Tutorial técnico conceitual para vendedores, projetistas e montadores de móveis “planejados”?



Recentemente a nossa indústria moveleira deu um salto enorme em seu segmento evoluindo, em alguns casos, de pequenas marcenarias de certa capacidade para novas marcas, fábricas e indústrias competitivas e inovadoras e que consequentemente, o que me parece justo e óbvio, excluiu e enxotou “pretensiosas marcenarias” e profissionais que não evoluíram e não se adaptaram ao novo mercado.

 Não podemos negar que tal fato se deu por conta da evolução, desenvolvimento e acessibilidade da tecnologia aliado a empurrões, apoios e incentivos governamentais.

 Lamentavelmente esse fato proliferativo de ofertas, opções e surgimento de novos produtos e serviços não tiveram em seu paralelo o acompanhamento da impreterível malha de mão de obra capacitada para tal, que se dá desde seu primeiro atendimento (vendedores e projetistas) até a conclusão dos serviços, no caso, os montadores.

 Sabemos que a imensa maioria dos profissionais envolvidos nesse enredo não possui, ainda, a capacidade técnica minimamente necessária para se conceituar o que conhecemos como knou How, ou seja, um padrão eficiente que caminhe pela qualidade, competência e eficiência conduzindo á um resultado satisfatório á todas as partes em questão.

 Infelizmente, ainda por um bom tempo veremos a insatisfação gritante de clientes e consumidores decepcionados, frustrados e insatisfeitos exporem suas queixas ás mídias mais comuns tentando desabafar do enfadonho episódio pelos quais estão passando na tentativa de encontrar uma solução mágica e resolvedora do triste casoem questão. Porum outro lado, devemos observar que esses desagradáveis acontecimentos são fatores pertinentes a quaisquer novidades e inovações que trazem consigo a desventura que em seu processo natural será desvanecida pela prática da tentativa e erro.

 Aqui, deixo meu recado aos clientes e consumidores mais exaltados, nervosinhos e estressados! Tenham um pouco de compreensão e paciência e procurem observar que todo esse processo se faz parte da evolução natural das coisas. Aos meus amigos projetistas digo que umas buscas profundamente conhecedoras do produto que vendem os farão melhores profissionais e por fim, os meus colegas montadores:

 Lamentavelmente, em toda essa cadeia não se tem a conta e o devido respeito e consideração ao montador como a peça mais importante de toda essa epopéia. De uma maneira sintetizada podemos afirmar que até chegar ao importante montador toda a história se dá em um ambiente virtual com instrumentos de papel em que tudo dá certo, ou seja, papel aceita tudo!

Até esse momento é só alegrias, expectativas e um intrincado e ardiloso jogo de interesses até que o “algoz” montador faz ruir toda aquela magia elaborada no papel, ao constatar que algo inesperado não se encaixa no mundo real... E aí?!

Vou tentar resumir tudo o que acontece na seqüência na seguinte frase:

“Na venda se dá o abrir do champagne mais só na montagem é que se fará o tim tim dos copos.”

 Listarei aqui alguns dos erros mais comumente ocorridos na elaboração de projetos, que conduzem o cliente á fúria, decepção e descontentamento.

 Antes de tudo, devemos salientar que na maioria dos casos (diga-se de longe) de medonho infortúnio, os clientes tendem á associar a culpa ás qualidades do produto adquirido, isso não procede, devemos atentar para o fato de que esse produto teve em seu desenvolvimento a dedicação de mentes competentes e capacitadas amparadas por volumosos investimentos e impressionantes tecnologias, em suma, o erro jamais deverá ser atribuído ao produto. Por outro lado, os profissionais responsáveis pelos desacertos e má qualidade da instalação, na tentativa de se justificar e se eximir da competência, costumam apontar: -... Isso ficou assim por que a sua parede é torta! – Ora, ora, ora! O que devo falar diante de desconcertante situação?!

