A indisciplina e a violência no contexto das escolas



                   

A Indisciplina e a Violência no Contexto das Escolas

The Indiscipline and Violence in the context of schools

 

 

Elizabeth de Jesus Santana[1]

 

RESUMO: Este artigo apresenta os resultados de uma revisão de literatura acerca da indisciplina e a violência no contexto das escolas. Enquanto, o problema que vem afetando o contexto escolar em diversos aspectos, tais como as relações interpessoais em sala de aula, e constituem um cenário atravessado por diversas questões a serem investigadas.  A perspectiva reflete uma percepção de que as expressões de indisciplina e violência representam desafios que solicitam uma mudança de paradigma, e não somente um conjunto de ações parciais que muitas vezes afetam a escola de tal forma a fragmentar seu papel social mais amplo. Trata-se de um trabalho de revisão literária, estudo do tipo descritivo, em que é utilizada a abordagem qualitativa. Conclui-se que o trabalho de acompanhamento e uma preparação por parte do educador pode de fato surtir efeito, pois, a indisciplina e a violência podem ser uma capa que os protege das agressões do exterior nomeadamente da família ou dos seus pares que assegurassem o acompanhamento do aluno/família.

 

PALAVRAS-CHAVE: Contexto escolar, práticas pedagógicas, indisciplina, violência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ABSTRACT: This article presents the results of a literature review about the indiscipline and violence in the context of schools. While the problem that has affected the school environment in various aspects such as interpersonal relationships in the classroom and provide a landscape crossed by a number of issues to be investigated. The outlook reflects a perception that the terms of indiscipline and violence are challenges that call for a paradigm shift, not just a partial set of actions that often affect the school in such a way to fragment its wider social role. This is a work of literature review, descriptive study, which is used a qualitative approach. We conclude that the work of monitoring and preparation by the teacher can actually be effective, therefore, the indiscipline and violence may be a cover protecting them from attacks from abroad including from family and peers to allow adequate monitoring of student / family.

 

KEY WORDS: Educational background, teaching practices, indiscipline, violence.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Levando em consideração a indisciplina e a violência no contexto das escolas partindo do ponto de vista neurológico, quais são as causas desses problemas?

O objetivo nesse trabalho foi analisar a questão da indisciplina e a violência no contexto educacional e assim, verificar como os adolescentes definem estes conceitos e qual o seu valor na atual estrutura escolar, como também as diferenças de valores entre meninos e meninas e o tipo de família a que esses alunos pertenciam. Discutir resultados de estudos importantes para uma melhor percepção da dimensão do problema; e assim, apresentar uma perspectiva de intervenção que auxilie professores e educadores na prevenção e resolução da indisciplina e da violência escolar como recomendações gerais úteis para a gestão da disciplina na sala de aula.

O presente trabalho buscará apresentar uma análise de pesquisa que propõe uma profunda revisão nas visões e práticas de enfrentamento dos problemas, que nas últimas décadas se tornaram um dos principais desafios enfrentados por educadores nas escolas. A complexidade desta realidade sócio-cultural tem interferências nocivas no processo de ensino-aprendizagem, com consequências trágicas para o sucesso da “escola eficaz”, pelo que, suscita interrogações e requer o debate e a discussão com o envolvimento de todos os agentes educativos interessados na formação do cidadão que vai viver numa sociedade verdadeiramente justa, democrática e solidária.

A questão da violência afeta às escolas em aspectos tais como a dinâmica das relações interpessoais entre professores e alunos e a qualidade do currículo. É possível pensar a situação das escolas, hoje, no contexto mais geral da “quebra de promessas”, quebra da promessa institucional que nos dizia que se o menino (menina), o jovem (a jovem) aceitasse jogar as regras do jogo encontraria um lugar ao sol, emprego, uma vida digna. É a quebra da promessa – ocorrida nas últimas décadas pelo predomínio do capital financeiro, a crise do trabalho assalariado – que permeia o profundo questionamento e esvaziamento de sentido da instituição. Para que servirá a escola? O que se faz na escola?  É este o contexto da chamada “indisciplina”.

Argumenta-se que os problemas de indisciplina e violência solicitam uma profunda revisão em nossas visões e práticas pedagógicas, uma mudança de paradigma em termos gestão educacional, pois colocam em questão o próprio projeto educacional afetar não somente  as iniciativas e práticas dos professores, mas as finalidades mais amplas do ato educacional. Ao longo do texto desenvolvemos uma análise teórica em dois momentos. Inicialmente exploramos um conjunto de questões sobre indisciplina e violência nas escolas, tendo por referências estudos realizados por diferentes pesquisadores.  Em seguida exploram-se questões quanto a uma mudança de paradigma na gestão educacional.

Neste estudo argumenta-se que indisciplina e violência representam problemas a serem pensados sob a perspectiva ampla dos processos da neuropsicologia.  São forças que colocam em questão o próprio projeto pedagógico da escola, na medida em conseguem afetar não somente as iniciativas e práticas dos professores, mas as finalidades mais amplas que se deseja atingir naquele espaço, em termos de aprendizagem, socialização, acesso à cultura e formação para a cidadania.

Há escolas que, por não terem mais a centralidade do ensinar e aprender, por não assumirem a realização do direito humano à educação (condição para a realização de outros direitos humanos) parecem prisões. E, nas prisões, há rebeliões. Situações freqüentes e “normais” nas escolas até certo tempo, hoje, ganham uma grande repercussão. Clama-se por polícia, pela mediação da autoridade do Ministério Público, do Judiciário. Parece que os conflitos não podem mais ser tratados. Criminalizam-se condutas que antes eram indiferentes à grande Lei e eram tratadas pedagogicamente, com a mediação da autoridade escolar.

O conceito de autoridade escolar parece estarem xeque. Vive-sea problemática derivada da falência de alguns modelos antigos sem que consigamos colocar outro tipo de contrato no lugar, de acordo, de pacto que necessariamente envolva a paixão por um projeto que elimine a exclusão, promova o acesso irrestrito aos bens culturais que são de todos. Como reconstruir um lugar de autoridade de forma a mediar os conflitos? Há muitos exemplos que mostram que, quando a escola assume o seu objetivo, o da educação como um direito de todos, a violência se esvai.  Passa a ser uma escola respeitada, vista como um bem comum, como um bem público a ser defendido. O instrumento para a transformação da escola em uma escola não violenta é o trabalho com o conhecimento, a gestão democrática, o trabalho em conjunto escola-bairro.

