Métodos anticoncepcionais orais como instrumento do enfermeiro para o planejamento familiar na atenção básica



MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS ORAIS COMO INSTRUMENTO DO ENFERMEIRO PARA O PLANEJAMENTO FAMILIAR NA ATENÇÃO BÁSICA

Cícero Ricarte Beserra Júnior ¹
Maykos Martins de Souza ²
Lívia Parente Teodoro3


RESUMO
O presente artigo abordará o trabalho do profissional enfermeiro da ESF, que faz uso de anticoncepcionais hormonais orais, como artifício do processo de planejamento familiar, aonde conhecer a farmacologia dos ACO, sabendo que tais informações e peculiaridades são necessárias para que haja, assim, uma seguridade na sua aplicabilidade e desta forma propiciar meios para que não haja riscos, possivelmente evitáveis, à saúde da mulher. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de caráter descritivo e exploratório, realizada por meio de um levantamento de dados acerca dos métodos anticoncepcionais orais como instrumento do enfermeiro no planejamento familiar na atenção básica. Destacando-se o papel da Atenção Básica em nossa nação, que age através da ESF, visando por meio de seus componentes fornecerem cuidados com qualificação na assistência à Saúde Sexual e Reprodutiva da mulher, uma vez que se tem como ferramenta base o planejamento familiar propiciado pelo enfermeiro no seu desempenho profissional na ESF, perfazendo a clínica rotineira.
Palavras Chaves: Anticoncepcionais Orais, Planejamento Familiar, Enfermeiro, Atenção Primária, ESF.
ABSTRACT
This article will focus on the work of the professional nurse of the ESF, which makes use of oral contraceptives, like fireworks in the process of family planning, where knowing the pharmacology of ACO, knowing that such information and peculiarities are necessary so that there is thus a security in its applicability, and thus provide a means for there is no risk, possibly preventable, women's health. It is a bibliographical and descriptive and exploratory, performed by a data collection methods on oral contraceptives as a means of family planning nurses in primary care. Highlighting the role of primary care in our nation, acting through the ESF, by order of its components to provide care for the care of qualifying sexual and reproductive health of women, since it has the basic tool favored family planning by nurses in their professional performance in the ESF, making the clinical routine.
Keywords: Oral Contraceptives, Family Planning, Nurse, Primary Care, ESF.

RESUMEN
Este artículo se centrará en el trabajo de la enfermera profesional del FSE, que hace uso de anticonceptivos orales, como los fuegos artificiales en el proceso de planificación de la familia, donde conocer la farmacología de la ACO, a sabiendas de que dicha información y peculiaridades son necesarias para que, por tanto una seguridad en su aplicación, y por lo tanto un medio para que no haya riesgo, posiblemente evitables, salud de la mujer. Se trata de una bibliografía y descriptivo y exploratorio, realizado por un métodos de recopilación de datos sobre los anticonceptivos orales como medio de planificación familiar en las enfermeras de atención primaria. Destacando el papel de la atención primaria en nuestro país, a través del FSE, por orden de sus componentes para brindar atención para el cuidado de la calificación salud sexual y reproductiva de las mujeres, ya que cuenta con la herramienta básica de planificación familiar favorecido por las enfermeras en su desempeño profesional en el FSE, por lo que la rutina clínica.
Palabras clave: Anticonceptivos orales, planificación familiar, enfermería, atención primaria, el FSE.
INTRODUÇÃO

Para que possamos tratar do fornecimento de cuidados direcionados a Saúde Sexual e Reprodutiva dos usuários do sistema assistidos através da Estratégia Saúde da Família, cabe-nos primordialmente discutir sobre o embasamento histórico e filosófico dos métodos contraceptivos, em mais particular aos anticoncepcionais hormonais orais, que propiciaram grandes mudanças nas formas de pensar e agir da sociedade em se tratando do contexto tão amplo quanto aos Direitos Sexuais e Reprodutivos, ou mesmo, de um modo mais operativo no Planejamento Familiar.
De acordo com Carreno et. al.,(2006):
Em 1994, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, foi intensificado o interesse mundial nas políticas e programas reprodutivos. Tais ações devem ser baseadas na crença da necessidade de empoderamento individual, principalmente das mulheres, através de sua educação, na salvaguarda de sua saúde sexual e reprodutiva e capacitando os casais e os indivíduos a assumirem escolhas livres e informadas sobre a reprodução. (CARRENO et. al., 2006, p.1101-1102).

