Pense nos seus filhos



Durante anos fiz reportagens policiais para rádios e jornais de Campinas e Sumaré e posso dizer que esta área é grande escola para quem começa ou milita na responsável arte de contar histórias, de comunicar fatos em massa.  Confesso que, por um bom período, com um filho ainda criança e outro entrando na adolescência, tive certa paranóia com o mundo da violência, especialmente aquela provocada pelas drogas, que não escolhe cor, sexo, religião, idade ou classe social e hoje está aí desgraçadamente a epidemia do “crack”, que não me deixa mentir.

Na época (anos 80 e 90), eu buscava alertar meus filhos, com informações que fossem entendidas por eles, apesar da pouca idade. Eu procurava protegê-los o máximo possível das maldades do mundo. Hoje, com os dois adultos, minhas preocupações não diminuíram tanto e certamente eles, que já são pais, também têm suas preocupações com os pequenos filhos, meus netos...

A gente lê notícias do Governo do Estado com números e mais números sobre diminuição da violência, mas fica com a “pulga atrás da orelha” ao perceber que não é minimamente seguro, seja ao amanhecer ou após 18 horas, em qualquer centro mais ou menos urbano, caminhar ou estar num carro sem risco de ser abordado e assaltado por um viciado em droga ou algum meliante que ainda tem sorte de não ter caído nas teias do vício, nos tentáculos do tráfico.

Mesmo assim, procuro não fazer da situação algo de total paranóia. Quem fizer não sai de casa, a não ser com roupas de combate do BOPE do filme Tropa de Elite e preferencialmente protegido no carro blindado, macabramente chamado de  “Caveirão”.  Deus em  sua misericórdia nos ajuda, mas não devemos bobear e deixar de fazer nossa parte, tomando algumas medidas para nossa segurança ou pelo menos não facilitar tanto.     

Dias desses, vi uma mulher num carro novo, mas não tão luxuoso, chegar num estabelecimento comercial, sair do veículo e deixar a porta aberta. Até ai já era um “prato cheio” para ladrões. Eu estava bem perto e vi que a imprudência foi ainda maior. No banco traseiro estavam duas crianças, que não passavam de seis anos cada. Sei que especialistas em segurança ficam arrepiados quando alguém pensa em reagir ( não ando armado, jamais andei), mas não teve como eu não ficar atento e pronto para tentar impedir aproximação de algum estranho ao veículo, até que a mulher voltasse.

Em 1978, em tempos em que violência oficial estatal chegou  até ser maior que a violência urbana, o cantor e compositor Ivan Lins dizia na música Cartomante: “.. . Nos dias de hoje... / Haja o que houver pense nos seus filhos/ Não pare nas praças, não corra perigo....”  Portanto, não vamos esquecer que não facilitar é forma de estar mais seguro nas ruas.


Autor: Edson Terto Da Silva


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