Este estudo compreende uma avaliação sob uma análise de uma revisão literária sobre a questão da indisciplina e a violência nas escolas públicas, o que vem trazendo aos educadores conflitos em relação ao trabalho pedagógico, pois esses fatores agravam e desestruturam a educação.

 

METODOLOGIA

Trata-se de um trabalho de revisão literária, estudo do tipo descritivo, em que é utilizada a abordagem qualitativa. Como já foi assinalado, a realização desta pesquisa objetivou uma reflexão sobre o fenômeno da violência e da indisciplina ocorridas em instituições escolares formais e o tratamento dispensado para resolução destas questões específicas e outras a elas relacionadas, no interior das mesmas instituições sob o ponto de vista neurológico.

Cabe ainda sublinhar que, a escola, com todas as críticas pertinentes que a ela se possa fazer, constitui-se como espaço de produção, e como tal, pode vir a ser espaço de reflexão e fazer crítico. Conforme adverte Guirado (1996), para pensarmos na violência escolar contemporânea é imprescindível que se retire o discurso do eixo das culpabilizações localizadas.

Propõe-se a prototipação do gerador conceitual, tomando como foco as questões cruciais da interpretação, propriamente dita, sem, contudo, deixar de fazer a correspondência com a meta final, de obtenção de um entendimento sobre a indisciplina e a violência nas escolas. Com o intuito de análise sobre a questão, aqui propõe o levantamento de Literatura o que é a localização e obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa.

Segundo Spink, (1997), e Alves, (1991), o planejamento de pesquisa qualitativa, envolve uma metodologia lógica orientada pelo processo de investigação. Para isso, torna-se necessário que sejam mencionadas as decisões e a adequação dos procedimentos metodológicos, desde o inicio de sua coerência em relação ao paradigma epistemológico, no qual o pesquisador se referencia.

 Este levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços de informações existentes. As formas de obtenção de dados também foram utilizadas, como as bibliotecas da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), FTC (Faculdade de Tecnologia e Ciências), utilizando livros e publicações eletrônicas em sites oficiais. Assim foram utilizadas fontes diversas de informação, como livros, artigos  publicados em  periódicos  e  arquivos  eletrônicos,  com  o objetivo  de  embasar  o  conhecimento  acerca das  competências  envolvidas  no  processo  de trabalho científico.

 

  1. 1.   Reflexões sobre a indisciplina e a violência nas escolas

 

A indisciplina permanece sendo, atualmente, um dos maiores problemas pedagógicos enfrentados pelos professores na escola. Como afirma Aquino (1996), “Há muito os distúrbios disciplinares deixaram de ser um evento esporádico e particular no cotidiano das escolas brasileiras, para se tornarem, talvez, um dos maiores obstáculos pedagógicos dos dias atuais” (p.09). Para Parrat-Dayan (2008), “os problemas de indisciplina manifestam-se com freqüência na escola, sendo um dos maiores obstáculos pedagógicos do nosso tempo.” (p.07). Dentre as queixas mais freqüentes, feitas por professores, e a ponto de ocupar um lugar de destaque, está a indisciplina. Esse já se tornou um fato comum tanto nas escolas públicas, quanto nas privadas. É possível notar que na definição do termo, por parte dos professores, há um misto de preocupação, impaciência e indignação. Segundo a maioria deles, tal comportamento, apresentado por certas crianças, prejudica excessivamente o andamento do trabalho pedagógico desenvolvido na sala de aula. Entre os prejuízos citam o barulho excessivo, a não-realização das tarefas propostas, a falta de obediência, além da queixa de que a indisciplina cria um clima de “anarquia geral” que parece contaminar as demais crianças.
Mas, afinal, o que significa indisciplina? Segundo o vernáculo, indisciplina é “falta de disciplina; desordem; desobediência; rebelião” (FERNANDEZ, 1981, p.731) e disciplina é o “conjunto de regras destinados a manter a boa ordem em qualquer organização; obediência à autoridade; observância de normas ou preceitos” (p. 469). Portanto, segundo o dicionário, ser indisciplinado significa não obedecer ao conjunto de regras que visam manter a boa ordem em uma organização (a escola, por exemplo), não obedecer à autoridade e ser rebelde.

Parrat-Dayan (2008), conceitua a disciplina como “um conjunto de regras e obrigações de um determinado grupo social e que vem acompanhado de sanções nos casos em que as regras e/ou obrigações forem desrespeitadas.” (p.20).Atualmente, as diversas modalidades de violência engendradas na sociedade atingem, além dos espaços privados, àqueles de domínio público. Os efeitos desta violência acabam por afetar praticamente todos os contextos institucionais, entre eles, a escola. De um lado está uma interrogação lançada por diversos educadores, preocupados com o modo como tais problemas têm se ampliado nas escolas e com as implicações que eles projetam sobre suas práticas pedagógicas.  Em particular, buscou-se apresentar uma reflexão sobre um conjunto de análises sobre indisciplina e violência nas escolas, destacando alguns avanços necessários em termos da neuropsicologia.

Ao estudarmos questões referentes à violência/indisciplina, circunscrita aos estabelecimentos escolares formais, procuramos ter como um dos pontos de orientação um conceito ampliado de violência, visto que esta tradicionalmente é percebida preferencialmente enquanto danos físicos e materiais. O objetivo foi analisar a questão da indisciplina e a violência no contexto educacional e assim, verificar como os adolescentes definem estes conceitos de disciplina e violência e qual o seu valor na atual estrutura escolar, como também as diferenças de valores entre meninos e meninas e o tipo de família a que esses alunos pertenciam e desenvolver condições de um trabalho mais adequado na escola.

Aqui busca-se apresentar uma análise de pesquisa que propõe uma profunda revisão nas visões e práticas de enfrentamento dos problemas, que nas últimas décadas se tornaram um dos principais desafios enfrentados por educadores nas escolas. A complexidade desta realidade sócio-cultural tem interferências nocivas no processo de ensino-aprendizagem, com consequências trágicas para o sucesso da “escola eficaz”, pelo que, suscita interrogações e requer o debate e a discussão com o envolvimento de todos os agentes educativos interessados na formação do cidadão que vai viver numa sociedade verdadeiramente justa, democrática e solidária.