Acerca disso temos as seguintes indagações: como deve ser feito a assistência no âmbito da saúde sexual e reprodutiva, dispensados através da Estratégia Saúde da Família, por meio da ferramenta de Planejamento Reprodutivo utilizado pelo enfermeiro, que faz uso de muitos métodos contraceptivos e também daremos ênfase como deve ser o uso correto dos anticoncepcionais hormonais orais, vulgarmente denominados de pílulas.
O referido estudo abordará o trabalho do profissional enfermeiro da ESF, que faz uma indicação destes insumos como artifício do processo de planejamento familiar, aonde conhecer a farmacologia dos anticoncepcionais orais, sabendo que tais informações e peculiaridades são importantes para que haja, assim, uma seguridade na sua aplicabilidade para que não haja riscos, possivelmente evitáveis, a saúde da mulher.

METODOLOGIA    
    Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de caráter descritivo e exploratório, realizada por meio de um levantamento de dados acerca dos métodos anticoncepcionais orais como instrumento do enfermeiro no planejamento familiar na atenção básica. Para a elaboração da pesquisa foi necessário consultar trabalhos publicados em artigos científicos e livros que tratavam do tema métodos contraceptivos e planejamento familiar, tendo por base conceitual 30 fontes de pesquisas, dentre os quais apenas 11 se fizeram parte de nosso estudo por se adequarem melhor ao foco do estudo e, uma vez que estes estavam voltados mais a responder aos objetivos da pesquisa. Os descritos escolhidos foram: Anticoncepcionais Orais, Planejamento Familiar, Enfermeiro, Atenção Primária, ESF.

DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS
O Planejamento Familiar na Atenção Básica
Os métodos anticoncepcionais surgiram em detrimento aos direitos sexuais e reprodutivos que conferiram grande importância à saúde da população, uma vez que estes instrumentos fizeram e fazem parte de um arsenal de drogas e insumos que primordialmente foram utilizados como controle da natalidade, ou seja, limitando assim o crescimento populacional. Em uma abordagem analítica das considerações históricas acerca da preocupação com a saúde sexual e reprodutiva, temos em nossa nação estes direitos garantidos por meio da constituição federal promulgada em 1988, como discute CARRENO et al. (2006), esta garantia é de competência conjunta do estado e sistema de saúde, propiciar o acesso à informação e aos métodos, sendo os direitos sexuais e reprodutivos garantidos para que o casal decida livremente com orientação e acompanhamento dos serviços de saúde.
Neste intuito, houve o reconhecimento da universalidade dos direitos sexuais e reprodutivos como sendo fundamental para a qualificação da proposição de políticas públicas que contemplem as peculiaridades dos diversos segmentos da população. A prática sexual e bem como a maternidade/paternidade são direitos de todos, que devem ser garantidos pelo Estado, através de ações e estratégias que objetivam o compromisso e responsabilidade dos cidadãos com seu exercício de maneira responsável e mediante condições saudáveis e libertas de riscos (BRASIL, 2009).
Para atender esta especificidade tem-se o Planejamento Familiar como instrumento da ação da saúde coletiva, que é definido por Ziegel e Cranley (1985), como sendo um julgamento que agrega a decisão do casal quanto ao momento próprio para o início de terem filhos, podendo analisar e escolher a quantidade de filhos e o intervalo entre eles. Logo, ficam os profissionais da Atenção Básica atuantes nas coletividades por meio da Estratégia Saúde da Família – ESF, onde estes estão imbuídos por dispensarem todas as informações cabíveis e cuidados em detrimentos de uma seguridade, quanto à saúde sexual e ao planejamento reprodutivo, como é denominado, atualmente, esta ferramenta fornecida para os usuários que estão sob seus cuidados.
Planejamento Reprodutivo: o uso de anticoncepcionais orais
A partir da década de 60, o planejamento familiar, como era conhecido antigamente, foi incorporado regularmente aos serviços de saúde. Foram necessários quase três décadas para que, no final do século XX, e como resultado das cúpulas mundiais organizadas pelas Nações Unidas, o planejamento familiar fosse considerado como um direito humano dentro do contexto da saúde sexual e reprodutiva (Fescina et al.,2010).
O Programa de Ação da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento, realizada no Cairo em 1994, em uma de suas partes estabelece que:
“…os programas de atenção à saúde reprodutiva deverão proporcionar os mais amplos serviços possíveis sem nenhum tipo de discriminação. Todos os casais têm o direito fundamental de decidir livre e responsavelmente o número e intervalo entre seus filhos e de dispor de informação, educação e dos meios necessários para poder fazê-lo…” (ONU, 1994).

