CONCEPÇÃO DIALÉTICA NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA




Para Heráclito (séculos VI e V aC), filósofo grego, nada é imóvel, imutável, isto é, nada permanece aquilo que é; ao contrário, tudo se transforma, tudo está em movimento, tudo flui, tudo é devir. O motor desta transformação é a contradição que está contida em todas as coisas. Isto quer dizer que no interior de cada coisa há forças opostas em luta entre si e que fazem com que ela deixe de ser o que é e se torne outra coisa.

No tempo de Sócrates e Platão, a palavra “dialética” designava um certo modo de discutir ou dialogar que tinha por objetivo explicitar as contradições presentes no raciocínio dos interlocutores, a fim de superar as divergências das opiniões particulares e atingir o conhecimento verdadeiro. Este sentido é o mais próximo do etimológico, pois dialética vem do termo grego dialektkê, que significa “a arte de discutir e usar argumentos lógicos” (dicionário Houaiss). Ao longo da história da filosofia, muitos filósofos fizeram uso do conceito de dialética, atribuindo a ele diversas conotações, mas sempre enfatizando o aspecto da contradição. Esta, portanto, constitui um elemento fundamental na perspectiva dialética.

Mas quem, de fato, sistematizou a dialética como método de interpretação da realidade foi um filósofo alemão idealista dos séculos XVIII e XIX chamado Hegel. Ele concebe a dialética como um processo que resulta das contradições presentes no pensamento.

Marx absorve o núcleo dialético do pensamento hegeliano, mas confere a ele um caráter materialista. Para ele, a realidade, o mundo, a sociedade também estão permeados por contradições, mas estas não derivam do pensamento, e sim do modo como os homens produzem a sua existência material e do tipo de relações sociais que estabelecem entre si neste processo produtivo.

Assim, para Marx e Engels, não é o pensamento que, organizando-se de forma contraditória (tese, antítese e síntese), produz a realidade material, mas sim a realidade que, por força das contradições nela presentes (como a luta de classes, por exemplo) gera as diferentes formas de pensamento.


Autor: Andressa S. Silva


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