A questão da violência afeta às escolas em aspectos tais como a dinâmica das relações interpessoais entre professores e alunos e a qualidade do currículo. É possível pensar a situação das escolas, hoje, no contexto mais geral da “quebra de promessas”, quebra da promessa institucional que nos dizia que se o menino (menina), o jovem (a jovem) aceitasse jogar as regras do jogo encontraria “um lugar ao sol, emprego, uma vida digna”. Os problemas de indisciplina e violência solicitam uma profunda revisão em nossas visões e práticas pedagógicas, pois elas podem permear causas advindas de problemas neuropsicológicos surgidos sejam fisiologicamente ou mesmo provocados no contexto familiar, e para isso é imprescindível uma mudança de paradigma dentro da instituição escolar, pois coloca em questão o próprio projeto educacional em afetar não somente as iniciativas e práticas dos professores, mas as finalidades mais amplas do ato educacional, o educador deve estar preparado para receber indivíduos com características de indisciplina e violência, ou seja, buscar mecanismos de formação continuada onde essa venha atender seus anseios.

Ao longo do texto desenvolvemos uma análise teórica em dois momentos. Inicialmente exploramos um conjunto de questões sobre indisciplina e violência nas escolas, tendo por referências estudos realizados por diferentes pesquisadores, inclui indisciplina e violência representam problemas a serem repensados. São forças que colocam em questão o próprio projeto pedagógico da escola, na medida em conseguem afetar não somente as iniciativas e práticas dos professores, mas as finalidades mais amplas que se deseja atingir naquele espaço, em termos de aprendizagem, socialização, acesso à cultura e formação para a cidadania.

A formação do indivíduo parte da interação com o meio ambiente interno (intra-uterino) e externo (família, escola e social), e é claro, pela herança genética herdada dos pais. Isso faz com que a personalidade do indivíduo seja única e sua construção se dá nos primeiros anos de vida, ou seja, nos primeiros seis meses de vida, e muitas vezes definem-se na personalidade, que a depender pode constituir em boas construções ou em questões de desordens emocionais, como é o caso da indisciplina e a violência.

A questão da indisciplina e da violência nas escolas observadas atualmente tem sido colocada em evidência pelos meios de comunicação, principalmente jornais revistas, televisão e Internet, além de outros. Elas ocorrem entre alunos e também nas relações entre professores e alunos, aparecendo nas mais variadas formas, tais como agressão, brigas, desentendimentos, roubos, uso de drogas, assassinatos e agressão à própria escola. Essa onda de violência pela qual estamos passando provoca temor a diretores, orientadores, professores, pais, alunos - enfim, a toda sociedade. Se formos analisar as causas nos depararemos com diversos fatores e abordagens teóricas para compreender o fenômeno. Para Debarbieux (2007), a base do desenvolvimento dará estruturação à infância, adolescência, juventude e vida adulta. Por este motivo, é tão importante o cuidado das crianças em seu desenvolvimento emocional saudável.

Sendo assim, a Personalidade dos familiares pode influenciar positiva ou negativamente na Personalidade da Criança. E para que esta influência seja saudável é necessário que a família tenha uma boa relação com a criança e o educador esteja preparado para o exercício desta profissão, uma vez, passará valores pessoais e as crianças o imitará como procedimento natural dessa fase.

Se indisciplina e violência  representam  braços  de  uma  crise  instalada  na  escola, precisam  ser  pensadas  no  horizonte  mais  amplo  do  que  entendemos  por  escola  e  sua finalidade  social. Portanto, se desejamos transformar os quadros de indisciplina e violência nas escolas, será necessário repensar conceitos, modelos e práticas sociais que têm sido exercidas.

É nesse sentido que nos parece importante pensar nesse avanço como uma mudança de paradigma. Precisamos de uma Mudança de Paradigma. As expressões de indisciplina e violência nas escolas revelam a necessidade de uma profunda revisão em nossas teorias e práticas relacionadas a diversas questões. De um lado isso requer investigação. Entretanto, em algum momento será fundamental uma disposição para implementar novas visões,  teorias e práticas.

Dessa forma, julgamos importante o estudo e reflexão sobre o fenômeno da violência/indisciplina escolar de forma simultânea, pois ambos conceitos parecem estar entrelaçados, segundo a percepção de grande parte dos educadores. E mesmo na literatura especializada, há divergências quanto à conceituação e diferenciação dos termos.

Podemos destacar a tendência usual de investir isoladamente na capacitação dos professores, pressupondo que em suas mãos reside o eixo da solução dos problemas de indisciplina e violência na escola. A formação de professores é algo necessário para implementar  uma  reforma  educativa  e  produzir  inovação  pedagógica  na escola  (NÓVOA,  1995), o  professor precisa conhecer os fatores que levam à indisciplina e a violência a fim de poder melhor lidar ou trabalhar nessas situações. O objetivo é nos aprofundarmos na revisão literária, pois, o trabalho é pautado nas teorias, ser-nos-á de alguma utilidade determos nosso olhar sobre alguns pontos essenciais das principais teorias que influenciaram profundamente os discursos pedagógicos formais, as quais têm sido utilizadas como referências para explicar e também tentar resolver a problemática da violência escolar.

A partir do século XX, a História da Educação mostra que, em diferentes épocas, os professores idealizam e buscam a disciplina e a homogeneização em sala de aula. O discurso sobre o mau comportamento e a dificuldade de aprendizagem recai, muitas vezes, sobre os alunos e suas famílias, culminando em encaminhamentos diversos. Sobre a indisciplina, os professores apresentam uma visão limitada e restrita desse comportamento, o que exime a escola de qualquer responsabilidade sobre o problema. Essas atitudes denotam uma ausência de clareza de pressupostos, por parte de professores, em relação à função da escola e a visão que têm de sua ação pedagógica.

Desse modo, entendendo a indisciplina e consequentemente a violência como um traço constituído a partir das interações que se estabelecem no espaço social da escola, o fato de que pensar sobre a indisciplina é pensar na necessidade de se atuar na formação continuada de professores. (GUIMARÃES, 1996).  Para tanto, apontam-se as situações grupais e compartilhadas pelos educadores e pesquisadores nas escolas como sendo um caminho propiciador de reflexões e mudanças.

Mas, a indisciplina como algo complexo e não simplesmente como a falta de seguimento a regras e preceitos, surge a questão da sua identificação e julgamento.

Não basta simplesmente considerar todo ato incomum à sala de aula como indisciplina, sem antes se considerar as condições que envolvem a criança, pois “a criança indisciplinada está tentando dizer alguma coisa para a professora. É preciso saber ouvir e compreender a mensagem que se esconde por trás do comportamento manifesto indisciplina” (Vasconcellos, 1993). É necessário encarar o julgamento da indisciplina de um aluno como algo sistêmico e complexo, onde a distinção entre a indisciplina e seu comportamento normal além de envolver as condições ambientais, familiares, pessoais e cognitivas que lhe cercam; envolvem também o ponto de vista, a formação e o conhecimento que o professor que vai lhe julgar tem sobre indisciplina.