Destaca-se aqui o trabalho do profissional de saúde que faz uma indicação destes insumos como artifício do processo de planejamento familiar, onde tais informações e peculiaridades são importantes para que haja, assim, uma seguridade na sua aplicabilidade para que não haja riscos, possivelmente evitáveis, a saúde da mulher.
 Os enfermeiros que atuam na Atenção Básica, em particular os que integram as Equipes Saúde da Família, devem estar sempre atentos quanto à farmacologia dos ACO, uma vez que são estes profissionais que desempenham a colocação de práticas de educação em saúde, que objetivam informar de modo claro e sucinto considerações acerca de medidas de promoção e proteção a saúde. Então, Vieira (2010) aborda que:

“Desta forma, o planejamento familiar deve ser compreendido como uma estratégia que, adequada ás características socioculturais locais, promova a educação em saúde reprodutiva, disponibilize métodos contraceptivos disponíveis e garanta a assistência profissional em um momento oportuno, pré-concepcional” (Vieira, 2010.p.8).

Aspectos farmacológicos dos anticoncepcionais orais
Como já exposto acima é fundamental entendermos os aspectos farmacológicos dessas drogas para que possam ser aplicadas com maior seguridade, evitando eventuais complicações ou efeitos indesejados.
 Em concordância com o estudo de Carreno et al.(2006):
“Os métodos contraceptivos são os aliados do casal/parceiros para alcançar sucesso no planejamento familiar, evitando gravidezes não desejadas com seu uso adequado, além dos preservativos proporcionarem a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da AIDS. Existem inúmeros métodos contraceptivos, mas sabe-se que, no Brasil, há hegemonia de dois métodos em especial, a anticoncepção oral e a ligadura tubária” (CARRENO et al., 2006, p.1102).
Os anticoncepcionais orais (ACO) estão divididos em duas classes de contraceptivos amplamente utilizados na atenção básica: as associações de estrógenos/progestina (estes chamados de métodos hormonais combinados – monofásico, bifásico ou trifásico) e somente com progestina (minipílulas) (DAVID et al.,2009).  Os ACO combinados contêm dois hormônios sintéticos, o estrogênio e o progestogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher e são mais conhecidos como pílula sendo os métodos contraceptivos reversíveis mais eficientes disponíveis e ao mesmo tempo são os mais utilizados no Brasil (BRASIL, 2009). A particularidade mais marcante dos ACO é a facilidade de uso, embora o maior problema seja o fato da necessidade de ingestão diária que por sua vez pode conferir a possibilidade de se ter esquecimento frequente, com aumento da taxa de falha contraceptiva (GILLIAM, KNIGHT e MCCARTHY, 2004).
Pensando neste motivo supracitado, cabe ao profissional de saúde que está nos fornecimentos de aconselhamentos destes ACO, enfatizar a maneira adequada para sua utilização, isto é, dispensar orientações quanto a suas posologias e o melhor horário para a sua ingestão, para que os possíveis efeitos colaterais tenham sua taxa de incidência reduzida.
Assim, Brasil (2002), informa que as cartelas contendo 21 drágeas devem ser iniciadas no primeiro dia de sangramento e ter pausa de sete dias; cartela com 22 drágeas deve ser iniciada também no primeiro dia de sangramento e ter apenas pausa de seis dias; enquanto que as que são composta por 24 drágeas terá inicio no mesmo dia das já citadas, porém terá uma pausa referente somente a quatro dias. Já as cartelas que possuem 28 drágeas são as únicas que embora tenham o mesmo dia de início de sua tomada, não terá período de pausa entre as cartelas. (BRASIL, 2002).
Mecanismo de ação
O Mecanismo de ação dessas drogas age inibindo a ovulação, ou seja, possuindo ação anovulatória, tornando o muco cervical espesso e desta forma dificultando a passagem dos espermatozóides. Promovendo ainda alterações nas características físico-químicas do endométrio, mantendo-o fora das condições adequadas para a implantação do blastócito, e interferindo na motilidade e na qualidade da secreção glandular tubária (BRASIL, 2009).
Em resumo o mecanismo de ação da pílula é o seguinte: após a menstruação normal, a hipófise, pequena glândula situada no crânio, através de um hormônio naturalmente elaborado por ela, chamado de folículo estimulante (FSH) e também responsável pelo aumento do óvulo, estimula a ovulação ovariana. Neste momento, o ovário também produz um hormônio chamado de estrogênio, cuja ação é transformar a mucosa, que reveste internamente o útero em ótimo ambiente para o ovo se aninhar. Este hormônio quando atinge certo limar, vai atuar freando a hipófise na fabricação do FSH e o freio sobre a hipófise fica maior.  O FSH será diminuído ou até mesmo suprimido, fazendo com que não ocorra o amadurecimento ovular e, como conseqüência, não aconteça à ovulação. Assim teremos um ciclo menstrual anovulatório, impróprio á gravidez, evitando assim a concepção (PAZ e DTTERICH, 2009).
Contra-indicações
