Paulo Ghiraldelli Júnior



Acadêmicos:

*FRANCISNEY GUERREIRO

*MARCELO GOMES GONZÁLEZ

*Acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física pela Universidade Vale do Acaraú - Amapá (UVA-AP)

 

Paulo Ghiraldelli Jr. é filósofo e escritor. Doutor e mestre em filosofia pela Universidade de São Paulo. Doutor e mestre em filosofia e história da educação pela PUC-SP. Livre docente e titular pela Unesp. Tirou seu pós-doutorado na UERJ, na Medicina Social. Diretor do Centro de Estudos em Filosofia Americana. Professorda Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

  

LINHA DE PESQUISA

 

 O professor PHD Paulo Ghiraldelli Júnior escreve seus textos com temas do gênero social, político, educacional e filosófico. Seu campo de atuação é voltado à Filosofia, Filosofia da Educação e História da Educação. Sua linha de estudo inicial foi voltada para a filosofia analítica. É um escritor nada convencional.

Em seus textos escreve com criticidade ao sistema de ensino vigente, que em muitos pontos ainda é militarizado. Onde a mais abalada é a disciplina educação física.

Ficou conhecido pela sua maneira original de filosofar. Inovou no campo tanto dos estudos mais técnicos em filosofia, quanto sobre o corpo e suas relações com a filosofia e a sociedade. Ele passou a ser lido e procurado como filósofo de grande capacidade inovadora e de fala didática e compreensiva. Assim, uma das principais características de seus livros é o pensamento inovador, o de sempre querer mais, o de querer uma educação justa e plena para todos.

Paulo Ghiraldelli tem se mantido como um dos filósofos mais lidos e mais polêmicos de todo Brasil.

 

 INFLUÊNCIAS 

 

Ghiraldelli foi influenciado pelos filósofos Sócrates e Platão, por seus pensamentos justos, críticos e inovadores. No entanto, sua formação inicial se deu no âmbito do marxismo, por ser, Marx, um crítico revolucionário. E pela Escola de Frankfurt que era composta, principalmente pelos filósofos, Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Mercuse, Erich Fromm e Jurgen Habermas, mas os que realmente o influenciaram, desta escola, foram Adorno, Horkheimer, Benjamim e Habermas. Expostos os nomes, iremos agora mostrar suas principais características.

Sócrates (469-399 a.C.) dedicou sua vida inteiramente à meditação e ao ensino filosófico. Era o homem das interrogações, aquele que nunca se deixava enclausurar em nenhum sistema. O processo principal dele consistiaem interrogar. Oseu objetivo era o de gerar o poder de pensar. O seu alvo era formar espíritos capazes de tirar conclusões corretas, de formular a verdade por si mesmos, em vez de dar-lhes conclusões já elaboradas. Onde, na atividade de aprender uma disciplina qualquer, o professor nada mais pode fazer que orientar e esclarecer dúvidas. Sócrates (469-399 a.C.), “existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”. Sócrates reformulou a filosofia grega, fazendo com que a busca de conhecimento, antes centrada no estudo da natureza, passasse a ocupar-se do homem e das suas ações.

A liberdade de seus discursos em praça pública, a feição obscura de seu caráter, a sua atitude crítica, irônica e a consequente educação por ele ministrada, criaram descontentamento geral, hostilidade popular e inimizades pessoais. Aparecia Sócrates como chefe de uma aristocracia intelectual. Sócrates (469-399 a.C.), “aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará”. No fim da vida, foi considerado um perigo para a sociedade e acabou acusado e condenado à morte.

Nas obras de Platão (427-347 a.C.) vê-se uma tendência pedagógica inovadora, pois ele não pensava em um modelo de ensino retrógrado ou estagnado, mas sim em uma educação avançada e envolvente. Seus pensamentos eram voltados á igualdade de ensino, ou seja, homem e mulher deveriam ter a mesma oportunidade de ingressar em uma escola. E que nesse modelo de ensino fosse empregado o debate entre alunos e entre o professor e a classe. Platão (427-347 a.C.), “como pode uma sociedade ser salva, ou ser forte, se não tiver à frente seus homens mais sábios?”.

Já Karl Marx (1818-1883) era dotado de um pensamento mais revolucionário. Sua principal preocupação, voltada à educação, era a de preparar o aluno para ser um cidadão social, cético e crítico. Sendo que naquela época os alunos eram moldados de acordo com a vontade do sistema. Para Marx o educando deveria entrar como um ser despreparado e sair como um cidadão consciente da sua liberdade e de acordo com suas próprias verdades. Na base do pensamento de Marx está a idéia de que tudo se encontra em constante mudança. Marx (1818-1883) “Os filósofos se limitam a interpretar o mundo de diferentes maneiras; mas o que importa é transformá-lo”.

Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de alemães do Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, fundado na década de 1920. Sua produção ficou conhecida como teoria crítica. Entre eles destacam-se Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Mercuse, Erich Fromm e Jurgen Habermas. Os pontos de partida fundamentais de suas reflexões foram a teoria marxista e a teoria freudiana, que trouxe à tona elementos novos sobre o psiquismo das pessoas.