Por todo o exposto, e visto que a indisciplina em sala de aula se manifesta através da quebra de regras e preceitos, dedutivamente conclui-se que o estágio cognitivo do aluno não deve motivar a indisciplina em sala de aula. Ainda que a indisciplina dos alunos motivada pelo professor não deve ser encarada como indisciplina por ele.

 

1.1 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade - Tdah

 

O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um “problema de saúde mental” (BENCZIK; ROHDE, 1999, p. 37),  “que afeta em torno de 3 a 6% da população de crianças de 7 a 14 anos” (BENCZIK; ROHDE, 1999,  p. 45). “Na maior parte das vezes se manifesta muito cedo na vida do portador, mas apenas mais tarde, com o início da vida escolar, é que os sintomas revelam-se de forma mais perceptível” (DINIZ NETO; SENA, 2007, p. 20).  Pode ser visto como uma das causas da indisciplina, e suas manifestações podem ser confundidas com esta.

Suas causas estão relacionadas a disfunções em transmissores neurais, onde uma substância que transmite as informações entre as células nervosas é a dopamina. Nos hiperativos existe uma disfunção na dopamina, a qual afeta especificamente uma parte anterior do lobo frontal do cérebro. Conforme Teixeira (2008, p. 22) esta parte do cérebro é:

 

Responsável pelo comportamento e pelo controle de certos comportamentos tais       como: atenção, capacidade de controlar impulsos, capacidade de “filtrar” as coisas que não interessam para aquilo que se está fazendo no momento, sejam elas externas (distratores do ambiente) ou internas (pensamentos), capacidade de controlar o grau de movimentação corporal, capacidade de se estimular sozinho para fazer as coisas, capacidade de controlar as emoções e não permitir que elas interfiram muito no que está fazendo entre outra.

 

 

O que acaba então acarretando em problemas de controle da atenção, da atividade, da impulsividade, da obediência às regras e do rendimento escolar (...). A transmissão do TDAH é genética, onde aproximadamente 35% dos pais e 17% das mães dos hiperativos são também hiperativos (TEIXEIRA, 2008). Geralmente o TDAH está relacionado a sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade (BENCZIK; ROHDE, 1999; BARKLEY, 2002), sendo estes, conforme Benczik e Rohde (1999), Diniz Neto e Sena (2007), Topczewski (1999), Campos (2003), Ribeiro (2006), Ferreira e Leite (2004), manifestados nas crianças como segue: (a) falta de o que acaba então acarretando em problemas de controle da atenção, da atividade, da impulsividade, da obediência às regras e do rendimento escolar (...) A transmissão do TDAH é genética, onde aproximadamente 35% dos pais e 17% das mães dos hiperativos são também hiperativos (TEIXEIRA, 2008).

Geralmente o TDAH está relacionado a sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade (BENCZIK; ROHDE, 1999; BARKLEY, 2002), sendo estes, conforme Benczik e Rohde (1999), Diniz Neto e Sena (2007), Topczewski (1999), Campos (2003), Ribeiro (2006), Ferreira e Leite (2004), manifestados nas crianças como segue: (a) falta de forma mal-adaptativa ou inconsciente em uma criança por mais de seis meses (b) a criança já tiver tido alguns dos sintomas do TDAH antes dos sete anos de idade, (c) os sintomas do

TDAH forem verificados em dois ambientes diferentes (exemplo – casa e escola), (d) os sintomas do transtorno perturbem de fato o portador, (e) os sintomas devem ser constantes e não concomitantes com outros problemas de origem psiquiátrica ou orgânica; a criança deve ser encaminhada a um neurologista para melhor acompanhamento e possível tratamento.

Ressalta-se como importante a verificação da frequência dos sintomas para possível enquadramento da criança como portadora de TDAH, conforme expõe Teixeira (2008, p. 20-21):

 

Verificar a duração dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade / impulsividade quando é iniciado o processo de diagnóstico de um quadro de TDAH. Esses sintomas devem ocorrer em vários ambientes da vida da criança (escola, casa) e manterem-se ao longo do período avaliado. O clínico que irá iniciar esse diagnóstico inicial deve ser alertado se os sintomas ocorrem em casa ou somente na escola para a possibilidade de ser devido a desestruturação da família ou de um sistema de ensino inadequado. Flutuações de características não podem ser consideradas como portador de TDAH.

 

 

Antes de se começar qualquer tratamento específico deve-se proceder um exame físico na criança, a fim de eliminar possíveis diagnósticos equivocados de TDAH por infecção   crônica do ouvido médio, sinusite, problemas de vista e de ouvido e problemas neurológicos (ABRICHAIM, 2001). “Não existe um exame  específico que identifique o TDAH, nem outros distúrbios como o Autismo e a Esquizofrenia. Ainda a melhor ferramenta para colher dados é uma boa anamnese que é uma conversa detalhada com os pais ou os cuidadores”. (TEIXEIRA, 2008, p. 21). Desde que firmado o diagnóstico de TDAH, por um médico especialista, existem duas formas básicas de tratamento. Uma é pela psicofarmacoterapia através do Metilfenidato (ritalina), Dexedrina (dextroanfetamina) e Cylert (pemolina) (DINIZ NETO; SENA, 2007; TEIXEIRA, 2008), a qual fragiliza a criança em troca da minimização da angústia dos pais (JANIN, 2004). E outra é através do tratamento multidisciplinar que envolve a psicoterapia, a fonoaudiologia, a família e a escola; que é considerada a melhor opção na atualidade (ROHDE; HALPERN, 2004). Deve-se usar de critério para a escolha da forma de tratamento, visto que o tratamento errado pode ser causador de danos à vida pessoal, familiar e social do portador (físicos, psíquicos, sociais e morais) (LEIBSON et al., 2001).

Por todo o apresentado, e notando a importância da identificação preliminar do diagnóstico e do encaminhamento de uma criança com TDAH para o tratamento (com a maior brevidade possível a fim de evitar danos maiores a ela), tem-se a responsabilidade do professor, da família e do médico envolvidas no caso. O trato de uma criança com TDAH exige uma ação integrada entre esses três pilares, onde as percepções e o encarar responsável do comportamento de uma criança com TDAH pode possibilitar tomadas de decisão a fim de lhe garantir um futuro melhor.