Segundo Goodman e Gilman (2005), ainda que o uso de ACO modernos geralmente seja estimado seguro para a grande maioria das mulheres saudáveis, esses medicamentos podem cooperar para a incidência e seriedade de algumas patologias, caso exista outros fatores de riscos. Sendo assim, os distúrbios citados adiante são tidos como contra-indicações absolutas ao uso de ACO combinados: presença ou história de doenças tromboembólicas, doença vascular cerebral, infarto do miocárdio, doença coronariana ou hiperglicemia congênita; suspeitas ou casos confirmados de carcinoma de mama, câncer do trato reprodutor feminino ou outras neoplasias sensíveis/ dependentes de hormônios; sangramentos varginais sem etiologia definida; suspeita ou confirmação de gravidez; presença de tumores hepáticos ou distúrbios hepáticos. Embora saibamos que há várias outras condições que são contra-indicações relativas e devem ser avaliadas caso a caso.
Eficácia
A eficácia das pílulas anticoncepcionais relaciona-se diretamente à sua forma de administração, ou seja, o esquecimento na ingestão de comprimidos e irregularidades na posologia pode interferir. A orientação adequada é fundamental para que as mulheres usem a pílula corretamente. São muito eficazes quando usadas correta e consistentemente, podendo a sua taxa de falha ser da ordem de 0,1%, ou seja, uma mulher grávida em cada 1.000 mulheres no primeiro ano de uso. Em uso típico ou habitual ou rotineiro, a sua taxa de falha é em torno de 6 a 8%, ou seja, seis a oito gravidezes por 100 mulheres no primeiro ano de uso. (BRASIL, 2002).
A eficiência dessas drágeas depende do prazo de validade, que consiste em dois a três anos, variando de acordo com o fabricante. A data de fabricação e a data de validade estão impressas na embalagem e também na cartela. O profissional de saúde, ao fornecê-las, deve entregar primeiro àquelas mais próximas do prazo de vencimento.
Efeitos adversos e riscos para a saúde da mulher
Os principais efeitos secundários que podem estar relacionados com o uso da pílula são: alterações de humor, como depressão e menor interesse sexual, que são pouco comuns; náuseas; vômitos e mal-estar gástrico (mais comum nos três primeiros meses); cefaléia leve; leve ganho de peso; nervosismo; acne (pode melhorar ou piorar, mas geralmente melhora); tonteira; mastalgia; alterações do ciclo menstrual, como manchas ou sangramentos nos intervalos entre as menstruações, especialmente quando a mulher se esquece de tomar a pílula ou toma tardiamente (mais comum nos três primeiros meses), e amenorréia; cloasma.
Outras alterações físicas possíveis: a pressão arterial aumenta alguns pontos (mmHg). Quando o aumento se deve aos anticoncepcionais orais combinados, a pressão arterial cai rapidamente após a interrupção do uso deles. Além da Hipertensão, outras complicações podem aparecer como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, trombose venosa profunda. Todas essas complicações acontecem com maior freqüência em fumantes de qualquer faixa etária.
Com isso, as mulheres correm maior risco á saúde, pois os efeitos decorrentes dos ACO associado aos fatores predisponentes colaboram para o aumento considerado de morbimortalidade nas mulheres que fazem uso dos anticoncepcionais hormonais orais. Dessa forma, o principal risco á mulher quanto á saúde é com relação á amamentação, ou seja, as lactantes, pois afetam a qualidade e quantidade do leite, interferindo diretamente na quantidade de hormônios na mulher, sendo que o risco é maior entre fumantes (mais de 15 cigarros/dia) com 35 anos ou mais.
De acordo com a informação atualmente disponível, a pílula não aumenta o risco para câncer de colo uterino e de mama, porém novos estudos são necessários para se obter conclusões mais precisas. Além disso, existem ainda dúvidas sobre a possível aceleração da evolução de cânceres preexistentes com o uso da pílula. (BRASL, 2002).
No entanto, acredita-se que os riscos são contrabalançados pelos benefícios, onde a mulher pode tomar contraceptivos orais, mas o médico deve controlá-la rigorosamente, de acordo com a medicação podendo ser suspensa quando necessário. A interrupção ocasional do uso de contraceptivos orais para utilizar outros métodos contraceptivos é desnecessária e não provê qualquer benefício. Por essa razão, a mulher não precisa parar de tomar a pílula, exceto quando ela deseja engravidar, quando ela apresenta efeitos colaterais intoleráveis ou quando ela apresenta algum outro problema de saúde que torna o seu uso desaconselhável. As mulheres sadias e as não tabagistas podem fazer uso de contraceptivos orais de baixa dose continuamente até a menopausa.  (SANTANA et al., s.d)
Interação medicamentosa
De acordo com Brasil (2002), as interações entre contraceptivos hormonais orais e outras drogas podem ser de dois tipos:
Ø    Aquelas em que o fármaco diminui a eficácia dos contraceptivos orais, resultando em sangramentos intermenstruais e/ou gravidez. Incluem-se nesse grupo a rifampicina, griseofulvina, antibióticos em geral (embora nem todos), anticonvulsivantes como o fenobarbital, fenitoínas, primidona, carbamazepina, etosuximida. Os antirretrovirais (ARS) efavirenz e nevirapina (não nucleosídeos) e os nelfinavir e ritonavir (inibidores da protease), disponíveis para o controle da infecção pelo HIV, interagem diminuindo os níveis séricos dos hormônios estrogênicos e, portanto, sua eficácia contraceptiva. O uso adicional do preservativo masculino ou feminino deve ser considerado – dupla proteção.
Ø    Aquelas em que os contraceptivos alteram os efeitos de um fármaco. Incluem-se nesse grupo os anticonvulsivantes, antidepressivos, teofilina, certos benzodiazepínicos, anticoagulantes, entre outras drogas.




CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a discussão do tema proposto, infere-se que a Saúde Sexual e Reprodutiva, tão tratada na promulgação na cidade do Cairo no ano de 1994, passou a ser vista como direito de todo e qualquer cidadão, pois até mesmo os conceitos de família, ao longo da história fora sendo adaptado ao contexto social então vivenciado até o momento oportuno.
Destaca-se o papel da Atenção Básica em nossa nação, que age através da ESF, visando por meio de seus componentes fornecerem cuidados com qualificação na assistência à Saúde Sexual e Reprodutiva da mulher, uma vez que se tem como ferramenta base o planejamento familiar propiciado pelo enfermeiro no seu desempenho profissional na ESF, perfazendo a clínica rotineira e não prescrevendo apenas ACO, dando também informações às mulheres a terem o uso seguro e livre de preconceitos e discriminações, isso tudo norteado pelo cuidar em saúde, cujo objetivo da Enfermagem, é o acolher do ser sob seus cuidados.


REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Assistência em planejamento familiar: manual técnico. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
CARRENO, Ioná; DIAS-DA-COSTA, Juvenal Soares; OLINTO, Maria Teresa Anselmo; MENEGHEL, Stela. Uso de métodos contraceptivos entre mulheres com vida sexual ativa em são leopoldo, rio grande do sul, brasil. Cad. Saúde pública, rio de janeiro, 22(5):1101-1109, mai, 2006.
DAVID E. GOLAN; ARMEN H. TASHJIAN; EHRIN J. ARMSTRONG; APRIL W. ARMSTRONG. Princípios de Farmacologia: A Base Fisiopatológica da Farmacoterapia. 2 ed. Editora Guanabara Koogan (Grupo GEN), Rio de Janeiro, 2009.
FESCINA, Ricardo; MUCIO, Bremen de; ROSSELLO, José Luis Díaz; MARTÍNEZ, Gerardo e GRANZOTTO, Jose A. Centro Latino-Americano de Perinatologia Saúde da Mulher e Reprodutiva CLAP/SMR - OPAS/OMS, Publicação Científica CLAP/SMR N° 1562.3, Montevidéu - Uruguai – 2010.
GILLIAM, M.; KNIGHT, S.; MCCARTHY, M Jr. Success with oral contraceptives: a pilot study. Contraception. 2004;69(5):413-8.
GOODMAN e GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. 10º ed. Mc Graw Hill, Rio de Janeiro, 2005.
ONU. Programme of Action of the United Nations International Conference on Population & Development. Cairo, 1994. Disponível em: . Acesso em 27 jan 2012.
PAZ, E. C. M.; DITTERICH, R. G. O conhecimento das mulheres sobre os métodos contraceptivos no planejamento familiar. Revista Gestão & Saúde, Curitiba, v. 1, n. 1, p. 1-10. 2009.
SANTANA et al. Utilização de métodos anticoncepcionais orais pelas usuárias cadastradas no PSF IV da cidade de Porteiras – CE. Faculdade Leão Sampaio – FALS. S.D.
ZIEGEL, E.E.; CRANLEY, M.S. ENFERMAGEM OBSTÉTRICA. 8a ed. Rio de janeiro: editora interamericana; 1985.

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Autor: Maykos Martins De Souza


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