De acordo com Horkheimer (1895-1973) e Adorno (1906-1969), a razão iluminista, que visava à emancipação dos indivíduos e ao progresso social, terminou por levar a uma maior dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico-industrial. Horkheimer acreditava que o problema estava na própria razão controladora e instrumental, que busca sempre a dominação, tanto da natureza quanto do próprio ser humano. Seja pelas conquistas trabalhistas alcançadas, seja pela alienação de suas consciências promovida pela indústria cultural. Em resumo, Horkheimer e Adorno denunciam a morte da razão crítica. O que diferencia esses dois filósofos dos demais é a desesperança em relação à possibilidade de transformação dessa realidade social.

Walter Benjamin (1892-1940) se distingue de Adorno e Horkheimer por uma postura mais otimista no que diz respeito à indústria cultural. Além disso, desenvolveu reflexões nas quais buscou conciliar a teoria marxista com a tradição judaica, dando origem a um pensamento de difícil penetração, ainda que de grande beleza.

Jurgen Habermas (1929) é o que maior influência exerce atualmente na Escola de Frankfurt. Ele discorda de Adorno e Horkheimer no que se refere aos conceitos centrais da análise realizada por esses dois filósofos: razão, verdade e democracia.

Habermas afirma que o potencial para a racionalização do mundo ainda não está esgotado. Por isso costuma ser descrito como “o último grande racionalista”. Habermas diz que:

“A razão dialógica que brota do diálogo e da argumentação entre os agentes interessados numa determinada situação. É a razão que surge da chamada ação comunicativa; não como verdade subjetiva, mas como verdade intersubjetiva, que surge do diálogo entre os indivíduos ao qual se aplicam algumas regras, como a não-contradição, a clareza de argumentação e a falta de constrangimentos de ordem social.”

A ênfase dada à razão comunicativa pode ser entendida como uma maneira de tentar “salvar” a razão, que teria chegado a um beco sem saída. Assim, se o mundo contemporâneo é regido pela razão instrumental, conforme denunciam os filósofos que antecederam na escola de Frankfurt, para Habermas caberia à razão comunicativa, enfim, o papel de resistir e reorientar essa razão instrumental. 

 

 PRINCIPAIS OBRAS

 

Suas principais obras, voltadas à educação, foram: O que é pedagogia (1987), História da educação (1990) e Filosofia e história da educação brasileira – 2ª ed. (2009).

 

2.3.1 O que é pedagogia

 

O primeiro passo para entendermos o que é pedagogia inclui uma revisão terminológica. Precisamos localizar o termo “pedagogia”, e ver o que cai sobre sua delimitação e o que escapa de sua alçada. Para tal, a melhor maneira de agir é comparar o termo “pedagogia” com outros três termos que, em geral, são tomados – erradamente – como seus sinônimos: “filosofia da educação”, “didática” e “educação”.

O termo “educação”, ou seja, a palavra que usamos para fazer referência ao “ato educativo”, nada mais designa do que a prática social que identificou como uma situação temporal e espacial determinada na qual ocorre a relação ensino-aprendizagem, formal ou informal.

A relação ensino-aprendizagem é guiada, sempre, por alguma teoria, mas nem sempre tal teoria pode ser explicada em todo o seu conjunto e detalhes pelos que participam de tal relação – o professor e o estudante, o educador e o educando – da mesma forma que poderia fazer um terceiro elemento, o observador, estão munidos de uma ou mais teorias a respeito das teorias educacionais.

A educação, uma vez que é a prática social da relação ensino-aprendizagem no tempo e no espaço, acaba em um ato e nunca mais se repete. Nem mesmo os mesmos participantes podem repeti-la. Nem podem gravá-la. Nem na memória, nem por meio de máquinas. É um fenômeno intersubjetivo de comunicação que se encerra em seu desdobrar. No caso, se falamos de um encontro entre o professor e o estudante, falamos de um fenômeno educacional – que é único. Quando ocorrer outro encontro do mesmo tipo, ele nunca será o mesmo e, enfim, só superficialmente será similar ao anterior.

O termo “didática” designa um saber especial. Muitos dizem que é um saber técnico, porque vem de uma área onde se acumulam os saberes que nos dizem como devemos usar da chamada “razão instrumental” para melhor contribuirmos com a relação ensino-aprendizagem. A razão técnica ou instrumental é aquela que faz a melhor adequação entre os meios e os fins escolhidos. A didática é uma expressão pedagógica da razão instrumental. Sua utilidade é imensa, pois sem ela nossos meios escolhidos poderiam, simplesmente, não serem os melhores disponíveis para o que se ensina e se aprende e, então, estaríamos fazendo da educação não a melhor educação possível.

 

2.3.2 História da educação

 

A educação é uma arma, isto é, pode ser utilizada com princípios de formar cidadãos capazes de analisar cognitivamente as condições impostas pelos governantes, ou simplesmente criar indivíduos com idéias de rebanhos. Estas duas vertentes estão classificadas em princípio no entusiasmo e no otimismo pedagógico.