 

 

1.2 A questão da indisciplina e da violência nas escolas

 

A questão da indisciplina e da violência nas escolas observadas atualmente tem sido colocada em evidência pelos meios de comunicação, principalmente jornais revistas, televisão e Internet, além de outros. Elas ocorrem entre alunos e também nas relações entre professores e alunos, aparecendo nas mais variadas formas, tais como agressão, brigas, desentendimentos, roubos, uso de drogas, assassinatos e agressão à própria escola. Essa onda de violência pela qual estamos passando provoca temor a diretores, orientadores, professores, pais, alunos - enfim, a toda sociedade. Se formos analisar as causas nos depararemos com diversos fatores e abordagens teóricas para compreender o fenômeno.

A questão da obediência das crianças tem intrigado a nós educadores desde o início do século XX (AMADO, 2001). E sobretudo, de entender o porquê de as crianças não obedecerem mais a seus pais e professores como acontecia antigamente. Entender a indisciplina é muito delicado, pois se corre o risco de cair em um “moralismo ingênuo” ou em um reducionismo psicológico ou sociológico. Isso ocorre, principalmente, devido à dificuldade em conceituar e definir o tema.

Por exemplo, se a disciplina for entendida por comportamentos governados por regras e normas, a indisciplina poderá ser entendida ou como a sublevação contra tais regras e normas, ou ainda, como o seu desconhecimento. Pode, também, relacionar-se apenas à boa educação, traduzindo-se como uma possibilidade de convívio pacifico, entre outras. No entanto, o autor em questão prefere abordar o tema sob o prisma da moralidade e do sentimento de vergonha, e mais especificamente, do enfraquecimento do vínculo entre ambos.

Em geral, entende-se por vergonha o sentimento de ser julgado pelos outros, o qual a criança vai aos poucos associando a determinados valores, positivos e negativos (geralmente negativos), que permitirão a legitimação ou não de certos olhares. A criança passará então a elaborar seus próprios critérios, embora os que lhe foram impostos permaneçam influindo por toda sua vida. Na perspectiva deLa Taille(1996), concorda em situar a origem da moralidade na relação do filho com suas figuras parentais, na qual a obediência é motivada principalmente pelo medo da perda de amor. Tem sido observada no homem moderno uma preocupação acentuada com a individualidade, não lhe importando a sociedade como um conjunto. A moralidade vem assumindo um caráter íntimo, em que cada um possui a sua e os valores acabam por se tornar intraduzíveis.

Assim, a vergonha perdeu o seu caráter de sentimento moral e não mais regula a ação do cidadão perante a opinião pública. Os sujeitos permanecem sentindo vergonha, mas a associam a seus fracassos pessoais e demais decepções do “homem individualista” (VITALE, 1994 apudLA TAILLE, 1996, p. 19).

 Aquino (1996) considera a indisciplina como um sintoma que surge no interior da ralação educativa, podendo ser associada a uma carência psíquica do aluno. Guimarães (1996) coloca que, para entender a indisciplina, é importante verificar o sentido das palavras indisciplina, disciplina e violência no qual indisciplina transmite a idéia de ato que leva à desordem, disciplina pode ser definida como regime de ordem e violência Indisciplina e Violência nas Escolas.

Há vários desafios no horizonte das escolas na atualidade. Alguns são mais recentes e se revelaram, por exemplo, com a implementação da reforma educacional que estamos realizando em nosso país. Outros são mais antigos, persistentes e complexos. Este é o caso dos problemas de indisciplina e violência nas escolas.

As expressões de indisciplina e violência vem há muito tempo produzindo diversos tipos de mal estar nas escolas.    Incidentes de indisciplina e violência têm sido reportados e investigados em diversos países, a ponto de serem considerados uma preocupação mundial (ESTRELA, 2002; ABRAMOVAY e RUA, 2004; DUBARBIEUX, 2007). São fontes antigas de dilemas, mas também capazes de solicitar dos educadores novas visões, teorias e práticas educacionais.

Nas últimas décadas, particularmente em instituições de educação básica, tem se delineado uma tendência de diversificação e intensificação das expressões de indisciplina e violência (GORDON, 1999; ABRAMOVAY e RUA, 2004; ARUM, 2005). Além disso, tais fenômenos estariam avançando em complexidade, como se estivesse em curso algum tipo de "evolução" em suas expressões.  Argumentamos, entretanto, que esse cenário precisa ser analisado não somente como um indicativo de problemas, mas particularmente como uma solicitação por transformações nas escolas.

Nas escolas estão presentes diversos sinais de uma crise. Essa crise estaria envolvendo o próprio sentido da escolarização, a autoridade dos professores, a relevância do currículo, e a própria idéia de educação. Assim, apesar de décadas de teorização crítica sobre o currículo, por exemplo, nas escolas ainda predominam visões, que afirmam práticas curriculares fechadas, centradas em percursos  predeterminados  de  conteúdos,  e  nem  tanto  voltadas  a experiências de aprendizagem  significativa, contextualizada e emancipatória.

Tradicionalmente, o fundamento do trabalho pedagógico, em sala de aula, residia na autoridade intelectual formal dos professores, na sua posição hierárquica, superior, mesmo quando estavam pouco preparados para o magistério. Em complemento, as respostas sobre o que fazer em relação à indisciplina e violência nas escolas estavam associadas a uma perspectiva de controle e punição. (AQUINO, 1996, p. 39-55).

Na atualidade, ainda persiste, entre muitos educadores, a idéia de disciplina como algo que solicita processos de controle e punição, tendo em vista garantir  a manutenção  de  um determinado estado de ordem. Ainda persiste a noção de que disciplina, por exemplo, é algo construído a partir do fortalecimento unilateral da autoridade dos professores, dos pais e das instituições de ensino, e do endurecimento das consequências dos atos considerados indisciplinados. (GONÇALVES, 2002)

Mas tensão causada pela incidência desses problemas nas escolas, tem sido acompanhada, particularmente nas últimas duas décadas, de um conjunto de pesquisas e iniciativas, particularmente em países industrializados, e novas perspectivas teóricas e práticas sociais têm sido produzidas para lidar com tais problemas, “os comportamentos indisciplinados são essencialmente negativos, atrapalham a aprendizagem escolar, revelam falta de educação, ataque ou patologia e devem ser enfrentados por medidas moralizadoras, punitivas, ou médico-psicológicas” (FRELLER, 2001, p. 17).

Recentemente, os cenários de indisciplina e violência passaram a ser analisados bastante analisados e discutidos por nós educadores (ARUM, 2005). Na escola, diversas análises buscam situar aqueles problemas ao contexto complexo das relações entre as diversas forças, atores sociais e aspectos que compõe a escola (AMADO, 2001). 

