivo coletivo.

 

O “mundo real” de hoje estabelece o valor de tudo, através do dinheiro. Cada vez há mais gente, para quem não há nada mais sagrado ou valioso; a riqueza e o lucro são seus deuses; o materialismo puro e o consumismo, sua religião. Tempo é dinheiro, dizem, e nos roubam o tempo da alma, o tempo da casa quieta e limpa, a doce espera do entardecer.

 

O tempo daquilo que é verdadeiro agora se chama “tempo perdido”. Se o seu tempo não gera dinheiro, é desperdício; muito embora os desperdícios tóxicos que envenenam nosso planeta, e os desperdícios de alimento que acontecem enquanto tantos tem fome, são gerados, justamente, por quem não tem tempo para o seu próprio tempo. Por aqueles que não compreendem que deve haver tempo para seguir o ritmo do coração, para acalentar-se nas canções da alma, para reverenciar o passo das estações e sentir saudade das árvores da infância.

 

O mundo material tem valor e é importante; sempre fui defensora desse ponto de vista. É pura filosofia estéril pretender que os confortos materiais (e de repente até mesmo os luxos), sejam encarados como desnecessários e maléficos, em contraponto a uma vida totalmente espiritual.

 

Seria mais fácil, mais sensato, mais humano, se a gente conseguisse lembrar de vez em quando que existem coisas que “Não tem preço” e o cartão de crédito não compra. Todo mundo (inclusive eu) adora fazer compras, e merece não só uma vida decente do ponto de vista econômico, como a realização de seus objetivos e sonhos.

 

A sabedoria vem com o tempo. Com as rasteiras da vida. Com as grandes dores, com as feridas e as cicatrizes. Com cada perda, com cada erro, com cada pedaço quebrado que se desfaz contra o chão. Com as lágrimas escondidas, com os abandonos, as traições e as mentiras. Com as decepções cotidianas, a tristeza constante, as palavras impensadas.

E um dia você se descobre mais velho, o corpo castigado, as rugas do sorriso. Os pactos com si próprios mudam; um dia você se aceita. E canta, e fala sozinho. Sem vergonha de ser criança outra vez.

 

E então você compreende que a alma é um rio, que flui por entre as pedras. Que você sobreviveu às feridas de morte, e por isso se fez forte. Que as coisas importantes não são grandes, mas milésimas de segundo entre o pranto e um abraço. Que a felicidade é um estado de espírito, feito de pequenos momentos. Que você não pode ser feliz o tempo todo, mas pode ser feliz todos os dias.

 

E dessa compreensão nasce a certeza de que você está viva. Apesar de tudo; dos farrapos de pele, das feridas que nunca fecham, dos tempos e as pessoas que não voltam mais, dos sonhos destroçados e as batalhas perdidas, sobreviveu.

 

Então você se descobre capaz de contemplar o entardecer em silêncio. A alma, o rio, a poesia, a saudade, se tingem de uma melancolia pungente. Ante a beleza da vida, está alguém que sabe que não é sempre possível evitar o sofrimento. E que ainda assim, vale a pena viver.

 

ISSO É SABEDORIA!!!

 

Eu sou assim:

 

Eu sei que vivi e vivo tudo muito intensamente, que consegui dar valor a tudo ou a quase tudo, daí as rasteiras da vida.

Porque gosto de viver, de saber que não sei o que me espera, de teimar em não me deixar vencer por banalidades tantas vezes difíceis de superar.

Porque sou um ser humano como qualquer outro, e me aceito com todos os meus defeitos e com todas as minhas virtudes.

Porque anseio ser hoje melhor que ontem.

Porque sou assim.

 

"Talento é dom e paixão, um desejo de vencer tão intenso que nenhuma força no mundo consegue detê-lo."    Neil Simon  


Autor: Sandra Regina da Luz Inácio


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