O princípio do entusiasmo pela educação, é visto plenamente no nosso cotidiano e está centrada nos cursos para redução do analfabetismo e nos cursos de ensino a distância, ficando claro que o objetivo é simplesmente alcançar números estatísticos. O otimismo pedagógico busca centrar as suas idéias na melhoria do ensino escolar em seus vários seguimentos, visando a qualidade. Nesse contexto, a educação tem sua historiografia recheada de conflitos, onde correntes pedagógicas surgem com interesses burgueses e das classes médias, com objetivo de modernizar o Estado.

A Pedagogia Libertária estava ligada a movimentos sociais interessados na melhoria da população. Mas, o principal problema está centrado na política educacional, que busca meios de manter modelos educacionais de outros países, que possuem condições econômicas e culturais totalmente distintos com a nossa realidade, causando dessa forma, uma lacuna entre a educação ofertada para o ensino público e a oferta para o ensino privado.

 

2.3.3 Filosofia e história da educação brasileira – 2ª ed.

 

É uma obra ao mesmo tempo concisa, completa e detalhada sobre o ensino escolar brasileiro. Com uma linguagem direta e cativante, o livro abrange: - a evolução das escolas de pensamento pedagógico; - as alterações na legislação educacional; - as disputas entre as concepções em didática e pedagogia. Todas essas abordagens inserem-se no contexto histórico do nosso país: a Colônia, o Império, a República até os dias atuais, permitindo uma discussão bastante ampla sobre educação no Brasil.

Este livro também traz comentários essenciais sobre importantes obras contemporâneas que procuraram abrir caminhos para a filosofia da educação e áreas correlatas e que estiveram voltadas à compreensão da educação brasileira e à proposição de novos rumos ao ensino em nosso país. Escrito por Paulo Ghiraldelli Jr., que há mais de duas décadas se dedica ao assunto, e apresentando uma visão global da educação no Brasil, este livro destina-se principalmente a professores e estudantes que visam a adquirir formação sólida e aperfeiçoar seus conhecimentos.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Se compararmos os livros “O que é pedagogia”, “História da educação” e “Filosofia e história da educação brasileira”, veremos que a linha de pensamento do autor é praticamente a mesma. Ele enfoca muito sobre a parte de diálogo, liberdade de expressão, autonomia, renovação da educação para um sistema que crie pessoas críticas e bem informadas e sobre igualdade, ou seja, oportunidades iguais a todos para que tenham um ensino de qualidade.

Seus livros e outras obras influenciam uma nova geração de pensadores, e até os que ali estavam antes dele, pois se esse o influenciou hoje, amanhã poderá ser influenciado por ele. Também contribuiu muito para a área de filosofia e principalmente para a educação, se prendendo à pedagogia libertária, que foi onde ele ganhou seu maior reconhecimento.

Percebemos que Sócrates e Platão usufruíam quase que das mesmas características, talvez pelo fato de Platão ter sido discípulo de Sócrates. Ambos eram filósofos críticos, com pensamentos avançados para o seu tempo, inquietos e que prezavam pelo diálogo.

Marx tem algumas dessas características, como, criticidade, pensamentos inovadores, prezava pelo diálogo, e uma característica sua, era muito intenso em suas idéias.

Já na Escola de Frankfurt o filósofo que mais se destacou, para a linha de pensamento de Ghiraldelli, foi Habermas, por ter todas essas características acima citadas e por afirmar que a razão crítica das pessoas não foi extinta, apenas precisa ser trabalhada. E que essa forma de se trabalhar a razão crítica é através da razão comunicativa.

 

 

REFERÊNCIAS

 

SOUZA, Diego de. Karl Marx e a educação. Disponível em: <http://www.webartigosos.com/articles/42778/1/Karl-Marx-e-a-Educacao/pagina1.html>. Acesso em: 18 mar. 2011.

WIKIPEDIA. Karl Marx. Disponível em: <http://por.anarchopedia.org/Karl_Marx>. Acesso em: 18 mar. 2011.

SUA PESQUISA.COM. Platão. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/platao/>. Acesso em: 18 mar. 2011.

CARDOSO, Vitor. A ilusão e a realidade da educação. Disponível em: <http://www.univ-ab.pt/~vcardoso/articles/I1_re_ed.html>. Acesso em: 18 mar. 2011.

FERRARI, Márcio. Platão. Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/platao-307607.shtml>. Acesso em: 18 mar. 2011.

FILHO, Lucas Osório. Escola de Frankfurt. Disponível em: <http://sociologiadeplatao.blogspot.com/2009/06/filosofia-resumo-9-o-problema-politico. html>. Acesso em: 18 mar. 2011.

MANOLE. Filosofia e história da educação brasileira. Acesso em: <http://www.manole.com.br/loja/produto-183996-3967-filosofia_e_historia_da_educacao_ brasileira_2_edicao>. Acesso em: 18 mar. 2011.

MADJAROF, Rosana. Sócrates. Disponível em: <http://www.mundodosfilosofos.com.br/socrates.htm>. Acesso em: 22 mar. 2011.

UOL. Biografia de Sócrates. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789 u369.jhtm>. Acesso em: 22 mar. 2011.


Autor: Marcelo Gomes González


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