Se indisciplina e violência  representam  braços  de  uma  crise  instalada  na  escola, precisam  ser  pensadas  no  horizonte  mais  amplo  do  que  entendemos  por  escola  e  sua finalidade  social. Portanto, se desejamos transformar os quadros de indisciplina e violência nas escolas, será necessário repensar conceitos, modelos e práticas sociais que têm sido exercidas.  É nesse sentido que nos parece importante pensar nesse avanço como uma mudança de paradigma. Precisamos de uma Mudança de Paradigma.

O termo paradigma se tornou bastante usual na literatura educacional nas últimas décadas. É um conceito importante que remete ao tecido subjacente às teorias, práticas, valores e visões compartilhadas de uma comunidade científica (KUHN, 1977). A noção de mudança de paradigma se refere a uma transformação profunda em um grupo social.  No processo de transição, a crise desempenha um papel fundamental. Ela é indicativo que as teorias e práticas dentro de uma comunidade, por exemplo, já não conseguem fornecer respostas satisfatórias a questões importantes. Assim, as visões até então dominantes entram em crise, e novas respostas vão buscadas em outras fontes.

Nas escolas é possível observar a utilização de estratégias de enfrentamento dos problemas de indisciplina e violência, baseados em lógicas de regulação social e repressão, pedagogicamente pouco efetivos e inconsistentes. Assim, a crítica principal a ser feita, neste cenário, deve estar voltada não somente aos procedimentos, mas, sobretudo às racionalidades subjacentes às ações empreendidas nas escolas. Aqui argumentamos que as racionalidades em curso não respondem aos desafios colocados às escolas. Nesse sentido, os cenários de indisciplina e violência nas escolas representam uma crise a indicar a necessidade de uma mudança de paradigma. (DEBARBIEUX,2007)

As expressões de indisciplina e violência nas escolas revelam a necessidade de uma profunda revisão em nossas teorias e práticas relacionadas a diversas questões. De um lado isso requer investigação. Entretanto, em algum momento será fundamental uma disposição para implementar novas visões,  teorias e práticas. Assim, embora a urgência de desenvolver novas práticas pedagógicas diante das expressões de indisciplina e violência nas escolas, seria prioritário elaborar novas concepções que fundamentem tais ações, tendo em vista as circunstâncias e dilemas atuais com os quais as escolas estão lidando.

Em meio a esse cenário, parece sobressair à necessidade de repensar e avançar, de um modo abrangente, pressupostos e formas de ação. De fato, o que se coloca é a necessidade de uma mudança de paradigma.

Quando nos referimos a uma mudança de paradigma, temos em mente a importância de modificarmos as respostas básicas que têm sido dadas àquelas perguntas que têm sido colocadas aos educadores há séculos, tais como: O que é indisciplina? O que é violência?

Quais suas causas, sentidos e implicações?  Que ações empreender?  Para essas mesmas 'velhas' perguntas, precisamos tecer respostas novas, que sejam capazes de sugerir diferentes linhas de ação pedagógica, capazes de transformar cenários na escola, e originar soluções segundo novas perspectivas educacionais.

Sob a perspectiva acima, certas ações que têm sido recorrentes nas escolas, nos parecem inefetivas.  Como exemplo, podemos destacar a tendência usual de investir isoladamente na capacitação dos professores, pressupondo que em suas mãos reside o eixo da solução dos problemas de indisciplina e violência na escola. A formação de professores é algo necessário para implementar  uma  reforma  educativa  e  produzir  inovação  pedagógica  na escola  (NÓVOA,  1995). Entretanto, é preciso atenção às lógicas que estarão atravessando os processos formativos, bem como as finalidades desejadas. 

Argumentamos que a formação precisa estar atenta, por exemplo, a uma perspectiva de enfrentamento dos problemas de indisciplina e violência que enfatize particularmente a dimensão pró-ativa das práticas educacionais. Além disso, nos parece necessário superar a influência de abordagens comportamentalistas e o viés das estratégias comprometidas com mecanismos de controle e punição.

Um reflexo comum da persistência e sobrevivência prolongada desse tipo de abordagem nas escolas reside na ênfase usualmente colocada em procedimentos                                                                        de intervenção, que apostam em soluções dirigidas por elementos externos aos próprios esforços dos estudantes, seja na forma de agentes e mecanismos de vigilância e controle da conduta, de ações punitivas pedagogicamente questionáveis e pouco efetivas, ou mesmo de soluções que exploram processos de premiação, abertos ou velados - que podem reproduzir formas sutis de diferenciação social, ou mesmo afetar o desenvolvimento da autonomia dos estudantes.

A propósito das estratégias de enfrentamento da violência nas escolas, há um risco de nos mantermos limitados a enfoques repressivos, ou imobilizados por concepções que afirmam aos educadores a impossibilidade da escola agir  de  um  modo  efetivamente transformador. Neste cenário, é importante destacar iniciativas tais como os programas de educação para a paz; voltados ao engajamento consciente dos diversos atores que compõe a comunidade escolar.

Tendo em vista a necessidade de transformar o tecido mais amplo e complexo que sustenta e orienta as decisões e ações sobre o que se vai fazer antes e diante do cenário de indisciplina e violência nas escolas, afirmamos a necessidade de exercermos formas mais amplas de compreensão e ação social.  Mas tais mudanças de perspectiva precisam estar refletidas nas visões e práticas de gestão educacional. 

 

  1. 2.   A indisciplina e a violência e a necessidade de mudança na perspectiva educacional

 

Aqui um conjunto de argumentos relacionados à necessidade das escolas investirem em uma profunda mudança de perspectiva nos processos educacionais, se desejam avançar no enfrentamento dos problemas relacionados à indisciplina e violência. Nesse sentido, argumentamos quanto importância de buscar-se uma mudança de paradigma, no sentido proposto por Kuhn (1977).

A complexidade que hoje assumem as expressões de indisciplina e violência nas escolas parece requerer uma perspectiva de gestão derivada de uma forma de diálogo entre os diversos atores da comunidade escolar, capaz de produzir uma visão compartilhada, que alimente e direcione esforços coletivos e oriente um conjunto de práticas a serem exercidas na escola. Mas porque investir na construção de uma visão compartilhada na escola? Em que medida isso representa um avanço em termos de gestão educacional das questões de indisciplina e violência nas escolas?