 A grande regra fundamental para se chegar ao resultado ansiosamente esperado em tal empreitada é basicamente seguir a risca as condições elementares de prumo e nível no decorrer da montagem e instalação do produto desconsiderando toda e qualquer outra referência como parede, piso ou teto.

 Uma das grandes faltas dos vendedores e projetistas é a não explanação ao cliente dos procedimentos e passos que envolverão a montagem no caso de cortes e adaptações que produzirão indesejáveis conseqüências e resíduos (que nem preciso citar) levando o cliente ao enfurecimento, frustração e descontentamento, sem falar em outros fatores relacionados a tais acontecimentos.

 1 – Móveis encostados direto na parede ou no teto é um provável candidato á graves problemas de prumo e nivelamento que comprometerão os ajustes e alinhamento final de portas, gavetas, acessórios e afins. Procure prever uma folga mínima entre 15 e30 mmque será facilmente resolvida com a aplicação de fechamentos.

 2 – Fechamentos com mais de80 mmde altura ou largura são extremamente deselegantes e acabam se tornando mais perceptíveis do que o móvel em questão.

 3 – A altura média para se colocar puxadores de portas de comprimento extremo do pé direito é considerar o centro do puxador a1100 mm(um metro e dez) do chão.

 4 – Por vários fatores, deve se ter muita atenção aos balcões (módulos de canto) a fim de evitar o famoso “buraco do canto perdido” que certamente o cliente “chiará”. Em certos casos o ideal é pedir um balcão de comprimento maior e ajustá-lo “in loco”.

 5 – Evite fazer o acabamento final em sapatas e bases de alvenaria para o assentamento de balcões (tecnicamente esse passo não ajuda em nada á instalação dos balcões já que temos que considerar o perfeito nivelamento). Se a base não tiver o acabamento, fica relativamente descomplicado aumenta-la ou reduzi-la caso necessário.

 6 – Deve ser evitado a todo o custo o aparafusamento desnecessário, pois isso implicará em um novo furo e consequentemente a aplicação do incômodo “tapa furos” que será somado aos furos existentes de fábrica e os clientes não se agradam á isso.

 7 – Deve ser evitado o uso da famosa “massa corrida e seus similares” a fim de tentar corrigir e esconder falhas, imperfeições e imperícias. Seja profissional e perceberá que não há necessidade desse tipo de “grosseria”.

 8 – Existe uma coisa em engenharia que conhecemos como “passo”; isso quer dizer que ao distribuirmos, por exemplo, vãos entre prateleiras, devem se tomar como referência um único ponto de origem das medidas, dessa forma, se ocorrer uma distração, equívoco ou confusão em alguma das dimensões não se comprometerá todo o trabalho, evitando assim, sua danosa e custosa conseqüência.

 9 – Um fator importantíssimo para um bom desenvolvimento, resultado e performance dos trabalhos,  são as características e condições ideais e adequadas das ferramentas empregadas.

 10 – A maioria das lojas (que nada mais são do que vendedoras e representantes das marcas e fábricas) não possui (o que podemos chamar de) uma pequena oficina de amparo e suporte extremamente necessário aos montadores e as imprevisíveis e inesperadas “surpresas”.

 11 – Ultimamente os montadores têm se deparado com a aterrorizadora tarefa de pendurar e instalar, cada vez mais, móveis e armários em parede de drywall e logo entram em estado de pânico. Posso atestar com toda segurança que isso é muito fácil e possível (por mais pesado que seja o armário) sem o emprego de qualquer tipo de bucha ou dispositivo semelhante.

 Resumindo, como pudemos notar... A coisa toda não tão complicada assim! Com o empenho e dedicação de cada um procurando dar o melhor de si, logo esqueceremos os erros e teremos orgulho de pertencer a esse magnífico e tão necessário segmento.

 Espero que essas poucas dicas venham a servir como animosidade á todos envolvidos e interessados nesse meio.

 Antonio Carlos Carvalho – Artífice Marceneiro


Autor: Antonio Carlos Carvalho


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