A propósito da questão acima é necessário destacar, inicialmente, que o cultivo de uma visão compartilhada é um elemento fundamental para a gestão educacional de qualquer aspecto na escola, pois torna possível e veicula um  nível  de  articulação,  entendimento  e conjugação  realmente  capazes  de  fazer  a  diferença  nas  práticas  educacionais.  Aqui refere-se  a  uma  forma  de  tecido  social,  composto  de  pressupostos,  orientações  e responsabilidades.  É esse tecido que deve revestir as ações empreendidas pela escola nos enfrentamentos dos problemas de indisciplina e violência.  A ausência desse tecido pode fragilizar projetos de transformação, multiplicando divergências e descontinuidades, e abrir espaços para o esvaziamento das iniciativas empreendidas.

Outro aspecto a destacar reside no avanço necessário em direção  a  práticas preventivas,  que  devem  assumir  um  papel  de  predominância  nas  escolas. Neste caso, as escolas precisam, por exemplo, desenhar projetos de formação continuada dos seus educadores.  Lidar com indisciplina e violência na atualidade requer um trabalho baseado em novas competências profissionais.  Mas se os educadores precisam exercer novas formas de relacionamento e liderança no ambiente  escolar, por  exemplo,  também precisam  atuar mais segundo  um  senso  pedagógico  coletivo,  contextualizado pelo projeto pedagógico  das instituições onde atuam.

Através da formação torna-se mais viável pensar no deslocamento das práticas pedagógicas tradicionalmente de base interventiva, e repressivas, em direção a práticas pró-ativas. Em outros termos, os trajetos de formação precisam voltar-se ao desenvolvimento de competências profissionais que permitam aos educadores atuar, sobretudo segundo linhas de ação pró-ativa, através das quais  possam  trabalhar  o  engajamento  dos  estudantes  aos processos de ensino-aprendizagem, avançar a qualidade do currículo e portanto no desenho de experiências  formativas  atentas  a  necessidades  de  investir  no  desenvolvimento  de  recursos internos, que  se  reflitam na habilidade para  resolver conflitos ou em atitudes que  sustentem uma cultura de paz nas escolas.

As escolas também precisam de um novo paradigma de gestão educacional no que se refere à relação com a família. Essa relação, embora em teoria seja destacada e valorizada pelas duas partes, na prática comumente apresenta diversos limites. Tais limites resultam de diversos aspectos, tais como o baixo nível de engajamento dos pais, ou da própria forma como as escolas assumem posições pouco democráticas ao estabelecerem a si mesmas como o marco de referência da relação. Ainda a respeito da relação escola-família, há um outro aspecto seria interessante destacar. Embora muitos educadores atribuam a origem dos problemas de indisciplina e violência ao ambiente familiar, nem sempre percebem a profunda                                                                         interação entre as  lógicas formativas  exercidas  nestes  dois  contextos,  capaz  de  realimentar  e  tornar  persistente  os problemas que em tese se desejam resolver. (CASTANHO e OLIVEIRA, 2002)

Finalmente, é preciso destacar a importância de que as diretrizes do enfrentamento de indisciplina e violência estejam em sintonia com o projeto pedagógico da escola, e que os procedimentos adotados assumam a natureza de atos efetivamente formativos. A conjugação proposta, entretanto, não parece surgir com facilidade nas escolas. Está em jogo a capacidade da escola manter uma reflexão sobre aquilo que fundamenta suas ações diante de indisciplina e  violência.    Assim, o projeto pedagógico precisa refletir o amadurecimento que a escola experimenta ao se defrontar com questões de indisciplina e violência, ao mesmo tempo em que as ações empreendidas devem refletir a visão pedagógica que a escola está propondo em seu projeto, onde explicita o que entende por educar.

 

  1. O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?

Sabe-se que para obter disciplina em qualquer ambiente que não se pode deixar de falar de respeito. O tema a respeito está centralizado na moralidade. Isso quer dizer que cada pessoa tem, junto com sua vida intelectual, afetiva, religiosa ou fantasiosa, uma vida moral. E o primeiro a atribuir um significado a moralização e inserir no conceito de ética foi o filósofo Demócrito (AQUINO, 1996).

 Atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e para preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante. Será que sabe-se ouvir nossos alunos? O diálogo envolve o respeito em saber ouvir e entender nossos alunos, mostrando a eles nossa preocupação com suas opiniões e com suas atitudes e o nosso interesse em poder dar a assistência necessária ao aperfeiçoamento do seu processo de aprendizagem. É também compromisso do educador se preocupar com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos. O respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais (PIAGET, 1996). Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.

O professor passa a se preocupar com a motivação de seus alunos, tendo maior compromisso com seu projeto pedagógico e as questões afetivas, obtendo dessa forma uma relação verdadeira com seus educandos.

 Sob uma visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus alunos, obtendo dessa forma um melhor aproveitamento escolar.

Só se estabelece um encontro significativo quando o mestre incorpora o real sentido de sua função, que é orientar e ensinar o caminho para o conhecimento, amparado pela relação de cooperação e respeito mútuos Tavares (1999). Muitas vezes, os professores idealizam e buscam a disciplina e a homogeneização em sala de aula. O discurso sobre o mau comportamento e a dificuldade de aprendizagem recai, muitas vezes, sobre os alunos e suas famílias, culminando em encaminhamentos diversos. Sobre a indisciplina, os professores apresentam uma visão limitada e restrita desse comportamento, o que exime a escola de qualquer responsabilidade sobre o problema. Essas atitudes denotam uma ausência de clareza de pressupostos, por parte de professores, em relação à função da escola e a visão que têm de sua ação pedagógica. Desse modo, entendendo a indisciplina como um traço constituído a partir das interações que se estabelecem no espaço social da escola, defende-se no texto o fato de que pensar sobre a indisciplina, é pensar na necessidade de se atuar na formação continuada de professores para uma melhor compreensão dos problemas neurológicos que podem contribuir para a indisciplina e consequentemente, a violência.

Para tanto, apontam-se as situações grupais e compartilhadas pelos educadores e pesquisadores nas escolas como sendo um caminho propiciador de reflexões e mudanças. Somente a partir do conhecimento da epistemologia da prática profissional que desenvolvem, os professores poderão fazer uma leitura diferente e menos limitada de um problema tão desafiador. A sociedade, em geral, e os professores em particular estão conscientes de que nos últimos anos aumentaram os casos de mau comportamento com reflexos na escola mas, também, na sociedade. Os professores, são os primeiros a alertar para o problema pois, são eles os mais expostos aos problemas de agressividade e violência das crianças e jovens. No entanto, a escassez de meios e a incompreensão dos fenômenos de distúrbios comportamentais levam a uma crescente sensação de impotência e de frustração relativamente a este problema devido aos sucessivos insucessos registrados. Tanto mais que as medidas ao alcance das escolas (não necessariamente as sancionatórias) revelam-se frequentemente ineficazes.

    Questões acerca da disciplina e indisciplina perpassam ambientes e convivências, e não se encontram exclusivamente no ambiente escolar; a idéia de indisciplina como algo que foge da regra e do esperado e instaura a desordem associa-se sempre a um conjunto de normas de funcionamento regulares de uma instituição.

   Voltando nossa atenção à escola, é possível enfatizar partes dessa indisciplina, ao identificá-la na desobediência de alguns alunos e comportamento não correspondente frente àquele conciliado a uma sala de aula, no desrespeito com o professor e problemas evidentes na relação professor-aluno, na organização da aula, no modo como o professor se coloca para a classe e naquilo que exige dela, na maneira como a escola organiza-se e regula seus objetivos e métodos de ensino, até mesmo em como a lei prevê como melhor ou correto o funcionamento de suas organizações escolares; partes, portanto, que não dizem respeito a um só problema ou um só responsável, e ao mesmo tempo não se contradizem ou se anulam – são, por fim, partes de um único e complexo problema, de múltiplas causas e generalizadamente identificado como um só.

Alguns autores parecem preocupar-se mais com diagnosticar ou entender como aparece a indisciplina, e centram-na no próprio sujeito: Piaget, e alguns outros teóricos que se baseiam nele, comoLa Taille(1992) relacionam-na com o desenvolvimento cognitivo fundamentado na moralidade subjetiva e sua ligação com a vergonha pessoal frente a atitudes anti-sociais – caso não haja a vergonha, não há valores morais presentes na construção identitária do sujeito.

  Os postulados defendidos por Vygotsky  (1998) ressaltam claramente o papel crucial que a educação tem sobre o comportamento e o desenvolvimento de funções psicológicas complexas, como agir de modo consciente, deliberador e  de autogovernar.  Em outras palavras, o comportamento indisciplinado é aprendido. Baseando-se nestas premissas, podemos inferir, portanto, que o problema da indisciplina não deve ser encarado como alheio à família nem tampouco à escola, já que, na nossa sociedade, elas são principais agências educativas. (VYGOTSKY, 1987, p.93). O problema disciplinar volta-se mais para o papel da sociedade (família e escola, principalmente, através da história e experiências do indivíduo dentro destas) na construção dos valores culturalmente aceitos e posturas corretas frente ao social. Destacando o papel da família nesta última idéia, cabe aqui também o desenvolvimento da idéia da carência psíquica do aluno que, desencadeada na instituição familiar, refletir-se-ia no seu comportamento escolar.

     Na concepção de AQUINO (1996, p.47), a escola e a família são as duas instituições responsáveis pela educação num sentido amplo. O processo educacional depende da articulação desses dois âmbitos institucionais. Um não substitui o outro, devem sim, complementar-se. Se tanto a família como a escola são as principais responsáveis pela formação da criança ou o adolescente, é preciso que haja coerência entre princípios e valores de uma e outra, evitando confrontos entre professores, alunos, família e escola, o que favoreceria a rebeldia e a indisciplina dos alunos.

    Vasconcellos (1993, p.42) se refere à questão da disciplina como consciente e interativa, portanto, estendida como um processo de construção da auto-regulação do sujeito e/ou grupo, que se dá na interação social e pela tensão dialética adaptação-transformação, tendo em vista atingir conscientemente um objetivo. Conforme o exposto acima, a indisciplina escolar e a violência constituem um dos desafios mais críticos com os quais se defrontam as instituições de educação básica, públicas e privadas. Ela abrange diversas formas e mecanismos de expressão, e reflete um grande grupo de causas de diversas naturezas. Nas escolas, a indisciplina não constitui apenas um fenômeno atrelado a determinados comportamentos de indivíduos particulares, mas pode ser pensada como um fenômeno cultural, bem como institucional e psicossocial.

     Num âmbito mais voltado à relação entre professor e aluno (ou mesmo instituição e seus respectivos agentes) e menos estrutural do desenvolvimento subjetivo deste, aparecem outras perspectivas do problema. Existem os olhares que atentam para um autoritarismo que estrutura desde sempre a instituição, e a indisciplina seria um conflito entre interesses contrários daqueles que ali estão um embate com poderes distintos, no qual um desafia o outro. A família e o meio social desempenham um papel crucial na formação dos indivíduos, mas, existem outras razões que podem explicar os comportamentos desajustados de algumas crianças e jovens: as razões neuropsicológicas e a baixa auto-estima.

    A compreensão dos fenômenos de “indisciplina” e, de um modo geral a compreensão das atitudes desajustadas poderia, em alguns casos, ser melhor entendida se a submetêssemos a uma aproximação neuropsicológica. Em alguns dos casos que passam pelas salas de aulas num turbilhão permanente, originando uma catadupa de problemas, são de fato, problemas do foro neurológico, (RODRIGUES, 1987). Alguns destes alunos passam pelo sistema de ensino sem nunca receberem a devida atenção e, mesmo quando o seu caso é detectado, esbarra-se com a falta de resposta dos centros de saúde e, dos hospitais, cujas listas de espera tornam uma consulta, numa impossibilidade prática.
          Por outro lado, os problemas de auto-estima podem também dificultar a adaptação ao meio escolar. A detecção precoce dos problemas de auto-estima poderia ser uma peça central quer na prevenção, quer no diagnóstico nos casos em que já existam manifestações do problema. Um trabalho de acompanhamento pode de fato surtir efeito, pois, a agressividade e a violência podem ser uma capa que os protege das agressões do exterior nomeadamente da família ou dos seus pares. Para isto seria necessário o recurso a equipes pluridisciplinares (assistentes sociais, psicólogos, médicos) que assegurassem o acompanhamento do aluno/família. Todavia, os recursos que as escolas podem disponibilizar para estes projetos são insuficientes e nem sempre se consegue mobilizar a sociedade civil para esta causa (LA TAILLE, 1992). Assim, a indisciplina não se centra num só foco ou num só responsável, abrange toda uma cadeia de empecilhos, comportamentos e dificuldades. Para lidar com isso, o indicado parece ser uma atitude mais democrática daqueles que lidam com a educação, a abertura para diálogos e entendimento com os sujeitos com quem se lida o compartilhamento de interesses e o reconhecimento deles como companheiros de uma só convivência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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[1]    Formação: Graduada em Pedagogia (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB) pós graduada em Magistério Superior (IBPEX), Psicopedagogia Institucional com Ênfase em RH (IDHESP) e Especialista no Ensino de Química (UESB). E-mail: [email protected]

 

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Autor: Elizabeth De Jesus Santana


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